1.
(Enem digital 2020) TEXTO I
O filme quis dizer: “Eu sou o samba”
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes e pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todas e muitas: Deus e o diabo, vidas secas, os fuzis,
Os cafajestes, o padre e a moça, a grande feira, o desafio
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil
TEXTO II
O cinema brasileiro partiu da
consciência do subdesenvolvimento e da necessidade de superá-lo de maneira
total, em sentido estético, filosófico, econômico: superar o subdesenvolvimento
com os meios do subdesenvolvimento. Tropicalismo é o nome dessa operação; por
isso existe um cinema antes e depois do Tropicalismo. Agora nós não temos mais
medo de afrontar a realidade brasileira, a nossa realidade, em todos os sentidos
e a todas as profundidades.
ROCHA, G. Tropicalismo, antropologia, mito, ideograma. In: Revolução do Cinema Novo. Rio de Janeiro: Alhambra; Embrafilme, 1981 (adaptado).
Uma
das aspirações do Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro dos anos
1960, incorporadas pela letra da canção e detectáveis no texto de Glauber
Rocha, está na
a)
retomada das aspirações antropofágicas pela prática intertextual.
b)
problematização do conceito de arte provocada pela geração tropicalista.
c)
materialização do passado como instrumento de percepção do
contemporâneo.
d)
síntese da cultura popular em sintonia com as manifestações artísticas
da época.
e)
formulação de uma identidade brasileira calcada na tradição cultural e
na crítica social.
2. (Ufrgs 2018) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre as relações entre arte, política e sociedade no século XX.
(AA) Pablo
Picasso denunciou o regime franquista ao retratar as consequências do
bombardeio aéreo na cidade de Guernica, no período da Guerra Civil espanhola.
(AA) A arte, durante o
Nazismo na Alemanha, foi vinculada aos aspectos étnicos do povo alemão, com a
condenação de expressões artísticas consideradas inferiores ou degeneradas.
(AA) O chamado “Cinema
Novo” no Brasil notabilizou-se por uma estética classicista, pela linguagem
parnasiana e pelo predomínio de temáticas urbanas.
(AA) Os grupos paramilitares, durante o acirramento das perseguições políticas no Brasil, na ditadura civil-militar, organizaram ações violentas contra manifestações artísticas consideradas “de esquerda”, como o ocorrido no teatro onde era encenada a peça Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda.
A
sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a)
V – V – F – F.
b)
V – F – V – F.
c)
F – V – V – F.
d)
F – F – V – V.
e) V – V – F – V.
3.
(Unicamp 2017) “O tropicalismo buscava revolucionar a linguagem e
o comportamento na vida cotidiana, incorporando-se simultaneamente à sociedade
de massa e aos mecanismos do mercado de produção cultural. Criticava ao mesmo
tempo a ditadura e uma estética de esquerda acusada de menosprezar a forma
artística. Articulava aspectos modernos e arcaicos, buscava retomar
criticamente a tradição brasileira e absorver influências estrangeiras de modo
‘antropofágico’.”
Marcelo Ridenti, “Cultura”, em Daniel Aarão Reis (org.), Modernização, ditadura e democracia: 1964-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 256.
O
tropicalismo, no contexto cultural brasileiro dos anos 1960 e 1970,
a)
foi influenciado pelo manifesto antropofágico e propunha digerir
aspectos da cultura mundial – como a guitarra elétrica e a televisão – para
difundir o ideal de uma sociedade alinhada com os interesses da modernização
econômica da ditadura.
b)
era um movimento que criticava a ditadura, associada à Jovem Guarda, e a
esquerda, identificada com a Bossa Nova, propondo uma leitura imparcial para a
cultura, como se observa na música popular e na dramaturgia do Teatro Oficina.
c)
criticava o Cinema Novo e a glamorização da “estética da fome”,
preferindo abrir-se para os movimentos internacionais, como fizeram o
modernismo em relação ao futurismo e a vanguarda do grupo do Teatro Opinião.
d) usava referências eruditas e populares, incorporava aspectos da música pop mesclada a aspectos regionais e expressava críticas à ditadura e ao patrulhamento praticado por alguns fãs das canções de protesto.
