1. (Uece 2022) Por volta dos anos 1970, a partir de suas pesquisas, o cientista político norte-americano Ronald Inglehart apontou que, nos países mais desenvolvidos economicamente, as pessoas mais jovens, diferente dos mais velhos, não valorizavam mais questões como melhores salários e carreira estável, mas sim causas como a defesa do meio- ambiente, os direitos dos animais, mais igualdade entre os gêneros. Para Inglehart, então, os mais jovens desses países desenvolvidos estavam estimando valores pós-materialistas, isto é, valores que não estavam diretamente ligados às preocupações materiais da vida.
Partindo
do exposto, assinale a afirmação verdadeira.
a)
Na medida em que o Estado garante o mínimo de
bem-estar social, as pessoas mais jovens se preocupam mais com empregos e bons
salários.
b)
Os mais velhos, nos países ricos, se preocupam,
cada vez mais, com a qualidade de vida, incluindo preservação do meio ambiente
e da vida animal.
c)
Quanto mais os países se desenvolvem, maior é a
priorização, pelos indivíduos, de valores pós-materialistas.
d) As pessoas que vivem em países de muita miséria e pauperismo começam a se interessar por valores pós-materialistas como a sobrevivência diária.
2. (Uece 2022) No Brasil, para as legislações vigentes, o adolescente é definido pela faixa etária entre 12 a 17 anos. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pessoa jovem é o indivíduo que se encontra em outro parâmetro etário: de 15 a 29 anos de idade. De modo geral, a juventude tem como parâmetro oficial questões que apontam para uma determinada fase de maturação biológica dos seres humanos. Mas, para as ciências sociais como a Sociologia, o significado de “ser jovem” está ligado principalmente a questões socioculturais e se modifica de acordo com outros condicionamentos sociológicos como o de classe social, gênero e raça, por exemplo. Assim, para além de um fato biológico da maturação corporal, “ser jovem”, em síntese, para as ciências sociais, não significa seguir determinados padrões de conduta nas sociedades contemporâneas, mas é algo marcado por diversas variáveis.
No que diz respeito à definição de juventude na
perspectiva sociológica, assinale a afirmação verdadeira.
a) A juventude é uma simbolização sobre um estágio natural de desenvolvimento orgânico e, a partir daí, pode ser definida por aspectos culturais e sociais.
b) A juventude é uma fase da vida em que a transgressão e a rebeldia aos padrões conservadores e tradicionais identificam todos que se consideram jovens.
c) A adolescência e o “ser jovem” estão ligados a grupos geracionais mais novos e que se contrapõem às gerações mais velhas em todas as sociedades.
d) O fato de “ser jovem” está fundado em uma fase em que pesam as obrigações da vida adulta diante da moderação de uma vida com diversão e prazeres.
3.
(Unicamp 2021) Como justificar que somos uma humanidade, se mais
de 70% estão totalmente alienados do mínimo exercício de ser? A modernização
jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias,
para virar mão de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de
seus coletivos, de seus lugares de origem, e jogadas nesse liquidificador
chamado humanidade. Se as pessoas não tiverem vínculos profundos com sua
memória ancestral, com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão
ficar loucas neste mundo maluco que compartilhamos.
(Adaptado de Ailton Krenak, Ideias para adiar o fim do mundo. Apple Books, 2018, p. 10.)
Com
base no texto e em seus conhecimentos, assinale a alternativa que apresenta
corretamente os conceitos de “alienação” e “identidade”, respectivamente,
a)
dissociação dos seres humanos de algum aspecto essencial de sua
natureza; interações coletivas construídas sobre heranças espaciais e
temporalidades vividas.
b)
associação dos seres humanos com a natureza fundamental das sociedades;
enraizamentos em espaços e temporalidades herdados que constroem nexos
coletivos.
c)
falta de controle sobre processos sociais capitais para a vida das
pessoas; apagamento dos tempos e temporalidades precedentes como forma de
vínculo coletivo.
d) consciência e controle plenos das transformações nas relações sociais; estranhamento com relação aos espaços herdados e projetos de futuro das coletividades.
4.
(Enem (Libras) 2017) Os guaranis encontram-se hoje
distribuídos pela Bolívia, Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina. A condição de
guarani remete diretamente para a ideia de pertencimento e para as relações de
parentesco. Daí a importância da concepção de território como espaço de
comunicação. Eles têm parentes nos diversos países e seguem se visitando
regularmente. Os guaranis seguem com noções e conceitos próprios de fronteira,
uma ideia mais sociológica e ideológica, que inclui, exclui e define quem
pertence e quem não pertence a determinado grupo social.
