Como você
pode perceber, as ideias evolucionistas estavam presentes mesmo antes da Teoria
Evolucionista se consolidar. Já no século VI a.C., a hipótese da evolução da
vida na Terra havia sido apresentada por alguns filósofos gregos, como: Tales,
Anaximandro e Empédocles. Passados aproximadamente 25 séculos, no século XIX,
os novos conhecimentos sobre a difusão dos organismos no tempo e no espaço geológico
reacenderam o interesse e a discussão sobre evolução dos seres vivos na Terra.
Em 1859,
o naturalista inglês Charles Darwin (1809 - 1882), estimulado pelas ideias
evolucionistas presentes no contexto histórico e social da época, coleta e
estuda seres vivos e fósseis durante sua viagem ao redor do mundo, publicando o
livro “A origem das espécies“, dez anos após o seu retorno, no qual expôs a sua
explicação sobre a Teoria da Evolução das Espécies. Em poucas palavras, essa
teoria afirma que as espécies atuais são descendentes de outras que viveram no passado
e que ambas possuem ancestrais comuns. Quanto aos seres humanos, a teoria afirma,
por exemplo, que nós e os chimpanzés pertencemos, hoje, a espécies obviamente
diferentes, mas nossos antepassados, há milhões de anos, pertenceram à mesma
espécie.
Atualmente,
estudos sobre a teoria da evolução baseiam-se na reconstrução da história
evolutiva, agregando as evidências fósseis aos estudos da anatomia,
embriologia, fisiologia comparada e genética dos organismos, buscando relações
filogenéticas: quanto maior a afinidade entre duas espécies, maior a
probabilidade de terem um ancestral comum.
Mas onde começa a história
evolutiva da vida?
Com o
advento da evolução, os cientistas passaram a acreditar que todos os seres
vivos existentes na Terra tiveram origem comum, a partir de uma única célula,
há aproximadamente, 3,5 bilhões de anos. Essa célula, segundo a teoria
evolutiva, seria simples, porém, muito semelhante àquelas que conhecemos hoje e
que formam os seres procariontes e eucariontes. Somente 2,5 bilhões de anos
após o surgimento dos organismos procariontes, o processo evolutivo daria origem
aos primeiros seres eucariontes mais complexos quanto à organização celular.
Como uma única célula pode dar
origem a tamanha diversidade entre os seres vivos?
É difícil
responder a essa pergunta com precisão, mas sabemos que a diversidade dos seres
vivos do nosso planeta se manifesta em todos os níveis de organização - da
célula aos ecossistemas - e diz respeito a todas as espécies vegetais, animais
e aos microrganismos. A variedade desses seres é fundamental para que eles
possam enfrentar as modificações ambientais. Quanto maior a diversidade, maior
a opção de respostas da natureza, pois a distribuição dos seres vivos no
planeta não é homogênea, nem estática.
É sabido
que as formas de vida, inclusive a do homem, não foram sempre assim como
conhecemos hoje. Desde que a vida surgiu no planeta Terra, vem sofrendo modificações,
sejam elas provocadas pelo meio externo ou pelo meio interno (pH do citoplasma,
herança genética, entre outros fatores).
Os
biólogos avaliam que, desde o surgimento da vida, existiram de 100 a 250 milhões
de espécies, 90% das quais já desapareceram por completo. Essa diversidade
biológica tem sua origem na variabilidade genética e nos processos de adaptação
que permitem aos seres vivos responder à enorme variedade de estímulos do
ambiente.
Como o
ambiente e as situações que ele impõe aos seres vivos, mudam continuamente,
novas adaptações aconteceram e continuam acontecendo. As espécies que não são bem-sucedidas
entram em extinção (seleção natural). Entretanto, o caráter evolutivo não está
restrito aos seres vivos, mas ao próprio meio, que também está sujeito à ação
destes seres.
Atualmente,
são conhecidos entre o total de organismos, como animais, plantas, fungos e
microrganismos, aproximadamente 1.700.000 espécies, mas os cientistas estimam
que exista mais de 10 milhões de organismos ainda por descobrir e que,
infelizmente, muitos deles desaparecerão antes que o homem possa
conhecê-las.
Foi a
partir de indagações como essas que os pesquisadores procuraram elaborar um
sistema de classificação, numa tentativa de organizar a incrível abundância do
mundo natural. E foi por meio da observação e da reflexão, que a humanidade foi
conhecendo aspectos importantes a respeito dos seres vivos, os quais serviram
como critério para identificação, a base para a sua classificação.

Mas, para
facilitar a compreensão da distribuição dos seres vivos, utilizaremos o Sistema
de Classificação em Cinco Reinos (FIGURA 1), proposto em 1969 pelo zoólogo
Robert H. Whittaker (1920-1980), tendo como base para este sistema, a maneira
pela qual os organismos obtêm nutrientes de sua alimentação e como principal
vantagem a clareza com que lida com os microrganismos. Fizemos tal escolha por
ser o sistema de classificação que você já utiliza para identificar os seres
vivos.
As
características e os membros de cada um dos cinco reinos estão resumidos no
quadro abaixo:
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