1. (Ufu
2016) A tranquilidade dos súditos só se encontra na obediência. [...]
Sempre é menos ruim para o público suportar do que controlar incluso o mau
governo dos reis, do qual Deus é único juiz. Aquilo que os reis parecem fazer
contra a lei comum funda-se, geralmente, na razão de Estado, que é a primeira
das leis, por consentimento de todo mundo, mas que é, no entanto, a mais
desconhecida e a mais obscura para todos aqueles que não governam.
LUÍS XIV, Rei da
França. Memorias. (Versão espanhola de Aurelio Garzón del Camino).
México: Fondo de Cultura Económica, 1989. p. 28-37 (Adaptado).
As palavras do rei Luís XIV exemplificam um
complexo e longo processo sociopolítico, identificado com o que comumente
chamamos de Idade Moderna e que podia ser caracterizado.
a) por um crescente deslocamento
do poder político da burguesia, que passou a ver a ascensão da nobreza feudal,
cada vez mais próxima do poder e ocupando importantes cargos políticos.
b) pela centralização
administrativa sobre os particularismos locais e pela crescente unificação
territorial, ainda que os senhores de terra não perdessem inteiramente seus
privilégios.
c) pelo fortalecimento do poder
político da Igreja Católica, resultado de um processo de crescente
mercantilização de suas terras e de sua consequente adequação ao mercado.
d) pelo processo de cercamento dos
campos, com o consequente fortalecimento da nobreza feudal, a qual, com os
altos impostos que pagava, contribuiu decisivamente para o fortalecimento do
poder real.
2. (Espcex (Aman) 2015) O
absolutismo desenvolveu-se no ocidente europeu durante a Idade Moderna (séculos
XV ao XVIII), favorecido, principalmente, pela(o)(s):
a) falta de freio nas concepções morais
e nos costumes da época.
b) fortalecimento da Igreja Católica e
pelos lucros auferidos pelas vitórias dos cruzados.
c) formação dos estados nacionais e
transferência do eixo econômico do Oceano Atlântico para o Mar Mediterrâneo.
d) riquezas obtidas pelos reis europeus
na América, África e Ásia.
e) reforma protestante e transferência
do eixo econômico do Oceano Atlântico para o Mar Mediterrâneo.
3. (Unesp 2014) O comércio foi de fato
o nervo da colonização do Antigo Regime, isto é, para incrementar as atividades
mercantis processava-se a ocupação, povoamento e valorização das novas áreas. E
aqui ressalta de novo o sentido da colonização da época Moderna; indo em curso
na Europa a expansão da economia de mercado, com a mercantilização crescente
dos vários setores produtivos antes à margem da circulação de mercadorias – a
produção colonial era uma produção mercantil, ligada às grandes linhas do
tráfico internacional.
(Fernando A. Novais. Portugal
e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808), 1981. Adaptado.)
O mecanismo principal da colonização
foi o comércio entre colônia e metrópole, fato que se manifesta
a) na ampliação do movimento de
integração econômica europeia por meio do amplo acesso de outras potências aos
mercados coloniais.
b) na ausência de preocupações
capitalistas por parte dos colonos, que preferiam manter o modelo feudal e a
hegemonia dos senhores de terras.
c) nas críticas das autoridades
metropolitanas à persistência do escravismo, que impedia a ampliação do mercado
consumidor na colônia.
d) no desinteresse metropolitano de
ocupar as novas terras conquistadas, limitando-se à exploração imediatista das
riquezas encontradas.
e) no condicionamento político,
demográfico e econômico dos espaços coloniais, que deveriam gerar lucros para as
economias metropolitanas.
