1. (Unesp 2023) Nenhum grupo de mulheres brancas conheceu melhor a diferença entre seu próprio status e o status das mulheres negras do que o grupo de mulheres brancas politicamente conscientes e ativistas na luta pelos direitos civis. Ainda assim, várias dessas mulheres deslocaram-se das lutas pelos direitos civis para as lutas pela libertação da mulher e lideraram um movimento feminista em que suprimiram e negaram a consciência sobre as diferenças que viram e ouviram.

Elas entraram para o movimento feminista apagando e negando a diferença, sem pensar em raça e gênero juntos, mas eliminando raça do cenário.

(bell hooks. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras, 2018. Adaptado.)

Ao abordar aspectos do Movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos da década de 1960, o excerto

a) aponta o insucesso das reivindicações de igualdade de raça e gênero e a persistência de padrões históricos de desigualdade na sociedade norte-americana.   

b) lamenta a ausência de uma história de mobilizações feministas e negras e de uma disposição das mulheres brancas para atuar em defesa das conquistas de direitos sociais.   

c) identifica a ocorrência em paralelo de ações afirmativas das mulheres e dos negros e a falta de conexão entre esses dois campos de reivindicação de direitos.   

d) caracteriza a mudança radical por que passou a sociedade norte-americana no período e o nascimento de interconexões entre os movimentos negro e feminista.   

e) enfatiza a importância da estratégia política do ativismo feminista e sua influência sobre as mobilizações posteriores de reivindicação de direitos da população negra.   

2. (Ufpr 2023) Considere o excerto a seguir.

Na sociologia, até os anos 1970, o conceito de “papéis sociais de sexo”, apresentado pela antropóloga cultural estadunidense Margaret Mead (1901-1978), era o termo mais utilizado. É a partir dessa década que as teorias sociais passam a utilizar o conceito de gênero influenciadas pela chamada segunda onda do feminismo [...]. Desse modo, o conceito de gênero passa a enfatizar os processos de construção dos comportamentos em relação ao corpo e aos afetos, justamente para superar o “congelamento” das categorias de homem e mulher que advêm de descrições biológicas. [...] Isso quer dizer, como afirma o sociólogo francês Pierre Bourdieu, que as estruturas e instituições sociais partem de uma construção simbólica em que as características masculinas e femininas são biologizadas, naturalizadas e, portanto, dificilmente podem ser desconstruídas.

(SILVA, Afrânio et. al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 333.)

Sobre a abordagem sociológica do conceito de gênero, é correto afirmar:

a) A imaginação sociológica, categoria definida pela sociologia norte-americana, é a ferramenta mais importante no processo de construção das categorias de análise e do conceito de gênero, contrariando as teses de Pierre Bourdieu sobre os poderes simbólicos.   

b) Para a sociologia, identidade de gênero se constitui no contexto das relações sociais, base na qual se formulam sentidos e significados aos aspectos anatômicos e se institucionalizam diferenciações psíquicas e comportamentais e divisões sexuais do trabalho social.   

c) Margaret Mead pouco contribuiu para os estudos sobre gênero, pois sua abordagem estritamente antropológica não ofereceu ferramentas eficazes na análise sociológica.   

d) Apesar das diferentes ondas feministas que se formaram no decorrer do século XX, não houve impacto significativo nos estudos sociológicos sobre gênero, pois só muito recentemente a sociologia tem se preocupado com o tema.   

e) Para a teoria social, é imprescindível considerar os aspectos inatos e essenciais da atividade humana, logo, os estudos sociológicos daí decorrentes demonstram como os aspectos relacionais têm pouca influência sobre os estudos de gênero.   

3. (Unioeste 2021) Simone de Beauvoir afirmou em 1949 que “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado, que qualificam de feminino”.

(BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016, p. 11. 

