1. (Fgv
2016) “Caso tomemos o exemplo do Rio
de Janeiro (...), iremos perceber de imediato que se trata de uma região
caracterizada por forte concentração de riqueza em poucas mãos. Os círculos dos
mais ricos – 14% das pessoas – chegaram a ter três quartos da riqueza
inventariada. (...) Entre fins do século XVIII e a primeira metade do século
XIX, eles chegaram a dominar 95% dos valores transacionados nos empréstimos
(...). Era dentro dessa elite que se situava o pequeno grupo formado pelos
negociantes de grande envergadura, cujas fortunas foram constituídas por meio
do comércio transoceânico e no comércio colonial de longa distância. (...) Uma
vez acumuladas tais fortunas, verifica-se que parte desses homens de negócios
(ou seus filhos) abandonava o comércio, convertendo-se em rentistas (pessoas
que vivem de rendas, como, por exemplo, do aluguel de imóveis urbanos) ou em
grandes senhores de terras e de escravos. Curiosamente, ao fazerem isso,
estavam perdendo dinheiro, já que os ganhos do tráfico atlântico de escravos
(19% por viagem) eram superiores aos lucros da plantation (de % a 10% ao
ano).
O que havia por trás
de um movimento de reconversão em si mesmo inusitado?”
(João Fragoso et
al., A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX).
1998)
Esse “movimento de reconversão” pode ser explicado
a) pelos extorsivos impostos
cobrados aos traficantes de escravos e aos comerciantes em geral e pelas
restrições de oferta de títulos de nobreza para os homens que não tivessem
grandes propriedades fundiárias.
b) pela radical transformação da
economia colonial desde meados do século XVIII, que permitiu uma acumulação de
capital maior na atividade manufatureira, e pela decadência da produção
aurífera, em Minas Gerais e em Goiás.
c) por um considerável ideal
aristocratizante de uma parcela da elite colonial brasileira, que almejava um
afastamento relativo do mundo do trabalho, e pela busca de maiores garantias
para o patrimônio constituído por meio do comércio.
d) pela legislação presente nas
Ordenações Filipinas, que estabelecia uma hierarquia social a partir da origem
principal da riqueza e pelas restrições ao tráfico de escravos, instituídas a
partir de 1810.
e) pela proibição dos comerciantes
em participar das Câmaras Municipais, como eleitores e como elegíveis, e pela
condenação feita pela Igreja Católica contra os ganhos obtidos por meio de
lucros gananciosos e de juros altos.
2. (Mackenzie) A
charge refere-se
a) à organização do Governo Geral,
em 1549, dividindo o território brasileiro em extensos lotes de terras,
entregues, por sua vez, a nobres portugueses responsáveis pelo início efetivo
da colonização do Brasil.
b) às dificuldades encontradas
pelo coroa portuguesa no início da colonização do Brasil, uma vez que, em
virtude, dentre outros, do fracasso das Capitanias Hereditárias, a colônia
sofria constantes ataques de piratas europeus.
c) ao fracasso do Governo Geral,
em virtude da corrupção existente na corte portuguesa, transferida para o
Brasil, responsável pela concessão de privilégios aos piratas franceses no
comércio do pau-brasil.
d) ao Governo Geral, responsável
pela efetivação da colonização brasileira, por meio de incentivos aos
bandeirantes paulistas, para que ultrapassassem os limites de Tordesilhas e
expulsassem os piratas franceses fixados no litoral.
e) às dificuldades encontradas
pela coroa portuguesa na efetiva organização da exploração da colônia, uma vez
que a abundância de metais preciosos ali despertou, nos piratas europeus, o
interesse pelas terras lusas na América.
3. (CFTRJ 2013) O regimento Tomé de Souza, de
1548, tentava corrigir os rumos da colonização portuguesa no Brasil com a
criação do Governo-Geral. Essa medida acelerou o desenvolvimento econômico de
algumas regiões do Brasil e sua ocupação.
Entre as tarefas destinadas ao
Governador-Geral estavam:
a) A substituição dos Capitães
Donatários por auxiliares, como o Provedor-mor e o Capitão-mor.
b) Centralizar a administração
colonial, promovendo a melhor exploração do território.
c) Distribuir o poder entre as câmaras
municipais típicas das colônias de povoamento norte-americanas.
d) Dinamizar o pacto colonial,
ampliando as atividades comerciais brasileiras com outros países da
Europa.
4. (Uepg 2014) O século XVI ficou
conhecido como o período das Grandes Navegações e significou o momento em que a
América foi ocupada e dominada por nações europeias como Portugal e Espanha. A
respeito da colonização no século XVI, assinale o que for correto.
01) As Capitanias Hereditárias
correspondem a uma das primeiras formas de administração portuguesa no
território americano.