4. (Fgv 2014) Sobre as relações
entre os reinos ibéricos e a expansão ultramarina, é correto afirmar que a
a) centralização do poder no reino
português só ocorreu após a vitória contra os muçulmanos na guerra de Reconquista,
o que garantiu o estabelecimento de alianças diplomáticas com os demais reinos
ibéricos, condição para sanar a crise do feudalismo por meio da expansão
ultramarina.
b) guerra de Reconquista teve papel
importante na organização do Estado português, uma vez que reforçou o poder do
rei como chefe político e militar, garantindo a centralização do poder,
requisito para mobilizar recursos a fim de bancar a expansão marítima e
comercial.
c) canalização de recursos, organizada
pelo Estado português para a expansão ultramarina, só foi possível com a
preciosa ajuda do capital dos demais reinos da península Ibérica na guerra de
Reconquista, interessados em expulsar o invasor muçulmano que havia fechado o
rentável comércio no Mediterrâneo.
d) expansão marítima e comercial
precisou de recursos promovidos pelo reino português, ainda não unificado, que
usou a guerra de Reconquista para garantir a sua unificação política contra os
demais reinos ibéricos, que lutavam ao lado dos muçulmanos como forma de impedir
o fortalecimento do futuro Estado luso.
e) vitória do reino de Portugal contra
os muçulmanos foi garantida pela ajuda militar e financeira do Estado espanhol,
já unificado, o que permitiu também a expansão marítima e comercial, condição
essencial para o fim da crise do feudalismo na Europa Ocidental.
5. (FUVEST) No
processo de formação dos Estados Nacionais da França e da Inglaterra podem ser
identificados os seguintes aspectos:
a) fortalecimento do
poder da nobreza e retardamento da formação do Estado Moderno
b) ampliação da
dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja
c) desagregação do
feudalismo e centralização política
d) diminuição do
poder real e crise do capitalismo comercial
e) enfraquecimento da
burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja
6.
(FUVEST) O Estado Moderno Absolutista atingiu seu maior poder de atuação no
século XVII. Na arte e na economia suas expressões foram respectivamente:
a)
rococó e liberalismo.
b)
renascentismo e capitalismo.
c)
barroco e mercantilismo.
d)
maneirismo e colonialismo.
e)
classicismo e economicismo.
7.
(Mackenzie) Sobre as Guerras de Religião ocorridas na França durante o século
XVI, é correto afirmar que:
a) decretaram o fim
da Dinastia dos Bourbons, através do Edito de Nantes, proclamado na "Noite
de São Bartolomeu".
b) aceleraram o
processo de consolidação do Estado Absolutista, permitindo a chegada ao poder
de reis protestantes aliados à burguesia mercantil católica.
c) motivaram a aliança
do Partido Huguenote com a Rainha Catarina de Médicis, provocando, na célebre
"Noite de São Bartolomeu", o massacre dos membros da Santa Liga
aliada da nobreza calvinista.
d) expressaram o
confronto político-religioso entre a nobreza católica, liderada pelos Guises e
os Huguenotes ligados aos Bourbons, ocasionando crises no processo de
consolidação do absolutismo.
e) provocaram o
confronto entre os Huguenotes, membros do Partido Papista e os Calvinistas
integrantes da Santa Liga, fortalecendo o absolutismo.
8.
(Mackenzie) O florentino Nicolau Maquiavel (1469 - 1527) rompeu com a
religiosidade medieval, estabelecendo nítida distinção entre a moral individual
e a moral pública. Em seu livro "O Príncipe" preconizava que:
a) o chefe de Estado
deve ser um chefe de exército. O Estado em guerra deve renunciar a todo
sentimento de humanidade... O equilíbrio das forças está inscrito nos tratados.
Mas os chefes de Estado não devem hesitar em trair sua palavra ou violar sua
assinatura no interesse do Estado.
b) somente a
autoridade ilimitada do soberano poderia manter a ordem interna de uma nação. A
ordem política internacional é a mais importante; sem ela se estabeleceria o
caos e a turbulência política.
c) na transformação
do Estado Natural para o Estado Civil, legitima-se o poder absoluto do rei, uma
vez que o segundo monta-se a partir do indivíduo, que cede seus direitos em
troca de proteção contra a violência e o caos do primeiro.
d) o trono real não é
o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus... Os reis... são deuses e
participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê mais longe e de
mais alto; deve-se acreditar que ele vê melhor...
e) há três espécies
de governo: o republicano, o monárquico e o despótico... A liberdade política
não se encontra senão nos governos moderados... Para que não se possa abusar do
poder, é preciso que pela disposição das coisas, o poder faça parar o poder.