A respeito da forma como as ciências sociais – Antropologia, Sociologia e Ciência Política – discutem a relação entre sexo e gênero, é INCORRETO afirmar.

a) As ciências sociais mostram que existem muitos processos sociais, culturais e políticos que contribuem para que uma pessoa se torne “mulher” ou “homem” efetivamente.   

b) Estudos recentes mostram que além do binarismo de gênero – masculino e feminino ou homem e mulher – existem diversas vivências possíveis na relação entre sexo e gênero.   

c) As ciências sociais contribuem para entender como uma pessoa que nasceu com um tipo de aparelho reprodutor e dosagens hormonais específicas se torna “homem” ou “mulher”.   

d) As ciências sociais endossam as visões biológicas e religiosas a respeito da determinação do gênero – masculino e feminino – a partir do sexo anatômico, tal como o define a biologia.   

e) A obra de Simone de Beauvoir inspirou muitos estudos a respeito da condição da mulher na sociedade e contribuiu para os estudos de gênero que se multiplicam atualmente.   

4. (Uerj 2020) APÓS 70 ANOS, SIMONE DE BEAUVOIR AINDA MOSTRA CAMINHO DA LIBERDADE FEMININA

“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. A célebre frase que abre o segundo volume de O segundo sexo, de 1949, sintetiza as teses apresentadas por Simone de Beauvoir nas mais de 900 páginas de um estudo fascinante sobre a condição feminina. Beauvoir admite que as diferenças biológicas desempenham algum papel na construção da inferioridade feminina, mas defende que a importância social dada a essas diferenças é muito mais determinante para a opressão. Ser mulher não é nascer com determinado sexo, mas, principalmente, ser classificada de uma forma negativa pela sociedade. É ser educada, desde o nascimento, a ser frágil, passiva, dependente, apagada, delicada, discreta, submissa e invisível.

MIRIAN GOLDENBERG. Adaptado de www1.folha.uol.com.br, 10/03/2019.

As reflexões de Simone de Beauvoir na obra O segundo sexo continuam presentes nos debates atuais referentes ao feminismo e às condições de vida das mulheres, em diversas sociedades.

De acordo com o texto de Mirian Goldenberg, a abordagem realizada por Simone de Beauvoir valoriza princípios do seguinte tipo: 

a) étnico-raciais    

b) político-religiosos    

c) histórico-culturais    

d) econômico-científicos   

5. (Enem 2015) Ninguém nasce mulher; torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.

BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

Na década de 1960, a proposição de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca o(a)

a) ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual.   

b) pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho.   

c) organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero.   

d) oposição de grupos religiosos para impedir os casamentos homoafetivos.   

e) estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.   

6. (Uel 2022) Leia o texto a seguir

 

Aproximadamente uma em cada quatro milhões acima de 16 anos foi vítima de algum tipo de violência na pandemia no Brasil.

07/06/2021 08h00

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) concluiu que 24,4% das mulheres acima de 16 anos afirmam ter sofrido algum tipo de violência, seja física, psicológica ou sexual, no último ano no Brasil durante a pandemia da Covid-19.

Ainda de acordo com o estudo, estas 24,4% de mulheres representam uma população de 17 milhões de vítimas. Como referência existem 100 milhões de mulheres de todas as idades em território brasileiro.

Na comparação com os dados da última pesquisa (2019), houve aumento do número de agressões dentro de casa, que passou de 42% para 48,8%; cresceu a participação de companheiros, namorados e ex-parceiros nas agressões; e diminuíram as agressões na rua, que passaram de 29% para 19%.

Comentários dos leitores:

Leitor 1 há 2 meses

Esse dado de 1 a cada 4 mulheres não está certo. Não vou nem argumentar porque não tenho provas, mas tenho quase certeza de que está errado, palhaçada isso!

 

Leitor 2 há 2 meses

Esse dado é falso porque isso significaria que a cada quatro conhecidas suas uma teria sido agredida. Você conhece alguma agredida, ..............         

 

Leitor 3 há 2 meses

Parece suspeito que mais de 25 milhões de mulheres tenham sido agredidas.

Esse número só pode estar inflado.

