1. (Unesp 2022) Se eu tivesse que responder à seguinte pergunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar: É o assassínio, o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer de um homem escravo equivale a assassiná-lo. Por que, então, a essa outra pergunta: O que é a propriedade? não posso responder simplesmente: É o roubo, ficando com a certeza de que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais que a primeira, transformada?

(Pierre Joseph Proudhon. O que é a propriedade?, 1975.)

O texto, escrito em 1840, expressa uma posição

a) anarquista, de crítica ao direito de propriedade e de defesa do valor supremo da liberdade.   

b) comunista, de crítica à burguesia e de defesa da revolução social como forma de construir um Estado proletário.   

c) liberal, de defesa do direito de propriedade e de crítica às desigualdades sociais.   

d) positivista, de crítica à falta de ordem social e de defesa de ações voltadas ao progresso.   

e) marxista, de defesa da eliminação da propriedade privada e de crítica ao regime de trabalho assalariado.   

2. (Upe-ssa 3 2022) Há pouco mais de cem anos, uma das mais fervorosas defensoras do socialismo internacional era brutalmente executada, a mando de antigos camaradas do partido social-democrata. Dirigente política ainda no tempo em que as mulheres não podiam votar, Rosa Luxemburgo cofundou o partido comunista alemão, mas não poupou críticas à Revolução Russa. Ícone revolucionário de feministas, pacifistas ou marxistas, sobrevive a sua herança política e à repulsa perante o seu homicídio. (Adaptado)

Referência: MAIA, Vânia. O assassínio de Rosa de Luxemburgo: uma tragédia e uma farsa. In: https://visao.sapo.pt/atualidade/2019-01-15-o-assassinio-de-rosa-luxemburgo-uma-tragedia-e-uma-farsa/

As principais características defendidas pelo pensamento da intelectual citada no texto foram

a) a defesa das revoluções e o conceito de guerra urbana.   

b) a apresentação de ideias progressistas e um renovado anarquismo.   

c) o combate ao revisionismo do marxismo e a necessidade da revolta social.   

d) o controle do expansionismo e a defesa da guerra como princípio da revolta.   

e) a luta pela igualdade de gênero e a defesa do controle do capital pelo estado.    

3. (Upf 2021) 

O ano de 1848 marcou o continente europeu com movimentos que, a partir da França, tiveram rápida propagação nos grandes centros urbanos. Representaram, segundo HOBSBAWM, a primeira revolução potencialmente global.

“Como outras crises na política da classe governante europeia, coincidiu com uma catástrofe social: a grande depressão que varreu o continente a partir da metade da década de 1840. As colheitas [...] fracassaram. Populações inteiras como as da Irlanda, e até certo ponto também as da Silésia e Flandres, morriam de fome. Os preços dos gêneros alimentícios subiam. A depressão industrial multiplicava o desemprego, e as massas urbanas de trabalhadores pobres eram privadas de seus modestos rendimentos no exato momento em que o custo de vida atingia proporções gigantescas”. [...]

HOBSBAWM, Eric. J. A Era das Revoluções (1789-1848). 4ª ed., Rio de janeiro, Paz e Terra, 1982, pp. 330-32

Sobre esses movimentos, leia as afirmações.

I. O conjunto de movimentos revolucionários que marcaram o ano de 1848 ficou conhecido como A Primavera dos Povos.

II. 1848, o ano das revoluções que teve a participação das camadas populares urbanas: artesões operários e desempregados.

III. A onda revolucionária que varreu a Europa em 1848 teve como principal objetivo dos revolucionários, alcançar a liberdade e combater a opressão.

IV. A Primavera dos Povos é a denominação dada exclusivamente aos movimentos revolucionários Francês e Inglês do século XIX.

V. A Revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco de 1848 a 1850, no período Imperial Brasileiro, teve influência dos movimentos revolucionários que marcaram a Europeu do século XIX.

Está correto o que se afirma em:

a) I, III, IV e V, apenas.   

b) I, II, IV e V, apenas.   

c) I, II, III e V, apenas.   

d) II, III, IV e V, apenas.   

e) I, II, III, IV e V.   