O dilema das fronteiras na trajetória guarani. Entrevista especial com Antônio Brand. Disponível em: www.ihuonline.unisinos.br. Acesso em: 15 ago. 2013 (adaptado).
De
acordo com o texto, o processo de demarcação das terras reivindicadas por esse
povo enfrenta como dificuldade o(a)
a)
valor de desapropriação das áreas legalizadas.
b)
engajamento de jovens na luta pela reforma agrária.
c)
escassez de zonas cultiváveis nas regiões contíguas.
d)
tensão entre identidade coletiva e normatizações das nações
limítrofes.
e) contradição entre sustento extrativista e desmatamento das florestas tropicais.
5. (Unicamp 2021)
A
partir do registro fotográfico da derrubada da estátua de Cristóvão Colombo em
Saint Paul, Minnesota, Estados Unidos, em junho de 2020, e de seus
conhecimentos sobre as relações entre presente e passado, assinale a
alternativa correta.
a)
O progresso histórico demonstra que as estátuas do passado perdem os
seus significados no presente, justificando sua derrubada dos espaços públicos.
b)
As estátuas e os monumentos medeiam formas de lembrar o passado e de
compreender o presente, e seus significados são sempre suscetíveis a disputas
políticas e sociais.
c)
As estátuas e os monumentos testemunham modos de viver e conceber o
mundo no passado, portanto são alheios à ideologia e às disputas políticas.
d) As estátuas e os monumentos do passado são veículos neutros em termos ideológicos e políticos, por isso devem ser preservados e protegidos de vandalismo.
6.
(Enem PPL 2020) Uma civilização é a entidade cultural mais ampla.
As aldeias, as regiões, as etnias, as nacionalidades, os segmentos religiosos,
todos têm culturas distintas em diferentes níveis de heterogeneidade cultural.
A cultura de um vilarejo no sul da Itália pode ser diferente da de um vilarejo
no norte da Itália, mas ambos compartilharam uma cultura italiana comum que os
distingue de vilarejos alemães. As comunidades europeias, por sua vez,
compartilharão aspectos culturais que as distinguem das comunidades chinesas ou
hindus.
HUNTINGTON, S. P. O choque de civilizações. Rio de Janeiro: Objetiva,1997.
De
acordo com esse entendimento, a civilização é uma construção cultural que se
baseia na
a)
atemporalidade dos valores universais.
b)
globalização do mundo contemporâneo.
c)
fragmentação das ações políticas.
d)
centralização do poder estatal.
e) identidade dos grupos sociais.
7. (Enem 2017) Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura 2 revela aspectos de uma trajetória e obra dedicada à
a)
valorização de uma representação tradicional da mulher.
b)
descaracterização de referências do folclore nordestino.
c)
fusão de elementos brasileiros à moda da Europa.
d)
massificação do consumo de uma arte local.
e) criação de uma estética de resistência.
8.
(Enem (Libras) 2017) Para a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante promover e
proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de
aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore,
os saberes, as línguas, as festas e diversos outros aspectos e manifestações devem
ser levados em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e ainda
contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que
concentra o segundo contingente de população negra do mundo, ficando atrás
apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.
Considerando
a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das
representações culturais para a
a)
construção da identidade nacional.
b)
elaboração do sentimento religioso.
c)
dicotomia do conhecimento prático.
d)
reprodução do trabalho coletivo.
e) reprodução do saber tradicional.
9.
(Uece 2019) Sob o ponto de vista da Sociologia, a juventude não
é homogênea, é plural, pois os grupos juvenis da sociedade se distinguem tanto
pelas desigualdades sociais, de raça e de gênero quanto pela diferenciação
cultural.
De
acordo com a proposição acima, é correto afirmar que
a)
a juventude é definida como um segmento social que partilha uma mesma
faixa de idade e expectativas de vida semelhantes.
b)
juventude é o momento de entrar no mercado de trabalho para garantir o
futuro, pois é logo cedo que se aprende uma profissão.
c)
os jovens, na sociedade atual, configuram o futuro do Brasil e todos têm
igualdade de oportunidades na sociedade, dependendo apenas do esforço
individual para alcançar sucesso na vida.
d)
não se pode falar em juventude, mas em juventudes, devido à diversidade
e pluralidade de situações que definem o lugar e a pertença dos jovens na
sociedade.