02) A plantation,
caracterizada pelas vastas propriedades monocultoras e pelo uso do trabalho
escravo, foi um dos modelos de colonização desse período.
04) Diferentes dos portugueses, os
espanhóis não combatiam a prática de outras religiões em suas colônias,
estabelecendo, por conta disso, uma relação bastante amistosa com os
ameríndios.
08) Nas colônias espanholas, os
adelantados eram os beneficiados da Coroa que vinham para a América em busca de
riquezas.
16) Tanto portugueses como espanhóis
priorizaram o uso da escravidão indígena em suas colônias, usando o trabalho
escravo negro apenas como complementar ou acessório.
5. (FMP 2014) Em meados do século
XVIII, o [...] Marquês de Pombal elaborou uma série de medidas visando a
integrar as populações indígenas da América à sociedade colonial portuguesa,
buscando não apenas o fim das discriminações sobre esses, mas a extinção das
diferenças entre índios e brancos. [...] Como um dos elementos viabilizadores
deste futuro, em que não seria possível distinguir brancos de índios, [...]
enfatizava a necessidade da realização de casamentos mistos, assim como
ordenava que os filhos gerados nestas uniões fossem considerados mais capacitados
que os colonos brancos para ocupar cargos administrativos nas antigas aldeias
indígenas transformadas em vilas e lugares portugueses.
GARCIA, Elisa
Fruhauf. “O projeto pombalino de imposição da língua portuguesa aos índios e
sua aplicação na América meridional”. Tempo – Revista
do Departamento de História da UFF, v. 12, n. 23, p. 13-38, 2007. p. 24-25.
Adpatado.
O projeto pombalino de integrar os
índios da América Portuguesa à sociedade colonial promoveu mudanças profundas
no relacionamento entre as populações indígenas e a Coroa lusa.
Na região amazônica, por exemplo,
tratar os indígenas como súditos do Império Português era uma das estratégias
adotadas pelo Estado lusitano com o intuito de
a) garantir a posse do território.
b) estimular a escravização dos índios.
c) promover a colaboração com os
jesuítas.
d) deslocar a população nativa para o
Nordeste.
e) recrutar efetivos militares para a
guerra na fronteira oeste.
6.
(Uece) "A armada de Martim Afonso de Sousa, que deveria deixar Lisboa a 3
de dezembro de 1531, vinha com poderes extensíssimos, se comparados aos das
expedições anteriores, mas tinha como finalidade principal desenvolver a
exploração e limpeza da costa, infestada, ainda e cada vez mais, pela atividade
dos comerciantes intrusos."
(HOLANDA,
Sérgio Buarque de. "As Primeiras Expedições." in: HOLANDA, Sérgio
Buarque de. (org) HISTÓRIA GERAL DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA. Tomo I, Volume 1.
São Paulo: DIFEL, 1960. p. 93.)
Com
base nesta citação, assinale a alternativa que indica corretamente os
principais objetivos das primeiras expedições portuguesas às novas terras
descobertas na América:
a) expulsar os
contrabandistas de pau-brasil e combater os holandeses instalados em
Pernambuco
b) garantir as terras
brasileiras para Portugal, nos termos do Tratado de Tordesilhas, e expulsar os
invasores estrangeiros
c) instalar núcleos
de colonização estável, baseados na pequena propriedade familiar, e escravizar
os indígenas
d) estabelecer
contatos com as civilizações indígenas locais e combater os invasores franceses
na Bahia
e) organizar a
administração, já que os colonos estavam dedicando-se a outras atividades
econômicas, não seguindo às determinações do governo português.
7.
(Uel) A centralização político-administrativa do Brasil Colônia foi
concretizada com a
a) criação do Estado
do Brasil.
b) instituição do
Governo Geral.
c) transferência da
capital para o Rio de Janeiro.
d) instalação do
Sistema das Capitanias Hereditárias.
e) política de
descaso do governo português pela atuação predatória dos bandeirantes.
8.
(Unaerp) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do
Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente,
todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo
português se deu através da:
a) criação da
Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.
b) criação do sistema
de governo geral e câmaras municipais.
c) criação das
Capitanias Hereditárias.
d) montagem do
sistema colonial.
e) criação e
distribuição das Sesmarias.
9.
(Unesp) A implantação do sistema de Governo-Geral, em 1548, não representou a
extinção do anterior modelo administrativo descentralizado das Donatárias.