4. (Ufu 2018) “[....] Nós colocávamos – e éramos obrigados a colocar – a ênfase principal, antes de mais nada, em derivar de fatos econômicos fundamentais as ideias políticas, jurídicas e as demais noções ideológicas e as ações por elas desencadeadas. [...] A base dessa ideia é uma concepção vulgar da causa e do efeito como polos opostos de forma rígida”.

ENGELS, F. Carta a Franz Mehring, Londres, 14 de julho de 1893. In: Cartas filosóficas e outros escritos. São Paulo: Grijalbo, 1977. p. 42-44.

A justificativa da posição teórica de Engels na citação acima teve por objetivo advertir sobre os riscos do materialismo histórico

a) se distanciar do materialismo de Feuerbach.   

b) deixar de ser determinista.   

c) se aproximar do idealismo hegeliano.   

d) deixar de ser dialético.   

5. (Ufjf-pism 2 2019) Leia a charge e o texto abaixo:

Todos esses capitalistas, exploradores dos pobres, sanguessugas do povo. Ninguém reclama, ninguém protesta e eles fazendo dos humildes gato e sapato. Aumentando os preços de tudo quando querem, sem o mínimo respeito, sem a mínima consideração. Uns atrevidos soltos nas suas ganâncias. Uns atrevidões! […] Aqueles que estudam o passado acabam se deparando com duas conclusões contraditórias. A primeira é que o passado era muito diferente do presente. A segunda é que ele era muito parecido […]. Por isso, quando me perguntavam sobre como era minha família, eu dizia: são anarquistas, anarquistas graças a Deus.

(GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. São Paulo: Record, 1979.)

Sobre o anarquismo é CORRETO afirmar que:

a) Os anarquistas condenavam a não violência como meio de ação, angariando, assim, o apoio da burguesia industrial.    

b) O anarquismo era um movimento de base rural, que propunha a manutenção dos padrões sociais vigentes.    

c) Os anarquistas defendiam uma educação libertária e a necessidade de eliminar quaisquer formas de intervenção estatal e representação política.    

d) Seus teóricos defendiam a intervenção do Estado na economia e contavam com o apoio do clero e da burguesia.    

e) Sua força de organização foram os partidos políticos que lutavam para a tomada do controle administrativo do Estado.    

6. (Puccamp Direito 2020) Em nenhum outro romance do Brasil tinha aparecido, como ocorreu em O cortiço, de Aluísio Azevedo, semelhante coexistência de todos os nossos tipos raciais, justificada na medida em que assim eram os cortiços e assim era o nosso povo, é claro que visto numa perspectiva pessimista, como a dos naturalistas em geral. Deste modo, o cortiço ganha significado diferente do que tinha em Zola, pois em vez de representar apenas o modo de vida do operário, passa a representar, através dele, aspectos que definem o país todo. E como solução literária foi excelente, porque graças a ele o coletivo exprime a generalidade do social.

(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. O discurso e a cidade. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2015, p. 119)

O modo de vida do operário foi denunciado por vários movimentos que, no século XIX, apontavam sua precariedade e reivindicavam melhores condições de trabalho e de subsistência. Na história desse movimento operário no século em questão, destaca-se o evento que motivou a criação do Dia do Trabalhador, comemorado em 1º de maio:

a) a derrota da Comuna de Paris, movimento operário que tomou a capital francesa e foi violentamente reprimido.   

b) a repressão ao ludismo, responsável por uma ampla destruição de máquinas, na Inglaterra e na Alemanha.   

c) o massacre aos trabalhadores engajados no cartismo, em Londres, após a publicação da Carta do Povo.   

d) o assassinato dos operários na cidade de Chicago, no contexto de uma ampla greve geral na cidade.   

e) o incêndio criminoso à fábrica têxtil que matou dezenas de operárias grevistas, em Nova York.

7. (Udesc 2019) Leia atentamente o trecho a seguir:

“Os anarquistas, senhores, são cidadãos que, em um século em que se prega por toda parte a liberdade de opiniões, acreditam ser seu dever recomendar liberdade ilimitada (...) Os anarquistas propõem, pois, a ensinar ao povo a viver sem governo, da mesma forma como ele começa a aprender a viver sem Deus.”

