Qual foi o principal motivo que levou os colonizadores portugueses a entenderem que a exploração da colônia na América do Sul não seria fácil?
a)
A incapacidade de utilizar a mão de obra indígena na nascente produção
agrícola do café.
b)
O alto custo do cativo africano que dificultava a utilização do trabalho
escravo em larga escala no plantio da cana-de-açúcar.
c)
A ação econômica e militar de nações europeias que não reconheciam o
Tratado de Tordesilhas assinado entre Portugal e Espanha.
d)
Os portugueses não encontraram jazidas de ouro como ocorrera em outras
regiões da América do Sul, especialmente em áreas exploradas pelos espanhóis.
e) A escassa população portuguesa que inviabilizava uma imigração em número suficiente para colonizar o Brasil.
2. (Uefs 2018) Leia o excerto para responder à questão a seguir.
O
“coração” econômico da época, Veneza, tem cada vez mais dificuldades em
assegurar a competitividade de seus produtos. Em 1504, os navios venezianos já
quase não encontram pimenta em Alexandria. As especiarias desta proveniência se
revelam muito mais caras do que as que são encaminhadas da Índia portuguesa: a
pimenta embarcada pelos portugueses em Calicute é quarenta vezes menos onerosa
do que a que transita por Alexandria.
(Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.)
O
início da colonização efetiva do Brasil por Portugal, historicamente
condicionado pelos fatos referidos pelo excerto,
a)
teve início assim que os navegadores chegaram às novas terras.
b)
projetou a hegemonia portuguesa no comércio atlântico.
c)
enriqueceu a Metrópole com a descoberta de metais preciosos.
d)
atardou-se devido aos lucros auferidos com o comércio oriental.
e) foi financiado pelos lucros gerados pelo comércio de especiarias.
3. (Pucpr 2017) Leia o texto a seguir.
A
primeira missa no Brasil é um momento emblemático do início da colonização
portuguesa na América, celebrada poucos dias após a chegada e desembarque dos
portugueses na costa brasileira, imortalizada pela narrativa na Carta de Pero
Vaz de Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles. A ocupação de fato
demorou um pouco mais a acontecer, dentre as razões para seu início, temos
a)
o aumento do comércio de especiarias com o Oriente, levando à maior
necessidade de mercados consumidores.
b)
a descoberta de metais preciosos na colônia portuguesa, acelerando o
interesse da metrópole na exploração de sua colônia.
c)
a probabilidade da tomada das terras por corsários ingleses que vinham
atrás do contrabando de escravos indígenas para outras colônias.
d)
a necessidade de tomar posse e defender suas terras para evitar a vinda
de exploradores sem o conhecimento da coroa portuguesa.
e) a construção das feitorias para armazenar pau-brasil e carregar navios, promovendo a migração de um grande contingente de portugueses para povoar e cuidar das novas vilas.
4.
(Puccamp 2017) A chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil
foi narrada na carta de Pero Vaz de Caminha, à qual se seguiram as seguintes
expressões culturais nos primeiros momentos de nossa história:
a)
Formação de academias literárias e propagação de um ideário
nacionalista.
b)
Maturação de um autêntico sistema literário e formação de grêmios
republicanos.
c)
Correspondência de viajantes e documentação das riquezas naturais.
d)
Abertura dos portos às nações amigas e consolidação da imprensa.
e) Catequese promovida pelos jesuítas e consolidação dos ideais emancipacionistas.
5.
(Pucrs 2016) Sobre o período pré-colonial na História do Brasil,
é correto afirmar que
a)
foi estabelecida a escravidão indígena como forma de exploração do
trabalho, devido à ausência de uma atividade econômica que financiasse o
tráfico de escravos africanos para o Brasil.
b)
a economia baseou-se na exploração de produtos naturais da terra, que
não exigiam o estabelecimento da agricultura para serem extraídos, como o
pau-brasil, o cacau e o látex.
c)
promoveu-se a doação de porções da terra recém-descoberta para a
aristocracia portuguesa, cujos membros ocupavam os principais cargos na
administração pública reinol.
d)
havia desinteresse na colonização imediata do território, tendo em vista
que os principais recursos humanos e materiais portugueses estavam voltados
para a exploração do rendoso comércio com as Índias.
e) foram enviadas ao litoral brasileiro as chamadas “expedições guarda-costas”, que visavam vigiar a nova descoberta portuguesa diante da possível invasão holandesa na região.
6. (Udesc 2015) Leia com atenção o fragmento retirado da Carta de Pero Vaz de Caminha.
“E quando veio ao Evangelho, que nos
erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles [os índios] se levantaram
conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-se
a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos,
eles se puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em
tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.”