10. (Enem PPL 2017) TEXTO I
Frantz Fanon
publicou pela primeira vez, em 1952, seu estudo sobre colonialismo e racismo, Pele
negra, máscaras brancas. Ao dizer que “para o negro, há somente um destino”
e que esse destino é branco, Fanon revelou que as aspirações de muitos povos
colonizados foram formadas pelo pensamento colonial predominante.
BUCKINGHAM, W. et al. O livro da filosofia. São Paulo: Globo, 2011 (adaptado).
TEXTO
II
Mesmo que não
queiramos cobrar desses estabelecimentos (salões de beleza) uma eficácia
política nos moldes tradicionais da militância, uma vez que são
estabelecimentos comerciais e não entidades do movimento negro, o fato é que,
ao se autodenominarem “étnicos” e se apregoarem como divulgadores de uma
autoimagem positiva do negro em uma sociedade racista, os salões se colocam no
cerne de uma luta política e ideológica.
GOMES,
N. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Disponível
em: www.rizoma.ufsc.br. Acesso em: 13 fev. 2013.
Os
textos apresentam uma mudança relevante na constituição identitária frente à
discriminação racial. No Brasil, o desdobramento dessa mudança revela o(a)
a)
valorização de traços culturais.
b)
utilização de resistência violenta.
c)
fortalecimento da organização partidária.
d)
enfraquecimento dos vínculos comunitários.
e) aceitação de estruturas de submissão social.
11.
(Enem PPL 2019) Quanto mais a vida social se torna mediada pelo
mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais,
pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação interligados, mais as identidades
se tornam desvinculadas – desalojadas – de tempos, lugares, histórias e
tradições específicos e parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por
uma gama de diferentes identidades (cada qual nos fazendo apelos, ou melhor,
fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais parece possível
fazer uma escolha.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
Do
ponto de vista conceitual, a transformação identitária descrita resulta na
constituição de um sujeito
a)
altruísta.
b)
dependente.
c)
nacionalista.
d)
multifacetado.
e) territorializado.
12.
(Enem PPL 2019) As crianças devem saudar as pessoas distintas, os
professores e senhoras conhecidas que encontrarem, que elas não se negarão a
corresponder. Não devem empurrar ninguém nem cortar o passo dos transeuntes.
Não escrever nas paredes e portas coisa alguma. Nunca atirar pedras. Não atirar
cascas de frutas no chão, o que pode ser motivo de desastres gravíssimos. Nunca
fitar de propósito os olhos sobre pessoas aleijadas ou rir-se de algum defeito
físico do próximo.
A Imprensa, n. 67, 27 abr. 1914.
O
discurso sobre a infância, veiculado pelo jornal no início do século XX, visava
a promoção de
a)
formas litúrgicas de interação.
b)
valores abstratos de cidadania.
c)
normas sociomorais de civilidade.
d)
concepções arcaicas de disciplina.
e) conceitos importados de pedagogia.
13. (Enem 2018) Em
algumas línguas de Moçambique não existe a palavra “pobre”. O indivíduo é pobre
quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura das relações
familiares que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivência. Os
consultores internacionais, especialistas em elaborar relatórios sobre a
miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços
familiares e das relações de entreajuda. Nações inteiras estão tornando-se
“órfãs”, e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante
sobrevivência.
COUTO, M. E se Obama fosse africano? & outras intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado).
Em uma leitura que extrapola a esfera econômica, o
autor associa o acirramento da pobreza à
a)
afirmação das origens ancestrais.
b)
fragilização das redes de sociabilidade.
c)
padronização das políticas educacionais.
d)
fragmentação das propriedades agrícolas.
e)
globalização das tecnologias de comunicação.
14.
(Enem PPL 2018) Apesar da grande distância geográfica em relação ao
território japonês, os otakus (jovens aficionados em cultura pop japonesa)
brasileiros vinculam-se socialmente hoje em eventos e a partir de uma
circulação intensa de mangás, animes, games, fanzines, j-music
(música pop japonesa). O consumo em escala mundial dos produtos da
cultura pop – enfaticamente midiática – produzida no Japão constitui um
momento histórico em que se aponta a ambivalência sobre o que significa a
produção midiática e cultural quando percebida no próprio país e como a
percepção de tal produção se transforma radicalmente nos olhares de
consumidores estrangeiros.
GUSHIKEN, Y.; HIRATA, T. Processos de consumo cultural e midiático: imagens dos otakus, do Japão ao mundo. Intercom – RBCC, n. 2, jul-dez. 2014 (adaptado).
Considerando
a relação entre meios de comunicação e formação de identidades tal como é abordada
no texto, a noção que explica este fenômeno na atualidade é a de
a)
tribalismo das culturas juvenis.
b)
alienação das novas gerações.
c)
hierarquização das matrizes culturais.
d)
passividade das relações de consumo.
e) deterioração das referências nacionais.