Adaptado de: //g1.globo.com/

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a atuação dos movimentos feministas de mulheres, no Brasil, em relação à violência contra a mulher, assinale a alternativa correta.

a) Os movimentos de mulheres, ao promover a campanha “Quem Ama Não Mata”, contribuíram para a recusa das teses jurídicas de crime passional nos casos de violência contra as mulheres.   

b) A redução da violência contra a mulher no espaço público, no contexto da pesquisa noticiada, deve-se ao fortalecimento das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher no período.   

c) As feministas, com o lema “O Pessoal é Político”, centralizam sua luta nas reivindicações por direitos políticos, assegurando maior participação das mulheres nos partidos e em cargos da administração pública.   

d) Para os movimentos feministas, o combate ao alcoolismo e a outras drogas lícitas e ilícitas entre homens é uma prioridade na Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.   

e) Com o lema “Em Briga de Marido e Mulher, Não se Mete a Colher”, os movimentos de mulheres reivindicam afastamento das políticas punitivistas da segurança pública nos casos de violência doméstica.   

7. (Ufsc 2020 - Adaptada) [...] Mirem-se no exemplo

Daquelas mulheres de Atenas

Geram pros seus maridos

Os novos filhos de Atenas

Elas não têm gosto ou vontade

Nem defeito, nem qualidade

Têm medo apenas [...]

HOLANDA, Chico Buarque de. Mulheres de Atenas. Disponível em: http://m.letras.mus/chico-buarque/45150. Acesso em: 30 set. 2019.

Sobre democracia e participação das mulheres na política, é correto afirmar que:

a) desde o século XIX, as mulheres tinham os mesmos direitos que os homens e eram as protagonistas na política do Império brasileiro; a assinatura da Lei Áurea por uma mulher, a princesa Isabel, é exemplo disso.   

b) o movimento feminista foi decisivo para a Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo no século XIX; ao reivindicar e conquistar o direito ao trabalho nas fábricas, o movimento permitiu que as condições insalubres e as longas jornadas de trabalho atingissem igualmente homens e mulheres.    

c) ao contrário do que se verificou em Atenas, assim que o voto foi instituído no Brasil as mulheres puderam votar e receber votos.   

d) Atenas, considerada o berço da democracia, construiu um sistema político no qual parcelas da sociedade eram excluídas da participação política: escravos e estrangeiros, por exemplo.    

e) o movimento sufragista britânico do final do século XIX e início do século XX contou com o apoio das forças policiais em seus protestos, que coagiram os parlamentares a aprovarem o direito das mulheres de votar e de receber votos.   

8. (Ufpr 2018) Leia o seguinte excerto da intelectual e ativista Angela Davis:

A prova das forças acumuladas que as mulheres negras forjaram por meio de trabalho, trabalho e mais trabalho pode ser encontrada nas contribuições de muitas líderes importantes que surgiram no interior da comunidade negra. Harriet Tubman, Sojourner Truth, Ida Wells e Rosa Parks não são mulheres negras excepcionais, na medida em que são epítomes da condição da mulher negra. As mulheres negras, entretanto, pagaram um preço alto pelas forças que adquiriram e pela relativa independência de que gozavam. Embora raramente tenham sido “apenas donas de casa”, elas sempre realizaram tarefas domésticas.

(DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 5253-5259 [kindle edition].)

A respeito do movimento dos Direitos Civis nos EUA, considere as seguintes afirmativas:

1. A célebre Marcha sobre Washington para o Trabalho e Liberdade de 1963 foi marcada pela participação importante de mulheres negras com um discurso que privilegiava o papel dos negros em relação aos brancos.

2. A participação feminina nas marchas, boicotes e manifestações de rua que marcaram a década de 1960 nos EUA teve como demanda principal a igualdade de gênero.

3. Rosa Parks aparece no excerto acima graças a duas questões. A primeira, pelo fato de ser uma mulher comum negra, que tinha a sua dupla atribuição de trabalho. A segunda, especificamente por ocupar esse papel é que seu ato de desobediência civil foi mais impactante que o de outras lideranças.

4. A relativa independência das mulheres negras provém de problemas da condição de risco em que viviam seus companheiros homens, uma vez que era muito comum o fato de eles serem encarcerados ou sofrerem outros tipos de violência. Nesse sentido, a independência das mulheres negras nos EUA era sintoma da desigualdade entre negros e brancos.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.   

b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.   

c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.   

d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.   

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.   