9.
(Puccamp) Como características gerais dos Estados Modernos, que se organizavam
na Europa Ocidental no período que vai do século XV ao XVIII, pode-se mencionar
entre outros, a
a) consolidação da
burguesia industrial no poder e a descentralização administrativa.
b) centralização e
unificação administrativa, bem como o desenvolvimento do mercantilismo.
c) confirmação das
obrigações feudais e o estímulo à produção urbano-industrial.
d) superação das
relações feudais e a não intervenção na economia.
e) consolidação do
localismo político e a montagem de um exército nacional.
10.
(Pucpr) As Guerras Civis Religiosas do século XVI na França favoreceram o
fortalecimento do poder absoluto dos monarcas da dinastia Bourbon, que reinaram
do século XVI ao XVIII e parte do XIX. Assinale a única alternativa errada no
que se refere ao absolutismo real na França:
a) Luís XIII, filho
de Henrique IV e Maria de Médicis, teve longo reinado, sendo muito ajudado pela
hábil política do Cardeal Richelieu.
b) Luís XIV marcou o
auge do absolutismo real, mandou construir o suntuoso Palácio de Versalhes e
continuou, através de Colbert, a aplicar o mercantilismo no plano econômico.
c) Na Guerra dos Sete
Anos (1756-1763), sob o rei Luís XV, a França vitoriosa tomou aos ingleses
partes da Índia e, na América, a enorme região da Louisiana.
d) Na Guerra de Sucessão
da Espanha (1701-1713), França e Espanha lutaram contra uma coligação europeia.
Os tratados de Utrecht e Rastadt definiram a paz. A França perdeu para a
Inglaterra a Terra Nova e Acádia e a Espanha perdeu Gibraltar, ainda em poder
daquela potência insular.
e) Henrique IV fundou
a dinastia de Bourbon e pacificou a França, tendo os protestantes (huguenotes)
alcançado liberdade de culto e o domínio sobre várias cidades fortificadas, nos
termos do Edito de Nantes (1598).
11.
(Unirio)
Vou-me
embora pra Pasárgada
Lá
sou amigo do rei
Lá
tenho a mulher que eu quero
Na
cama que escolherei
Vou-me
embora pra Pasárgada
(BANDEIRA,
Manoel. "Vou-me embora pra Pasárgada". In: VOU-ME EMBORA PRA
PASÁRGADA E OUTROS POEMAS. Rio de Janeiro, Ediouro, 1997.)
O
reino imaginário de Pasárgada e os privilégios dos amigos do rei podem ser
comparados à situação da nobreza europeia com a formação das Monarquias
Nacionais Modernas. A razão fundamental do apoio que esta nobreza forneceu ao
rei, no intuito de manter-se "amiga" do mesmo, conservando inúmeras
regalias, pode ser explicada pela (o):
a) composição de um
corpo burocrático que absorve a nobreza, tornando esse segmento autônomo em
relação às atividades agrícolas que são assumidas pelo capital mercantil.
b) subordinação dos
negócios da burguesia emergente aos interesses da nobreza fundiária,
obstaculizando o desenvolvimento das atividades comerciais.
c) manutenção de
forças militares locais que atuaram como verdadeiras milícias aristocráticas na
repressão aos levantes camponeses.
d) repressão que as
monarquias empreenderiam às revoltas camponesas, restabelecendo a ordem no meio
rural em proveito da aristocracia agrária.
e) completo
restabelecimento das relações feudo-vassálicas, freando temporariamente o
processo de assalariamento da mão-de-obra e de entrada do capital mercantil no
campo.
12.