(Declaração dos anarquistas, 1883)

A respeito dos princípios anarquistas, e com base na informação, assinale a alternativa correta.

a) Identifica-se, no trecho, a superioridade da ação profissional e pessoal sobre a ação política,    

b) O trecho apresenta a recusa dos processos eleitorais e a defesa do sindicalismo revolucionário.  

c) O trecho argumenta a necessidade do fim da Igreja e do Estado, substituindo-os por ações de cunho cooperativista associativista.    

d) O trecho trata da negação do poder instituído e, assim, da rejeição à necessidade do Estado.    

e) O trecho trata, explicitamente, da necessidade de independência dos partidos políticos.    

8. (Udesc 2018) “Os proletários nada têm a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar. Proletários de todo o mundo, uni-vos.”. Estas frases, escritas por Karl Marx e Frederich Engels, encerram o Manifesto Comunista, publicado em Londres, em 1848.

A respeito das condições de trabalho na Europa, durante o século XIX, é correto afirmar: 

a) O manifesto escrito por Marx e Engels denunciava as condições de desigualdade social entre, especialmente, a burguesia e o proletariado.    

b) O texto escrito por Marx e Engels afirmava que uma verdadeira revolução deveria ser promovida, exclusivamente, pelos dirigentes do Estado.    

c) Marx e Engels consideravam que os proletários jamais teriam condições de mudar de situação social, devido à condição de opressão em que viviam.    

d) Marx e Engels escreveram o Manifesto Comunista após a observação atenta das iniciativas de organização do estado soviético sob o governo de Stalin.    

e) Marx descreveu, no Manifesto Comunista, o detalhamento de seus projetos políticos relativos aos anos em que governou a Rússia, tendo Engels no cargo de vice-chanceler.    

9. (Udesc 2017) “As influências desfavoráveis do trabalho na fábrica sobre os operários são as seguintes: 1) necessidade absoluta de ritmar os esforços físicos e intelectuais com os movimentos das máquinas, movidas por uma força regular e incessante; 2) permanência de pé, que é preciso suportar durante Períodos anormalmente longos e demasiado próximos um dos outros; 3) privação do sono (devido a um trabalho demasiado longo, ou à dor nas pernas e doenças físicas generalizadas). É preciso acrescentar, por outro lado, o efeito das oficinas, muitas vezes com o teto muito baixo, exíguas, poeirentas, ou úmidas, insalubres, uma atmosfera demasiado quente, uma transpiração contínua. É por isso que principalmente os jovens, com muito raras exceções, perdem muito depressa a vivacidade da infância e tornam-se mais pálidos e debilitados que os outros rapazes.”

Texto de Sir D. Barry, citado por Friedrich Engels.

O texto acima refere-se à (às):

a) situação da classe trabalhadora na Inglaterra do século XIX.    

b) condições de trabalhadores nas guildas medievais.    

c) condições de trabalho no Brasil, durante a Era Vargas, antes da institucionalização da CLT.   

d) situação dos trabalhadores juvenis na América, durante o período colonial.    

e) uma situação ilusória, uma vez que desde a Revolução Industrial sempre existiram leis trabalhistas que garantiram plenos direitos aos trabalhadores.    

10. (Espcex (Aman) 2017) No século XIX, uma corrente de filósofos acreditava ser possível reformar o capitalismo por meio da ação do estado ou da associação dos trabalhadores em cooperativas autogeridas. Esses princípios são denominados

a) Materialismo Histórico.   

b) Socialismo Utópico.   

c) Socialismo Científico.   

d) Liberalismo.   

e) Anarquismo.   

11. (Uel 2016) A ópera-balé Os Sete Pecados Capitais da Pequena Burguesia, de Kurt Weill e Bertold Brecht, composta em 1933, retrata as condições dessa classe social na derrocada da ordem democrática com a ascensão do nazismo na Alemanha, por meio da personagem Anna, que em sete anos vê todos os seus sonhos de ascensão social ruírem. A obra expressa a visão marxista na chamada doutrina das classes.

