1.
(Ufgd 2023) As tipologias textuais são caracterizadas como as
diferentes formas que um texto pode apresentar, considerando-se o tipo de
linguagem utilizado, a estrutura, o vocabulário, os modos e os tempos verbais, etc.
Quanto aos gêneros discursivos e às tipologias textuais (narração, descrição, dissertação,
injunção e exposição), assinale a alternativa correta.
a)
Bula de remédio e receita culinária são gêneros predominantemente
injuntivos.
b)
Artigo de opinião e resenha crítica são gêneros predominantemente
expositivos.
c)
Verbete de dicionário e seminário são gêneros predominantemente
injuntivos.
d)
Retrato falado e biografia são gêneros predominantemente expositivos.
e) Conto de fadas e fábula são gêneros predominantemente argumentativos.
2. (Ufpr 2023) Considere o seguinte excerto do texto:
O tédio profundo
O
excesso de positividade se manifesta também como excesso de estímulos,
informações e impulsos. Modifica radicalmente a estrutura e economia da
atenção. Com isso se fragmenta e destrói a atenção. Também a crescente
sobrecarga de trabalho torna necessária uma técnica específica relacionada ao
tempo e à atenção, que tem efeitos novamente na estrutura da atenção. A técnica
temporal e de atenção multitasking (multitarefa) não representa nenhum
progresso civilizatório. A multitarefa não é uma capacidade para a qual só
seria capaz o homem na sociedade trabalhista e de informação pós-moderna. 1Trata-se
antes de um retrocesso. A multitarefa está amplamente disseminada entre
os animais em estado selvagem. Trata-se de uma técnica de atenção,
indispensável para sobreviver na vida selvagem.
Um
animal ocupado no exercício da mastigação de sua comida tem de ocupar-se ao
mesmo tempo com outras atividades. Deve cuidar 2para que, ao
comer, ele próprio não acabe comido. Na vida selvagem, o animal está obrigado a
dividir sua atenção em diversas atividades. 3Por isso, não é
capaz de aprofundamento contemplativo – nem para comer, nem no copular. O
animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem diante de si, pois tem
de elaborar ao mesmo tempo o que tem atrás de si. Não apenas a multitarefa, mas
também atividades como jogos de computador geram uma atenção ampla, mas rasa, 4que
se assemelha à atenção de um animal selvagem. As mais recentes evoluções
sociais e a mudança de estrutura da atenção aproximam cada vez mais a sociedade
humana da vida selvagem.
(Extraído e Adaptado de: HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017. p. 31-32.)
Também a crescente sobrecarga de trabalho torna necessária uma técnica específica relacionada ao tempo e à atenção, que tem efeitos novamente na estrutura da atenção.
Nessa
passagem, o autor aponta um efeito de:
a)
sucessividade.
b)
proporcionalidade.
c)
circularidade.
d)
relativização.
e) acréscimo.
3. (Ufpr 2023) A fronteira tênue entre heróis e vilões
O conceito de herói está profundamente ligado à
cultura que o criou e a quando foi criado, o que significa que ele varia
muito de lugar para lugar e de época para época. Mesmo assim, a figura do herói
aparece nas mais diversas sociedades e eras, sempre atendendo a critérios
morais e desejos em comum de determinado povo.
Apesar
do protagonismo do herói, o que seria dele se não houvesse um vilão? Nas
narrativas, o vilão costuma ser o antagonista. Os vilões representam
aquilo que é errado, injusto, que foge à moral defendida pelo herói. Por não
carregar o protagonismo das histórias, o vilão costuma ser um personagem sem
profundidade, sem dilemas, sem uma história que nos explique o porquê de suas
ações. E isso reforça sua vilania.
Conhecer a história de alguém é um processo
humanizador, capaz até de revogar a alcunha de vilão e conferir
ao personagem o título de herói, ou só de uma pessoa comum que tem seus
defeitos e qualidades. Assim, uma maneira de fabricar vilões é não deixar suas
histórias serem contadas, é criar uma imagem sobre esses personagens e
mantê-los em silêncio.
(MIRANDA, Lucas Mascarenhas de. A fronteira tênue entre heróis e vilões. Ciência hoje, Rio de Janeiro, 21 nov. 2021. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/a-fronteira-tenue-entre-herois-e-viloes/. Adaptado.)
Assinale
a alternativa que contém os elementos a que apontam, respectivamente, os termos
“ele”, “seus” e “suas”, destacados no texto.
a)
conceito de herói, pessoa comum, qualidades.
b)
herói, personagem, maneira.
c)
conceito de herói, pessoa comum, vilões.
d)
herói, personagem, vilões.
e) conceito de herói, personagem, maneira.
4. (Unesp 2023) Leia um trecho do prefácio “O recado da mata”, do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, para o livro A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert.
A queda do céu é um
acontecimento científico incontestável, que levará, suspeito, alguns anos para
ser devidamente assimilado pela comunidade antropológica. Mas espero que todos
os seus leitores saibam identificar de imediato o acontecimento político e
espiritual muito mais amplo, e de muito grave significação, que ele representa.
Chegou a hora, em suma; temos a obrigação de levar absolutamente a sério
o que dizem os índios pela voz de Davi Kopenawa — os índios e todos os demais
povos “menores” do planeta, as minorias extranacionais que ainda resistem à
total dissolução pelo liquidificador modernizante do Ocidente. Para os
brasileiros, como para as outras nacionalidades do Novo Mundo criadas às custas
do genocídio americano e da escravidão africana, tal obrigação se impõe com
força redobrada. Pois passamos tempo demais com o espírito voltado para nós
mesmos, embrutecidos pelos mesmos velhos sonhos de cobiça e conquista e império
vindos nas caravelas, com a cabeça cada vez mais “cheia de esquecimento”,
imersa em um tenebroso vazio existencial, só de raro em raro iluminado, ao
longo de nossa pouco gloriosa história, por lampejos de lucidez política e
poética. Davi Kopenawa ajuda-nos a pôr no devido lugar as famosas “ideias fora
do lugar”, porque o seu é um discurso sobre o lugar, e porque seu enunciador
sabe qual é, onde é, o que é o seu lugar. Hora, então, de nos
confrontarmos com as ideias desse lugar que tomamos a ferro e a fogo dos
indígenas, e declaramos “nosso” sem o menor pudor [...].