4. (Udesc 2014) Nos primeiros anos da década de 1960, o Brasil viveu um momento marcante
pela efervescência política e cultural. Aspirava-se por mudança social e a
ideia de “revolução”, não apenas na política, mas em outras esferas, como na
cultura, nos costumes e nas expressões artísticas, ganhava novos sentidos.
Sobre esse período, analise as proposições.
I. Nos primeiros anos da década de 1960, João Goulart ocupou a
presidência, após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961.
II. No campo da cultura, teve início o movimento conhecido como Cinema
Novo, com abordagem social engajada.
III. As chamadas "reformas de base" (cujo carro chefe era a
Reforma Agrária) transformaram-se em bandeiras do governo de João Goulart e
alarmaram a classe média brasileira.
IV. Neste período, houve uma série de mobilizações protagonizadas por camponeses, operários e militares que realizaram greves, ocupações de terras e outras manifestações públicas de grande repercussão.
Assinale a alternativa correta.
a)
Somente a afirmativa III é verdadeira.
b)
Somente as afirmativas I e III são
verdadeiras.
c)
Somente as afirmativas I, II e IV são
verdadeiras.
d)
Somente as afirmativas II, III e IV são
verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
5.
(Upe 2013) Apesar da forte censura que caracterizou o Regime
Militar, o Brasil, de 1964 a 1985, foi palco de uma série de movimentos
artísticos de relevante expressividade estética.
Sobre
a produção cultural desse período, assinale a alternativa CORRETA.
a)
O Movimento Armorial concentrou a crítica ao Regime no Estado de
Pernambuco.
b)
O Cinema Novo tinha, na filmografia hollywoodiana, sua principal
influência.
c)
O Tropicalismo, formado por artistas baianos, detinha um projeto
cultural eminentemente nordestino.
d)
Ao contrário da música e do cinema, o teatro não desenvolveu uma
linguagem particular durante os anos da ditadura.
e) A Bossa Nova, apesar de ser oriunda de um cenário nacional bastante distinto, influenciou a música de protesto no Brasil.
6. (cftce 2007) A década de 1960 é reconhecida pela efervescência
cultural politizada e engajada. A única expressão artística, que NÃO pertence a
este contexto, está indicada na opção:
a)
"O Cangaceiro", longa-metragem produzido pela Companhia Vera
Cruz.
b)
"Eles não Usam Black-tie", peça de Gianfrancesco Guarnieiri,
montado pelo CPC do Rio de Janeiro.
c)
O filme de Glauber Rocha, principal expoente do movimento do Cinema
Novo, "Deus e o Diabo na Terra do Sol".
d)
As peças encenadas e produzidas pelos grupos "Teatro de Arena"
e "Teatro Oficina", de São Paulo, e "Teatro Popular do
Nordeste", de Recife.
e) O movimento "Tropicália", surgido no III Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record de São Paulo.
7. (Fgv 2007) Nas
campanhas eleitorais e mesmo em discursos, é bastante comum a referência, por
parte de candidatos, de parlamentares e até de presidentes, a Juscelino
Kubitschek. Tal lembrança pode ser justificada pelo fato de que seu mandato
(1956-1961)
a)
caracterizou-se pela estabilidade política, graças à sua habilidade, à
aproximação com os militares e à aliança UDN-PTB, que garantiu maioria no
Congresso.
b)
correspondeu aos "anos dourados" da economia, devido aos
aumentos salariais, à redução da inflação, ao apoio do FMI e à implantação da
indústria automobilística no Brasil.
c)
atraiu o apoio da população rural, com a extensão da legislação
trabalhista ao campo e com a proposta de reforma agrária, objetivo principal do
Plano de Metas.
d)
foi um período de otimismo, marcado por grandes obras, pelo crescimento
do PIB e pela efervescência cultural, com o início da "Bossa Nova" e
do "Cinema Novo".
e) reatou relações diplomáticas com os países do bloco socialista e reconheceu o governo da República Popular da China, desenvolvendo uma política externa inovadora.
8. (Uff 2006) Antes
do golpe de 64, o Centro Popular de Cultura (CPC), órgão da União Nacional dos
Estudantes (UNE), catalisou a proposta
de deselitizar a arte e a cultura, levando-as ao povo e revitalizando - quando
necessário - expressões da cultura popular como o teatro mambembe e a
literatura de cordel.
