1.
(Puccamp) É interessante notar como, em Machado de Assis, se
aliavam e se irmanavam a superioridade de espírito, a maior liberdade interior
e um marcado convencionalismo. Dois termos que se repelem, pensador e
burocrata, são os que melhor o exprimem. Entre Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba,
a vida nacional passara pelas profundas modificações da Abolição e da
República.
−
Que pensa de tudo isso Machado de
Assis? Indagava Eça de Queirós.
À queda da Monarquia, disse Machado no seu gabinete
de burocrata, diante da conveniência de tirar da parede o retrato do imperador:
−
Entrou aqui por uma portaria, só sairá
por outra portaria.
Era o que tinha a dizer aos republicanos, atônitos
com esse acatamento ao ato de um regime findo.
Adaptado de: PEREIRA, Lúcia Miguel. Machado de Assis. 6. ed. rev.,
Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1988, p. 208
O
republicanismo no Brasil, sobretudo a linha defendida pelos militares, sofreu
forte influência do positivismo – forma de pensamento característico do século
XIX −, filosofia de Auguste Comte. Os republicanos
positivistas
a) pretendiam chegar ao regime
republicano por meio de mudanças decorrentes de movimentos de luta entre os
monarquistas e os positivistas.
b) concebiam o Estado como uma
entidade voltada ao aprimoramento positivo da sociedade, independentemente do
regime de governo.
c) consideravam que só seria possível
a criação de uma sociedade igualitária através do republicanismo e de “reformas
positivas do trabalho”.
d) defendiam que
a monarquia seria superada pelo “estágio positivo da história da humanidade”,
representado de modo especial pela república.
e) acreditavam que a queda da
monarquia ocorreria por meio de uma “revolução baseada nos princípios do
positivismo e do republicanismo”.
2.
(Col. naval) Leia
o texto a seguir.
A
administração da Fazenda Pública com a mais severa economia e a maior
fiscalização no emprego da renda do Estado será uma das minhas preocupações.
Povos novos e onerados de dívidas nunca foram povos felizes, e nada aumenta
mais as dívidas dos estados do que as despesas sem proporção com os recursos econômicos
da nação, com as forças vivas do trabalho, das indústrias e do comércio, o que
produz o desequilíbrio dos orçamentos, o mal-estar social, a miséria. Espero
que, fiscalizada e economizada a Fazenda Pública, mantida a ordem no País, a
paz com as nações estrangeiras sem quebra da nossa honra e dos nossos direitos,
animado o trabalho agrícola e industrial e reorganizado o regime bancário, os
abundantes recursos do nosso solo vaporizarão progressivamente o nosso meio
circulante, depreciado para as permutas internacionais, e fortificarão o nosso
crédito do interior e no exterior.
Trecho do discurso de posse de Floriano Peixoto
Fonte: http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/91988
Em
um trecho de seu discurso de posse, apresentado acima, Floriano Peixoto demonstrou
grande preocupação com a economia brasileira que vivia a chamada “Crise do
Encilhamento”. É correto afirmar que entre as características da crise estavam:
a) o decréscimo das reservas cambiais
e a escassez de papel-moeda no país.
b) a queda do preço do minério de
ferro no mercado internacional e a baixa movimentação financeira da bolsa de
valores.
c) as falências
de indústrias e a inflação que elevou o custo de vida.
d) a liberação das barreiras fiscais
para a importação de produtos ingleses, levando à falência indústrias e grupos
comerciais.
e) o excesso de gastos públicos com
políticas assistencialistas e o endividamento com credores no exterior.
3.
(PROF.
JARLISON SILVA 2017) No dia 15 de novembro, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o
apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na
noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto instalando um governo
provisório.
O
fragmento de texto acima retrata
a) A chegada de Vargas ao poder, com a A
“Revolução” de 1930.
b) A deposição de João Goulart e a chagada dos
militares ao poder
c) A Revolução Constitucionalista de
1932, que exigia a instauração de uma Constituição.
d) O fim da monarquia e a Proclamação da República de 1889.
e) O Estado Novo de 1937, ditadura
pessoal de Getúlio Vargas.
