1.
(Unesp 2014) O
psicólogo Antoni Bolinches afirma que nas depressões leves ou moderadas os
medicamentos tratam os sintomas, mas não a causa. Por isso, às vezes, quando o
tratamento acaba, o problema continua existindo. “As depressões exógenas ou
reativas, isto é, aquelas que vêm de fora, de algo que o está afetando ou que
lhe aconteceu, deveriam ser tratadas principalmente, ou também,
psicologicamente. Porque se o paciente aprende a lidar com o problema obtém o
dobro de benefícios: o supera, mas também aprende”, diz. Entretanto, reconhece
que há pessoas que preferem tomar medicação. “Criamos um modelo social em que
não estamos acostumados com o esforço e as dificuldades, por isso recorremos à
farmacologia”, diz.
(Comprimidos
para as dores da vida: cresce o consumo de antidepressivos na Europa. El
País, 26.12.2013. Adaptado.)
Para o psicólogo, a diferença entre estados
de normalidade e de patologia mental
a) envolve questões de
natureza psiquiátrica e espiritualista.
b) é determinada pela herança
genética de cada indivíduo.
c) depende sobretudo de
condicionamentos econômicos.
d) depende do cruzamento de
fatores neurológicos e sociais.
e) envolve fatores
primordialmente químicos e biológicos.
2. (Uem 2016) “A simplicidade voluntária
foi identificada como um comportamento em ascensão nos Estados Unidos por dois
pesquisadores, em 1977. Duane Elgin e Arnold Mitchell, (...), notaram que, em
meio ao turbulento período político e econômico experimentado pelo país, um
contingente crescente de cidadãos procurava uma alternativa de vida que
desviava do chamado “sonho americano” e se aproximava de ideias menos
populares, como consumo frugal, preocupação ambiental e preferência por
ambientes profissionais e sociais menores.”
(D’ANGELO, A. C. Outra vida é possível in Sociologia, n. 61, p.
48-55).
A partir do trecho citado e
da teoria sociológica, assinale o que for correto.
01) O movimento chamado
“simplicidade voluntária” é um fenômeno social inviável, considerando que o
consumismo é um comportamento inerente ao ser humano.
02) Pode-se afirmar que o
desenvolvimento tecnológico é um fenômeno fortemente relacionado à sociedade
que o produz ou a situações em que o polo produtor de tecnologia possui relações
intensas e dominantes com outras sociedades.
04) A dificuldade em explicar
um determinado fenômeno em termos sociológicos é um índice relevante para
justificar sua inviabilidade política.
08) Ciência e tecnologia são
dimensões da vida social que podem tanto proteger quanto destruir o planeta e a
própria humanidade.
16) São fenômenos que afetam
várias sociedades contemporâneas: a consciência sobre o impacto relacionado à
destruição do meio ambiente; a ansiedade e a frustração geradas pelo sistema
capitalista em relação ao acesso desigual ao consumo; o estresse associado à
vida urbana e a sensação de impotência diante do Estado e do mercado.
3.
(Enem 2015) Diante de ameaças surgidas
com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade civil conceberam
o chamado “princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma
tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente, ainda que
não se possa avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser
causado por eles, deve-se evitá-los ou deixá-los de quarentena para maiores estudos
e avaliações antes de sua liberação.
SEVCENKO, N. A
corrida para o século XXI: no
loop da montanha-russa. São Paulo: Cia. das Letras, 2001 (adaptado).
O texto expõe uma tendência representativa
do pensamento social contemporâneo, na qual o desenvolvimento de mecanismos de
acautelamento ou administração de riscos tem como objetivo
a) priorizar os interesses
econômicos em relação aos seres humanos e à natureza.
b) negar a perspectiva
científica e suas conquistas por causa de riscos ecológicos.
c) instituir o diálogo público
sobre mudanças tecnológicas e suas consequências.
d) combater a introdução de
tecnologias para travar o curso das mudanças sociais.
e) romper o equilíbrio entre
benefícios e riscos do avanço tecnológico e científico.
4.
(Unesp 2015) – Qual o pecado mais
evidente dos médicos atualmente?