(A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, 2015.)
O
autor recorre à elipse de um substantivo no trecho:
a)
“Pois passamos tempo demais com o espírito voltado para nós mesmos”.
b)
“porque o seu é um discurso sobre o lugar”.
c)
“temos a obrigação de levar absolutamente a sério o que dizem os
índios”.
d)
“tal obrigação se impõe com força redobrada”.
e) “Hora, então, de nos confrontarmos com as ideias desse lugar”.
5. (Puccamp Direito 2023) [Entre o justo e o injusto]
O
julgamento que conta é o da nossa consciência. A prova disso: fazemos, desde o
século XVII, uma bela diferença entre o que é legal e o que é justo. Condenados
por excesso de velocidade na Dutra, entendemos que 130 km/h seja ilegal, mas
nós conhecemos as razões de nossa pressa e só nós sabemos se, ilegal ou nossa
velocidade era justa ou injusta.
Devia
ser mais simples quando podíamos delegar a justiça (não apenas a legalidade) a
um sábio, príncipe ou representante de Deus, ao qual reconheceríamos o poder de
proclamar, incontestado, se somos culpados ou inocentes. Esses recursos não
valem, porém, para quem, como a gente, exige o foro íntimo em corte suprema.
Ora,
tantas cortes singulares e inevitavelmente contraditórias não poderiam regrar
eficazmente nossa vida social; resignamo-nos, portanto, a um compromisso:
consideramos justo e toleramos que um júri de outros humanos (cujo foro íntimo
seria comparável ao nosso) escute as acusações e os argumentos de defesa e,
assim, nos condene ou nos inocente.
Detalhe
crucial: os sentimentos que acabo de resumir são uma realidade cultural. Valem
para nós, ocidentais e modernos, que damos sentido ao mundo a partir de
certezas subjetivas e acreditamos que todos os homens sejam nossos semelhantes.
Penso nisso quando pretendemos julgar comportamentos de outras culturas. A
justiça que condena ou absolve tais comportamentos é a nossa, a que se
estabelece a partir de nós mesmos. Não sei quão justo pode ser esse julgamento.
Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 408-410, passim)
Há
emprego de voz passiva e perfeita articulação entre os tempos e modos verbais
na seguinte frase:
a)
Quão justo poderia ser um julgamento caso se realizasse numa diferente
cultura?
b)
As pessoas hão de compreender que esse julgamento terá sido mais justo
se feito aqui.
c)
Haverá uma forte interferência de sentimentos locais se transferissem o
julgamento.
d) Ainda que transfiram o julgamento, poderia haver interferência das paixões locais.
e) Todos os júris acabariam por levar a efeito os valores que sua cultura lhes incutirá.
6. (Fuvest 2022) No modelo hegemônico, quase todo o
treinamento é reservado para o desenvolvimento muscular, sobrando muito pouco
tempo para a mobilidade, a flexibilidade, o treino restaurativo, o relaxamento
e o treinamento cardiovascular. Na teoria, seria algo em torno de 70% para o
fortalecimento, 20% para o cárdio e 10% para a flexibilidade e outros. Na
prática, muitos alunos direcionam 100% do tempo para o fortalecimento.
Como a prática cardiovascular é
infinitamente mais significativa e determinante para a nossa saúde orgânica
como um todo, podendo ser considerada o “coração” de um treinamento consciente
e saudável, essa ordem deveria ser revista.
Nuno Cobra Jr. “Fitness não é saúde”. Uol. 06/05/2021. Adaptado.
Sem
alteração de sentido, o segundo parágrafo do texto poderia ser reescrito da
seguinte maneira:
a)
Ainda que a prática cardiovascular seja infinitamente mais significativa
e determinante para a nossa saúde orgânica como um todo, essa ordem deveria ser
revista, podendo ser considerada o “coração” de um treinamento consciente e
saudável.
b)
Para evitar que a prática cardiovascular se torne infinitamente mais
significativa e determinante para a nossa saúde orgânica como um todo, podendo
ser considerada o “coração” de um treinamento consciente e saudável, essa ordem
deveria ser revista.
c)
Quando a prática cardiovascular for infinitamente mais significativa e
determinante para a nossa saúde orgânica como um todo, essa ordem deveria ser
revista, podendo ser considerada o “coração” de um treinamento consciente e
saudável.
d)
Quanto mais a prática cardiovascular é infinitamente mais significativa
e determinante para a nossa saúde orgânica como um todo, podendo ser
considerada o “coração” de um treinamento consciente e saudável, essa ordem
deveria ser revista.
e) Essa ordem deveria ser revista: a prática cardiovascular é infinitamente mais significativa e determinante para a nossa saúde orgânica como um todo, podendo ser considerada o “coração” de um treinamento consciente e saudável.
7. (Unesp 2022) Leia o soneto de Luís de Camões.
Enquanto
quis Fortuna1 que tivesse
Esperança
de algum contentamento,
O
gosto de um suave pensamento2
Me
fez que seus efeitos escrevesse.
Porém,
temendo Amor3 que aviso desse
Minha
escritura a algum juízo isento4,
Escureceu-me
o engenho5 com tormento,
Para
que seus enganos não dissesse.
Ó
vós que Amor obriga a ser sujeitos
A
diversas vontades, quando lerdes
Num
breve livro casos tão diversos,
Verdades
puras são, e não defeitos6,
E
sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis
o entendimento de meus versos.
(Luís de Camões. 20 sonetos,
2018.)
1Fortuna:
entidade mítica que presidia a sorte dos homens.
2suave
pensamento: sentimento amoroso.
3Amor:
entidade mítica que personifica o amor.
