1.
(Uel) Em 2012, o Vaticano
permitiu o acesso do público a vários documentos, entre eles o Sumário do
julgamento de Giordano Bruno e os Atos do processo de Galileu. As teorias
desses estudiosos, juntamente com o Homem Vitruviano, são exemplos de
uma profunda transformação no modo de conceber e explicar o conhecimento da
natureza.
Com base nos conhecimentos sobre a
investigação da natureza no início da ciência moderna, particularmente em
Galileu, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) A
nova atitude de investigação rendeu-se ao poder de convencimento argumentativo
da Igreja, a ponto de o próprio Galileu, ao abjurar suas teses, ter se
convencido dos equívocos da sua teoria.
( ) A
observação dos fenômenos, a experimentação e a noção de regularidade matemática
da natureza abalaram as concepções que fundamentavam a visão medieval de mundo.
( ) O
abandono da especulação levou Galileu a adotar pressupostos da filosofia de
Aristóteles, pois esse pensador possuía uma concepção de experimentação similar
à sua.
( ) O
método de investigação da natureza restringia-se àquilo que podia ser
apreendido imediatamente pelos sentidos, uma vez que o que está além dos
sentidos é mera especulação.
( ) Uma
das razões mais fortes para a condenação de Galileu foi sua identificação da
imperfeição dos corpos celestes, o que contrariava os dogmas da igreja.
Assinale a alternativa que contém, de cima
para baixo, a sequência correta.
a) V, V, V, F, F.
b) V, V, F, V, F.
c) V, F, V, F, V.
d) F, V, F, F, V.
e) F, F, V, F, V.
2. (Enem) Assentado, portanto, que a Escritura, em
muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do
significado aparente das palavras, parece-me que, nas discussões naturais,
deveria ser deixada em último lugar.
GALILEI, G. Carta a Benedetto
Castelli. In: Ciência e fé: cartas de
Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo:
Unesp, 2009. (adaptado)
O texto, extraído da carta escrita por Galileu
(1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo
Oficio, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII.
A declaração de Galileu defende que
a) a bíblia, por registrar
literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais,
tornando-se guia para a ciência.
b) o significado aparente
daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência primeira.
c) as diferentes exposições
quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os
dogmas da Igreja.
d) a bíblia deve receber uma
interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural.
e) os intérpretes precisam
propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado
imediato das palavras.
3.
(Ufsm) Há muitas razões para
valorizar a ciência. A importância de prever e explicar fenômenos naturais e
facilitar nosso controle de ambientes hostis, facilitando nossa adaptação, é
uma delas. Em função do sucesso que a ciência tem em explicar muitos fenômenos,
a maioria das pessoas não diretamente envolvidas com atividades científicas
tende a pensar que uma teoria científica é um conjunto de leis verdadeiras e
infalíveis sobre o mundo natural. Mudanças teóricas radicais na história da ciência
(como a substituição de um modelo geocêntrico por um modelo heliocêntrico de
explicação do movimento planetário) levaram filósofos a suspeitar dessa imagem
das teorias científicas. A teoria da ciência do físico e filósofo austríaco
Karl Popper se caracterizou por sustentar que as leis científicas possuem um
caráter
I. hipotético e provisório.
II. assistemático e irracional.
III. matemático e formal.
IV. contraditório e tautológico.
É/São verdadeira(s) a(s) assertiva(s)
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) III apenas.
d) II e IV apenas.
e) III e IV apenas.
4.
(Enem) Os
produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade,
como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e
Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de
um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques,
Scientiae Studia. São Paulo, v.
2, n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da
filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista
concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das
intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
a) expor
a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda
existentes.
b) oferecer
a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi
da filosofia.
c) ser
a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam
o progresso.
d) explicitar
as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos
éticos e religiosos.
e) explicar
a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates
acadêmicos.
5.
(Ufsj) O Círculo de Viena foi um
importante marco para a filosofia e, exemplarmente, propôs que,
a) antes de ser classificado
de percepção extrema ou subjetividade, todo e qualquer dado deve ser
sistematicamente analisado.
b) em qualquer evento, existe
algo de subjetivo e isso é disfarçado pelas extraordinárias extensões no mundo
metafísico.
c) para ser aceita como
verdadeira, uma teoria científica deveria passar pelo crivo da verificação
empírica.
d) no limite do que o sujeito
pode perceber e do que é exatamente o objeto há um abismo de possibilidades e é
nisso que consiste a importância da metafísica.
6.
(Unesp) Por
que as pessoas fazem o bem? A bondade está programada no nosso cérebro ou se
desenvolve com a experiência? O psicólogo Dacher Keltner, diretor do
Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, em Berkeley,
investiga essas questões por vários ângulos e apresenta resultados
surpreendentes.
Keltner – O nervo
vago é um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal. Quando ativo,
produz uma sensação de expansão confortável no tórax, como quando estamos
emocionados com a bondade de alguém ou ouvimos uma bela música. Pessoas com
alta ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver compaixão,
gratidão, amor e felicidade.
Mente &
Cérebro – O que esse tipo de ciência o faz pensar?
Keltner – Ela me
traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e
privilegie satisfações sociais como diversão, toque, felicidade que, do ponto
de vista evolucionário, são as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa nova
ciência em quase todas as áreas da vida. Ensina-se meditação em prisões e em
centros de detenção de menores. Executivos aprendem que inteligência emocional
e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for
focada apenas em lucros.