(Ufscar) Sobre a "Guerra dos Trinta Anos" (1618-1648), é correto
afirmar que
a) foi um conflito
entre católicos e protestantes dentro do Sacro Império Germânico.
b) Espanha e Portugal
se aliaram para combater o protestantismo holandês.
c) Portugal negociou
tratados de abastecimento de alimentos com a Inglaterra, para sobreviver aos
ataques holandeses.
d) Portugal expandiu
sua conquista na Ásia, pelo fato de o continente estar fora dos interesses dos
negociantes flamengos.
e) o Brasil
permaneceu sob o controle português, garantindo os lucros açucareiros para a
Coroa lusa.
13.
(UNESP) O início da Época Moderna está ligado a um processo geral de
transformações humanística, artística, cultural e política. A concentração do
poder promoveu um tipo de Estado. Para alguns pensadores da época, que
procuraram fundamentar o Absolutismo:
a) a função do Estado
é agir de acordo com a vontade da maioria.
b) a História se
explica pelo valor da raça de um povo.
c) a fidelidade ao
poder absoluto reside na separação dos três poderes.
d) o rei reina por
vontade de Deus, sendo assim considerado o seu representante na Terra.
e) a soberania máxima
reside no próprio povo.
14.
(Ufrgs 2004) Observe a figura a seguir, que representa a construção da imagem
do Rei-Sol.
Luís XIV assumiu o poder monárquico francês em 1661 e, em pouco tempo, impôs à
França e à Europa a imagem pública de um Rei-Sol todo poderoso. Toda uma
máquina de propaganda foi colocada a serviço do rei francês. Escritores,
historiadores, escultores e pintores foram convocados ao exercício da sua
glorificação. O mito de Luís XIV foi criado em meio a mudanças socioeconômicas
e políticas na França do século XVII.
A
esse respeito, considere as seguintes afirmações.
I - Luís XIV, rei por direito divino, suscitou a admiração de seus pares
europeus, Versalhes foi copiada por toda a Europa, o francês consolidou-se como
língua falada pela elite europeia. Porém, sombras viriam a ofuscar o Rei-Sol,
visto que a oposição exilada começou a denunciar a autocracia do monarca
francês.
II - Para restabelecer a paz no reino, após a rebelião da Fronda e a
Guerra dos Trinta Anos, e dedicar-se à consolidação da cultura francesa como
universal, Luís XIV devolveu o poder das províncias às grandes famílias
aristocráticas.
III - A fim de criar uma imagem pública positiva e democrática, Luís XIV
organizou a partilha do poder de Estado com o Parlamento e com o Judiciário,
dando início à divisão dos três poderes, cara a Montesquieu e fundamental para
os novos rumos da política europeia.
Quais
estão corretas?
a)
Apenas I.
b)
Apenas II.
c)
Apenas III.
d)
Apenas I e III.
e)
Apenas II e III.
15.
(Cesgranrio) A frase de Luiz XIV, "L'Etat c'est moi" (O Estado sou
eu), como definição da natureza do absolutismo monárquico, significava:
a) a unidade do poder
estatal, civil e religioso, com a criação de uma Igreja Francesa (nacional);
b) a superioridade do
príncipe em relação a todas as classes sociais, reduzindo a um lugar humilde a
burguesia enriquecida;
c) a submissão da nobreza
feudal pela eliminação de todos os seus privilégios fiscais;
d) a centralização do
poder real e absoluto do monarca na sua pessoa, sem quaisquer limites
institucionais reconhecidos;
e) o desejo régio de
garantir ao Estado um papel de juiz imparcial no conflito entre a aristocracia
e o campesinato.
16.
(Faap) Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a
desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de
doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é
Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a
segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios
disponíveis, pois que "os fins justificam os meios." Professou suas
ideias na famosa obra:
a)
"Leviatã"
b)
"Do Direito da Paz e da Guerra"
c)
"República"
d)
"O Príncipe"
e)
"Política Segundo as Sagradas Escrituras"
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