Assinale a alternativa diretamente relacionada com o governo Tomé de
Souza.
a) Incorporação do
reino português à Coroa espanhola pela morte do Rei D. Sebastião em
Alcácer-Quibir.
b) Fundação de São
Paulo de Piratininga e da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
c) Criação do Bispado
do Salvador, o primeiro do Brasil.
d) Assinatura do
Tratado de Madrid, restabelecendo os limites naturais previstos no Tratado de
Tordesilhas de 1494.
e) Os franceses expulsos
desistiram de contestar a soberania lusitana no Brasil.
10.
(Unirio) A colonização brasileira no século XVI foi organizada sob duas formas
administrativas, Capitanias Hereditárias e Governo Geral. Assinale a afirmativa
que expressa corretamente uma característica desse período.
a) As capitanias,
mesmo havendo um processo de exploração econômica na maior parte delas,
garantiram a presença portuguesa na América, apesar das dificuldades
financeiras da Coroa.
b) As capitanias
representavam a transposição para as áreas coloniais das estruturas feudais e
aristocráticas europeias.
c) As capitanias,
sendo empreendimentos privados, favoreceram a transferência de colonos
europeus, assegurando a mão-de-obra necessária à lavoura.
d) O Governo Geral
permitiu a direção da Coroa na produção do açúcar, o que assegurou o rápido
povoamento do território.
e) O Governo Geral
extinguiu as Donatarias, interrompendo o fluxo de capitais privados para a
economia do açúcar.
11. (Cesgranrio) Com a expansão
marítima dos séculos XV/XVI, os países ibéricos desenvolveram
a ideia de "império ultramarino" significando:
a) a ocupação de pontos estratégicos e
o domínio das rotas marítimas, a fim de assegurar a acumulação do capital
mercantil.
b) o estabelecimento
das regras que definem o Sistema Colonial nas relações entre as metrópoles e as
demais áreas do "império" para estabelecer as idéias de liberdade
comercial.
c) a integração
econômica entre várias partes de cada "império" através do comércio
intercolonial e da livre circulação dos indivíduos.
d) a projeção da
autoridade soberana e centralizadora das respectivas coroas e sobre tudo e
todos situados no interior desse "império".
e) a junção da
autoridade temporal com a espiritual através da criação do Império da
Cristandade.
12.
(Enem 2012) A experiência que tenho de lidar com aldeias de diversas nações me
tem feito ver, que nunca índio fez grande confiança de branco e, se isto sucede
com os que estão já civilizados, como não sucederá o mesmo com esses que estão
ainda brutos.
NORONHA,
M. Carta a J. Caldeira Brant. 2 jan. 1751. Apud CHAIM, M. M. Aldeamentos
indígenas (Goiás: 1749-1811). São Paulo: Nobel, Brasília: INL, 1983
(adaptado).
Em
1749, ao separar-se de São Paulo, a capitania de Goiás foi governada por D.
Marcos de Noronha, que atendeu às diretrizes da política indigenista pombalina
que incentivava a criação de aldeamentos em função
a) das constantes
rebeliões indígenas contra os brancos colonizadores, que ameaçavam a produção de
ouro nas regiões mineradoras.
b) da propagação de
doenças originadas do contato com os colonizadores, que dizimaram boa parte da
população indígena.
c) do empenho das
ordens religiosas em proteger o indígena da exploração, o que garantiu a sua
supremacia na administração colonial.
d) da política
racista da Coroa Portuguesa, contrária à miscigenação, que organizava a
sociedade em uma hierarquia dominada pelos brancos.
e) da necessidade de
controle dos brancos sobre a população indígena, objetivando sua adaptação às
exigências do trabalho regular.
13.
(Ufpr 2011) As reformas pombalinas, encetadas por Sebastião José de Carvalho e
Mello (1699–1782), o Marquês de Pombal, tiveram efeito entre 1755, logo após o
terremoto de Lisboa, e 1777, quando esse estadista perdeu sua proeminência na
administração do império português. Sobre as reformas que implantou ao longo de
sua administração como ministro de Dom José I, é correto afirmar:
a) Tiveram grande
impacto sobre o Brasil, uma vez que se criaram companhias de comércio em todas
as capitanias, com o objetivo mais amplo de racionalizar o comércio e implantar
um rígido sistema colonial, vinculando metrópole e colônia.
b) Ativeram-se, no
campo da educação, ao ensino básico, deixando de lado as instituições universitárias
portuguesas.
c) Basearam-se na
aliança e aproximação à Ordem Jesuítica, que recebeu impulsos e estímulos
fundamentais por seu papel na educação oferecida no Reino e nas colônias.
d) Consistiram, entre
outras medidas, na criação de instituições e repartições públicas vitais à
administração do Reino e suas colônias, como o Erário Régio.
e) Reforçaram, graças
ao seu caráter absolutista, distinções de raça e classe em Portugal e suas
colônias, impedindo a ascensão social de negros, índios e indianos existentes
nos domínios lusos.