9. (Uel 2022) Em vários momentos, o sangue é visto como impuro ou até mesmo venenoso. Tabus relativos à menstruação podem ser encontrados na Bíblia e no Alcorão destacando a “impureza” não só da mulher, mas de tudo aquilo que ela toca ou usa. Até o final da década de 1950, o meio médico insistia numa velha crença europeia de que o útero produzia uma substância tóxica chamada menotoxina.

Adaptado de: www.uol.com.br/

Com base nos conhecimentos sobre diversidade cultural e status das mulheres em vista da condição de pessoas que menstruam, considere as afirmativas a seguir.

 

I. Estigmas e tabus da menstruação, em que um processo natural é tido como algo vergonhoso, contribuem para reduzir a misoginia e os impactos econômico e ambiental.

II. O sangue menstrual, tido como agente poluidor, possuidor de poderes mágicos, geralmente maléficos, faz parte das construções reforçadas no recente movimento sobre pobreza menstrual.

III. Em algumas sociedades tradicionais, a menarca representa um importante evento que marca a transição para a vida adulta, a partir da capacidade reprodutiva do corpo feminino.

IV. Mudanças culturais que criaram interdições ao tema da menstruação corresponderam à perda de autonomia das mulheres, com aumento dos controles sociais sobre seus corpos.

 

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.    

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.   

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.   

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.   

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.   

10. (Uema 2021) Analise a seguinte imagem sobre desigualdade de gênero e mercado de trabalho.


O problema social evidenciado na charge é explicado pelo conceito sociológico de

a) dupla jornada de trabalho, pois, além das atividades profissionais, as mulheres, ainda, precisam assumir as tarefas domésticas, uma vez que os homens, em sua maioria, tendem a não dividir essa responsabilidade.   

b) competitividade de gênero, pois as mulheres precisam ajustar suas rotinas, além de terem de enfrentar vários obstáculos que dificultam a disputa pela vaga de trabalho, quando comparadas aos homens que não têm contratempos profissionais.   

c) dominação masculina, pois as mulheres embora possuam as mesmas qualificações para ocuparem postos de trabalho, quando comparadas aos homens, precisam dedicar mais tempo aos seus afazeres profissionais para superarem a força física masculina.   

d) terceirização da produção, pois as mulheres precisam repassar para outras pessoas parte de seus afazeres domésticos para se dedicarem exclusivamente ao trabalho, diferentemente dos homens que não têm essa preocupação e largam na frente na corrida profissional.   

e) flexibilização da mão de obra, pois as mulheres são mais adaptáveis no mundo do trabalho, sendo capazes de exercerem mais de uma atividade ao mesmo tempo, enquanto os homens apresentam mais dificuldades para serem polivalentes.   

11. (Uerj 2019) A origem operária do 8 de março

Para muitos, o 8 de março é apenas um dia para dar flores e fazer homenagens às mulheres. Mas, diferentemente de outras datas comemorativas, esta não foi criada pelo comércio. Oficializado pela Organização das Nações Unidas em 1975, o chamado Dia Internacional da Mulher era celebrado muito tempo antes, desde o início do século XX. E se hoje a data é lembrada como um pedido de igualdade de gênero e com protestos ao redor do mundo, no passado nasceu principalmente de uma raiz trabalhista. Foram as mulheres das fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa que começaram uma campanha dentro do movimento socialista para reivindicar seus direitos – as condições de trabalho delas eram ainda piores do que as dos homens à época.

Adaptado de bbc.com.

Com base na reportagem, a criação do Dia Internacional da Mulher tem origem nas manifestações sociais em defesa de: 

a) ampliação da cidadania    

b) expansão da liberdade    

c) promoção da diversidade    

d) valorização da pluralidade   

12. (Enem PPL 2019) O feminismo teve uma relação direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociológico. Ele questionou a clássica distinção entre o “dentro” e o “fora”, o “privado” e o “público”. O slogan do feminismo era: “o pessoal é político”. Ele abriu, portanto, para a contestação política, arenas inteiramente novas: a família, a sexualidade, a divisão doméstica do trabalho etc.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado).