4.
(PROF.
JARLISON SILVA 2017) Após um ano da abolição da
escravidão, foi proclamada a República Brasileira, pelo então Marechal Deodoro
da Fonseca em 15 de novembro de 1889, apesar de se haver grande divergência
quanto ao tipo de República que seria instaurada. O governo provisório convocou
no ano de 1890 a Assembleia Nacional Constituinte, para que fosse
institucionalizado o novo regime político. Deste modo, promulgou-se a
Constituição Republicana em 24 de fevereiro de 1891, onde o regime político era
de caráter presidencialista, com os poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário. O primeiro presidente da República foi o marechal Deodoro da
Fonseca e o marechal Floriano Peixoto como vice, as escolhas tanto para
presidente quanto para vice foram feitas pelos deputados constituintes.
Após
a leitura do texto sobre o início da República Brasileira e a charge que faz
alusão ao fim da monarquia, analise as proposições a seguir e marque a correta.
a) Com a Constituição de 1891 ocorreu o
estabelecimento de impostos e a separação entre a Igreja Católica e o Estado,
pondo fim ao padroado régio.
b) A eleição de que levou ao poder o Marechal Deodoro da Fonseca, contou com
grande participação popular, já que o sufrágio era universal e irrestrito.
c) A chegada de Floriano Peixoto ao poder significou a ascensão da Marinha
como principal e mais prestigiada força militar do Brasil naquela época.
d) A Constituição de 1891, por manter o poder moderador, foi concebida como
um exemplo da influência do positivismo no Brasil.
e) Marechal Deodoro era representante da oligarquia paulista, produtora de
café, daí o motivo da sua tentativa de modernização econômica do Brasil, que
levou ao Encilhamento.
5.
(Enem) Na imagem, o autor procura representar as
diferentes gerações de uma família associada a uma noção consagrada pelas
elites intelectuais da época, que era a de
a) defesa da
democracia racial.
b) idealização
do universo rural.
c) crise dos
valores republicanos.
d) constatação
do atraso sertanejo.
e) embranquecimento da população.
6.
(Unesp) A
chamada crise do Encilhamento, no final do século XIX, foi provocada
a) pela moratória brasileira da dívida
contraída junto a casas bancárias alemãs e italianas.
b) pela crise da Bolsa de Valores, que
não resistiu ao surto especulativo do pós-Primeira Guerra Mundial.
c) pelo fim da política de proteção à
produção e exportação de café, que enfrentava forte concorrência colombiana.
d) pela emissão
descontrolada de papel-moeda, que provocou especulação financeira e alta
inflacionária.
e) pelo encarecimento dos bens de
primeira necessidade, que eram majoritariamente importados dos Estados Unidos.
7.
(Puccamp) O universo ficcional de Machado de Assis é povoado
pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX:
proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos.
Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É
essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.
A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho
dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento
Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de
naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.
(TÁVOLA, Bernardim da. Inédito).
A
tragédia do negro escravizado, no Brasil, deixou marcas profundas na
sociedade brasileira. Durante a primeira República a maioria absoluta da
população negra continuou excluída da vida política, tendo colaborado para essa
exclusão o fato de que
a) a legislação republicana
oficializou medidas segregacionistas em nível nacional.
b) a população negra livre não era
contemplada pelo sistema clientelista.
c) os negros optaram por permanecer no
campo, não se inserindo nas cidades.
d) os
analfabetos, mendigos e soldados não podiam votar.
e) as organizações políticas ou
culturais que agregassem negros eram proibidas.
8.