4juízo
isento: os inocentes do amor, aqueles que nunca se apaixonaram.
5engenho:
talento poético, inspiração.
6defeitos: inverdades, fantasia.
No
soneto, o eu lírico dirige-se, mediante vocativo,
a)
àqueles que não entendem seus versos.
b)
a Amor.
c)
àqueles que nunca se apaixonaram.
d)
aos amantes.
e) a Fortuna.
8.
(Enem 2021) Os velhos papéis, quando não são consumidos pelo
fogo, às vezes acordam de seu sono para contar notícias do passado.
É
assim que se descobre algo novo de um nome antigo, sobre o qual já se julgava
saber tudo, como Machado de Assis.
Por
exemplo, você provavelmente não sabe que o autor carioca, morto em 1908,
escreveu uma letra do hino nacional em 1867 – e não poderia saber mesmo, porque
os versos seguiam inéditos. Até hoje.
Essa
letra acaba de ser descoberta, em um jornal antigo de Florianópolis, pelo
pesquisador independente Felipe Rissato.
“Das
florestas em que habito/ Solto um canto varonil:/ Em honra e glória de Pedro/ O
gigante do Brasil”, diz o começo do hino, composto de sete estrofes em
redondilhas maiores, ou seja, versos de sete sílabas poéticas. O trecho também
é o refrão da música.
O
Pedro mencionado é o imperador Dom Pedro II. O bruxo do Cosme Velho compôs a
letra para o aniversário de 42 anos do monarca, em 2 de dezembro daquele ano –
o hino seria apresentado naquele dia no teatro da cidade de Desterro, antigo
nome de Florianópolis.
Disponível em: www.revistaprosaversoearte.com. Acesso em: 4 dez. 2018 (adaptado).
Considerando-se
as operações de retomada de informações na estruturação do texto, há
interdependência entre as expressões
a)
“Os velhos papéis” e “É assim”.
b)
“algo novo” e “sobre o qual”.
c)
“um nome antigo” e “Por exemplo”.
d)
“O gigante do Brasil” e “O Pedro mencionado”.
e) “o imperador Dom Pedro II” e “O bruxo do Cosme Velho”.
9. (Fmc
2021) A varíola
Graciliano Ramos
Oswaldo Cruz achava que era
vergonhoso uma pessoa apresentar marcas de bexigas. 1Pensando como
ele, o Congresso tornou obrigatória a vacina. E muita gente se descontentou. 2Estávamos
ou não estávamos em uma terra de liberdade? Tínhamos ou não tínhamos o direito
de adoecer e transmitir nossas doenças aos outros?
A 14 de novembro de 1904 houve um
motim: sublevou-se a Escola Militar, o general Travassos morreu, Lauro Sodré,
senador, e Alfredo Varela, deputado, foram presos.
3Assim, além das vítimas
que ordinariamente causa, a varíola produziu essas.
RAMOS, Graciliano. A varíola. In: ______. Pequena história da república. Rio de Janeiro: Record, 2020. p. 80-81.
“Estávamos ou não estávamos em uma terra de liberdade? Tínhamos ou não tínhamos o direito de adoecer e transmitir nossas doenças aos outros?” (ref. 2)
No
fragmento “Assim, além das vítimas que ordinariamente causa, a varíola produziu
essas.” (ref. 3), a forma sublinhada tem função:
a)
Catafórica
b)
Exofórica
c)
Anafórica
d)
Gramatical
e) Macrotextual
10. (Fmc 2021) Balé das baleias
Verissimo
“Em
compensação” não pode ser o começo de nenhuma frase sobre a pandemia que nos
assola. 1Nada compensa, mitiga, inocenta, redime, atenua, suaviza ou
absolve o vírus assassino, por respeito aos que ele já matou e continua
matando. Portanto, não veja como simpatia pelo demônio a simples constatação,
noticiada pela imprensa internacional, de que um efeito da pandemia e das
medidas tomadas para controlá-la tem sido a queda dos índices da poluição em
todo o planeta. 2Triste ironia: o ar se torna respirável pela
diminuição da atividade industrial e a ausência de gente nas ruas justamente
onde ele é mais venenoso. O demônio tem suas astúcias.
Li
que os habitantes de Marselha, no sul da França, estão vendo, diariamente, um
espetáculo raro. Baleias se aproximam da costa e se exibem, certamente
surpreendidas pela sua própria súbita ascensão ao estrelato. O porto de
Marselha é o mais importante da França, e seu movimento incessante mantém as
baleias longe. Ou mantinha. Com as limitações impostas pelo coronavírus, abriu-se
o espaço para o balé das baleias, que, não demora, estarão integradas à vida
social de Marselha, provando a bouillabaisse do Vieux-Port e dando autógrafos.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/opiniao/bale-das-baleias-24374057. Acesso em 03 jun. 2020.
Em
“Nada compensa, mitiga, inocenta, redime, atenua, suaviza ou absolve o
vírus assassino, por respeito aos que ele já matou e continua matando” (ref.
1), as formas sublinhadas evidenciam o mecanismo de
a)
progressão textual
b)
exposição de ideias
c)
relato de fatos
d)
paradoxo de ideias
e) síntese de ações
11. (Enem PPL 2019) Slow Food
A
favor da alimentação com prazer e da responsabilidade socioambiental, o slow
food é um movimento que vai contra o ritmo acelerado de vida da maioria das
pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza a rapidez e não a qualidade.
Traduzido na alimentação, o fast-food está nos produtos artificiais, que,
apesar de práticos, são péssimos à saúde: muito processados e muito distantes
da sua natureza – como os lanches cheios de gorduras, os salgadinhos e
biscoitos convencionais etc. etc.
Agora,
vamos deixar de lado o fast e entender melhor o slow food. Segundo esse
movimento, o alimento deve ser:
- bom: tão gostoso que
merece ser saboreado com calma, fazendo de cada refeição uma pausa especial do
dia;
- limpo: bom à saúde do
consumidor e dos produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem os animais;
- justo: produzido com
transparência e honestidade social e, de preferência, de produtores locais.