O movimento descrito no texto contribui para o processo de transformação das relações humanas, na medida em que sua atuação

a) subverte os direitos de determinadas parcelas da sociedade.   

b) abala a relação da classe dominante com o Estado.   

c) constrói a segregação dos segmentos populares.   

d) limita os mecanismos de inclusão das minorias.   

e) redefine a dinâmica das instituições sociais.   

13. (Enem PPL 2018) A elaboração da Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha) partiu, em grande medida, de uma perspectiva crítica aos resultados obtidos pela criação dos Juizados Especiais Criminais direcionada à banalização do conflito de gênero, observada na prática corriqueira da aplicação de medidas alternativas correspondentes ao pagamento de cestas básicas pelos acusados.

VASCONCELOS, F. B. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 11 dez. 2012 (adaptado).

No contexto descrito, a lei citada pode alterar a situação da mulher ao proporcionar sua

a) atuação como provedora do lar.    

b) inserção no mercado de trabalho.   

c) presença em instituições policiais.    

d) proteção contra ações de violência.    

e) participação enquanto gestora pública.    

14. (Unesp 2018) Sou imperfeito, logo existo. Sustento que o ser ou é carência ou não é nada. Sustento que uma pessoa com deficiência intelectual é um ser com carências e imperfeições. Sustento que eu, você e ele somos seres com carências e imperfeições. Portanto, concluo que nós, os seres humanos, pelo fato de existir, somos – TODOS – incapazes e capazes intelectualmente. A diferença entre um autista severo e eu é o grau de carência, não a diferença entre o que somos. A “razão alterada” é um tipo de racionalidade diferenciada que considera as pessoas como seres únicos e não categorizados em padrões sociais que agrupam as pessoas por níveis, índices ou coeficientes.

(Chema Sánchez Alcón. “Crítica de la razón alterada”. http://losojosdehipatia.com.es, 30.10.2016. Adaptado.)

De acordo com o texto, “razão alterada” é

a) uma racionalidade tradicional voltada à pesquisa filosófica do ser como entidade metafísica.   

b) um conceito científico empregado para legitimar padrões de normalidade com base na biologia.   

c) um conceito filosófico destinado a criticar a valorização da diferença no campo intelectual.    

d) uma metodologia científica que expressa a diferença entre seres humanos com base no coeficiente intelectual.   

e) um tipo de racionalidade contestadora de padrões sociais e dotada de pretensões universalistas.    

15. (Enem PPL 2016) A experiência do movimento organizado de mulheres no Brasil oferece excelente exemplo de como se pode utilizar a lei um favor da melhoria do status jurídico, da condição social, do avanço no sentido de uma presença mais efetiva no processo de decisão política. Ao longo de quase todo o século XX, com mais intensidade em algumas décadas do que em outras, as mulheres brasileiras conseguiram obter vitórias expressivas. Algumas vezes, abolindo dispositivos legais discriminatórios, outras conseguindo aprovar novas leis.

TABAK, F. A lei como instrumento de mudança social. In: TABAK, F.; VERUCCI, F. A difícil igualdade: os direitos da mulher como direitos humanos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.

A atuação do movimento social abordado no texto resultou, na década de 1930, em

a) direito de voto.   

b) garantia de cotas.   

c) acesso ao trabalho.   

d) organização partidária.   

e) igualdade de oportunidades.   

16. (Uel 2008) As relações amorosas, após os anos de 1960/1980, tenderam a facilitar os contatos feitos e desfeitos imediatamente, gerando uma gama de possibilidades de parceiros e experimentos de prazer. Essa forma de contato amoroso tem sido denominada pelos jovens como “ficar”. Assim, em uma festa pode-se “ficar” com vários parceiros ou durante um tempo “ir ficando” em diferentes situações, sem que isso se configure em compromisso, namoro ou outra modalidade institucional de relação. Os processos sociais que provocaram as mudanças nas relações amorosas, bem como suas consequências para o indivíduo e para a sociedade, têm sido problematizados por vários cientistas sociais.