15. (Unesp 2018) Texto 1
Victor Frankl
descrevia o fanático por dois traços essenciais: a absorção da própria
individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia.
“Individualidade” é a combinação singular de fatores que faz de cada ser humano
um exemplar único e insubstituível. O que o fanático nega aos demais seres
humanos é o direito de definir-se nos seus próprios termos. Só valem os termos
dele. Para ele, em suma, você não existe como indivíduo real e independente. Só
existe como tipo: “amigo” ou “inimigo”. Uma vez definido como “inimigo”, você
se torna, para todos os fins, idêntico e indiscernível de todos os demais
“inimigos”, por mais estranhos e repelentes que você próprio os julgue.
(Olavo
de Carvalho. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota,
2013. Adaptado.)
Texto 2
É necessário
questionar a função de amparo identitário de todas as formas de organização de
massas – partidos, igrejas, sindicatos – independente de seu objetivo político
manifesto, de esquerda ou de direita. Não é descabido supor que qualquer
organização de massas tenha o potencial de favorecer em seus membros a adesão à
identidade de vítimas, sendo um sério obstáculo à luta pela autonomia e pela
liberdade de seus membros.
(Maria Rita Kehl. Ressentimento, 2015. Adaptado.)
Os
dois textos
a)
apresentam argumentos favoráveis a ideias e comportamentos totalitários
no campo da política.
b)
defendem a importância de diferenças claras entre amigos e inimigos no
campo da política.
c)
sustentam que a união dos oprimidos em organizações de massa é mais
importante que a individualidade.
d)
utilizam os conceitos de fanatismo e de identidade coletiva para
questionar o irracionalismo.
e) concordam que o pertencimento ideológico de direita é critério exclusivo para definir o fanatismo político.
16. (Unisc 2016) Carole Vance no
texto Antropologia (Re)descobre a Sexualidade afirma que as abordagens
construtivistas: [...] partilham a necessidade de problematizar os termos e o
campo de estudos — no mínimo, todas as abordagens adotam a visão de que atos
sexuais fisicamente idênticos podem ter importância social e significado
subjetivo variáveis, dependendo de como são definidos e compreendidos em
diferentes culturas e períodos históricos. Assim como um ato sexual não traz em
si um significado social universal, a relação entre atos sexuais e significados
sexuais também não é fixa, o que torna sua transposição a partir da época e do
local do observador um grande risco. Na verdade, as culturas geram categorias,
esquemas e rótulos diferentes para estruturar as experiências sexuais e
afetivas. Essas construções não só influenciam a subjetividade e o
comportamento individual, mas também organizam e dão significado à experiência
sexual coletiva através, por exemplo, do impacto das identidades, definições,
ideologias e regulações sexuais.
VANCE, Carole. A Antropologia
(Re)descobre a Sexualidade. Revista Physis, Rio de
Janeiro, v. 5, n. 1, 1995, p. 7-32.
Com base no trecho leia as afirmativas
a seguir:
I. As definições de sexualidade são extensivas a
toda a história e a todas as culturas porque os significados atribuídos à
sexualidade são fixos e universais.
II. A existência de atos sexuais idênticos indica
que o peso da cultura na influência dos comportamentos e das subjetividades é
limitado porque há algo inato que condiciona a organização da expressão da
sexualidade.
III. Os significados sobre a sexualidade variam em contextos históricos e culturais, pois os grupos sociais produzem categorias, esquemas e rótulos diferentes para estruturar as experiências sexuais e afetivas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa III está correta.
b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
c) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
17. (Enem 2015) Na sociedade contemporânea,
onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a imagem de
um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor
econômico na medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da
atenção pública. Aparecer é então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é
falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado, ao mesmo tempo que
acena democraticamente para as massas com os supostos “ganhos distributivos” (a
informação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a
velha cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais,
a obsessão dos selfies, tanto falar e ser falado quanto ser visto
são índices do desejo de “espelhamento”.
SODRÉ, M. Disponível em: http://alias.estadao.com.br. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado).
A crítica contida no texto sobre a
sociedade contemporânea enfatiza
a) a prática identitária autorreferente.
b) a dinâmica política democratizante.
c) a produção instantânea de notícias.
d) os processos difusores de informações.
e) os mecanismos de convergência tecnológica.