Deu
pra ver que o slow food traz muita coisa interessante para o nosso dia a
dia. Ele resgata valores tão importantes, mas que muitas vezes passam
despercebidos. Não é à toa que ele já está contagiando o mundo todo, inclusive
o nosso país.
Disponível
em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017.
Algumas
palavras funcionam como marcadores textuais, atuando na organização dos textos
e fazendo-os progredir. No segundo parágrafo desse texto, o marcador “agora”
a)
define o momento em que se realiza o fato descrito na frase.
b)
sinaliza a mudança de foco no tema que se vinha discutindo.
c)
promove uma comparação que se dá entre dois elementos do texto.
d)
indica uma oposição que se verifica entre o trecho anterior e o
seguinte.
e) delimita o resultado de uma ação que foi apresentada no trecho anterior.
12. (EPCAR) 2016) Analise as afirmativas abaixo.
I. A vírgula utilizada depois da palavra “contente”
separa um vocativo, enquanto os dois pontos empregados depois de “doente”
introduzem apostos.
II. Na frase “Eu estaria sendo hipócrita”,
há dois verbos e duas orações.
III. O vocábulo “Aí” marca a coloquialidade
do diálogo e poderia ser substituído, em um registro mais formal, pela
expressão “desse modo”, sem modificação do sentido.
IV. Em “analisar o que me deixa”, o pronome “que”, sintaticamente, exerce a função de objeto direto.
Está(ão) correta(s) apenas a(s)
afirmativa(s)
a) II.
b) I, II e IV.
c) I e III.
d) III e IV.
13. (Puccamp 2016) Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento.
Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia.
Comenta-se corretamente sobre o que o
segmento acima expressa, em seu contexto:
a) O que se afirma na segunda oração será
verdadeiro sempre que certas condições forem cumpridas.
b) Os dois fatos mencionados nas orações são tidos,
ambos, como possibilidades, mas difíceis de se cumprirem.
c) A primeira oração contém a hipótese que
legitimaria o que se afirma na segunda, ainda que o conteúdo desta seja
considerado altamente improvável.
d) A substituição do Se por “Caso”
não exigiria nenhuma alteração na frase e manteria fidelidade ao sentido
original.
e) O segmento exibe paralelismo entre fatos cuja ocorrência não é posta em dúvida.
14. (Espcex (Aman) 2017) Marque
a alternativa em que os termos do período foram escritos na ordem direta.
a)
Em canoa furada eu não embarco.
b)
Sempre lutamos com os mesmos objetivos na educação.
c)
Todos os anos, a cena repetia-se na escola.
d)
“Não tem azul nem estrelas a noite que enlutam os ventos”.
e) Um grande incêndio reduziu a floresta a cinzas mês passado.
15. (Unifesp 2016) Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” de Antônio Vieira (1608-1697) para responder à questão.
A primeira cousa que me desedifica,
peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a
circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os
grandes comem os pequenos. [...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para
encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego
aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos
homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos
digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para
a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos
outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes
vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às
praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele
entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os
homens como hão de comer, e como se hão de comer.
[...]
Diz Deus que comem os homens não só o
seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a
plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que
menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de
qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant.
Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta
a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e
engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo
se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres,
senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para
a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas,
diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e
continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos. São o pão
cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em
tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que
os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não
comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis.
Parece-vos bem isto, peixes?
(Antônio Vieira. Essencial, 2011.)
“Diz Deus que comem os homens não só o
seu povo, senão declaradamente a sua plebe” (2º parágrafo)
Reescrito em ordem direta, tal trecho
assume a seguinte forma:
a) Deus diz que os homens, senão declaradamente a
sua plebe, comem não só o seu povo.
b) Diz Deus que os homens comem não só o seu povo,
senão declaradamente a sua plebe.
c) Deus diz que os homens comem não só o seu povo,
senão a sua plebe declaradamente.
d) Os homens comem não só o seu povo, senão a sua
plebe declaradamente, diz Deus.
e) Os homens comem não só o seu povo, diz Deus, senão declaradamente a sua plebe.
16. (IFBA 2016) Leia a letra de música abaixo e responda ao que se pede na questão a seguir.
O Segundo Sol
(Cássia Eller)
Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação
Explicação, não tem explicação
Explicação, não
Não tem explicação
Explicação, não tem
Não tem explicação
Explicação, não tem
Explicação, não tem
Não tem
Disponível em: http://letras.mus.br/cassia-eller/12570/. Acesso em: 19.09.2015.
As quatro primeiras orações da segunda
estrofe apresentam os sujeitos classificados, respectivamente, em:
a) oculto, oculto, oculto, oculto.
b) oculto, oculto, simples, simples.
c) simples, simples, simples, simples.
d) oculto, indeterminado, simples, simples.
e) indeterminado, indeterminado, simples, simples.
17. (Upe 2015) Em agosto de 2005, a Revista Língua fez uma entrevista com Millôr Fernandes, o escritor escolhido para ser o homenageado da FLIP 2014. Eis, aqui, alguns trechos dessa entrevista.
Língua – Fazer humor é levar a sério as palavras ou
brincar com elas?
Millôr – Humor, você tem ou não tem. Pode ser do tipo mais
profundo, mais popular, mas tem de ter. 1Você vai fazendo e,
sem querer, a coisa sai engraçada. Dá para perceber quando a construção é
forçada. Tenho uma capacidade muito natural de perceber bobagem e destruir a
coisa.
Língua – Com que língua você mais gosta de trabalhar?
Millôr – Não aprendi línguas até hoje (risos). 3Gosto
de trabalhar com o português, embora inglês seja a que eu mais leio. Nunca tive
temor de nada. Deve-se julgar as obras pelo que elas têm de qualidade, não por
serem de fulano ou beltrano. Shakespeare fez muita besteira, mas tem três ou
quatro obras perfeitas, e Macbeth é uma delas.
