1.
(IFSP 2016) Leia, abaixo, o fragmento
da História da Província de Santa Cruz, de Pero de Magalhães Gândavo,
para responder à questão.
Finalmente que como Deus tenha de muito
longe esta terra dedicada à cristandade, e o interesse seja o que mais
leva os homens trás si que nenhuma outra coisa haja na vida, parece manifesto
querer entretê-los na terra com esta riqueza do mar até chegarem a
descobrir aquelas grandes minas que a mesma terra promete, para que
assim desta maneira tragam ainda toda aquela bárbara gente que habita
nestas partes ao lume e ao conhecimento da nossa santa fé católica, que
será descobrir-lhe outras minas maiores no céu, o qual nosso Senhor
permita que assim seja, para glória sua, e salvação de tantas almas.
GÂNDAVO, Pero
de Magalhães. História da Província de Santa Cruz. Org. Ricardo Martins
Valle. Introd. e notas Ricardo Martins Valle e Clara Carolina Souza Santos. São
Paulo: Hedra, 2008. p. 115.
A leitura atenta do texto permite afirmar
que
a) nos textos de informação
estavam consorciados o projeto de exploração das novas terras descobertas e o
de difusão da fé cristã.
b) o autor julga
desinteressante a perspectiva de exploração mercantil do Brasil, preferindo a
ela o projeto de difusão da fé cristã.
c) o autor condena os homens
ambiciosos e interesseiros, que preferem a exploração mercantil ao projeto
abnegado de difusão da fé cristã.
d) o autor condena a
hipocrisia dos que afirmam empreender em nome da fé cristã, mas que apenas se
interessam pelas “grandes minas” a descobrir.
e) havia discrepância e
dissenso entre o projeto de exploração das novas terras descobertas e o de
difusão da fé cristã.
2. (Udesc 2015)
Capítulo II
Como os homens daquela
terra principiaram a tratar conosco, das suas casas e de alguns peixes que ali
há, muito diversos dos nossos.
Naquele
mesmo dia, que era no oitavário da Páscoa, a 26 de abril, determinou o
capitão-mor de ouvir missa, e assim mandou armar uma tenda naquela praia, e
debaixo dela um altar, e toda a gente da armada assistiu tanto à missa como à
pregação, 1juntamente com muitos dos naturais, que bailavam e
tangiam nos seus instrumentos; logo que se acabou, voltamos aos navios, e
aqueles homens entravam no mar até aos peitos, cantando e fazendo muitas festas
e folias. Depois de jantar tornou a terra o capitão-mor, e a gente da armada
para espairecer com eles, e achamos neste lugar um rio de água doce. Pela volta
da tarde tornamos às naus e no dia seguinte determinou-se fazer aguada e tomar
lenhas, 2pelo que fomos todos a terra e os naturais vieram conosco
para ajudar-nos. 3Alguns dos nossos caminharam até uma povoação onde
eles habitavam, coisa de três milhas distante do mar, 4e trouxeram de
lá papagaios e uma raiz chamada inhame, que é o pão de ali que usam, e algum
arroz, dando-lhe os da armada cascáveis e folhas de papel em troca do que
recebiam. Estivemos neste lugar cinco ou seis dias; 5os homens, como
já dissemos, são baços, e andam nus sem vergonha, têm os seus cabelos grandes e
a barba pelada; as pálpebras e sobrancelhas são pintadas de branco, negro, azul
ou vermelho; trazem o beiço de baixo furado e 6metem-lhe um osso
grande como um prego; outros trazem uma pedra azul ou verde e assobiam pelos
ditos buracos; as mulheres andam igualmente nuas, são bem feitas de corpo e
trazem os cabelos compridos. As suas casas são de madeira, cobertas de folhas e
ramos de árvores, com muitas colunas de pau pelo meio e entre elas e as paredes
pregam redes de algodão, nas quais pode estar um homem, e de [baixo] cada uma
destas redes fazem um fogo, de modo que numa só casa pode haver quarenta ou
cinqüenta leitos armados a modo de teares.
OLIVIERI, Antonio Carlos e VILLA, Marco Antonio. Cronistas do descobrimento. São Paulo: Editora Ática, 1999, pp. 30 e 31.
Analise as proposições em
relação à obra Cronistas do descobrimento, Olivieri, Antonio Carlos e Villa,
Marco Antonio e ao texto.
I. A leitura do período
“Alguns dos nossos caminharam até uma povoação onde eles habitavam, coisa de
três milhas distante do mar, e trouxeram de lá papagaios e uma raiz chamada
inhame, que é o pão de ali que usam, e algum arroz, dando-lhe os da armada
cascáveis e folhas de papel em troca do que recebiam” (referência 3) leva o
leitor a inferir um momento de escambo.