18. (Uel 2015) A sociedade, com
sua regularidade, não é nada externa aos indivíduos; tampouco é simplesmente um
“objeto oposto” ao indivíduo; ela é aquilo que todo indivíduo quer dizer quando
diz “nós”. Mas esse “nós” não passa a existir porque um grande número de
pessoas isoladas que dizem “eu” a si mesmas posteriormente se une e resolve
formar uma associação. As funções e as relações interpessoais que expressamos
com partículas gramaticais como “eu”, “você”, “ele” e “ela”, “nós” e “eles” são
interdependentes. Nenhuma delas existe sem as outras e a função do “nós” inclui
todas as demais. Comparado àquilo a que ela se refere, tudo o que podemos
chamar “eu”, ou até “você”, é apenas parte.
ELIAS, N. A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p.57.
O modo como as diferentes perspectivas
teóricas tratam da noção de identidade vincula-se à clássica preocupação das
Ciências Sociais com a questão da relação entre indivíduo e sociedade.
Com base no texto e nos conhecimentos
da sociologia histórica, de Norbert Elias, assinale a alternativa que
apresenta, corretamente, a noção de origem do indivíduo e da sociedade.
a) O indivíduo forma-se em seu “eu” interior e
todos os outros são externos a ele, seguindo cada um deles o seu caminho
autonomamente.
b) A origem do indivíduo encontra-se na
racionalidade, conforme a perspectiva cartesiana, segundo a qual “penso, logo
existo”.
c) A sociedade origina-se do resultado diretamente
perceptível das concepções, planejamentos e criações do somatório de indivíduos
ou organismos.
d) A sociedade forma-se a partir da livre decisão
de muitos indivíduos, quando racional e deliberadamente decide-se pela
elaboração de um contrato social.
e) A sociedade é formada por redes de funções que as pessoas desempenham umas em relação às outras por meio de sucessivos elos.
19. (Uel 2013) Não é de hoje que ser
“moderno” e “antenado” é ser diferente. Toda geração tem seu grupo tentando
criar uma identidade própria, de preferência distante dos padrões que a
sociedade considera normais, mas muito do que pregam tem um pé nos anos 70. No
Brasil, uma das tendências é a ecovila, espécie de comunidade baseada na
produção de alimentos orgânicos, no uso de energia renovável e na preservação
do ambiente. Outra moda é a volta dos discos de vinil (por exemplo, LPs) e a
cultura do faça você mesmo, como a produção caseira de cervejas.
(Adaptado de: PRADO, A. C.; HUECK, K. A Volta dos Hippies. Super Interessante, 296.ed., São Paulo: Editora Abril, out. 2011, p.77-79.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre juventude e sociedade contemporânea, assinale a alternativa
correta.
a) A cultura do “faça você mesmo”, por ser contra a
exploração social, pauta-se pela recusa em utilizar produtos
industrializados.
b) A retomada de práticas artesanais e criativas de
sociabilidade é um dos fatores da redução da criminalidade juvenil no
Brasil.
c) Entre os jovens de hoje, as identidades têm se
constituído, predominantemente, a partir de elementos reconhecidos como
culturais.
d) Inspirados nos hippies dos anos 1970, os jovens
de hoje forçam o capitalismo a retornar a seu período artesanal.
e) O retorno aos referenciais setentistas justifica-se por ter sido um período no qual os jovens cultivavam mais os valores tradicionais.
20. (Ufpa 2013) O Pará é o estado
brasileiro que apresenta o maior número de terras quilombolas reconhecidas pelo
Estado. Em 1995, no município de Oriximiná, a comunidade de Boa Vista foi a
pioneira no país a receber título coletivo de suas terras. Para a concretização
deste direito, uma comunidade quilombola precisa comprovar que
a) dispõe de registros arqueológicos pelos quais se
confirme que a comunidade vive em terras que eram, anteriormente, um quilombo
de escravos negros fugidos da servidão.
b) sua identidade étnica como remanescente de
quilombo é resultado de processos de resistência em relação aos grupos sociais
hegemônicos.
c) tem origem biológica negra em toda a sua
população.
d) sempre viveu isolada de outras comunidades por
longos períodos de tempo, o que possibilitou a identificação de seus membros
pela cor da pele.
e) sua população mantém vivas as tradições
religiosas dos primeiros escravos africanos que habitaram o território
brasileiro.
21. (Ucs 2012) A sociedade brasileira
obteve várias conquistas durante o período da redemocratização e, ao longo
desses anos, implantou mudanças positivas em relação à cidadania e aos direitos
civis dos brasileiros, porém [...] ainda há muito a ser melhorado. Apesar do
crescimento econômico e da diminuição do número de pessoas que vivem abaixo da
linha da pobreza nos últimos anos, as desigualdades sociais ainda são profundas
e estão entre os principais problemas enfrentados pela sociedade.