(Fuvest) Observe a tabela:
IMIGRAÇÃO: BRASIL, 1881-1930 (EM MILHARES)
|
|
Ano
|
Chegadas
|
1881-1885
|
133,4
|
1886-1890
|
391,6
|
1891-1895
|
659,7
|
1896-1900
|
470,3
|
1901-1905
|
279,7
|
1906-1910
|
391,6
|
1911-1915
|
611,4
|
1916-1920
|
186,4
|
1921-1925
|
368,6
|
1926-1930
|
453,6
|
Total
|
3.964,3
|
Leslie Bethell (ed.), The
Cambridge History of Latin America, vol. IV.
Adaptado.
Os dados apresentados na tabela se
explicam, dentre outros fatores,
a) pela industrialização significativa
em estados do Nordeste do Brasil, sobretudo aquela ligada a bens de
consumo.
b) pela forte
demanda por força de trabalho criada pela expansão cafeeira nos estados do
Sudeste do Brasil.
c) pela democracia racial brasileira,
a favorecer a convivência pacífica entre culturas que, nos seus continentes de
origem, poderiam até mesmo ser rivais.
d) pelos expurgos em massa promovidos
em países que viviam sob regimes fascistas, como Itália, Alemanha e Japão.
e) pela supervalorização do trabalho
assalariado nas cidades, já que no campo prevalecia a mão de obra de origem
escrava, mais barata.
9. (Cefet/MG) “Episódio
que em princípio deveria ter marcado a memória popular foi a Proclamação da
República. Mas não foi o que aconteceu [...]. A participação popular foi menor
do que na proclamação da independência.”
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho.
17ª edição, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013, p. 80-81. (Adaptado)
Entre os principais grupos sociais,
envolvidos na articulação do referido evento, destacam-se os
a) empresários e imigrantes.
b) industriais e camponeses.
c) operários e intelectuais.
d) banqueiros e religiosos.
e) fazendeiros e
militares.
10.
(Enem) Em
1881, a Câmara dos Deputados aprovou uma reforma na lei eleitoral brasileira, a
fim de introduzir o voto direto. A grande novidade, porém, ficou por conta da
exigência de que os eleitores soubessem ler e escrever.
As
consequências logo se refletiram nas estatísticas.
Em
1872, havia mais de 1 milhão de votantes, já em 1886, pouco mais de 100 mil
cidadãos participaram das eleições parlamentares. Houve um corte de quase 90
por cento do eleitorado.
CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo
caminho. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).
Nas
últimas décadas do século XIX, o Império do Brasil passou por transformações
como as descritas, que representaram a
a) ascensão dos “homens bons”.
b) restrição dos
direitos políticos.
c) superação dos currais eleitorais.
d) afirmação do eleitorado
monarquista.
e) ampliação da representação popular.
11. (PROF. JARLISON SILVA 2017) No decorrer da história da humanidade surgiram diversos
entendimentos de cidadania em diferentes momentos – Grécia e Roma da Idade
Antiga e Europa da Idade Média. Contudo, o conceito de cidadania como
conhecemos hoje, insere-se no contexto do surgimento da Modernidade e da
estruturação do Estado-Nação.
A cidadania formal é, conforme o
direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a um
Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Em segundo
lugar, na ciência política e sociologia o termo adquire sentido mais amplo, a
cidadania substantiva é definida como a posse de direitos civis, políticos e
sociais. Essa última forma de cidadania é a que nos interessa.
Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cidadania-ou-estadania.htm.
Assim, na chamada “República
Velha”, no Brasil, o modelo de cidadania ficou marcado pela
a) exclusão dos
analfabetos do processo eleitoral, além dos mendigos.
b) mesmo sendo uma sociedade paternalista, houve
grande participação das mulheres na política
c) grande atuação do comunismo, inclusive em um
curto período chegaram ao poder com Floriano Peixoto.
d) grande fragmentação política, com o poder
distribuído pelas oligarquias regionais, como a da borracha na Amazônia.
e) forte atuação dos cangaceiros no cenário
político nacional, com grande destaque para o sul do Brasil.
12.