Assinale a alternativa em que o texto explica os sentidos das relações amorosas descritas acima. 

a) “Hoje as artes de expressão não são as únicas que se propõem às mulheres; muitas delas tentam atividades criadoras. A situação da mulher predispõe-na a procurar uma salvação na literatura e na arte. Vivendo à margem do mundo masculino, não o apreende em sua figura universal e sim através de uma visão singular; ele é para ela, não um conjunto de utensílios e conceitos e sim uma fonte de sensações e emoções; ela interessa-se pelas qualidades das coisas no que têm de gratuito e secreto [...]”. (BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 5 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1980. p. 473.)   

b) “Hoje, no entanto, existe uma renovação, o que significa dizer que os cientistas, quando chegam através do seu conhecimento a esses problemas fundamentais, tentam por si próprios compreendê-los e fazem um apelo à sua própria reflexão. Nos próximos anos, por exemplo, após as experiências do Aspecto, a discussão sobre o espaço e sobre o tempo – problemas filosóficos – vai ser retomada”. (MORIN, E. A inteligência da complexidade. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2000. p. 37.)   

c) “Nova era demográfica de declínio populacional não catastrófico pode estar alvorecendo. Fome, epidemias, enchentes, vulcões e guerras cobraram seu preço no passado, mas que grandes populações não se reproduzam por escolha individual é uma mudança histórica notável. Na Europa Ocidental, esse padrão está se estabelecendo em tempos de paz, sob condições de grande prosperidade, embora, sejam ainda visíveis oscilações conjunturais, significativas na depressão escandinava do início dos anos de 1990.” (THERBORN, G. Sexo e poder. São Paulo: Contexto, 2006. p. 446).   

d) “É assim numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto para o uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a ’experiência amorosa’ à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço. (BAUMAN, Z. Amor líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p.21-22). 

e) “Viver na grande metrópole significa enfrentar a violência que ela produz, expande e exalta, no mesmo pacote em que gera e acalenta as criações mais sublimes da cultura.[...] Nesse sentido, talvez a primeira violência de que somos vítima, já no início do dia, é o jornalismo, sempre muito sequioso de retratar e reportar, nos mínimos detalhes, o que de mais contundente e chocante a humanidade produziu no dia anterior [...]”. (NAFFAH NETO, A. Violência e ressentimento. In: CARDOSO, I. et al (Orgs). Utopia e mal-estar na cultura. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 99.)   

17. (Ufu) A sociedade contemporânea abriga inúmeros e diversificados movimentos sociais, dentre eles, os movimentos feministas que visam à transformação da situação feminina e das relações entre mulheres e homens na sociedade, em diversos aspectos.

A despeito de suas diversas configurações – liberal, socialista, radical, pós-moderna etc., são bandeiras comuns às diversas agendas feministas  

a) a luta contra a discriminação sexual no trabalho, o combate à violência de gênero e a elaboração de uma grande teoria capaz de aglutinar as mulheres e unificá-las no bojo da categoria universal “mulher”.    

b) a luta contra as desigualdades assentadas sobre as diferenças sexuais dos sujeitos sociais; a igualdade de oportunidades para mulheres e homens; o combate à violência de gênero.    

c) o combate à violência de gênero; a luta pela preservação de guetos ocupacionais femininos e masculinos; a defesa de direitos sexuais e reprodutivos.    

d) o combate à propriedade privada como mecanismo de opressão de gênero; a defesa de direitos sexuais e reprodutivos; a luta contra a discriminação no trabalho.    

18. (Ucs) Apesar de todas as mudanças sociais, culturais, econômicas, políticas, dos meios de comunicação e de valores ocorridas no século XX, a discriminação da mulher é ainda um fato comum na sociedade atual.

Considere as seguintes afirmações sobre o papel da mulher na sociedade brasileira.

 

I. Getúlio Vargas, em 1934, promulgou uma Constituição que dava às mulheres o direito de voto e o direito de serem votadas.

II. A participação feminina na população economicamente ativa, a partir da década de 60, teve um aumento significativo, devido à necessidade de as mulheres trabalharem fora de casa para ajudar no orçamento familiar.

III. As mulheres organizaram várias ONGs feministas, na década de 80, para terem participação na vida social e política nacional, e nessa década foi criado o Conselho Nacional da Condição Feminina, ligado ao Ministério da Justiça.

Das afirmações acima,

a) apenas I está correta.   

b) apenas II está correta.   

c) apenas III está correta.   

d) apenas II e III estão corretas.   

e) I, II e III estão corretas.   