Sobre essa nova concepção de cultura, desenvolvida
nos anos cinquenta do século passado, pode-se afirmar que:
a)
o golpe de 64 e a censura foram
responsáveis pelo fim da proposta de manifestações culturais críticas e
engajadas. A saída foi a produção de texto em metáforas direcionadas à atuação
dos grupos de esquerda, como o CPC;
b) no cinema, seu maior expoente foi Nelson
Pereira dos Santos, responsável pela consagração do Cinema Novo, com os filmes
"Terra emTranse" e "O Dragão da Maldade contra o Santo
Guerreiro";
c) foi a partir de uma determinada visão de povo
que a intelectualidade de esquerda pensou intervir no social, rompendo o
estigma e a própria realidade do subdesenvolvimento;
d) a literatura de Cordel tornou-se a expressão
mais acabada da alienação e ignorância do povo brasileiro;
e) nos anos cinquenta a cultura foi pensada em sua relação com as elites intelectuais do país. Revelou ainda o apego aos valores patrióticos, sintetizados na frase: "Brasil, ame-o ou deixe-o".
9. (Acafe 2014) A alternativa em cujo texto a
função estético-literária prevalece sobre a função referencial é:
a) 'Me pegue pelos cabelos, sinta meu
cheiro, me jogue pelo ar, me leve pro seu banheiro...' acabou de entrar. Sempre
usa um provérbio, trecho de música ou nick sedutores. Adora usar trechos de
funk ou pagode com duplo sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na macaca e
está doida pra arrumar alguém pra fazer o servicinho.
b) Depois da reforma que atualizou sua
estrutura e instalações, e com a proposta de se estabelecer como polo de debate
e difusão de cultura e pensamento, o Teatro Ágora reiniciou suas atividades no
fim de setembro. Para marcar a reinauguração, o espetáculo inédito “Teatro
Nosso de Cada Dia”, com o ator e diretor Celso Frateschi, e o “Homem que Fala”,
dos Doutores da Alegria, estão na programação.
c) Se você gosta de usar a
criatividade na hora de se vestir, chegou a hora de se identificar! Mesmo sem
ter muito dinheiro, Tatiana Alvim sempre teve estilo de sobra! Fã de calças, saias
e shortinhos jeans, a gata deixa a peça básica a sua cara ao combinar tudo com t-shirts
de estampas modernas, unhas coloridas e acessórios descolados. Facinho de
copiar e usar!
d) Segundo a sinopse oficial, "Tatuagem" revisita o cinema novo, "flertando com o experimentalismo do super-8 da década de 70 no Brasil e dialogando com o cinema contemporâneo". A primeira produção ficcional de Hilton Lacerda procura jogar luz sobre a história e a cinematografia de um país e abrir uma brecha para vislumbrar uma das faces mais interessantes e complexas do Brasil: a história que nasce na marginalidade dos acontecimentos.
10. (Upe-ssa 3 2017) Em 1971, Tonico e Tinoco elogiaram
os militares, cantando os versos “um governo varonil/vamos pra frente Brasil”.
Zezé di Camargo acusava os sertanejos universitários de “mentira marqueteira”,
mas depois afirmou que não há diferença entre seu estilo e o deles. Nelson
Pereira dos Santos, pai do Cinema Novo, dirigiu um filme sobre Milionário &
José Rico. O sertanejo Dalvan teve papel importante na primeira eleição de Lula
como deputado federal. Leandro, Leonardo e Sula Miranda apoiaram Collor quando
a sociedade brasileira pedia seu impeachment.
ALONSO, Gustavo. Cowboys do asfalto. Música sertaneja e modernização brasileira. Rio de Janeiro: Record, 2015.
O final do texto se remete a um
período da história recente do Brasil em que a música sertaneja ficou marcada
pela
a) crítica ao regime civil-militar que
acabara de ser destituído.
b) rejeição ao mundo rural, defendendo
os benefícios da urbanização.
c) defesa da modernização do Brasil,
dando ênfase às novas tecnologias.
d) associação com os grandes
industriais paulistas na promoção do gênero.
e) aliança com a política, apoiando um
presidente que viria a ser impedido pelo congresso.
Postar um comentário:
0 comentários: