1. (Fac.
Albert Einstein 2016) “Na sua condição de propriedade, o escravo
é uma coisa, um bem objetivo. (...) Daí ter sido usual a prática de marcar o
escravo com ferro em brasa como se ferra o gado. Os negros eram marcados já na
África, antes do embarque, e o mesmo se fazia no Brasil, até no final da
escravidão. (...) Seu comportamento e sua consciência teriam de transcender a
condição de coisa possuída no relacionamento com o senhor e com os homens
livres em geral. E transcendiam, antes de tudo, pelo ato criminoso. O primeiro
ato humano do escravo é o crime, desde o atentado contra o senhor à fuga do
cativeiro. Em contrapartida, ao reconhecer a responsabilidade penal dos
escravos, a sociedade escravista os reconhecia como homens: além de incluí-los
no direito das coisas, submetia-os à legislação penal.”
Jacob Gorender. O
escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1992, p. 62-63.
O texto indica
a) a ambiguidade no
reconhecimento, pela sociedade colonial e imperial brasileira, da condição dos
africanos escravizados, que se manifestava sobretudo diante de algumas formas
de resistência à exploração.
b) a precocidade da legislação
brasileira contra crimes hediondos e contra o desrespeito, pelos africanos
escravizados, às obrigações e deveres de todo trabalhador
rural.
c) o reconhecimento, pelos
governantes brasileiros na colônia e no império, da necessidade de mediar e
controlar as relações dos proprietários rurais com o amplo contingente de
africanos escravizados.
d) o descumprimento, pelos senhores
de escravos no Brasil colonial e imperial, das leis que regulavam o trabalho
compulsório e que impediam a aplicação da pena de morte aos africanos
escravizados.
2. (Ufrgs
2016) Considerando a história das relações entre sociedade e religião no
Brasil, é correto afirmar que
a) a Contra Reforma católica atuou
na colônia a partir de visitas inquisitoriais que visavam moralizar os colonos
e coibir os chamados crimes de fé.
b) a presença da religião islâmica
no Brasil é bastante recente, iniciada a partir da Primeira República, com a
vinda de famílias árabes.
c) as práticas religiosas
afro-brasileiras não se manifestaram no país, ao longo do período imperial, em
razão de proibições legais e da perseguição policial.
d) o surgimento das vertentes
evangélicas ocorreu a partir da chamada onda neopentecostal que se manifestou
no Brasil, na década de 1950.
e) as relações entre Estado e
Igreja no Brasil contemporâneo foram sempre marcadas pela indistinção das
esferas política e religiosa, motivada pelo reconhecimento constitucional do
Catolicismo como religião oficial do Estado.
3. (Uece
2015) Sobre a sociedade brasileira do período colonial, pode-se afirmar
corretamente que
a) buscava afirmar valores
nativistas contestando a exploração colonial.
b) era alicerçada em relações
sociais que primavam por igualdade e fraternidade.
c) baseava-se em relações sociais
de cunho escravista e patriarcal.
d) procurou imprimir uma nova
dinâmica social que em nada lembrava a metrópole colonizadora.
4. (IFSCc
2014) Negar-lhes totalmente os seus folguedos, que são o único alívio do
seu cativeiro, é querê-los desconsolados e melancólicos, de pouca vida e saúde.
Portanto, não lhes estranhem os senhores o criarem seus reis, cantar e bailar
por algumas horas honestamente em alguns dias do ano, e o alegrarem-se
inocentemente à tarde depois de terem feito pela manhã suas festas de Nossa
Senhora do Rosário, de São Benedito...
Fonte: ANTONIL, Andre
João. In.: PEDRO, Antonio e LIMA, Lizânioas de Souza.
Coleção
História sempre presente. v. 2. São Paulo:
FTD, 2010. p. 213.
Sobre as relações entre os senhores e os escravos
no Brasil e tendo por base o texto do cronista Andre João Antonil, escrito no
século XVII, é CORRETO afirmar
que:
a) Ao analisarmos, hoje, a
sociedade brasileira percebemos que o texto de Antonil foi em vão. Os senhores
de escravos reprimiam duramente qualquer manifestação religiosa africana no
Brasil, dessa forma, não há qualquer traço da religiosidade africana no Brasil
atual.
b) Mesmo permitindo que os
escravos mantivessem sua cultura e sua religiosidade, eles a abdicariam e se
converteriam em católicos, adorando, entre outros santos, Nossa Senhora do
Rosário e São Benedito, principalmente.
c) Os escravos que viviam no
Brasil não se preocupavam com sua religiosidade, pois todos os africanos,
depois de capturados, sabiam que seriam apenas um bem de seu senhor e não
queriam nada a não ser comida para continuar o trabalho.
d) Podemos perceber, através do
relato de Antonil, que os escravos separavam bem os aspectos culturais
africanos e os europeus. Dessa forma, o sincretismo religioso e mestiçagens
culturais foram praticamente nulas no Brasil.
e) Havia uma certa permissão para
que os escravos mantivessem algumas manifestações culturais africanas, porém,
segundo Antonil, isso deveria acontecer para que se tivesse um certo controle
social sobre os escravos.
5. (Ueg
2013) O caso de uma Rosa Gomes, escrava do alferes José Gomes de Barros.
Muita conhecida no tempo [...], a escrava diligente havia juntado pecúlio para
comprar quatro escravos a crédito, incluindo uma mãe e filho. No entanto o
alferes, seu senhor, não ajustava preço para a Rosa comprar a própria
liberdade, lançando valores fantásticos, irreais. Luís da Cunha, em ordem
pública, interveio na pendenga, forçando José Gomes de Barros a contratar com
justeza a alforria da escrava, apontando-lhe vilmente incorrer em ludibrio
de sua honra e do caráter de alferes da companhia de nobreza por agir
erradamente com a serva.
BERTRAN, Paulo (Org.). Notícia
geral da Capitania de Goiás. Goiânia: UCG/UFG, 1996. p. 23-24.
O fato citado aconteceu em Vila Boa de Goiás, em
1783, durante a administração do governador Luís da Cunha Menezes. Ele
demonstra que, na sociedade goiana do século XVIII, havia
a) uma concepção de escravidão que
permitia ao escravo negro uma considerável margem de ação
econômica.
b) uma concepção de escravidão que
se legitimava não apenas na coerção física, mas também no direito
consuetudinário.
c) um modelo de administração
pública na qual o governador das capitanias era uma figura meramente
decorativa.
d) um modelo de escravidão marcado
pela concepção de que o escravo era juridicamente similar a um animal de
carga.
6. (Upe 2012) Observe a fotografia a
seguir, mostrando as cicatrizes de açoites em um escravo, no século XIX.
Os castigos corporais eram uma prática
comum, adotada para castigar escravos no Brasil, durante os séculos XVI-XIX.
Porém essa prática não era aleatória e seguia uma legislação desde os tempos da
colônia. Sobre esse capítulo das relações entre senhores e escravos no Brasil
colonial e imperial, analise as afirmativas a seguir:
I. Dentre os textos jurídicos que
puniam o excesso no castigo físico dos escravos, estavam as Ordenações
Filipinas e o Código Penal do Império.
II. A figura do feitor personificava a
punição promovida pelo senhor contra seus escravos.
III. O castigo dos escravos não seguia
nenhuma legislação no período da monarquia, no Brasil.
IV. Apenas os escravos do sexo
masculino eram punidos com castigo físico.
V. Muitos castigos físicos deixavam
danos irreparáveis nos escravos, porém, nem sempre, o castigo em excesso era
punido devidamente.
Estão corretas
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, III e V.
d) I, II e V.
e) III, IV e V.
7. (Ufg 2014) Leia o documento a
seguir.
Este homem é um dos maiores selvagens
com que tenho topado: quando se avistou comigo, trouxe consigo um intérprete
porque não sabe falar português nem se diferencia do mais bárbaro Tapuia. Mesmo
se dizendo cristão e sendo casado, lhe assistem sete índias concubinas. E daqui
se pode inferir que, tendo em vista a sua vida desde que teve o uso da razão,
se é que a teve, até o presente momento, se encontra a andar metido pelos matos
à caça de índios e de índias, estas para o exercício de sua torpeza sexual,
aqueles para a obtenção de seus interesses econômicos.
RIBEIRO, Darcy;
MOREIRA NETO, Carlos Araújo (Orgs.). A fundação do Brasil: testemunhos –
1500/1700. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 299. (Adaptado).
O documento apresenta a descrição feita
pelo bispo de Pernambuco, D. Francisco de Lima, a respeito do chefe bandeirante
Domingos Jorge Velho. Essa descrição indica um antagonismo entre religiosos
católicos e bandeirantes na América Portuguesa durante o século XVII. Com base
na análise do documento e de seu contexto histórico, conclui- se que tal
oposição associava-se ao fato de a Igreja
a) condenar o enriquecimento por
meio da escravidão, contrariando os citados “interesses econômicos” dos
bandeirantes, que se firmavam como fornecedores de mão de obra escrava para
diversas capitanias.
b) defender a catequização dos
indígenas e sua organização em missões religiosas, condenando, assim, as
bandeiras de apresamento, aludidas no trecho “andar metido nas matas à caça de
índios e índias”.
c) desprezar a cultura nativista
constituída na Capitania de São Vicente, onde foram rejeitados os costumes e a
língua portuguesa, como destacado pelo bispo, ao afirmar que o bandeirante
necessitou de intérprete.
d) repudiar a associação entre
bandeirantes e Tapuias, implícita nos trechos em que o padre afirma que Jorge
Velho não se diferenciava dessa etnia e que mantinha concubinato com tais
índias.
e) considerar que os colonos eram
desprovidos de raciocínio, como indicado pelo religioso, ao duvidar que o
bandeirante possuía razão, por entender que esta é alcançada por meio de
estudos eclesiásticos.
8. (IFSP 2014) Considere as
seguintes informações sobre a escravidão praticada na América Portuguesa.
- Nos cafezais e canaviais, o escravo
fazia parte de uma equipe de cerca de 12 a 15 homens ou mulheres.
- O engenho de açúcar e suas máquinas
exigiam trabalhadores especializados.
- Na cidade e no campo, havia escravos
pedreiros, carpinteiros, barbeiros e outros.
- Nas cidades, os senhores alugavam os
serviços dos escravos capacitados em variadas tarefas e também no comércio.
- Os escravos domésticos eram
supervisionados pelo olhar exigente das donas-de-casa.
(MATTOSO, Katia de Queirós. Ser escravo no
Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1988, p.116. Adaptado)
Analisando os itens apresentados, é
correto concluir que a escravidão na América Portuguesa
a) restringiu-se aos engenhos de
cana e à produção agrícola monocultora de exportação.
b) baseou-se na força física dos
escravos, mas não considerou suas habilidades prévias.
c) era distribuída de acordo com o
modo de produção industrial das fábricas do período.
d) esteve presente em todos os
setores da vida social e produtiva na cidade e no campo.
e) organizava as tarefas de acordo
com o interesse pessoal e escolha dos trabalhadores.
9. (Uepb 2014) Considerando os
conflitos sociais que ocorreram no período colonial, é CORRETO afirmar:
a) Todos os conflitos ocorridos no
período colonial ocorridos entre colonos e forças metropolitanas são
considerados precursores da independência, sendo iniciados por grupos de
colonos sempre oprimidos que buscavam mais liberdade, igualdade e
fraternidade.
b) Foram movimentos nativistas
que, estimulados pelo anti-absolutismo e por ideias liberais, lutavam pela
independência do Brasil.
c) A Revolta de Vila Rica de 1720,
que teve a liderança de Felipe dos Santos, foi motivada pela
crise da economia aurífera e tinha como principal objetivo a independência do
Brasil.
d) A maior parte dos conflitos nos
trezentos anos de administração portuguesa não teve por finalidade a separação
do Brasil em relação a Portugal.
e) Não há registros de
participação popular e muito menos de escravos em nenhum dos conflitos
ocorridos na América Portuguesa.
10. (Upe 2014) Observe a imagem a
seguir:
Ela ilustra um engenho de açúcar,
típica unidade de produção do nordeste colonial. Com base na imagem e na
realidade histórica por ela ilustrada, assinale a alternativa CORRETA.
a) Esse engenho movido por força
hidráulica é uma realidade do século XVIII, embora anteriormente fosse
utilizada a força humana ou a força animal para fazê-lo
funcionar.
b) A presença exclusiva de mão de
obra escrava negra, na imagem, denota a exclusão dos indígenas como
trabalhadores, escravos ou livres, da indústria açucareira.
c) Engenhos de grande porte, como
o da ilustração, só foram introduzidos na América Portuguesa em meados do
século XVII, pelos holandeses que ocupavam a capitania de
Pernambuco.
d) A mão de obra utilizada nos
engenhos, escrava ou livre, muitas vezes, era formada por trabalhadores
especializados.
e) A mão de obra indígena só foi
utilizada, no período colonial, em regiões como São Paulo e Rio de Janeiro, não
se fazendo presente nos engenhos do nordeste colonial.
11. (Uff)
"As festas e as procissões
religiosas contavam entre os grandes divertimentos da população, o que se
harmoniza perfeitamente com o extremo apreço pelo aspecto externo do culto e da
religião que, entre nós, sempre se manifestou (...). O que está sendo festejado
é antes o êxito da empresa aurífera, do que o Santíssimo Sacramento. A festa
tem uma enorme virtude congraçadora, orientando a sociedade para o evento e
fazendo esquecer da sua faina cotidiana.(...). A festa seria como o rito, um
momento especial construído pela sociedade, situação surgida "sob a égide
e o controle do sistema social" e por ele programada. A mensagem social de
riqueza e opulência para todos ganharia, com a festa, enorme clareza e força.
Mas a mensagem viria como cifrada: o barroco se utiliza da ilusão e do
paradoxo, e assim o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza
começava a ser pobreza, o apogeu decadência"
(Adaptado de SOUZA, Laura de Mello e. "Desclassificados do
Ouro". Rio de Janeiro, Graal, 1990, pp. 20-23)
Segundo a autora do texto, a sociedade
nascida da atividade mineradora, no Brasil do século XVIII, teria sido marcada
por um "fausto falso" porque:
a) a mineração, por ter atraído um
enorme contingente populacional para a região das Gerais, provocou uma crise
constante de subalimentação, que dizimava somente os escravos, a mão-de-obra
central desta atividade, o que era compensado pela realização constante de
festas;
b) o conjunto das atividades de
extração aurífera e de diamantes era volátil, dando àquela sociedade uma
aparência opulenta, porém tão fugaz quanto a exploração das jazidas que
rapidamente se esgotavam;
c) existia um profundo contraste entre
os que monopolizavam a grande exploração de ouro e diamantes e a grande maioria
da população livre, que vivia em estado de penúria total, enfrentando,
inclusive, a fome, devido à alta concentração populacional na região;
d) a riqueza era a tônica dessa
sociedade, sendo distribuída por todos os que nela trabalhavam, livres e
escravos, o que tinha como contrapartida a promoção de luxuosas cerimônias
religiosas, ainda que fosse falso o poderio da Igreja nesta região;
e) a luxuosa arquitetura barroca era
uma forma de convencer a todos aqueles que buscavam viver da exploração das
jazidas que o enriquecimento era fácil e a ascensão social aberta a todas as
camadas daquela sociedade.
12. (Ufrn) O texto abaixo analisa as
relações entre o homem e a mulher no Brasil, no período da Colônia e do
Império.
Muitas mulheres foram enclausuradas,
desprezadas, vigiadas, espancadas, perseguidas. Em contrapartida, várias
reagiram às violências que sofriam. Parte da população feminina livre esteve
sob o poder dos homens, outra parte rompeu uniões indesejáveis e tornou-se
senhora do próprio destino. As práticas consideradas "mágicas" foram
uma das maneiras pelas quais as mulheres enfrentaram as contrariedades do
cotidiano. Chegaram até mesmo a causar temor entre os homens. Acreditava-se que
as "feiticeiras" tinham o poder de "cura" ou o poder sobre
o amor e a fertilidade masculina e feminina, através de "poções
mágicas".
Adaptado de: MOTA,
Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro
milênio. São Paulo: Moderna, 1997. p. 239.
A partir do texto, é possível concluir
que, na sociedade brasileira colonial e imperial,
a) as mulheres ocupavam o centro
decisório das famílias, mesmo que homens praticassem atos violentos contra
elas, ferindo o estabelecido pela lei.
b) o modelo de família patriarcal,
apesar de dominante, era subvertido por vários procedimentos adotados pelas
mulheres.
c) o rompimento de uma relação
matrimonial por parte da mulher era considerado um ato de feitiçaria, passível
de punição pela Inquisição católica.
d) as mulheres tinham poder de decisão
quanto ao número de filhos, satisfazendo, assim, o modelo feminino
característico da sociedade patriarcal.
13. (Ufv) Durante o período colonial no
Brasil, a desorganização da administração metropolitana e a prática da
venalidade do funcionalismo real (compra e venda de cargos), aliadas às
dificuldades de comunicação entre a Europa e a América, contribuíram para o
crescimento do poder dos "homens bons". Essa expressão era utilizada
para designar aqueles que:
a) integravam a Companhia de Jesus,
ordem religiosa formada em torno de Inácio de Loyola, a qual, no Brasil, buscou
promover a conversão dos índios ao cristianismo.
b) podiam eleger e ser eleitos para os
cargos públicos ligados às câmaras municipais, principal instância de
representação local da monarquia portuguesa.
c) participaram da Inconfidência
Mineira, um levante contra o governo colonial, no final do século XVIII, tendo
como uma de suas motivações a cobrança da derrama.
d) habitavam os quilombos e mocambos e
lutavam pela liberdade, sendo em sua maioria comerciantes e escravos negros
fugidos, de origem africana ou nascidos no Brasil.
e) integravam as expedições armadas, de
caráter oficial ou particular, entre os séculos XVI e XVIII, e se aventuravam
pelo interior do Brasil, em busca de ouro ou de indígenas para fazê-los
escravos.
14. (Unifesp) Estima-se que, no fim do
período colonial, cerca de 42% da população negra ou mulata era constituída por
africanos ou afro-brasileiros livres ou libertos. Sobre esse expressivo
contingente, é correto afirmar que
a) era o responsável pela criação de
gado e pela indústria do couro destinada à exportação.
b) vivia, em sua maior parte, em
quilombos, que tanto marcaram a paisagem social da época.
c) possuía todos os direitos, inclusive
o de participar das Câmaras e das irmandades leigas.
d) tinha uma situação ambígua, pois não
estava livre de recair, arbitrariamente, na escravidão.
e) formava a mão-de-obra livre
assalariada nas pequenas propriedades que abasteciam as cidades.
15. (Unifesp) De acordo com um estudo
recente, na Bahia, entre 1680 e 1797, de 160 filhas nascidas em 53 famílias de
destaque, mais de 77% foram enviadas a conventos, 5% permaneceram solteiras e
apenas 14 se casaram.
Tendo em vista que, no período
colonial, mesmo entre pessoas livres, a população masculina era maior que a
feminina, esses dados sugerem que
a) os senhores-de-engenho não deixavam
suas filhas casarem com pessoas de nível social e econômico inferior.
b) entre as mulheres ricas, a devoção
religiosa era mais intensa e fervorosa do que entre as mulheres pobres.
c) os homens brancos preferiam manter
sua liberdade sexual a se submeterem ao despotismo dos
senhores-de-engenho.
d) a vida na colônia era tão
insuportável para as mulheres que elas preferiam vestir o hábito de freiras na
Metrópole.
e) a sociedade colonial se pautava por
padrões morais que privilegiavam o sexo e a beleza e não o status e a riqueza.
16. (Fei) A chamada "sociedade
patriarcal", característica do Brasil Colonial, assentava-se em dois
elementos essenciais, que eram:
a) livre comércio e isenção de
taxas;
b) mão-de-obra assalariada e
monocultura;
c) pequena propriedade e
exportação;
d) senhores e escravos;
e) comércio e lavoura.
17. (Fuvest) A sociedade colonial
brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e
hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da
diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) As distinções
essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de
indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de
fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos
ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de
nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O
gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que
permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem
aborígenes e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e
fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e
hierarquias baseadas na cultura e na cor."
(Stuart B. Schwartz,
SEGREDOS INTERNOS)
A partir do texto pode-se concluir
que:
a) a diferenciação clássica e medieval
entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o
Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da
sociedade brasileira colonial.
b) a presença de índios e negros na
sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão,
completamente desconhecida da sociedade europeia nos séculos XV e XVI.
c) os índios do Brasil, por serem em
pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo
de influência sobre a constituição da sociedade colonial.
d) a diferenciação de raças, culturas e
condição social entre brancos e índios, brancos e negros, tendeu a diluir a
distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade
colonial.
e) a existência de uma realidade
diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou
em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos
XVI e XVII.
18. (Pucmg) A situação dos mulatos em
Minas Gerais, no século XVIII, tem relação com:
a) a estrutura social e demográfica que
se apoiava firmemente sobre a base da escravidão africana.
b) o desejo de homens, na ausência de
herdeiros legítimos, de libertar seus filhos de mãe escrava.
c) o respeito às leis e o cuidado de
não cometer erros graves que colocassem em risco seus direitos.
d) os esforços para restringir as
alforrias e para proibir que mulatos herdassem propriedades.
19. (Uerj) Desconhecendo as sociedades
nativas, os europeus tinham a impressão de que os índios viviam "sem Deus,
sem lei, sem rei, sem pátria, sem razão".
(VAINFAS, Ronaldo
(dir.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva,
2000.)
No Brasil, nos primeiros séculos de
colonização, a imagem apresentada dos indígenas levou a uma oposição entre os
missionários, principalmente os jesuítas, e os colonizadores.
Esta oposição de projetos em relação
aos indígenas está expressa, respectivamente, na seguinte alternativa:
a) defesa da conversão e da liberdade x
direito de escravização
b) estabelecimento de alianças com
tribos tupis x política de extermínio seletivo
c) aceitação de costumes como a
poligamia x imposição da cultura do conquistador
d) emprego como trabalhadores livres x inserção socioeconômica como trabalhadores semilivres
d) emprego como trabalhadores livres x inserção socioeconômica como trabalhadores semilivres
Incrível! Muito obrigado!
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