Língua – Na sua opinião, quais vantagens o português
possui em comparação a outras línguas que você conhece?
Millôr – A principal vantagem é a de ser a minha língua.
Ninguém fala duas línguas. Essa ideia de um espião que fala múltiplas línguas
não passa de mentira. Vai lá no meio do jogo dizer “salame minguê, um sorvete
colorê...” ou “velho guerreiro”. Os modismos da língua, as coisas ocasionais,
não são acessíveis a quem não é nativo. Toda pessoa tem habilidade só no seu
idioma. Você pode aprender uma, dez, sei lá quantas expressões de outra língua,
mas ainda existirão outras mil – 4como é que se vai fazer? A
língua portuguesa tem suas particularidades. Como outras também. Aprendi desde
cedo a ter o cuidado de não rimar ao escrever uma frase. Sobretudo em “-ão”.
Língua – Quais as normas mais loucas ou mais
despropositadas da língua portuguesa?
Millôr – Toda pesquisa de linguagem é perigosa porque tem
o caráter de induzir o sentido. Não tenho nenhum carinho especial por
gramáticos. Na minha vida inteira sempre fui violento [no ataque às regras do
idioma], porque a língua é a falada, a outra é apenas uma forma de você
registrar a fala. Se todo mundo erra na crase é a regra da crase que está
errada, como aliás está. Se você vai a Portugal, pode até encontrar uma
reverberação que indica a crase. Não aqui. Aqui, no Brasil, a crase não existe.
Língua – Mas a fala brasileira é mutante e díspar, cada
região tem sua peculiaridade. Como romper regras da língua sem cair no
vale-tudo?
Millôr – 5Se não houver norma, não há como
transgredir. A língua tem variantes, mas temos de ensinar a escrever o padrão.
Quem transgride tem nome ou peito, que o faça e arque com as consequências. Mas
insisto que a escrita é apenas o registro da língua falada. De Machado de Assis
pra cá, tudo mudou. A língua alemã fez reforma ortográfica há 50 anos, correta.
Aqui, na minha geração, já foram três reformas do gênero, uma mais maluca que a
outra. 6Botaram acento em “boemia”, escreveram “xeque” quando
toda língua busca lembrar o árabe shaik, insistiram que o certo é
“veado” quando o Brasil inteiro pronuncia “viado”. Como chegaram a tais
conclusões? Essas coisas são idiotas e cabe a você aceitar ou não. Veja o caso
da crase. A crase, na prática, não existe no português do Brasil. Já vi tábuas
de mármore com crase errada. Se todo mundo erra, a crase é quem está errada. Se
vamos atribuir crase ao masculino “dar àquele”, por que não fazer o mesmo com
“dar alguém”? 2Não podemos.
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/97/millor-fernandeso-senhor-das-palavras-247893-1.asp. Acesso em: 13/06/2014. Adaptado.
Na nossa língua, temos certa liberdade
de posicionar palavras e expressões no texto, a depender dos sentidos que
pretendemos expressar. A esse respeito, assinale a alternativa CORRETA,
considerando as escolhas feitas no texto.
a) Com o trecho: “Humor, você tem ou não tem.”, o
locutor revela que prioriza a organização sintática tradicional: sujeito,
verbo, complemento.
b) Para expressar o sentido pretendido no trecho: “Não aprendi
línguas até hoje.”, o termo destacado tem posição livre, podendo ser colocado
em qualquer ponto do enunciado.
c) No trecho: “Toda pessoa tem habilidade só no
seu idioma.”, a posição do termo destacado faz com que ele incida sobre o
segmento “tem habilidade”.
d) A organização do trecho: “Toda pesquisa de
linguagem é perigosa porque tem o caráter de induzir o sentido.” demonstra a
opção do locutor em primeiro fazer uma declaração e depois apresentar uma
justificativa para o que foi declarado.
e) No trecho: “Aqui, no Brasil, a crase não existe.”, os termos “Aqui” e “no Brasil” podem trocar de posição entre si.
18. (Uece 2014) Portão
O portão fica bocejando, aberto
para os alunos retardatários.
Não há pressa em viver
nem nas ladeiras duras de subir,
1quanto mais para estudar a insípida cartilha.
Mas se o pai do menino é da oposição,
à 2ilustríssima autoridade municipal,
prima por sua vez da 3sacratíssima
autoridade nacional,
4ah, isso não: o vagabundo
ficará mofando lá fora
e leva no boletim uma galáxia de zeros.
A gente aprende muito no portão
fechado.
ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Carlos Drummond de Andrade: Poesia e Prosa. Editora Nova Aguilar:1988. p. 506-507.
Considere as seguintes afirmações sobre
os dois versos finais.
I. A separação desses dois versos em uma estrofe é
um recurso que enfatiza as ideias de exclusão, parcialidade e preconceito
presentes no poema.
II. Os dois versos constituem um enunciado que expressa
uma afirmação de valor individual ou particular.
III. Esse enunciado apresenta a estrutura linguística do axioma (máxima, provérbio, anexim): é breve, expressa um conceito sobre a realidade, tem o objetivo de ensinar e emprega o presente do indicativo.
Está correto o que se afirma apenas
em
a) II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I.
19. (Enem 2013) Gripado, penso entre
espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre
línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela
Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e
o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim
medievalinfluentia, que significava “influência dos astros sobre os
homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper,
isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o
vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES, S. “Sobre palavras”. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.
Para se entender o trecho como uma
unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos.
Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo
por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por
elipse do sujeito é:
a)
“[…] a palavra gripe nos chegou após
uma série de contágios entre línguas.”
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe […]”.
c)
“O primeiro era um termo derivado do
latim medievalinfluentia, que significava ‘influência dos astros sobre
os homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do
verbo gripper […]”.
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”
20. (Ufpr 2013) Ao realizar um
experimento no laboratório da escola, um estudante fez as seguintes anotações:
·
2 frascos com substâncias em pó, uma
amarela, outra branca.