II. Nos sintagmas
“juntamente com muitos dos naturais” (referência 1) e “pelo que fomos
todos a terra e os naturais vieram conosco para ajudar-nos” (referência 2)
a palavra destacada refere-se aos habitantes nativos da terra recém-descoberta.
III. Eliminando-se a
vírgula de “e trouxeram de lá papagaios e uma raiz chamada inhame, que é o pão
de ali que usam” (referência 4) o sentido original do período ainda permanece o
mesmo, e a segunda oração passa a ser classificada como oração subordinada
adjetiva explicativa.
IV. A leitura da obra
conjetura que embora haja a predominância, no que se refere à linguagem, de
preocupações estilísticas, ainda assim observa-se o tom satírico e irônico,
adequando-a aos preceitos da estética barroca.
V. O texto descritivo
caracteriza-se pela exposição de detalhes significativos levantados pelo autor
a partir de percepção sensorial e de imaginação criadora. No texto, a
predominância de adjetivos também o caracterizam como descritivo.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II e
III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I,
II e V são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I,
III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II,
III, IV e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I,
IV e V são verdadeiras.
3. (Ufsm 2014) A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra, que, hoje em dia, já se encontra degradada em muitos dos locais avistados por Caminha.
Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir.
Esta
terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra
ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha
que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do
mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e
a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a
ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa.
Pelo
sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a estender d’olhos não
podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela
até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal
ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e
temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de agora os
achávamos como os de lá.
As
águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo
aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem.
CASTRO, Sílvio (org.). A
Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 115-6.
Esse fragmento apresenta-se como um texto
a) descritivo, uma vez que
Caminha ocupa-se em dar um retrato objetivo da terra descoberta, abordando suas
características físicas e potencialidades de exploração.
b) narrativo, pois a “Carta”
é, basicamente, uma narração da viagem de Pedro Álvares Cabral e sua frota até
o Brasil, relatando, numa sucessão de eventos, tudo o que ocorreu desde a
chegada dos portugueses até sua partida.
c) argumentativo, pois Caminha
está preocupado em apresentar elementos que justifiquem a exploração da terra
descoberta, os quais se pautam pela confiabilidade e abrangência de suas
observações.
d) lírico, uma vez que a
apresentação hiperbólica da terra por Caminha mostra a subjetividade de seu
relato, carregado de emotividade, o que confere à “Carta” seu caráter especificamente
literário.
e) narrativo-argumentativo,
pois a apresentação sequencial dos elementos físicos da terra descoberta serve
para dar suporte à ideia defendida por Caminha de exploração do novo
território.
4.
(Uepa 2014) Reconheça, nos versos
abaixo, extraídos de Os Doze de
Inglaterra, os dois elementos da comparação que Camões associa para
comunicar ao leitor um pouco da intensidade da luta, que está para se iniciar,
entre portugueses e ingleses, destacando o brilho das armas dos combatentes.
Mastigam os
cavalos, escumando,
Os áureos
freios com feroz semblante;
Estava o Sol
nas armas rutilando
Como cristal ou rígido diamante;
a) Diamante e cristal.
b) Sol e diamante.
c) Cavalos e sol.
d) Armas e freios.
e) Armas e cristal.
5.
(IFSP 2014) Leia um trecho do poema Ilha
da Maré, do escritor brasileiro Manuel Botelho de Oliveira.
E, tratando das próprias, os
coqueiros,
galhardos e frondosos
criam cocos gostosos;
e andou tão liberal a natureza
que lhes deu por grandeza,
não só para bebida, mas
sustento,
o néctar doce, o cândido
alimento.
De várias cores são os cajus
belos,
uns são vermelhos, outros
amarelos,
e como vários são nas várias
cores,
também se mostram vários nos
sabores;
e criam a castanha,
que é melhor que a de França,
Itália, Espanha.
(COHN, Sergio. Poesia.br
Rio de Janeiro: Azougue, 2012.)
Podemos relacionar os versos desse poema ao
Quinhentismo Nacional, pois
a) o eu lírico repudia a
presença de colonizadores portugueses em nossa terra.
b) a fauna e a flora tropicais
são descritas de maneira minuciosa e idealizada.
c) o poeta enriqueceu devido à
exportação de produtos brasileiros para a metrópole.
d) a exuberância e a
diversidade da natureza tropical são exaltadas pelo poeta.
e) a natureza farta e bela é o
cenário onde ocorrem os encontros amorosos do eu lírico.
TEXTO PARA AS
PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Leia o trecho de Os Lusíadas.
Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande
medo;
Bramindo, o negro mar de longe
brada,
Como se desse em vão nalgum
rochedo,
– Ó Potestade, disse, sublimada:
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos
apresenta,
Que mor coisa parece que
tormenta?
Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e
válida,
De disforme e grandíssima
estatura;
O rosto carregado, a barba
esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e
pálida;
Cheios de terra e crespos os
cabelos,
A boca negra, os dentes
amarelos.
(NEVES, João
Alves das e TUFANO, Douglas. Luís de Camões. São Paulo: Moderna, 1980.)
6.
(IFSP 2014) As estrofes referem-se ao
a) Velho do Restelo que,
devido à sua insanidade e à sua aparência marcada pela passagem do tempo,
aterroriza os marinheiros portugueses.
b) Velho do Restelo que
recrimina os portugueses por partirem em busca de riquezas, abandonando
mulheres, crianças e idosos à própria sorte.
c) Gigante Adamastor,
personagem que representa um dos perigos enfrentados pelos portugueses,
ressaltando o lado heroico dos protagonistas.
d) Gigante Adamastor que,
submetido ao comando da deusa Vênus, surge para proteger os navegantes contra o
mar revolto do Cabo das Tormentas.
e) ao soldado que, obedecendo
às ordens do rei de Portugal, mata cruelmente Inês de Castro, jovem espanhola
amante de D. Pedro.
7.
(IFSP 2014) Considere a afirmação a
seguir.
Na segunda estrofe predomina a ________, e o
trecho selecionado evidencia que Camões optou por versos ________ ao escrever Os
Lusíadas.
As lacunas devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
por
a) descrição ... alexandrinos.
b) dissertação ...
alexandrinos.
c) narração ... pentassílabos.
d) descrição ... decassílabos.
e) narração ... decassílabos.
8.
(Enem 2013) TEXTO
I
Andaram na praia,
quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E
parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e
cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por
carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão
bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. “A carta de Pero Vaz
de Caminha”. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
TEXTO
II
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a) a
carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações
artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a
estética literária.
b) a
tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande
significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma
linguagem moderna.
c) a
carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre
a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos
nativos.
d) as
duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —,
cumprem a mesma função social e artística.
e) a
pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes,
produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a colonização.
9.
(IFSP 2013) A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e
bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso
de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara.
Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e
metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da
grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador.
(Carta de Pero
Vaz de Caminha. www.dominiopublico.com.br. Acesso em: 04.12. 2012.)
O trecho acima pertence a um dos primeiros
escritos considerados como pertencentes à literatura brasileira. Do ponto de
vista da evolução histórica, trata-se de literatura
a) de informação.
b) de cordel.
c) naturalista.
d) ambientalista.
e) árcade.
10.
(IFSP 2013) São características das obras
do Classicismo:
a) o individualismo, a
subjetividade, a idealização, o sentimento exacerbado.
b) o egocentrismo, a interação
da natureza com o eu, as formas perfeitas.
c) o contraste entre o
grotesco e o sublime, a valorização da natureza, o escapismo.
d) a observação da realidade,
a valorização do eu, a perfeição da natureza.
e) a retomada da mitologia
pagã, a pureza das formas, a busca da perfeição estética.
TEXTO PARA AS
PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Esse texto do século XVI reflete um momento
de expansão portuguesa por vias marítimas, o que demandava a apropriação de
alguns gêneros discursivos, dentre os quais a carta. Um exemplo dessa produção
é a Carta de Caminha a D. Manuel. Considere a seguinte parte dessa
carta:
Nela [na terra] até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muito bons ares assim frios e temperados como os de Entre-Doiro-e-Minho. Águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem, porém o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente e esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar.
11.
(IFSP 2013) O verbo sob destaque no
trecho – ...até agora não pudemos saber
que haja ouro nem prata... – sinaliza a seguinte intenção do
escrevente:
a) por meio do modo
subjuntivo, evidenciar uma constatação.
b) por meio do modo
subjuntivo, evidenciar uma insatisfação.
c) por meio do modo
subjuntivo, evidenciar uma incerteza.
d) por meio do modo
indicativo, evidenciar uma convicção.
e) por meio do modo
indicativo, evidenciar uma hipótese.
12.
(IFSP 2013) O trecho apresentado é
preponderantemente descritivo. A classe de palavras que aparece associada a
esse tipo textual é o adjetivo. São exemplos de palavras dessa classe, no
texto, as seguintes:
a) ...porém a terra em si é de muito bons ares...
b) Águas são muitas e infindas.
c) ...dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem...
d) ...o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será
salvar esta gente...
e) ...esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve
lançar.
13.
(Insper 2012)
Mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser,
muda-se a confiança;
todo o mundo é
composto de mudança,
tomando sempre
novas qualidades.
Continuamente
vemos novidades,
diferentes em
tudo da esperança;
do mal ficam as
mágoas na lembrança,
e do bem (se
algum houve), as saudades.
