1. (ENEM 2015) Ao se apossarem do novo território, os europeus ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos por um sistema integrado. A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma descrição simplista desses grupos e à sua sucessiva destruição. Na verdade, não existe uma distinção entre a nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem ser encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir e pensar das várias sociedades, mas também como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos comuns.
SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.).
Mostra do redescobrimento: arqueologia. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo
– Associação Brasil 500 anos artes visuais, 2000.
De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados, pois ambas compartilham o(a)
a) Suporte
artístico.
b) Nível
tecnológico.
c) Base
antropológica.
d) Concepção
estética.
e) Referencial
temático.
2.
(ENEM 2015) Na região mineira, a separação entre cultura popular (as artes
mecânicas) e erudita (as artes liberais) é marcada pela elite colonial, que tem
como exemplo os valores europeus, e o grupo popular, formado pela fusão de
várias culturas: portugueses aventureiros ou degredados, negros e índios.
Aleijadinho, unindo as sofisticações da arte erudita ao entendimento do
artífice popular, consegue fazer essa síntese característica deste momento
único na história da arte brasileira: o barroco colonial.
MAJORA, C.
BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado).
No
século XVIII, a arte brasileira, mais especificamente a de Minas Gerais,
apresentava a valorização da técnica e um estilo próprio, incluindo a escolha
dos materiais. Artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras
caracterizadas por peculiaridades que são identificadas por meio
a) Do emprego de
materiais oriundos da Europa e da interpretação realista dos objetos
representados.
b) Do uso de
recursos materiais disponíveis no local e da interpretação formal com
características próprias.
c) Da utilização
de recursos materiais vindos da Europa e da homogeneização e linearidade
representacional.
d) Da observação
e da cópia detalhada do objeto representado e do emprego de materiais
disponíveis na região.
e) Da utilização
de materiais disponíveis no Brasil e da interpretação idealizada e linear dos
objetos representados.
3. (ENEM PPL 2º Dia 2015) Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e obsceno: o alto — uma beleza imaterial — e o baixo — uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia — nem mulata ou negra — poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C.
Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.
O
texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está
condicionada à
a) Incorporação
de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao trabalho
do artista.
b) Atemporalidade
do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte então
elaborado.
c) Inserção da
produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por fatores
externos.
d) Apropriação
que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma vertente
artística.
e) Assimilação de
técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram da
temática.
4.
(ENEM 2011) Observe as imagens abaixo:
Vicente
do Rego Monteiro foi um dos pintores cujas telas foram expostas durante a
Semana da Arte Moderna. Tal como Michelangelo, ele se inspirou em temas
bíblicos, porém, com um estilo peculiar. Considerando-se as obras apresentadas,
o artista brasileiro.
a) Estava
preocupado em retratar detalhes da cena.
b) Demonstrou
irreverência ao retratar a cena bíblica.
c) Optou por
fazer uma escultura minimalista, diferentemente de Michelangelo.
d) Deu aos
personagens traços cubistas, em vez dos traços europeus, típicos de Michelangelo.
e) Reproduziu o
estilo da famosa obra de Michelangelo, uma vez que retratou a mesma cena
bíblica.
5. (ENEM 2009)
A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons
narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma
cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta
inocência como têm em mostrar o rosto.
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível
em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2009.
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o
trecho do texto de Caminha, conclui-se que
a) Ambos se
identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e
melancolia, do movimento romântico das artes plásticas.
b) O artista, na
pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo
que o texto é apenas fantasioso.
c) A pintura e o
texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras
que sofreriam processo colonizador.
d) O texto e a
pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.
e) Há forte
direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio
representado é objeto da catequização jesuítica.
6. (ENEM 2014) Se observarmos o maxixe brasileiro, a beguine da Martinica, o danzón de Santiago de Cuba e o ragtime norte-americano, vemos que todos são adaptações da polca. A diferença de resultado se deve ao sotaque inerente à música de cada colonizador (português, espanhol, francês e inglês) e, em alguns casos, a uma maior influência da música religiosa.
CAZES, H.
Choro: do quintal ao Municipal. São Paulo: Editora 34, 1998 (adaptado).
Além do sotaque inerente à música de cada colonizador e da influência religiosa, que outro elemento auxiliou a constituir os gêneros de música popular citados no texto?
a) A região da
África de origem dos escravos, trazendo tradições musicais e religiosas de
tribos distintas.
b) O relevo dos
países, favorecendo o isolamento de comunidades, aumentando o número de gêneros
musicais surgidos.
c) O conjunto de
portos, que favorecem o trânsito de diferentes influências musicais e credos
religiosos.
d) A agricultura
das regiões, pois o que é plantado exerce influência nas canções de trabalho
durante o plantio.
e) O clima dos
países em questão, pois as temperaturas influenciam na composição e vivacidade
dos ritmos.
7. (Enem PPL 2014)
A Estátua do Laçador, tombada como patrimônio em 2001, é um
monumento de Porto Alegre/RS, que representa o gaúcho (em trajes típicos).
Disponível em:
www.portoalegre.tur.br. Acessado em: 3 ago. 2012 (adaptado).
O monumento identifica um(a)
a) Exemplo de bem
imaterial.
b) Forma de
exposição da individualidade.
c) Modo de
enaltecer os ideais de liberdade.
d) Manifestação
histórico-cultural de uma população.
e) Maneira de propor
mudanças nos costumes.