14.
(Cesgranrio) A política colonizadora portuguesa, voltada para a obtenção de
lucros do monopólio na esfera mercantil, tinha como principal área de
produção:
a) a implantação da
grande lavoura tropical, de base escravista e latifundiária caracterizada pela
diversidade de produtos cultivados e presença de minifúndios e latifúndios.
b) o "exclusivo
colonial", que subordinava os interesses da produção agrícola aos
objetivos mercantis da Coroa e dos grandes comerciantes metropolitanos.
c) a agricultura de
subsistência, baseada em pequenas e médias propriedades, utilizando mão-de-obra
indígena.
d) a integração
agropastoril, destinada ao abastecimento do mercado interno colonial, sobretudo
ao do metropolitano;
e) a criação de
Companhias Cooperativas envolvidas com a produção de tecidos e demais gêneros
ligados ao consumo caseiro.
15. (Uespi 2012) Sobre o Padroado Régio, durante o período colonial brasileiro,
é correto afirmar que:
a) a Coroa portuguesa
foi indiferente às definições da Igreja Católica Romana, notadamente as do
Concílio de Trento.
b) as relações de
compadrio foram estimuladas por Portugal e significaram a faculdade da elite
rural nomear seus afilhados.
c) foi representativo
da forte interferência dos monarcas portugueses na administração da Igreja
Católica no Brasil.
d) os monarcas
portugueses, na qualidade de grão-mestres da Ordem de Cristo, é que indicavam o
nome do santo padroeiro de uma localidade.
e) representou o
papel exercido pela Igreja Católica na proteção, aos indígenas e aos africanos,
contra a exploração dos colonos.
16.
(Ufmg) Observe este mapa:

Esse
mapa serviu de base aos representantes das Coroas portuguesa e espanhola para o
estabelecimento do Tratado de Madrid, assinado em 1750, que definiu os novos
limites na América entre as terras pertencentes a Portugal e à Espanha.
Considerando-se
essa informação, é CORRETO afirmar que o Tratado de Madrid
a) substituiu o
Tratado de Tordesilhas e conferiu às possessões lusas e espanholas na América
uma feição mais próxima do que tinha sido a efetiva ocupação de terras pelas
duas Coroas.
b) estabeleceu uma
conformação do território brasileiro muito distante da sua aparência atual, por
ter respeitado espaços previamente ocupados pelos espanhóis no Continente
Americano.
c) manteve, com
poucas alterações, o que já estava estabelecido pelos tratados anteriormente
negociados entre as monarquias de Portugal e da Espanha, desde a Bula
Intercoetera, editada em 1493.
d) levou Portugal a
desistir da soberania sobre grande parte da Amazônia em troca do controle da
bacia do Prata, área estratégica para o domínio do interior do Brasil após a
descoberta de ouro.
17.
(Fgv) "Há exagero em dizer que a extração do ouro liquidou a economia
açucareira do Nordeste. Ela já estava em dificuldades vinte anos antes da
descoberta do ouro (...). Mas não há dúvida de que foi afetada pelos
deslocamentos de população e, sobretudo, pelo aumento do preço da mão-de-obra
escrava..."
Uma
das consequências do processo descrito no texto, em termos administrativos,
foi
a) a transferência da
capital do Vice-Reinado para São Paulo, que passou a ser o pólo econômico mais
importante da Colônia.
b) a criação das
Câmaras Municipais que passaram a deter, na Colônia, os poderes de concessão
para exploração do ouro em Minas Gerais.
c) o deslocamento do
eixo da vida da Colônia para o Centro-Sul, especialmente para o Rio de Janeiro,
por onde entravam escravos e suprimentos, e por onde saía o ouro das
minas.
d) o desaparecimento
do sistema de Capitanias Hereditárias e sua substituição, na região Sudeste,
pelas Províncias.
e) o desenvolvimento
de um comércio paralelo de escravos nas antigas regiões produtoras de açúcar,
que gerou a necessidade de centralizar o poder nas mãos dos ouvidores.
18.
(Mackenzie) O sistema de capitanias hereditárias, criado no Brasil em 1534,
refletia a transição do feudalismo para o capitalismo, na medida em que
apresentava como característica:
a) a ausência do
comércio internacional, aliada ao trabalho escravo e economia voltada para o mercado
interno.
b) uma economia de
subsistência, trabalho livre, convivendo com forte poder local descentralizado.
c) ao lado do
trabalho servil, uma administração rigidamente centralizada.
d) embora com traços
feudais na estrutura política e jurídica, desenvolveu uma
economia escravista, exportadora, muito distante do modelo de subsistência
medieval.
e) uma reprodução
total do sistema feudal, transportada para os trópicos.
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