19. (Uel) “Em geral, o feminismo veio demonstrar que a opressão tem muitas faces, uma das quais é a opressão das mulheres por via da discriminação sexual. Ao privilegiar a opressão de classe, o marxismo secundarizou e, no fundo, ocultou a opressão sexual e, nessa medida, o seu projeto emancipatório ficou irremediavelmente truncado. [...] Se para as feministas marxistas, a primazia explicativa das classes é admissível desde que seja articulada com o poder e a política sexual, para a maioria das correntes feministas não é possível estabelecer, em geral, a primazia das classes sobre o sexo ou sobre outro fator de poder e de desigualdade e algumas feministas radicais atribuem mesmo a primazia explicativa ao poder sexual.” 

(SOUZA S., Boaventura. Pela mão de Alice, o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1996. p. 41.)

De acordo com o texto, é correto afirmar:

a) A teoria marxista das classes, como explicação das relações de gênero, é o fundamento dos movimentos feministas.   

b) Ao priorizar a opressão de classe, o marxismo eclipsou a opressão feminina, destituindo-a de sua relevância social.   

c) As feministas marxistas defendem a primazia do poder sexual sobre a de classes.   

d) O feminismo radical, ao explicitar a discriminação sexual como forma de opressão, fortaleceu o entendimento marxista da sociedade.   

e) O projeto emancipatório das feministas teve significativo impulso após a adoção do marxismo enquanto modelo explicativo da opressão feminina.   

20. (Ufu) A luta das mulheres, no Brasil, por igualdade de condições com os homens no mercado de trabalho apresenta hoje os seguintes resultados:

I. crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho.

II. predomínio da igualdade salarial entre homens e mulheres que executam as mesmas tarefas.

III. ocupação, pela mulher, de cargos de direção nas empresas em proporções iguais às do homem.

IV. qualificação profissional da mão de obra feminina em ritmo acelerado.

Selecione a alternativa correta.

a) I, II e III   

b) I e IV   

c) II, III e IV   

d) III e IV   

21. (Ufu) O movimento feminista propõe uma nova leitura e uma nova prática aos movimentos sociais quando

I. provoca uma nova visão e novos saberes dentro dos sindicatos.

II. denuncia as relações de poder nos próprios movimentos e torna visível a diferença homem/mulher.

III. leva as mulheres a perderem espaço dentro dos movimentos sociais.

IV. leva, na prática, a questão da identidade de gênero da mulher para o interior dos movimentos sociais.

Assinale a alternativa correta.

a) III e IV estão corretas.   

b) II, III e IV estão corretas.   

c) II e III estão corretas.

d) I, II e IV estão corretas.    

22. (Uem) “Quando deixei a casa de meus pais, fui morar em uma república de rapazes em São Leopoldo. Lá, todos eram obrigados a dividir as tarefas domésticas. Graças a essa experiência, anos depois, já em Recife, minha companheira e eu pudemos estabelecer um novo arranjo na divisão do trabalho doméstico, arranjo esse fora dos padrões dominantes em que cabe aos homens o exercício das atividades do domínio público e às mulheres as atividades domésticas. A participação de minha companheira em alguns movimentos sociais, incluindo o movimento feminista, também teve papel decisivo na maneira como tentamos educar nossos filhos. Certamente, a experiência deles tem sido diferente da minha e das gerações anteriores. Sei que isso não significa uma superação de todos os traços culturais que sinalizam para a desigualdade de gênero, mas já avançamos muito em relação às circunstâncias vivenciadas pelos meus pais, avós e, de maneira geral, pelos homens que ainda esperam ser servidos pelas mulheres da casa.”  

(BRYM, Robert et al. Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2006, p. 281 e 282).

A partir do relato acima, escrito pelo sociólogo Remo Mutzenberg como parte de sua história de vida, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) Apesar de a divisão social do trabalho ter atingido altíssimos graus de especialização em nossa sociedade, a realização das tarefas domésticas continua concentrada no trabalho feminino.   

02) A discussão sobre as questões de ordem privada, como as relações conjugais e o cuidado dos filhos, não integram a pauta do movimento feminista, que tem um caráter de reivindicações concentradas na conquista de direitos políticos para as mulheres.   

04) A participação das mulheres no mercado de trabalho, no último século, é marcada por avanços e conquistas. Contudo, a persistência das desigualdades de gênero se manifesta nos menores salários pagos às mulheres, na dupla ou tripla jornada exercida por elas e na vulnerabilidade às atitudes de assédio moral e de assédio sexual.   

08) A identificação clara de atribuição de tarefas para cada um dos sexos determina que as crianças identifiquem as regras normais e naturais dessa divisão.   

16) A família patriarcal, aquela que fundamenta sua autoridade na figura masculina, é um modelo que se associa ao processo de colonização do Brasil e guarda, para além das dimensões de afinidade ou de solidariedade familiar, características econômicas e políticas.   

23. (UFRN) O texto abaixo analisa as relações entre o homem e a mulher no Brasil, no período da Colônia e do Império.

Muitas mulheres foram enclausuradas, desprezadas, vigiadas, espancadas, perseguidas. Em contrapartida, várias reagiram às violências que sofriam. Parte da população feminina livre esteve sob o poder dos homens, outra parte rompeu uniões indesejáveis e tornou-se senhora do próprio destino. As práticas consideradas "mágicas" foram uma das maneiras pelas quais as mulheres enfrentaram as contrariedades do cotidiano. Chegaram até mesmo a causar temor entre os homens. Acreditava-se que as "feiticeiras" tinham o poder de "cura" ou o poder sobre o amor e a fertilidade masculina e feminina através de "poções mágicas".

(Adaptado de: MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 1997. p. 239.) 

A partir do texto, é possível concluir que, na sociedade brasileira colonial e imperial,

a) as mulheres ocupavam o centro decisório das famílias, mesmo que homens praticassem atos violentos contra elas, ferindo o estabelecido pela lei.

b) o modelo de família patriarcal, apesar de dominante, era subvertido por vários procedimentos adotados pelas mulheres.

c) o rompimento de uma relação matrimonial por parte da mulher era considerado um ato de feitiçaria, passível de punição pela Inquisição católica.

d) as mulheres tinham poder de decisão quanto ao número de filhos, satisfazendo, assim, o modelo feminino característico da sociedade patriarcal.

24. (PITÁGORAS) “Ao afirmar que “o pessoal é político”, o feminismo trás para o espaço da discussão política as questões até então vistas e tratadas como específicas do privado, quebrando a dicotomia público-privado base de todo o pensamento liberal sobre as especificidades da política e do poder político. O movimento ressignificou o poder político e a forma de entender a política ao colocar novos espaços no privado e no doméstico. Sua força está em recolocar a forma de entender a política e o poder, de questionar o conteúdo formal que se atribuiu ao poder a as formas em que é exercido. Distingue-se dos outros movimentos de mulheres por defender os interesses de gênero das mulheres, por questionar os sistemas culturais e políticos construídos a partir dos papeis de gênero historicamente atribuídos às mulheres, pela definição da sua autonomia em relação a outros movimentos, organizações e o Estado e pelo princípio organizativo da horizontalidade, isto é, da não existência de esferas de decisões hierarquizadas."

(Alvarez,1990:23).” Ana Alice Alcântara Costa (“O movimento feminista no Brasil: dinâmicas de uma intervenção política”, publicado em 2005, Revistas Labrys).

Assinale a alternativa que EXPRESSA, através de um provérbio popular, um endosso à separação entre o espaço público e o espaço privado.

a) em terra de cegos quem tem olho é rei.

b) em casa de ferreiro, espeto é de pau.

c) em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher.

d) Escada se varre de cima pra baixo.

e) Em Roma, como os romanos.

25. (UERJ) A publicidade abaixo expressa ideias e valores dos movimentos de contestação e de crítica de costumes, ocorridos em sociedades europeias e americanas, incluindo-se o Brasil, na década de 1960.

Uma das transformações ocasionadas por esses movimentos de contestação, claramente explorada na publicidade, foi:

a) politização das questões de gênero

b) mecanização do trabalho doméstico

c) modernização da identidade feminina

d) massificação dos hábitos de consumo






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