Pero Vaz de Caminha. In: OLIVIERI, A. C. e VILLA, M. A. Crônicas do descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 23.
Em relação à Carta de Caminha para o Rei de Portugal, pode-se dizer que
é:
a)
Uma narrativa que projeta sobre as populações
nativas uma visão de mundo cristão, como se o Brasil fosse uma espécie de
paraíso edênico.
b)
Um relato imparcial sobre as populações indígenas,
porque o autor narra exatamente o que viu e viveu no Brasil.
c)
Uma narrativa capaz de identificar a verdadeira
essência das populações indígenas brasileiras que já conheciam o cristianismo,
e traziam no seu íntimo um conhecimento prévio dos ensinamentos pregados por
Cristo a seus discípulos.
d)
Um relato que expressa total ignorância e
despreparo do cronista sobre o caráter dissimulado e estratégico das populações
indígenas, que desejavam tão somente ganhar a confiança dos viajantes europeus
para obter lucros e fazer alianças políticas para derrotar seus inimigos.
e) Um relato sem valor histórico, pois está marcado por uma perspectiva eurocêntrica e preconceituosa sobre os habitantes nativos do Brasil.
7.
(Ifba 2014) “A conquista do Brasil pressupunha também o domínio
ideológico dos povos das regiões colonizadas pela Coroa lusitana. Havia que
provar pelo convencimento e pela força – a superioridade do modo oficial
português de ser. Era necessário convencer as populações nativas e os
recém-chegados da inferioridade e do 'bestialismo' dos hábitos americanos. A
opção de europeus pela cultura material e social tupinambá causava tensões
insustentáveis na férrea camisa-de-força vivencial em que as elites civis e
religiosas ibéricas enquadravam as classes subalternas – metropolitanas e
coloniais.”
MAESTRI, Mário. Os senhores do litoral. Conquista portuguesa e agonia tupinambá no litoral brasileiro. (século 16). POA: Editora da Universidade/UFRGS, 1994. p. 61.
O
texto acima e seus conhecimentos sobre as relações de dominação entre europeus
e as populações indígenas na América Portuguesa permitem afirmar que
a)
os missionários analisavam o sistema cultural indígena, seus costumes,
seu cotidiano, etc., segundo a moralidade cristã.
b)
a adaptação dos europeus aos Trópicos e a assimilação de certos costumes
indígenas foi estimulada pela Coroa e pela Igreja Católica.
c)
os colonizadores, os missionários e os agentes portugueses compreendiam
os costumes indígenas de forma idealizada, tolerante e idílica.
d)
os primeiros anos de colonização do território brasileiro foram marcados
pela miscigenação e tolerância acerca do sistema cultural tupinambá.
e) embora na colônia os europeus tenham adotado práticas de intolerância, na metrópole possuíam postura com maior respeito à diversidade cultural e religiosa.
8.
(Upe-ssa 1 2017) Na bacia do Rio São Francisco, nas paleolagoas
conhecidas hoje como tanques, foram achados ossos de animais extintos da fauna
pleistocênica, que conviveram com o homem em diversas áreas da região, como
Salgueiro e Alagoinha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes assinalaram,
também, a presença de megafauna, como o mastodonte e a preguiça-gigante, como é
o caso da Lagoa Uri de Cima em Salgueiro.
MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da Pré-História do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número 10 – Ano 2013, p. 14, adaptado.
O
trecho acima propõe uma leitura da História do Brasil, que se caracteriza pela
a)
presença essencial dos europeus no continente americano.
b)
inexistência de exemplares da megafauna em território brasileiro.
c)
carência de estudos paleoantropológicos e sítios arqueológicos no
Nordeste.
d)
antiguidade da presença humana no país, anterior à chegada dos
portugueses.
e) existência de répteis de porte avantajado, popularmente conhecidos como dinossauros.
9. (Ifsul 2016) De
1500 a 1530, os portugueses não desenvolveram um grande projeto de colonização
para a sua colônia na América (Brasil). Nesse período, ocorreram as expedições
de reconhecimentos e as expedições guarda-costas.
a) deteve-se ao cultivo de café na região do Vale do rio Paraíba.
b) limitou-se ao cultivo de cana-de-açúcar no Nordeste com o trabalho escravo.
c) dedicou-se à extração de metais preciosos, sobretudo prata, nas Gerais.
d) baseou-se na extração do pau-brasil através do escambo com os nativos.
10.
(Espcex (Aman) 2015) “Os primeiros trinta anos da História do Brasil são
conhecidos como período Pré-Colonial. Nesse período, a coroa portuguesa iniciou
a dominação das terras brasileiras, sem, no entanto, traçar um plano de
ocupação efetiva. […] A atenção da burguesia metropolitana e do governo
português estavam voltados para o comércio com o Oriente, que desde a viagem de
Vasco da Gama, no final do século XV, havia sido monopolizado pelo Estado
português. […] O desinteresse português em relação ao Brasil estava em
conformidade com os interesses mercantilistas da época, como observou o
navegante Américo Vespúcio, após a exploração do litoral brasileiro, pode-se
dizer que não encontramos nada de proveito”.
Berutti, 2004.
Sobre
o período retratado no texto, pode-se afirmar que o(a)
a) desinteresse português pelo Brasil
nos primeiros anos de colonização, deu-se em decorrência dos tratados
comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela exploração de
terras situadas a oeste de Greenwich.
b) maior distância marítima era a maior
desvantagem brasileira em relação ao comércio com as Índias.
c) desinteresse português pode ser
melhor explicado pela resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o
desembarque e o reconhecimento das novas terras.
d) abertura de um novo mercado na
América do Sul, ampliava as possibilidades de lucro da burguesia metropolitana
portuguesa.
e) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros trinta anos de História, explica-se pela aparente inexistência de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles que patrocinavam as expedições.
b) defesa do princípio do livre arbítrio.
c) aceitação da diversidade de crenças.
d) busca da racionalidade e do espírito científico.
e) catequização das populações nativas.
12. (IFSP 2013) Publicado em Veneza, em 1556, o mapa abaixo é um dos primeiros a mostrar o Brasil individualmente. Raro, ele faz parte de uma obra italiana, Atlas dele navigazione e Viaggi (Atlas de navegação e Viagens), de Giovanni Battista Ramusio.
Trata-se de uma pintura da época sobre o Brasil, a qual revela pouca preocupação geográfica, mas que nos mostra:
a) uma terra de riquezas: a exuberância
das matas, a fartura de peixes nos mares e a existência de povoadores fortes,
sadios e trabalhadores.
b) indígenas extraindo troncos de
pau-brasil que, depois, eram empilhados nas feitorias. Chegando os portugueses,
os nativos eram recompensados através de um escambo com produtos
europeus.
c) o início da colonização do Brasil:
os indígenas estão derrubando as árvores para formar os campos onde seria feito
o plantio da cana-de-açúcar e a construção dos engenhos.
d) o medo dos nativos brasileiros com a
chegada das naus portuguesas: eles estão abatendo árvores para construção de
fortificações e defesa da ameaça europeia.
e) homens nus, selvagens, que conviviam pacificamente com animais de grande porte, o que causava grande espanto e medo aos colonizadores.
13.
(Unesp 2013) [Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas
faltam-lhe três letras das do ABC, que são F, L, R grande ou dobrado, coisa
muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma coisa
que adoram; nem os nascidos entre os cristãos e doutrinados pelos padres da
Companhia têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma
pessoa que lhes faça bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque não têm
lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e cada um faz lei a
seu modo, e ao som da sua vontade; sem haver entre eles leis com que se
governem, nem têm leis uns com os outros. E se não têm esta letra R na sua
pronunciação, é porque não têm rei que os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem
a ninguém, nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua
vontade [...].
(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em 1587, 1987.)
O
texto destaca três elementos que o autor considera inexistentes entre os
tupinambás, no final do século XVI. Esses três elementos podem ser associados,
respectivamente,
a) à diversidade religiosa, ao poder
judiciário e às relações familiares.
b) à fé religiosa, à ordenação jurídica
e à hierarquia política.
c) ao catolicismo, ao sistema de
governo e ao respeito pelos diferentes.
d) à estrutura política, à anarquia
social e ao desrespeito familiar.
e) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e à aceitação dos estrangeiros.
14.
(Enem 2ª aplicação 2010) Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de
sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas.
Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm
tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo
furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são
corredios.
CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).
O
texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental
para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse
primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da
carta revela a
a) preocupação em garantir a
integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da
terra.
b) postura etnocêntrica do europeu
diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
c) orientação da política da Coroa
Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a
nova terra.
d) oposição de interesses entre
portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos
recursos para a defesa recursos para a defesa da posse da nova terra.
e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.
15. (Ufpa 2008) Considere o texto a seguir:
"Em
toda a semana [os homens] se ocupam em fazer roças para seus mantimentos (que
antes não faziam senão as mulheres)".
("Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil (1538-1553)". Editadas por Serafim Leite. São Paulo: Comissão do IV Centenário, 1954, v. I, p. 179).