(www.mentecerebro.com.br. Adaptado.)
De acordo com a abordagem do cientista
entrevistado, as virtudes morais e sentimentos agradáveis
a) dependem de uma integração
holística com o universo.
b) dependem de processos
emocionais inconscientes.
c) são adquiridos por meio de
uma educação religiosa.
d) são qualidades inatas
passíveis de estímulo social.
e) estão associados a uma
educação filosófica racionalista.
7.
(Upe) A
validade de nossos conhecimentos é garantida pela correção do raciocínio. São
dois os modos de raciocínio: o indutivo e o dedutivo.
Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
a) O raciocínio indutivo é
amplamente utilizado pelas ciências experimentais.
b) O raciocínio indutivo parte
de uma lei universal, considerada válida para um determinado conjunto,
aplicando-a aos casos particulares desse conjunto.
c) O raciocínio dedutivo parte
de uma lei particular, considerada válida para um determinado conjunto,
aplicando-a aos casos universais desse conjunto.
d) O raciocínio dedutivo é uma
argumentação na qual, a partir de dados singulares suficientemente enumerados,
inferimos uma verdade universal.
e) O raciocínio indutivo é o
argumento cuja conclusão é inferida necessariamente de duas premissas.
8. (Ueg) A ciência desconfia da veracidade de
nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e
da falta de curiosidade. Por isso, onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a
atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser
explicadas.
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia.
São Paulo: Ática, 2003. p. 218.
Com base na afirmação precedente pode-se afirmar que:
a) a ciência, ao
contrário do senso comum, é um conhecimento objetivo, quantitativo e
generalizador, que se opõe ao caráter dogmático e subjetivo do senso comum.
b) a ciência
domina o imaginário contemporâneo. Isso significa que, cada vez mais, confiamos
no testemunho de nossos sentidos que promovem uma adesão acrítica à realidade
dada.
c) a ciência
existe para confirmar nossas certezas cotidianas, utilizando um pensamento
assistemático que despreza o trabalho da razão.
d) a rigor, a
ciência complementa o senso comum, mas banindo os obstáculos e problemas observados
por nossa percepção imediata das coisas.
9.
(Unioeste) “A ideia de conduzir os
negócios da ciência com o auxílio de um método que encerre princípios firmes,
imutáveis e incondicionalmente obrigatórios, vê-se diante de considerável
dificuldade, quando posta em confronto com os resultados da pesquisa histórica.
Verificamos, fazendo um confronto, que não há uma só regra, embora plausível e
bem fundada na epistemologia, que deixe de ser violada em algum momento.
Torna-se claro que tais violações não são eventos acidentais, não são o
resultado de conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ter sido
evitada. Percebemos, ao contrário, que as violações são necessárias para o
progresso. Com efeito, um dos notáveis traços dos recentes debates travados em
torno da história e da filosofia da ciência é a compreensão de que
acontecimentos e desenvolvimentos tais como a invenção do atomismo na
Antiguidade, a revolução copernicana, o surgimento do moderno atomismo (teoria
cinética; teoria da dispersão; estereoquímica; teoria quântica), o aparecimento
gradual da teoria ondulatória da luz só ocorreram porque alguns pensadores decidiram
não se deixar limitar por certas regras metodológicas ‘óbvias’ ou porque involuntariamente
as violaram.”
Paul
Feyerabend.
Considerando o texto acima, que trata do
método na ciência, seguem as afirmativas abaixo:
I. A história da atividade científica, segundo
Feyerabend, mostra que os resultados alcançados pela ciência são fruto da
perseverança e do trabalho duro dos cientistas em torno de um conjunto de
métodos precisos.
II. O método em ciência, visto como a
construção de um caminho que leve, inevitavelmente, a um conjunto de verdades
imutáveis, é algo sumamente problemático.
III. O surgimento de avanços científicos
significativos está intimamente ligado à violação involuntária de regras de
método que, na sua simplicidade, emperram o avanço científico.
IV. Dada qualquer regra, por mais fundamental que
se apresente para a ciência, sempre surgirão ocasiões nas quais é conveniente
ignorar a regra e mesmo adotar uma regra contrária.
V. A epistemologia, à luz da pesquisa histórica,
apresenta um conjunto de eventos não acidentais que se mostraram decisivos
quando se trata de compreender o desenvolvimento exitoso de seus resultados.
Das afirmativas acima
a) somente as afirmações I e
II estão corretas.
b) somente as afirmações IV e
V estão corretas.
c) somente as afirmações I e
IV estão corretas.
d) somente as afirmações II,
IV e V estão corretas.
e) somente as afirmações I,
III e V estão corretas.
Se me mostrarem
um único ser vivo que não tenha ancestral, minha teoria poderá ser enterrada.
(Charles
Darwin)
Sobre essa frase, afirmou-se que:
I. Contrapõe-se ao criacionismo religioso.
II. Contrapõe-se ao essencialismo de Platão,
segundo o qual todas as espécies têm uma essência fixa e eterna.
III. Sugere uma possibilidade que, se comprovada,
poderia refutar a hipótese evolutiva darwiniana.
IV. Propõe que as espécies atuais evoluíram a
partir da modificação de espécies ancestrais, não aparentadas entre si.
V. Nega a existência de espécies extintas,
que não deixaram descendentes.
É correto o que se afirma em
a) IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
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