(Unifor) Acontecimentos
importantes marcaram a História do Brasil na segunda metade do século XIX,
dentre eles pode-se destacar imigração, a abolição da escravidão e a
Proclamação da República. Sobre estes acontecimentos assinale a alternativa
CORRETA:
a) A imigração não foi
importante para a generalização do trabalho assalariado, pois os colonos viviam
praticamente como escravos.
b) A República proclamada
em 15 de Novembro de 1889 introduziu um amplo programa de adaptação do escravo
liberto à vida na sociedade brasileira.
c) A Proclamação
da República visava, dentro outros objetivos, descentralizar o poder político,
facilitando a ação dos estados em favor das economias locais.
d) A imigração desenvolveu
largamente as formas de trabalho assalariado dinamizando a industrialização do
Nordeste do Brasil.
e) A indústria brasileira
desenvolveu-se no período, basicamente direcionada à exportação, dado o pouco
dinamismo do mercado interno.
13. (Enem) Passada
a festa da abolição, os ex-escravos procuraram distanciar-se do passado de
escravidão, negando-se a se comportar como antigos cativos. Em diversos
engenhos do Nordeste, negaram-se a receber a ração diária e a trabalhar sem
remuneração. Quando decidiram ficar, isso não significou que concordassem em se
submeter às mesmas condições de trabalho do regime anterior.
FRAGA, W; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo: Moderna, 2009
(adaptado).
Segundo
o texto, os primeiros anos após a abolição da escravidão no Brasil tiveram como
característica o(a)
a) caráter
organizativo do movimento negro.
b) equiparação
racial no mercado de trabalho.
c) busca pelo reconhecimento do exercício da cidadania.
d) estabelecimento
do salário mínimo por projeto
legislativo.
e) entusiasmo
com a extinção das péssimas condições de trabalho.
14. (Unesp) A
proclamação da República não é um ato fortuito, nem obra do acaso, como
chegaram a insinuar os monarquistas; não é tampouco o fruto inesperado de uma
parada militar. Os militares não foram meros instrumentos dos civis, nem foi um
ato de indisciplina que os levou a liderar o movimento da manhã de 15 de
novembro, como tem sido dito às vezes. Alguns deles tinham sólidas convicções
republicanas e já vinham conspirando há algum tempo [...]. Imbuídos de ideias republicanas, estavam convencidos de que
resolveriam os problemas brasileiros liquidando a Monarquia e instalando a
República.
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república, 1987.)
O texto identifica a proclamação da
República como resultado
a) da unidade dos militares, que
agiram de forma coerente e constante na luta contra o poder civil que
prevalecia durante o Império.
b) da fragilidade do comando exercido
pelo Imperador frente às rebeliões republicanas que agitaram o país nas últimas
décadas do Império.
c) de um projeto militar de assumir o
comando do Estado brasileiro e implantar uma ditadura armada, afastando os
civis da vida política.
d) da
disseminação de ideais republicanos e salvacionistas nos meios militares, que
articularam a ação de derrubada da Monarquia.
e) de uma conspiração de civis, que
recorreram aos militares para derrubar a Monarquia e assumir o controle do
Estado brasileiro.
15.
(Upf) O
Brasil foi um dos países receptores de milhões de europeus e asiáticos que
vieram para as Américas em busca de oportunidade de trabalho e ascensão social.
Aproximadamente 3 milhões de estrangeiros entraram no Brasil entre 1887 e 1914,
72% do total de imigrantes que vieram para o continente americano. É correto afirmar que essa concentração
se explica, entre outros fatores, pela:
a) forte demanda
de força de trabalho para as lavouras de café.
b) vinda de um forte
contingente de japoneses fugidos da Primeira Guerra.
c) necessidade de mão de
obra altamente especializada para a indústria do sul do país.
d) política de imigração
altamente subsidiada pelos governos italiano e japonês.
e) excelente recepção
oferecida aos imigrantes pelos usineiros do nordeste.
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