Neste
texto descreve-se uma mudança na divisão social do trabalho indígena (trabalho
masculino e feminino), que ocorreu no Brasil colonial com a chegada dos padres
jesuítas. Contudo, antes desta mudança, cabia aos homens e às mulheres
tupinambás:
a) os homens derrubavam a floresta,
caçavam e pescavam, e as mulheres trabalhavam no plantio.
b) os homens trabalhavam no plantio,
caçavam, pescavam, e as mulheres derrubavam a floresta.
c) os homens trabalhavam na obtenção de
alimentos, e as mulheres na criação dos filhos.
d) os homens derrubavam a floresta, e
as mulheres obtinham os alimentos.
e) os homens trabalhavam na obtenção de alimentos, e as mulheres na organização das cerimônias religiosas.
16. (Pucsp 2008) Leia as duas estrofes a seguir:
"Pindorama, Pindorama
É o Brasil antes de Cabral
Pindorama, Pindorama
É tão longe de Portugal
Fica além, muito além
Do encontro do mar com o céu
Fica além, muito além
Dos domínios de Dom Manuel.
Vera Cruz, Vera Cruz
Quem achou foi Portugal
Vera Cruz, Vera Cruz
Atrás do Monte Pascoal
Bem ali Cabral viu
Dia vinte e dois de abril
Não só viu, descobriu
Toda terra do Brasil."
Pindorama, de Sandra Peres e Luiz Tatit, in "Palavra Cantada", Canções Curiosas, 1998.
Entre
as várias referências da letra da canção à chegada dos portugueses à América,
pode-se mencionar
a) a preocupação com os perigos da
viagem, a distância excessiva e a datação exata do momento da descoberta.
b) o caráter documental do texto, que
reproduz o tom, a intenção informativa e a estrutura dos relatos de
viajantes.
c) a dúvida quanto à expressão mais
adequada para designar a chegada dos portugueses, daí a variação de
verbos.
d) o pequeno conhecimento das novas terras
pelos conquistadores, indicando sua crença de terem chegado às Índias.
e) a diferença entre os termos que nomeavam as terras, sugerindo uma diferença entre a visão do índio e a do português.
17.
(Enem 2011) Em geral, os nossos tupinambás ficaram admirados ao ver os
franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o
seu arabotã, isto é, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez
esta pergunta: “Por que vindes vós outros, mairs e pêros (franceses e
portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em
vossa terra?”
LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: Difel, 1974.
O
viajante francês Jean de Léry (1534-1611) reproduz um diálogo travado, em 1557,
com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade
europeia e a indígena no sentido
a) do destino dado ao produto do
trabalho nos seus sistemas culturais.
b) da preocupação com a preservação dos
recursos ambientais.
c) do interesse de ambas em uma
exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.
d) da curiosidade, reverência e
abertura cultural recíprocas.
e) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno.
18.
(Unicamp 2011) Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os
primeiros contatos entre os indígenas e os portugueses no Brasil: “Quando eles
vieram, o capitão estava com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles
fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à
terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na
terra. Outro viu umas contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e
novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam
ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas
se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos
entender, porque não havíamos de dar-lhe!”
(Adaptado
de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Melhoramentos;
Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.)
Esse
trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o contato entre as culturas
indígena e europeia foi
a) favorecido pelo interesse que ambas
as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os indígenas se
integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao
comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores.
b) guiado pelo interesse dos
descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da extração de
riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos
indígenas, que seria quase dizimada junto com essa população.
c) facilitado pela docilidade dos
indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova terra,
viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos
nativos, o que levaria à destruição da sua cultura.
d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à integração cultural das populações nativas.
19.
(Enem 2010) Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde as Missões e
o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal
conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde
o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no
Paraguai e nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do
Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do Brasil central. De
fato, ocuparam, de preferência, as regiões de floresta tropical e
subtropical.
PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editor, 2005.
Os
povos indígenas citados possuíam tradições culturais específicas que os
distinguiam de outras sociedades indígenas e dos colonizadores europeus. Entre
as tradições tupi-guarani, destacava-se
a) a organização em
aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito pelos
indivíduos mais velhos da tribo.
b) a ritualização da
guerra entre as tribos e o caráter semissedentário de sua organização
social.
c) a conquista de terras
mediante operações militares, o que permitiu seu domínio sobre vasto
território.
d) o caráter pastoril de
sua economia, que prescindia da agricultura para investir na criação de
animais.
e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indígenas.
20. (Enem 2ª aplicação 2010)
Chegança
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau
Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: “vão me acabar”.
Aí, senti no coração,
Levantei-me de Borduna já na mão.
A letra
da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira,
as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma
crítica à ideia presente no chamado mito
a) da democracia racial,
originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no
período anterior ao início da colonização brasileira.
b) da cordialidade
brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente
aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
c) do brasileiro
receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as
regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da
colonização.
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
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