(PELLEGRINI, M. C. Novo olhar história. São Paulo: FTD, 2010, p. 263, v. 3. – Texto adaptado.)
Considere as seguintes afirmações sobre
a sociedade brasileira.
I. Segundo pesquisas, pequena parte da população
brasileira detém a maior parte da riqueza nacional, enquanto os demais ficam
com a menor parcela.
II. A exploração da mão de obra infantil ocorre da
mesma forma em todas as regiões brasileiras. O menor trabalha em pedreiras, na
colheita de amendoim e em carvoarias, sendo seu trabalho trocado apenas por
arroz e farinha.
III. As crianças em situação de rua perambulam pelas cidades, dormem sob pontes, viadutos ou marquises, alimentam-se mal e não frequentam escolas. Vivem uma realidade que ressalta a brutalidade, a violência, o desamparo, além do problema com a drogadição.
Das afirmações acima,
b) apenas II está correta.
c) apenas I e III estão corretas.
d) apenas II e III estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.
22. (Ueg 2012) “Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados, nem que minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.”
GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia; COELHO, Marcos de A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.137.
Considerando-se as ideias pressupostas,
o texto
a) afirma que a globalização aumentou, de modo sem precedente,
os contatos e a união entre os povos e seus valores, reforçando o respeito às
diferenças socioculturais.
b) critica a intolerância com relação a outras
culturas, gerando assim os conflitos comuns neste novo século.
c) indica o reconhecimento à diversidade cultural,
além das necessidades de afirmação e de identidade, seja étnica, seja cultural,
seja religiosa.
d) nega a existência da exclusão cultural e ressalta a homogeneização mundial e a superação/eliminação de fronteiras culturais.
23. (Uem 2012) Considere o texto a seguir e assinale o que for correto, a propósito de suas informações.
“O aumento da longevidade, o progresso
social e científico, as transformações na estrutura da família, a modernização
dos costumes acarretam transformações profundas na sociedade e no comportamento
das pessoas. À medida que a longevidade aumenta, mais etapas da vida poderão
ser vividas. Observe que a expectativa de vida dos brasileiros em 1950 era de
cerca de 50 anos, e atualmente é de 67 anos, devendo alcançar os 72 anos até os
anos de 2020.”
(MASCARO, Sonia de Amorim. O que é velhice. São Paulo: Brasiliense, 2004 – (Coleção Primeiros Passos), p. 67-68.)
a) O aumento da longevidade indica que a
expectativa de vida aumentou e que é preciso pensar nos idosos como sujeitos
que ocupam novas identidades sociais, que os distanciam das convencionais
representações criadas para os “velhos”.
b) A ampliação da expectativa de vida entre os
brasileiros relaciona-se a uma determinação causal específica: a adoção de
hábitos alimentares mais saudáveis.
c) As transformações na estrutura das famílias não
foram acompanhadas de mudanças nos papéis sociais destinados aos idosos, os
quais, dentro da instituição familiar, continuam sendo “vovós” e “vovôs”.
d) Um envelhecimento sadio, que pode levar o idoso
a participar de diversas etapas da vida, é condicionado por opções individuais
realizadas na juventude.
24. (Unioeste 2012) Quando falamos em
identidade, logo pensamos em quem somos. A construção de identidades como: “ser
brasileiro”, “ser português”, “ser cigano”, “ser gremista”, “ser homem”, “ser
mulher” é um processo sociocultural pelo qual se marca as fronteiras de
pertencimento social e/ou cultural. Tendo por base o anúncio transcrito acima,
é correto afirmar que
a) as identidades são estáticas, é algo natural,
ela nos acompanha por toda a vida.
b) as identidades são construídas nas relações
sociais, são situacionais, relacionais e constroem-se na relação entre o “nós”
e os “outros”, cria um nós coletivo.
c) identidades surgem através de um determinismo
geográfico que molda o nosso modo de ser e agir.
d) identidades são produtos de marketing e geram
vínculos entre os indivíduos.
e) identidades são heranças genéticas.
25. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
De acordo com Susie Orbach, “Muitas
coisas feitas em nome da saúde geram dificuldades pessoais e psicológicas.
Olhar fotos de corpos que passaram por tratamento de imagem e achar que
correspondem à realidade cria problema de autoimagem, o que leva muitas
mulheres às mesas de cirurgia. Na geração das minhas filhas, há garotas que
gostam e outras que não gostam de seus corpos. Elas têm medo de comida e do que
a comida pode fazer aos seus corpos. Essa é a nova norma, mas isso não é
normal. Elas têm pânico de ter apetite e de atender aos seus desejos”.