·
10 gramas de cada uma, usando uma
balança de precisão.
·
Colocadas em uma placa de vidro e
misturadas com uma espátula.
·
Água em cima da mistura, com um
conta-gotas: 2 gotas.
· A mistura ficou alaranjada, esquentou e soltou uma fumaça branca.
Ao fazer o relatório do experimento, o
estudante teve várias dúvidas em relação à redação e escreveu cinco versões,
reproduzidas nas alternativas a seguir. Assinale a que faz um relato de forma
objetiva, correta e em linguagem adequada a um relatório.
a) Usando uma placa de vidro. Sobre a mesma,
pinguei 2 gotas de água em cima. Antes tirei dos frascos contendo as substâncias
e misturei 10 gramas do pó A (amarelo) e 10 do pó B (branco) com uma espátula.
Depois observei que a mistura ficou alaranjada, esquentou e saiu uma fumaça
branca. Foi isso que eu fiz e observei.
b) A mistura em cima da placa de vidro esquentou,
mudou de cor e soltou uma fumaça branca. Isso aconteceu depois que os pós
branco e amarelo foram pesados em uma balança de precisão, colocados em cima da
placa de vidro, 10 gramas de cada, tudo misturado com uma espátula. A água de
um conta-gotas pingou em cima. Foram 2 gotas.
c) Primeiro peguei 10 gramas das substâncias em pó,
que estavam em frascos, uma amarela (A) outra branca (B) e coloquei ambas em
uma placa de vidro, onde misturei com uma espátula, com 2 gotas de água em
cima. Saiu uma fumaça branca e ficou alaranjada. Conclusão: a mistura das
substâncias esquentaram.
d) Sobre uma placa de vidro foram colocados 10
gramas de cada uma das substâncias A (amarela) e B (branca), em pó, que foram
depois misturadas com uma espátula. Com o auxílio de um conta-gotas, foram
acrescentadas 2 gotas d'água. Observou-se então o aquecimento da mistura, que,
além disso, tornou-se alaranjada e desprendeu uma fumaça branca.
e) De um frasco com um pó branco e outro amarelo foram subtraídas 10 gramas dos mesmos e colocados ambos em uma placa de vidro. A mistura então desprendeu uma fumaça branca, a temperatura da mesma se elevou tornando-se alaranjada. Isso aconteceu após as substâncias serem misturadas entre si e com 2 gotas de água respectivamente.
21. (Ueg 2013) BRASIL E ÁFRICA SUBSAARIANA: PARCERIA SUL-SUL PARA O CRESCIMENTO
Atualmente, Brasil e África vêm restabelecendo
ligações que 1poderão ter efeitos importantes sobre
a prosperidade e o desenvolvimento de ambos. Na última década, a África
tornou-se um continente de oportunidades, com tendências econômicas positivas e
uma melhor governança.
O crescimento de alguns países africanos, sua resistência às crises globais recentes e a implementação de reformas de políticas que fortaleceram os mercados e a governança democrática vêm expandindo o comércio e o investimento na região. Apesar dessa tendência positiva, muitos países africanos ainda enfrentam enormes gargalos de infraestrutura, são vulneráveis à mudança do clima e apresentam capacidade institucional deficiente. Consequentemente, a ajuda para o desenvolvimento continua sendo uma das principais fontes de apoio ao desenvolvimento em vários países do continente, de modo que a transferência e a troca de conhecimento ainda são necessidades prementes.
A partir do final século XX, a África se tornou um dos principais temas da agenda externa do Brasil, que tem demonstrado um interesse cada vez maior em apoiar e participar do desenvolvimento de um continente que se encontra em rápida transformação. A intensificação do engajamento do Brasil com a África não somente demonstra a ambição geopolítica e o interesse econômico do Brasil: os fortes laços históricos e a afinidade com a África diferenciam o Brasil dos demais membros originais do BRICs [grupo formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China e que incluiu depois a África do Sul].
O crescimento econômico do Brasil, sua atuação crescente no cenário mundial, o sucesso alcançado com a redução da desigualdade social e a experiência de desenvolvimento oferecem lições importantes para os países africanos que, dessa forma, buscam cada vez mais a cooperação, assistência técnica e investimentos do Brasil. Ao mesmo tempo, multinacionais brasileiras, organizações não governamentais e diversos grupos sociais passaram a incluir a África em seus planos. Em outras palavras, a nova África coincide com o Brasil global.
Complementando as fortes ligações históricas e culturais, a tecnologia brasileira 2parece ser de fácil adaptabilidade a muitos países africanos em razão das semelhanças geofísicas de solo e de clima. O sucesso recente do Brasil no plano social e econômico atraiu a atenção de muitos países de língua portuguesa com os quais o país possui ligações históricas.
No que se refere à diplomacia, o Brasil mantém atualmente 37 embaixadas na África, comparado a 17 em 2002, um incremento correspondido pelo aumento do número de embaixadas africanas no Brasil: desde 2003, 17 embaixadas foram abertas em Brasília, somando-se às 16 já existentes, o que representa a maior concentração de embaixadas no Hemisfério Sul.
Os países da África Subsaariana solicitam cooperação com o Brasil em cinco áreas principais: agricultura tropical; medicina tropical; ensino técnico (em apoio ao setor industrial); energia; e proteção social (figura 1). (Áreas de interesse relativamente menor incluem ensino superior, esportes e ação afirmativa.).
No que se refere à agricultura, a Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), em parceria com várias outras instituições brasileiras de pesquisa, atua com parceiros locais na implementação de projetos modelo em agricultura com o objetivo de reproduzir o sucesso alcançado no cerrado brasileiro – semelhante a alguns solos africanos − e aprimorar o desenvolvimento agrícola e o agronegócio na África.