Em relação à doutrina social marxista, assinale a alternativa correta.

a) A alta burguesia é uma classe considerada revolucionária, pois foi capaz de resistir à ideologia totalitária através do controle dos meios de comunicação.   

b) A classe média, integrante da camada burguesa, foi identificada com os ideais do nacional-socialismo por defender a socialização dos meios de produção.   

c) A pequena burguesia ou camada lúmpen é revolucionária, identificando a alta burguesia como sua inimiga natural a ser destruída pela revolução.   

d) A pequena burguesia ou classe média é uma classe antirrevolucionária, pois, embora esteja mais próxima das condições materiais do proletariado, apoia a alta burguesia.   

e) O proletariado e a classe média formam as classes revolucionárias, cuja missão é a derrubada da aristocracia e a instauração do comunismo.    

12. (Espcex (Aman) 2016) Observe as ideias de três pensadores da Idade Moderna.

 

Adam Smith (escocês), em sua obra A riqueza das nações, afirmava que a única fonte de riqueza era o trabalho, e não a terra.

- A ideia central da doutrina de Karl Marx (alemão) é que a “história das sociedades humanas é a história da luta de classes”.

Thomas Malthus (inglês), em sua obra Ensaio sobre o princípio da população, escreveu que a natureza impõe limites ao progresso material, já que a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética.

Pode-se afirmar que

a) os três pensadores defendem o liberalismo clássico.   

b) as três ideias propõem a ditadura do proletariado.   

c) Adam Smith propõe o liberalismo clássico, Thomas Malthus e Karl Marx, o socialismo utópico.    

d) Thomas Malthus e Adam Smith defendem o pensamento liberal clássico e Karl Marx foi um dos autores do socialismo científico.   

e) Karl Marx e Adam Smith são considerados anarquistas, e Thomas Malthus, socialista utópico.   

13. (Fgv 2016) “(...) os homens que naquele momento estavam encarregados de pôr termo à Revolução de 1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...)

O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimentos que se sucederam nos últimos sessenta anos na França, foi que ela não teve por objetivo mudar a forma, mas alterar a ordem da sociedade. Não foi, para dizer a verdade, uma luta política (...), mas um embate de classe (...).

Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem dos ricos era de alguma maneira o produto de um roubo cujas vítimas eram elas (...).

É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível não foi fruto da ação de certo número de conspiradores, mas a sublevação de toda uma população contra outra (...).” 

(Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991)

A partir do texto, é correto afirmar que

a) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no sentido de a classe burguesa, líder do movimento, atrair as classes populares para a luta, contra o absolutismo de Carlos X, usando as ideias liberais como combustível para a implantação do Estado liberal.   

b) a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto é, a classe burguesa, tinha como maiores objetivos a queda de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, pregadas nos banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a nobreza.   

c) a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utópico, significou a luta entre a classe burguesa, líder da revolução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas na campanha dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe.   

d) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revolução de 1830, sob forte propaganda das ideias liberais e influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe.   

e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi derrubado por uma bem orquestrada luta política no Parlamento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa aliança, que formou o governo provisório e elegeu o presidente Luís Bonaparte.   

14. (Fmp 2016) 

Nos dias atuais, muitos eleitores brasileiros têm opinião similar à do telespectador representado na charge. Mas nem sempre foi assim. Ao contrário: em meados do século XIX, na Inglaterra, ganhava força um movimento social de trabalhadores cujas demandas partiam de premissa frontalmente oposta àquela que está associada à opinião do “eleitor” da charge.

O nome desse movimento social e uma demanda que expunha quanto à remuneração do trabalho de representação parlamentar estão apresentados, respectivamente, em:

a) anarquismo; aumento dos vencimentos de parlamentares   

b) comunismo; diminuição dos salários de congressistas   

c) liberalismo; diminuição da quantidade de deputados   

d) cartismo; pagamento aos membros do Parlamento   

e) ludismo; proibição da remuneração de donos de fábricas   

15. (Uece 2014) O século XIX foi marcado pelo surgimento de correntes de pensamento que contestavam o modelo capitalista de produção e propunham novas formas de organizar os meios de produção e a distribuição de bens e riquezas, buscando uma sociedade que se caracterizasse pela igualdade de oportunidades. No que diz respeito a essas correntes, assinale a afirmação verdadeira.