– Os médicos estão muito arrogantes, impondo
seu ponto de vista a todo custo. Parte da culpa é das subespecializações
médicas, um fenômeno recente na medicina. Os médicos atualmente só sabem falar
de questões referentes às suas subespecialidades. Não do paciente. Quando o
paciente procura ajuda médica, ele é um indivíduo, não uma média – é único.
Parece chavão, mas pensar assim faz uma diferença brutal.
(Marco Bobbio.
“Entrevista”. Veja, 03.12.2014. Adaptado.)
Na entrevista, a medicina atual é criticada
em virtude de priorizar aspectos
a) técnicos e estatísticos.
b) sociais e econômicos.
c) políticos e econômicos.
d) mecanicistas e jurídicos.
e) holísticos e alternativos.
5.
(Unesp 2014) A
poderosa American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria
– APA) lançou neste final de semana a nova edição do que é conhecido como a
“Bíblia da Psiquiatria”: o DSM-5. E, de imediato, virei doente mental. Não
estou sozinha. Está cada vez mais difícil não se encaixar em uma ou várias
doenças do manual. Se uma pesquisa já mostrou que quase metade dos adultos
americanos teve pelo menos um transtorno psiquiátrico durante a vida, alguns
críticos renomados desta quinta edição do manual têm afirmado que agora o
número de pessoas com doenças mentais vai se multiplicar. E assim poderemos
chegar a um impasse muito, mas muito fascinante, mas também muito perigoso: a
psiquiatria conseguiria a façanha de transformar a “normalidade” em
“anormalidade”. O “normal” seria ser “anormal”. Dá-se assim a um grupo de
psiquiatras o poder – incomensurável – de definir o que é ser “normal”. E assim
interferir direta e indiretamente na vida de todos, assim como nas políticas
governamentais de saúde pública, com consequências e implicações que ainda
precisam ser muito melhor analisadas e compreendidas. Sem esquecer, em nenhum
momento sequer, que a definição das doenças mentais está intrinsecamente ligada
a uma das indústrias mais lucrativas do mundo atual.
(Eliane Brum.
“Acordei doente mental”. Época, 20.05.2013. Adaptado.)
No entender da autora do artigo, no âmbito
psiquiátrico, a distinção entre comportamentos normais e anormais
a) apresenta independência
frente a condicionamentos de natureza material, histórica ou social.
b) pressupõe o poder absoluto
da ciência, em detrimento da relativização dos critérios de normalidade.
c) deriva sua autoridade e
legitimidade científica de critérios empíricos e universais.
d) busca valorizar a
necessidade de autonomia individual no que se refere à saúde mental.
e) estabelece normas
essenciais para o progresso e aperfeiçoamento da espécie humana.
6. (Uel 2013) Muitas vezes, o processo de
evolução por seleção natural é alvo de interpretações distorcidas. E quando o
assunto é a evolução humana, a distorção pode ser ainda maior, pois o Homo sapiens é
apresentado como o ápice do desenvolvimento. As ilustrações mais conhecidas da
evolução estão todas direcionadas no sentido de reforçar uma cômoda concepção
da inevitabilidade e da superioridade humanas. A principal versão dessas
ilustrações é a série evolutiva ou escada de progresso linear. Esse avanço
linear ultrapassa os limites das representações e alcança a própria definição
do termo evolução: a palavra tornou-se sinônimo de progresso. A história da
vida não é uma escada em que o progresso se faz de forma previsível e sim um
arbusto ramificado e continuamente podado pela tesoura da extinção.
(Adaptado de: GOULD, S. J. Vida maravilhosa: o acaso na evolução
e a natureza da história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p.23-31.)
Com essa noção de
progresso, referida no texto, construía-se a crença de que o ser humano
caminhava em direção a um progresso irresistível, e ele próprio seria o exemplo
dessa noção, implicando, por exemplo, a minimização do trabalho braçal e uma
supervalorização das atividades intelectuais. Porém, no século XX, tendências
de pensamento demonstraram que a razão, ao mesmo tempo em que é libertadora,
também tem a capacidade de subjugar os homens. Essa crítica às concepções
modernas da razão foi o sustentáculo de um movimento contestador e pacifista,
denominado de movimento __________.
Assinale a alternativa que apresenta o termo
que preenche, corretamente, a lacuna do enunciado.
a) contracultural.
b) modernista.
c) neoliberal.
d) trabalhista.
e) yuppie.
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