Investimentos do setor privado brasileiro na África tiveram início nos anos 1980 e chegaram a tal ponto que atualmente as empresas brasileiras atuam em quase todas as regiões do continente, com atividades concentradas nas áreas de infraestrutura, energia e mineração. A presença do Brasil chama a atenção devido à forma como as empresas brasileiras realizam seus negócios; elas tendem a contratar mão de obra local para seus projetos, favorecendo o desenvolvimento de capacidades locais, o que acaba por elevar a qualidade dos serviços e produtos. Dado o ambiente de negócios favorável aos investimentos brasileiros na África, a Agência Brasileira de Exportação vem fomentando a presença de pequenas e médias empresas no continente, por meio de feiras de negócios, por exemplo. As tendências analisadas em estudos internacionais indicam que o Brasil e a África desenvolvem, em conjunto, um modelo de relações Sul-Sul que 3pode ajudar a reunir os dois lados do Atlântico.
Embora as relações entre o Brasil e a África tenham
se intensificado muito na última década, ainda existem desafios consideráveis.
Em particular, existe um desconhecimento nos dois lados do Atlântico. A maioria
dos brasileiros possui conhecimento limitado e normalmente desatualizado sobre
a África; as poucas informações que têm, muitas vezes, se limitam a Angola,
Moçambique e, às vezes, à África do Sul. A burocracia de ambos os lados atrasa
o comércio marítimo que chega a levar 80 dias, em vez de 10. O Banco
Mundial 4poderia contribuir para a superação desses
obstáculos, de modo a favorecer a ampliação do relacionamento entre a África e
o Brasil e trazer benefícios adicionais para todos.
BANCO MUNDIAL/IPEA. Ponte sobre o Atlântico. Brasil e África Subsaariana: parceria Sul-Sul para o crescimento. Brasília: [s.n.], 2011. p. 1-8. (Adaptado).
No trecho “O crescimento econômico do
Brasil, sua atuação crescente no cenário mundial, o sucesso alcançado com a
redução da desigualdade social e a experiência de desenvolvimento oferecem
lições importantes para os países africanos que, dessa forma, buscam cada vez
mais a cooperação, assistência técnica e investimentos do Brasil”, são
encontradas
a) uma oração e um período composto por
coordenação.
b) duas orações e um período composto por subordinação.
c) três orações e um período composto por
coordenação.
d) quatro orações e um período composto por subordinação.
22. (Ufpr 2013)
Dez anos de Flip
Ao mesmo tempo, poucos eventos culturais despertam reações tão contraditórias quanto a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), desde que, há dez anos, ela fez de Paraty uma das capitais mundiais da literatura. Recorrendo à polarização proposta por Umberto Eco décadas atrás, há os apocalípticos e os integrados. Para os primeiros, a Flip é um show midiático patrocinado pelas grandes corporações da vida editorial, uma prova de como o capitalismo compra e corrompe tudo – e podemos encontrar sinais de "apocalipse" até no insuspeito escritor Jonathan Franzen (capa da Time como "o romancista da América"). Em sua palestra lembrou que, ao chegar a Paraty, encontrou placas enormes com propaganda de um cartão de crédito e, sussurrou, conspirador, "isso já diz muita coisa". Os americanos também adoram falar mal do dinheiro.
Franzen é um realista de carteirinha. Mas outro grande escritor, este de vocação nefelibata, o espanhol Enrique Vila-Matas, denuncia com uma certa volúpia a "extinção da literatura", entregue hoje ao horror das leis do mercado. Bem, não tomemos ao pé da letra a afirmação, uma licença poética transcendente – segundo o clássico gosto ibérico, a realidade é uma consequência do desejo, e não o contrário. A ideia apocalíptica pressupõe uma utopia poética, mas também política, redentora e pura, onde a arte, enfim, brilhará como um diamante intocado pelo mundo real.
Enquanto isso não acontece, os integrados leem
livros, pedem autógrafos, lotam as tendas da Flip, bebem cachaça, passeiam pela
cidade histórica, conversam fiado, odeiam alguns autores e amam outros; há um
clima de devoção e um culto das celebridades que faz parte do pacote (a diária
num hotel de Paraty durante a Flip é uma das mais caras do mundo).
(Adaptado de TEZZA, Cristovão. Dez anos de Flip. Gazeta do Povo, 30 jul. 2012.)
Em que alternativa o texto foi
sintetizado adequadamente?
a) As contradições da Flip são explicitadas por
alguns escritores, chamados de apocalípticos, que adoram falar mal do dinheiro.
Um deles é o insuspeito Jonathan Franzen, conhecido como "o romancista da
América". Mas as diárias de um hotel durante o evento são caríssimas.
b) A Flip desperta reações contraditórias. Para
resolver isso, a organização deveria ter mais cuidado na escolha dos
patrocinadores, pois o capitalismo compra e corrompe tudo. Quem aponta isso é o
espanhol Enrique Vila-Matas, segundo o qual as leis de mercado estão destruindo
a literatura.
c) O público que frequenta a Flip não está
interessado nas polêmicas dos escritores convidados para o evento, sejam eles
apocalípticos ou integrados, segundo a polarização formulada por Umberto Eco.
Quer aproveitar a festa: passear, conversar, conseguir autógrafos, tirar o
maior proveito possível do alto preço pago pela hospedagem.
d) Segundo Umberto Eco, há os apocalípticos e os
integrados. Na Flip, os dois grupos têm reações contraditórias: os primeiros
falam mal do dinheiro, os outros gastam sem reclamar. Mas para ambos o evento
pode ser definido como um show para a promoção e divulgação internacional de
autores e obras de interesse das grandes corporações editoriais.
e) Desde sua criação, a Flip provoca reações contraditórias: de um lado há os que consideram o evento um espetáculo em que predominam os interesses das grandes editoras; de outro os que curtem o evento sem maiores questionamentos. A partir da dicotomia proposta por Umberto Eco, os primeiros seriam os apocalípticos e os últimos os integrados.
23. (Unesp 2013) A questão toma
por base um poema de Luís Delfino (1834-1910) e a reprodução de um mosaico da
Catedral de Monreale.