8.
(ENEM 2013) Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança
aristocrática. Oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a
Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez,
apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a
presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as
figurações diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das
seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des cheveliê”,
“Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”,
“Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.
CASCUDO. L.C.
Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976.
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por
a) Possuir como
característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso,
identificar uma nação ou região.
b) Abordar as
tradições e costumes de determinados povo ou regiões distintas de uma mesma
nação.
c) Apresentar
cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada
dança-espetáculo.
d) Necessitar de
vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) Acontecer em
salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.
9. (ENEM 2011) A dança é um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenários representativos.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta Curricular do
Estado de São Paulo: Educação Física. São Paulo: 2009 (adaptado)
A dança, como
manifestação e representação da cultura rítmica, envolve a expressão corporal
própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela
a) Manifestações
afetivas, históricas, ideológicas, intelectuais e espirituais de um povo,
refletindo seu modo de expressar-se no mundo.
b) Aspectos
eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo,
desconsiderando fatos históricos
c) Acontecimentos
do cotidiano, sob influência mitológica e religiosa de cada região, sobrepondo
aspectos políticos.
d) Tradições
culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas em um
ranking das mais originais.
e) Lendas, que se
sustentam em inverdades históricas, uma vez que são inventadas, e servem apenas
para a vivência lúdica de um povo.
10. (ENEM 2011) A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural." São exemplos de bens registrados como Patrimônio Imaterial no Brasil: o Círio de Nazaré no Pará, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Jongo no Sudeste, entre outros.
Disponível em:
http://www.portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).
É bastante recente no Brasil o registro de determinadas manifestações culturais como integrantes de seu Patrimônio Cultural Imaterial. O objetivo de se realizar e divulgar este tipo de registro é
a) Reconhecer o
valor da cultura popular para torná-la equivalente à cultura erudita.
b) Recuperar as
características originais das manifestações culturais dos povos nativos do
Brasil.
c) Promover o
respeito à diversidade cultural por meio da valorização das manifestações populares.
d) Possibilitar a
absorção das manifestações culturais populares pela cultura nacional brasileira.
e) Inserir as
manifestações populares no mercado, proporcionando retorno financeiro a seus
produtores.
11. (ENEM 2010) O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais da Commediadell’art, que, há anos, encontram-se presentes em marchinhas e fantasias de carnaval. Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo suas críticas, declarando seu amor por todas as belas jovens e, ao final da apresentação, despediam-se do público com músicas e poesias. A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a
a) Crença na
dignidade do clero e na divisão entre o mundo real e o espiritual.
b) Ideologia de
luta social que coloca o homem no centro do processo histórico.
c) Crença na
espiritualidade e na busca incansável pela justiça social dos feudos.
d) Ideia de
anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI.
e) Ideologia
humanista com cenas centradas no homem, na mulher e no cotidiano.
12. (ENEM 2010) O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho conhecê-la, é de alguma forma se apropriar dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R.
A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007.
As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é obra de um povo que a cria, recria e a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira
a) O
Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história
envolvendo crítica social, morte e ressurreição.
b) A Quadrilha
das festas juninas, que associam festejos religiosos a celebrações de origens pagãs
envolvendo as colheitas e a fogueira.
c) O Congado, que
é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos através
de música, cantos e dança.
d) O Balé, em que
se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar uma
história em forma de espetáculo.
e) O Carnaval, em
que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar
ou recriar uma história nos desfiles.
13. (ENEM 2010) Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a representar peças de caráter religioso.
Esses
fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e situações, o teatro é uma
forma:
a) De manipulação
do povo pelo poder, que controla o teatro.
b) De diversão e de
expressão dos valores e problemas da sociedade.
c) De
entretenimento popular, que se esgota na sua função de distrair.
d) De manipulação
do povo pelos intelectuais que compõem as peças.
e) De
entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela televisão.
14. (ENEM 2009) Leia o fragmento sobre as manifestações musicais da sociedade brasileira no início da República apresentado a seguir.
O carteiro Joaquim dos Anjos não era
homem de serestas e serenatas, mas gostava de violão e de modinhas. Ele mesmo
tocava flauta, instrumento que já foi muito estimado, não o sendo atualmente como
outrora. Acreditava–se até músico, pois compunha valsas, tangos e
acompanhamentos para modinhas. Aprendera a "artinha" musical na terra
do seu nascimento, nos arredores de Diamantina, e a sabia de cor e salteado;
mas não saíra daí.
BARRETO, Lima.
Clara dos Anjos. In: Flávio Moreira da Costa (org.) Aquarelas do Brasil: contos
da nossa música popular. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações de Passatempos e
Multimídia Ltda, 2006, p.59.
A expressão "artinha" revela
a) A absorção de
manifestações culturais influenciadas pela alta burguesia.
b) O lugar de
destaque que as modinhas sempre ocuparam na vida do brasileiro.
c) O
reconhecimento da música ao lado de manifestações culturais, como serenatas e
serestas.
d) O preconceito
que existia em relação às manifestações musicais de origem popular.
e) O gosto do
brasileiro por músicas clássicas, cuja origem remonta ao interior do Brasil.
15. (ENEM 2009) O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima utilizada. Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região do Brasil o artefato acima foi produzido?
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