a) O socialismo cristão buscava aplicar os ensinamentos de Cristo sobre amor e respeito ao próximo aos problemas sociais gerados pela industrialização, mas apesar de vários teóricos importantes o defenderem, a Igreja o rejeitou através da Encíclica Rerum Novarum, lançada pelo Papa Leão XIII.

b) No socialismo utópico, a doutrina defendida por Robert Owen e Charles Fourrier, prevaleciam as ideias de transformar a realidade por meio da luta de classes, da superação da mais valia e da revolução socialista.

c) O socialismo científico proposto por Karl Marx e Friedrich Engels, através do manifesto Comunista de 1848, defendia uma interpretação socioeconômica da história dos povos, denominada materialismo histórico.

d) O anarquismo do russo Mikhail Bakunin defendia a formação de cooperativas, mas não negava a importância e a necessidade do Estado para a eliminação das desigualdades.

16. (Uel 2007) O quadro a seguir, criado pelo italiano Giuseppe Pellizza, é uma expressiva representação da emergência dos movimentos sociais no final do século XIX, ao mostrar uma multidão de trabalhadores que, determinadamente, avança para reivindicar seus direitos. Esse fenômeno de desenvolvimento das organizações coletivas, como o movimento sindical e os partidos políticos, teve início na Europa e Estados Unidos do século XIX, espalhando-se por todo o mundo ocidental.

Qual das afirmativas a seguir corresponde às condições sociais daquele período?

a) A rígida estratificação social impedia que os camponeses procurassem trabalho fora dos limites feudais. 

b) A estagnação do setor econômico-produtivo, centralizado num mundo agrário incapaz de atender às necessidades humanas de subsistência. 

c) Leis trabalhistas que reconheciam os direitos dos homens, mulheres e crianças. 

d) As péssimas condições de vida dos mais pobres, com longas jornadas de trabalho e precárias condições de habitação. 

e) A expansão dos governos democráticos, abertos à participação popular e à inclusão dos mais pobres na política. 

17. (Unicamp 2011) A história de todas as sociedades tem sido a história das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania política no Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta substituiu a exploração velada por ilusões religiosas.

A estrutura econômica da sociedade condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, são as relações de produção que ele contrai que determinam a sua consciência.

(Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: AlfaÔmega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.)

As proposições dos enunciados acima podem ser associadas ao pensamento conhecido como

a) materialismo histórico, que compreende as sociedades humanas a partir de ideias universais independentes da realidade histórica e social. 

b) materialismo histórico, que concebe a história a partir da luta de classes e da determinação das formas ideológicas pelas relações de produção. 

c) socialismo utópico, que propõe a destruição do capitalismo por meio de uma revolução e a implantação de uma ditadura do proletariado. 

d) socialismo utópico, que defende a reforma do capitalismo, com o fim da exploração econômica e a abolição do Estado por meio da ação direta. 

18. (Enem 2010-cancelada) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança: a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente.

HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.

No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que

a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego. 

b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários. 

c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operários. 

d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais. 

e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas. 

19. (Ufg 2010) Leia o texto a seguir.

Viva o Esporte Proletário!

A necessidade de esporte para a juventude é um fato incontestável. A burguesia se aproveita desse fato para canalizar todos os jovens das fábricas para seus clubes.

Que fazem os jovens nos clubes burgueses?

Defendem as cores desses clubes. Se o clube é de uma fábrica, é o nome e a cor da fábrica que defendem; a burguesia cultiva neles a paixão e a luta contra a juventude de outras empresas […]

Todo operário footballer deve ingressar nos clubes proletários.

O trabalhador gráfico. 25 jun. 1928. Apud DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo de. Indústria, trabalho e cotidiano. Brasil – 1889 a 1930. São Paulo: Atual, 1991. p. 71. (Adaptado).

O fragmento do jornal conclama a uma prática organizativa própria do movimento anarquista brasileiro, segundo a qual

a) o exercício físico seria o meio para o fortalecimento do espírito dos militantes. 

b) a militância política deveria ser exercida em todas as dimensões da vida do trabalhador. 

c) a participação dos cidadãos nos clubes de futebol das fábricas reforçaria a harmonia social. 

d) a aliança proletário-burguesa deveria ser buscada por intermédio das práticas desportivas. 

e) os militantes deveriam conscientizar os operários de que o futebol é um esporte alienante. 

20. (Ufrrj) "A criação de um proletariado despossuído, (...) cultivadores vítimas de expropriações violentas repetidas, foi necessariamente mais rápida que sua absorção pelas nascentes manufaturas. (...) Forma-se uma massa de mendigos, ladrões e vagabundos. Desde o final do século XV e durante todo o século XVI na Europa Ocidental foi criada uma legislação sanguinária contra o ócio. Os pais da atual classe operária foram castigados por terem sido reduzidos à situação de vagabundos e pobres. A legislação os tratava como criminosos voluntários; ela pressupunha que dependia de seu livre arbítrio continuar a trabalhar como antes."

(MARX, Karl. "O Capital". Paris, Garnier-Flamarion, 1969.)

As transformações econômicas e sociais costumam gerar profundas alterações no chamado "mundo do trabalho". A situação apontada por Marx refere-se ao processo histórico

a) das revoluções anticapitalistas, ocorridas na Europa, contra as quais a burguesia determinou severa repressão.

b) das revoltas operárias, como o ludismo, voltadas à destruição das máquinas e à exploração por elas causada.

c) da Revolução Francesa, na qual os trabalhadores foram transformados em massa de manobra dos interesses burgueses.

d) de cercamento dos campos, com o deslocamento de um grande contingente de despossuídos da sua área rural de origem.

e) da Revolução Industrial, quando os criminosos eram expulsos das fábricas e proibidos de trabalhar em outra ocupação, pela legislação vigente.

21. (Fatec) "Os sofrimentos dos combatentes e da retaguarda levaram-nos a associar espontaneamente o regime capitalista e a guerra, a considerar que esta guerra não era a 'sua guerra'; o prestígio das classes dirigentes, que não souberam evitar o conflito, nem abreviá-lo ou poupar as vidas humanas, debilitou-se tanto mais quanto o enriquecimento rápido e espetacular de toda uma parte dessas classes contrastava com o luto e a aflição das massas. Por um momento submergidos, no início das hostilidades, pela vaga nacionalista, os conflitos de classe reaparecem, mais vigorosos e exacerbados por quatro anos de miséria. As classes dirigentes têm consciência do fato, e o medo do contágio revolucionário cria em seu meio um intenso terror que se manifesta na vontade de destruir este novo Estado, onde, pela primeira vez, o socialismo transporta-se do terreno da teoria para o das realidades. A união do mundo branco está rompida; doravante não haverá mais neutros; conscientemente ou não, é em relação à Revolução Russa - objeto de receios e repulsa para uns, de esperança para outros - que se classificarão governos, partidos e simples particulares."

(CROUZET, M. - História Geral das civilizações - A época contemporânea)

A partir da descrição do autor, é correto afirmar que:

a) o socialismo seria a única solução para evitar uma luta de classes.

b) o medo do socialismo levaria o empresariado a apoiar ações contrárias, e isso provocou, mais tarde, o estabelecimento do fascismo e do nazismo.

c) a passagem das ideias do socialismo à prática levou toda a Europa a se conscientizar do perigo comum.

d) a união do mundo branco rompeu-se e, após a Revolução Russa, provocou reflexos imediatos na libertação dos povos coloniais.

e) a Europa saiu da guerra mais nivelada politicamente, pois a guerra acabou com as grandes fortunas, dando chances para uma estabilização socioeconômica.

22. (Fatec) "A queda da burguesia e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis (...). Os proletários nada têm a perder com ela, a não ser as próprias cadeias. E têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos".

Esse trecho, extraído do Manifesto Comunista de Marx e Engels, foi escrito no contexto histórico marcado

a) pelo acirramento das contradições políticas, econômicas e sociais decorrentes do processo conhecido como Revolução Industrial.

b) pelos conflitos entre trabalhadores e patrões que começaram a pontuar os países capitalistas a partir da ocorrência da Revolução Russa.

c) pela afirmação dos Estados Unidos como potência imperialista com interesses econômicos e políticos em várias regiões do planeta.

d) pelo confronto entre vassalos e suseranos, no momento de ápice da crise do modo de produção feudal e de enfraquecimento da autoridade religiosa.

e) pelo incremento das contestações populares às diretrizes políticas implantadas pelos regimes autoritários que floresceram na Europa, na primeira metade do século XX.

23. (Fgv 2014) O “socialismo real” agora enfrentava não apenas seus próprios problemas sistêmicos insolúveis, mas também os de uma economia mundial mutante e problemática, na qual se achava cada vez mais integrado.

Com o colapso da URSS, a experiência do “socialismo realmente existente” chegou ao fim. Pois, mesmo onde os regimes comunistas sobreviveram e tiveram êxito, como na China, abandonaram a ideia original de uma economia única, centralmente controlada e estatalmente planejada, baseada num Estado completamente coletivizado.

(Eric Hobsbawm, Era dos extremos. p. 458 e 481. Adaptado)

A partir do texto, é correto afirmar que: 

a) os países do socialismo real, como a União Soviética, acompanharam em parte as mudanças da década de 1970 e sobreviveram sem reformas, pois, mesmo sem o grande avanço técnico-científico, conseguiram neutralizar os graves efeitos da burocratização, da economia planificada, da proletarização da classe média e do obsoleto parque industrial e, ainda, mantiveram a unidade do bloco socialista.

b) nos anos 1980, as reformas econômicas e políticas – a perestroika – colocaram os países do socialismo real no rumo do capitalismo, substituindo a ação estatal pelo mercado, com ênfase nas privatizações e na abertura para o capital estrangeiro, medidas que obtiveram pleno êxito e fizeram a economia perder suas características estatizantes, impedindo, ainda, o fim do bloco socialista.

c) a unidade do bloco do socialismo real foi motivada pelo equilíbrio da estrutura política dos Estados em se adaptar às necessidades da economia de mercado, pois a planificação pelo Estado burocratizado é incompatível com a economia de mercado, apoiada no desenvolvimento técnico-científico, nas crescentes privatizações, no apoio do capital externo e nas diferenciações salariais.

d) nos países do socialismo real, os problemas externos, isto é, da economia mundial, a partir dos anos 1970, responsáveis pelas oscilações do comércio internacional, prevaleceram sobre os problemas internos, como a burocratização do Estado e o atraso técnico-científico, que sofreram reformas estatais nos anos 1980 e minimizaram as graves tensões sociais, mantendo a união do bloco socialista.

e) além dos problemas internos da própria estrutura política endurecida pela burocracia e pelo autoritarismo, os países do socialismo real, a partir dos anos 1970, já inseridos no mercado mundial, enfrentaram o baixo desenvolvimento técnico-científico e as tensões sociais e ensaiaram, sem êxito, nos anos 1980, reformas políticas e econômicas para manter a unidade do bloco socialista.   

24. (Mackenzie) Os primeiros socialistas, ao formularem profundas críticas ao progresso industrial, estavam ainda impregnados de valores liberais. Atacando os grandes proprietários, mas tendo, em geral, muita estima pelos pequenos, esses teóricos acreditavam que pudesse haver um acordo entre as classes.

Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo

Os historiadores acima estão se referindo aos:

a) socialistas científicos.
b) socialistas utópicos.
c) anarquistas.
d) marxistas.
e) socialistas liberais.

25. (Pucmg) O chamado socialismo científico, formulado por Marx e Engels no século XIX, propunha:

a) a superação do capitalismo pela ação revolucionária dos trabalhadores, aglutinados em torno da Internacional Socialista.

b) a redução do papel do Estado na economia para efetivar o controle direto pelo proletariado sobre os meios de produção.

c) a supressão de toda legislação trabalhista e social, tida como mecanismo de alienação e cooptação do proletariado.

d) a realização de sucessivas reformas na estrutura capitalista, possibilitando a gradativa implantação do comunismo avançado.

26. (Pucmg) No início do século XIX, um grupo de operários ingleses liderados por Ned Ludlam organizou um movimento de protesto contra as precárias condições de vida e trabalho do proletariado. O ludismo caracterizou-se:

a) pela tomada do poder e instalação de um governo revolucionário que suprimiu a propriedade particular e estimulou a criação de cooperativas.

b) pela elaboração da chamada Carta do Povo exigindo do Parlamento britânico a realização de uma série de reformas sociais e políticas.

c) pela destruição de máquinas e equipamentos industriais considerados responsáveis pelo crescente desemprego e depauperação dos trabalhadores.

d) pela constituição de uma poderosa estrutura sindical e partidária, que permitiu a organização do proletariado e o aumento de sua força política.

27. (Uerj) Os anarquistas, senhores, são cidadãos que, em um século em que se prega por toda a parte a liberdade das opiniões, acreditam ser seu dever recomendar a liberdade ilimitada. (...)

Os anarquistas propõem-se, pois, a ensinar ao povo a viver sem governo, da mesma forma como ele começa a aprender a viver sem Deus.

Declaração dos Anarquistas, 1883.

(VOILLIARD, Odette et alii. Documents d'Histoire Contemporaine (1851-1971). Paris: Armand Colin, 1964.)

No texto acima, está apresentado o seguinte princípio do anarquismo:

a) rejeição do poder instituído, negando a necessidade do Estado

b) recusa das eleições, substituindo-as pelo sindicalismo revolucionário

c) fim do Estado e da Igreja, pregando sua substituição por ações de um cooperativismo associacionista

d) superioridade da ação profissional sobre a da política, buscando a independência dos partidos políticos

28. (Ufmg) Em 1891, o Papa Leão XIII editou um documento - a encíclica "Rerum Novarum" - que deixou marcas profundas na Igreja Católica. A importância desse documento transcende os muros da Igreja, haja vista que ele redefiniu o pensamento católico e o modo como essa Instituição se relacionava com as sociedades em que atuava.

Considerando-se a influência da "Rerum Novarum", é CORRETO afirmar que essa encíclica

a) significou uma condenação vigorosa da guerra e do colonialismo, pela manifestação do pacifismo e do humanismo inerentes aos valores cristãos.

b) deu origem ao pensamento social católico, a partir do impacto da expansão do capitalismo e do crescimento do ideário socialista.

c) transformou a Igreja em aliada do movimento fascista, abrindo caminho para a Concordata entre o Papa e o Estado italiano.

d) representou uma tomada de posição do Vaticano contra a religião muçulmana, que crescia em ritmo acelerado e ameaçava a posição hegemônica do catolicismo.

29. (Ufpr) No filme "Matrix" (1999), dos irmãos Andy e Larry Wachowski, a vida humana não passa de uma ilusão, pois os seres humanos vivem ligados às máquinas como baterias de um amplo sistema de controle tecnológico. Esse filme suscitou inúmeras reflexões e debates de natureza filosófica e religiosa, mas um aspecto que merece ser destacado é o político, pois é um filme que apresenta uma visão pessimista e antiutópica do futuro humano. Contudo, muito antes dos filmes de ficção científica, as esperanças e os desejos de uma sociedade ideal já inspiravam pensadores e escritores, que deixaram em suas obras modelos de transformação social. Sobre a imaginação utópica e seus fundamentos, é correto afirmar:

a) As obras caracterizadas como utópicas são assim chamadas devido à sua natureza ficcional, sem nenhuma relação com a realidade.

b) "A República", obra utópica escrita por Platão, previa um mundo controlado pelos sacerdotes.

c) Em seu livro "A Utopia", o humanista inglês Thomas More, ao defender a propriedade privada e o enriquecimento, tinha como modelo ideal a seguir a sociedade inglesa de sua época.

d) Durante o século XIX, multiplicaram-se as utopias de caráter socialista-comunista, como as de Owen, Saint-Simon e Fourier, enfatizando a transformação das condições materiais da sociedade.

e) O livro "1984", de George Orwell, é uma utopia socialista inspirada na Revolução Russa e na admiração do autor pelo sistema político soviético.

30. (Uespi 2012) A modernidade não se fez sem a multiplicidade de saberes e o confronto de concepções de mundo. Por exemplo, no século XIX, o movimento romântico:

a) incentivou ideais nacionalistas e construiu críticas ao Iluminismo. 

b) negou as principais teorias de Rousseau e dos filósofos idealistas. 

c) foi contra as tradições populares, o que favoreceu a escolha de caminhos elitistas. 

d) aceitou muitas regras do classicismo, desprezando o individualismo burguês. 

e) anulou a importância da memória histórica e do apego às tradições.

 






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