Jesus Pantocrátor1
Há na Itália, em Palermo, ou pouco ao pé,
na igreja
De Monreale, feita em mosaico, a divina
Figura de Jesus Pantocrátor: domina
Aquela face austera, aquele olhar
troveja.
Não: aquela cabeça é de um Deus, não se
inclina.
À árida pupila a doce, a benfazeja
Lágrima falta, e o peito enorme não arqueja
À dor. Fê-lo tremendo a ficção
bizantina2.
Este criou o inferno, e o espetáculo
hediondo
Que há nos frescos3 de
Santo Stefano Rotondo4; Este do mundo antigo espedaçado
assoma...
Este não redimiu; não foi à Cruz:
olhai-o:
Tem o anátema5 à
boca, às duas mãos o raio,
E em vez do espinho à fronte as três
coroas de Roma.
(Luís Delfino. Rosas negras, 1938.)
(1) Pantocrátor: que tudo rege, que
governa tudo.
(2) Bizantina: referente ao Império
Romano do Oriente (330-1453 d.C.) e às manifestações culturais desse império.
(3) Fresco: o mesmo que afresco, pintura
mural que resulta da aplicação de cores diluídas em água sobre um revestimento
ainda fresco de argamassa, para facilitar a absorção da tinta.
(4) Santo Stefano Rotondo: igreja erigida
por volta de 460 d.C., em Roma, em homenagem a Santo Estêvão (Stefano,
em italiano), mártir do cristianismo.
(5) Anátema: reprovação enérgica, sentença de maldição que expulsa da Igreja, excomunhão.
A inversão das posições usuais dos
termos da oração, provocada pela necessidade de completar o número de sílabas e
obedecer às posições dos acentos tônicos nos versos, por vezes dificulta a
percepção das relações sintáticas entre esses termos. É o caso da oração
destacada, que ocupa o sexto e parte do sétimo versos. Em discurso não
versificado, essa oração apresentaria usualmente a seguinte disposição de
termos:
a) A doce, a benfazeja lágrima falta à árida
pupila.
b) A doce, a benfazeja pupila falta à árida
lágrima.
c) Falta a lágrima a doce, a benfazeja à árida
pupila.
d) Falta à pupila a árida, a doce, a benfazeja
lágrima.
e) À pupila doce a lágrima, a árida, a benfazeja falta.
24. (Unifesp 2013) Quando o falante de uma língua depara um conjunto de duas palavras, intuitivamente é levado a sentir entre elas uma relação sintática, mesmo que estejam fora de um contexto mais esclarecedor.
Assim, além de captar o sentido básico das duas palavras, o receptor atribui-lhes uma gramática – formas e conexões. Isso acontece porque ele traz registrada em sua mente toda a sintaxe, todos os padrões conexionais possíveis em sua língua, o que o torna capaz de reconhecê-los e identificá-los. As duas palavras não estão, para ele, apenas dispostas em ordem linear: estão organizadas em uma ordem estrutural.
A diferença entre ordem estrutural e ordem linear torna-se clara se elas não coincidem, como nesta frase que um aluno criou em aula de redação, quando todos deviam compor um texto para outdoor, sobre uma fotografia da célebre cabra de Picasso: “Beba leite de cabra em pó!”. Como todos rissem, o autor da frase emendou: “Beba leite em pó de cabra!”.
Pior a emenda do que o soneto.
(Flávia de Barros Carone. Morfossintaxe, 1986. Adaptado.)
De acordo com o texto, a ordem
estrutural diz respeito à macroestrutura da frase e a ordem linear à
manifestação concreta, palavra após palavra, dos constituintes da oração.
Assinale a alternativa em que, no par de palavras em destaque, em texto de
Paulo Cesarino Costa, publicado na Folha de S.Paulo de
02.08.2012, há coincidência entre essas duas ordens.
a) Exceto pelo fato de que dividirão, com
outras dezenas de esportes, as atenções de TVs e rádios, portais de internet,
jornais e revistas nos próximos dias numa rara disputa, de onde
sairão dois retratos do Brasil.
b) Nas paredes do Instituto Moreira Salles,
pode-se ver diferentes concepções de fotojornalismo: da beleza
pouco comprometida com a veracidade de Jean Manzon à objetividade das imagens
de guerra de Luciano Carneiro.
c) Num mundo cada vez mais dominado pela
reprodução eletrônica e imagética dos acontecimentos, há uma interessante
oportunidade de resgatar o momento em que a imagem começou a
questionar o poder da palavra.
d) A revista O Cruzeiro seguia
a cartilha da revista norte-americana Life, que preconizava
“um novo jornalismo, no qual as imagens formam o texto e as
palavras ilustram as imagens”.
e) Serão 11 estrelas na tela, mas os ministros do STF e suas capas negras pouco têm a ver com os 11 amarelinhos de Mano Menezes na busca do ouro olímpico.
25. (IFSP 2013) Leia o seguinte trecho de uma receita de cozinha.
1. Misture a manteiga com a farinha peneirada e junte sal. Incorpore depois o ovo e a gema.2. Adicione o leite, aos poucos, mexendo sempre até obter um preparado uniforme. (...)4. Vire a panqueca para que cozinhe de ambos os lados. Retire e recheie com uma fatia de queijo e outra de presunto. Enrole, dobre as pontas e sirva.
A primeira orientação para o preparo da
receita de panqueca é apresentada em duas frases. É possível reescrevê-las em
uma única frase, sem alterar a informação original, da seguinte maneira:
a) Assim que incorporar o ovo e a gema, misture a
manteiga com a farinha peneirada e junte sal.
b) Sucedendo a incorporação do ovo e da gema,
misture a manteiga com a farinha peneirada e junte sal.
c) Antes da incorporação do ovo e da gema, misture
a manteiga com a farinha peneirada e junte sal.
d) Depois de incorporar o ovo e a gema, misture a
manteiga com a farinha peneirada e junte sal.
e) Quando incorporar o ovo e a gema, misture a
manteiga com a farinha peneirada e junte sal.
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