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o pensamento de Émile Durkheim, é correto afirmar:
a) O conflito geracional produz anomia social, dada
a incapacidade de os mais velhos compreenderem as aspirações dos mais
novos.
b) Os padrões do que se considera saudável e belo
são exemplos de fato social e, portanto, são suscetíveis de exercer coerção
sobre o indivíduo.
c) Normas são prejudiciais ao desenvolvimento
social por criarem parâmetros e regras que institucionalizam o agir dos
indivíduos.
d) A consciência coletiva é mais forte entre os
jovens, voltados que estão a princípios menos individualistas e egoístas.
e) A base para a formação de princípios morais e de solidez das instituições são os desejos individuais, visto estes traduzirem o que é melhor para a sociedade.
26. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
“O primeiro beijo é sempre o último”.
Assim um informante define, com certa nostalgia, o surgimento de uma nova
rotina na prática de “ficar” entre os jovens ao longo da night. “Ficar” é
essencialmente beijar, beijar em série, beijar muito. O primeiro beijo, marcado
por algo absolutamente fugaz, registro imediato do tátil, desliga--se do que
outrora era ritual do enamoramento, prelúdio de uma trajetória sentimental.
[...] No campo do afeto e do exercício da sociabilidade, essa mesma noite
propicia comportamentos que revelam a transitoriedade, a seriação e o
deslocamento afetivo como um novo mecanismo de agrupamento dos jovens.
(ALMEIDA, M. I. M. de. “Guerreiros da noite - cultura jovem e nomadismo urbano”. In: Ciência hoje, v. 34, n. 202, p. 28.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre a sociabilidade moderna, considere as afirmativas a seguir.
I. As práticas assinaladas entre os jovens
identificam-se ao que se definiu como pós-modernidade, isto é, relações
fluidas, marcadas pela instantaneidade e por rupturas contínuas com
referenciais pré-estabelecidos.
II. O comportamento dos jovens que optam pela
prática do “ficar” é diferente do estado anômico, analisado por Durkheim, na
medida em que as bases da existência social mantêm seu funcionamento normal.
III. A vida social moderna, ao individualizar os
sujeitos, eliminou a necessidade, entre os jovens, de participar de
agrupamentos identitários e de estabelecer vínculos sociais com outras pessoas.
IV. A adoção da prática antissocial do “ficar” é fruto de uma juventude sem valores morais, como família, tradição e propriedade privada, presentes desde os primórdios da humanidade.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são
corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são
corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são
corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
27. (Enem 2011) Um volume imenso de
pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas de
televisão. A maioria desses estudos diz respeito a crianças - o que é bastante
compreensível pela quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e
pelas possíveis implicações desse comportamento para a socialização. Dois dos
tópicos mais pesquisados são o impacto da televisão no âmbito do crime e da
violência e a natureza das notícias exibidas na televisão.
GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre:
Artmed, 2005.
O texto indica que existe uma
significava produção científica sobre os impactos socioculturais da televisão
na vida do ser humano. E as crianças, em particular, são as mais vulneráveis a
essas influências, porque
a) codificam informações transmitidas nos programas
infantis por meio da observação.
b) adquirem conhecimentos variados que incentivam o
processo de interação social.
c) interiorizam padrões de comportamento e papéis
sociais com menor visão crítica.
d) observam formas de convivência social baseadas
na tolerância e no respeito.
e) apreendem modelos de sociedade pautados na observância das leis.
28. (Uel 2011) No dia 16 de junho de
2010, o Senado brasileiro aprovou o Estatuto da Igualdade Racial.
Os senadores [...] suprimiram do texto
o termo “fortalecer a identidade negra”, sob o argumento de que não existe no
país uma identidade negra [...]. “O que existe é uma identidade brasileira.
Apesar de existentes, o preconceito e a discriminação não serviram para impedir
a formação de uma sociedade plural, diversa e miscigenada”, defende o relatório
de Demóstenes Torres.
(Folha.com. Cotidiano, 16 jun. 2010. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/751897-sem-cotas-estatuto-da-igualdaderacial-e-aprovado-na-ccj-do-senado.shtml>. Acesso em: 16 jun. 2010.)
Com base no texto e nos conhecimentos
atuais sobre a questão da identidade, é correto afirmar:
a) A identidade nacional brasileira é fruto de um
processo histórico de realização da harmonia das relações sociais entre
diferentes raças/etnias, por meio da miscigenação.
b) A ideia de identidade nacional é um recurso
discursivo desenraizado do terreno da cultura e da política, sendo sua base de
preocupação a realização de interesses individuais e privados.
c) Lutas identitárias são problemas típicos de
países coloniais e de tradição escravista, motivo da sua ausência em países
desenvolvidos como a Alemanha e a França.
d) Embora pautadas na ação coletiva, as lutas
identitárias, a exemplo dos partidos políticos, colocam em segundo plano o
indivíduo e suas demandas imediatas.
e) As identidades nacionais são construídas socialmente, com base nas relações de força desenvolvidas entre os grupos, com a tendência comum de eleger, como universais, as características dos dominantes.
29. (Ueg 2008)
A Filosofia e a Sociologia são
disciplinas que promovem uma reflexão crítica sobre os mais variados temas, particularmente
o da ideologia. Partindo de uma análise crítica e utilizando o conceito de
ideologia desenvolvido por Marx e outros pensadores, é correto afirmar que o
cartum
a) revela que, independentemente dos indivíduos e
das classes sociais, todos pertencemos ao povo brasileiro.
b) mostra que, diante da televisão, todos os
brasileiros são iguais nesse momento.
c) sugere que há um crescimento quantitativo dos
telespectadores com o passar do tempo.
d) mostra que o discurso sobre “povo brasileiro” é ideológico, falso, abole as divisões e desigualdades sociais.
30. (Uel 2008) As relações amorosas, após os anos de 1960/1980, tenderam a facilitar os contatos feitos e desfeitos imediatamente, gerando uma gama de possibilidades de parceiros e experimentos de prazer. Essa forma de contato amoroso tem sido denominada pelos jovens como “ficar”. Assim, em uma festa pode-se “ficar” com vários parceiros ou durante um tempo “ir ficando” em diferentes situações, sem que isso se configure em compromisso, namoro ou outra modalidade institucional de relação. Os processos sociais que provocaram as mudanças nas relações amorosas, bem como suas consequências para o indivíduo e para a sociedade, têm sido problematizados por vários cientistas sociais.
Assinale a alternativa em que o texto
explica os sentidos das relações amorosas descritas acima.
a) “Hoje as artes de expressão não são as únicas que se propõem às mulheres; muitas delas tentam atividades criadoras. A situação da mulher predispõe-na a procurar uma salvação na literatura e na arte. Vivendo à margem do mundo masculino, não o apreende em sua figura universal e sim através de uma visão singular; ele é para ela, não um conjunto de utensílios e conceitos e sim uma fonte de sensações e emoções; ela interessa-se pelas qualidades das coisas no que têm de gratuito e secreto [...]”. (BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 5 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1980. p. 473.)
b) “Hoje, no entanto, existe uma renovação, o que significa dizer que os cientistas, quando chegam através do seu conhecimento a esses problemas fundamentais, tentam por si próprios compreendê-los e fazem um apelo à sua própria reflexão. Nos próximos anos, por exemplo, após as experiências do Aspecto, a discussão sobre o espaço e sobre o tempo – problemas filosóficos – vai ser retomada”. (MORIN, E. A inteligência da complexidade. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2000. p. 37.)
c) “Nova era demográfica de declínio populacional não catastrófico pode estar alvorecendo. Fome, epidemias, enchentes, vulcões e guerras cobraram seu preço no passado, mas que grandes populações não se reproduzam por escolha individual é uma mudança histórica notável. Na Europa Ocidental, esse padrão está se estabelecendo em tempos de paz, sob condições de grande prosperidade, embora, sejam ainda visíveis oscilações conjunturais, significativas na depressão escandinava do início dos anos de 1990.” (THERBORN, G. Sexo e poder. São Paulo: Contexto, 2006. p. 446).
d) “É assim numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto para o uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a ’experiência amorosa’ à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço. (BAUMAN, Z. Amor líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p.21-22).
e) “Viver na grande metrópole significa enfrentar a violência que ela produz, expande e exalta, no mesmo pacote em que gera e acalenta as criações mais sublimes da cultura.[...] Nesse sentido, talvez a primeira violência de que somos vítima, já no início do dia, é o jornalismo, sempre muito sequioso de retratar e reportar, nos mínimos detalhes, o que de mais contundente e chocante a humanidade produziu no dia anterior [...]”. (NAFFAH NETO, A. Violência e ressentimento. In: CARDOSO, I. et al (Orgs). Utopia e mal-estar na cultura. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 99.)
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