O tempo cobre o
chão de verde manto,
que já coberto
foi de neve fria, e, enfim,
converte em choro
o doce canto.
E, afora este
mudar-se cada dia,
outra mudança faz
de mor espanto,
que não se muda
já como soía*.
Luís Vaz de
Camões
*soía: Imperfeito do indicativo do
verbo soer, que significa costumar, ser de costume
Assinale a alternativa em que se analisa
corretamente o sentido dos versos de Camões.
a) O foco temático do soneto
está relacionado à instabilidade do ser humano, eternamente insatisfeito com as
suas condições de vida e com a inevitabilidade da morte.
b) Pode-se inferir, a partir
da leitura dos dois tercetos, que, com o passar do tempo, a recusa da
instabilidade se torna maior, graças à sabedoria e à experiência adquiridas.
c) Ao tratar de mudanças e da
passagem do tempo, o soneto expressa a ideia de circularidade, já que ele se
baseia no postulado da imutabilidade.
d) Na segunda estrofe, o eu
lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata
que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada.
e) As duas últimas estrofes
autorizam concluir que a ideia de que nada é permanente não passa de uma
ilusão.
14. (Enem 2012)
LXXVIII (Camões, 1525?-1580)
Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um
paraíso;
Entre rubis e perlas doce
riso;
Debaixo de ouro e neve
cor-de-rosa;
Presença moderada e
graciosa,
Onde ensinando estão
despejo e siso
Que se pode por arte e por
aviso,
Como por natureza, ser
fermosa;
Fala de quem a morte e a
vida pende,
Rara, suave; enfim,
Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e
comedido:
Estas as armas são com que
me rende
E me cativa Amor; mas não
que possa
Despojar-me da glória de
rendido.
CAMÕES, L. Obra completa. Rio
de janeiro: Nova Aguilar, 2008.
A pintura e o poema, embora
sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo
contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos
a) apresentarem um retrato
realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos
usados no poema.
b) valorizarem o excesso de
enfeites na apresentação pessoa e na variação de atitudes da mulher,
evidenciadas pelos adjetivos do poema.
c) apresentarem um retrato
ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela
postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.
d) desprezarem o conceito
medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado
pelos adjetivos usados no poema.
e) apresentarem um retrato
ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados
pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.
15.
(Udesc 2012) O movimento literário que
retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu
descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou
Literatura de Informação.
Analise as proposições em relação a este período.
I. A produção literária no
Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de
caráter religioso.
II. A obra
literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas,
raramente assume um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do
padre José de Anchieta.
III. O nome
Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações
literárias no Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa —
e não a um referencial estético.
IV. As
produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa,
integrando o conjunto das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos
valores da cultura greco-latina.
V. As
produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos
iniciais do Brasil colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus
e a realidade da nova terra.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I,
IV e V são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa II é
verdadeira.
c) Somente as afirmativas I,
II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III
e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são
verdadeiras.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
Tanto
de meu estado me acho incerto,
Que
em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem
causa, juntamente choro e rio;
O
mundo todo abarco e nada aperto.
É
tudo quanto sinto um desconcerto;
Da
alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora
espero, agora desconfio,
Agora
desvario, agora certo.
Estando
em terra, chego ao Céu voando;
Numa
hora acho mil anos, e é de jeito
Que
em mil anos não posso achar uma hora.
Se
me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo
que não sei; porém suspeito
Que
só porque vos vi, minha Senhora.
(www.fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm)
16.
(IFSP 2012) A leitura do poema permite
afirmar que o eu lírico se sente
a) confuso, provavelmente pelo
amor que tem por uma senhora.
b) alegre, provavelmente
porque seu amor é correspondido.
c) triste, provavelmente
porque não consegue amar ninguém.
d) desconcertado,
provavelmente porque a senhora o ama demais.
cd o gabarito?????
ResponderExcluirVerifique no final da postagem!
Excluir1. a) nos textos de informação estavam consorciados o projeto de exploração das novas terras descobertas e o de difusão da fé cristã.
Excluir2. b) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
3. a) descritivo, uma vez que Caminha ocupa-se em dar um retrato objetivo da terra descoberta, abordando suas características físicas e potencialidades de exploração.
4. b) Sol e diamante.
5. d) a exuberância e a diversidade da natureza tropical são exaltadas pelo poeta.
6. c) Gigante Adamastor, personagem que representa um dos perigos enfrentados pelos portugueses, ressaltando o lado heroico dos protagonistas.
7. d) descrição ... decassílabos.
8. c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
9. a) de informação.
10. e) a retomada da mitologia pagã, a pureza das formas, a busca da perfeição estética.
11. c) por meio do modo subjuntivo, evidenciar uma incerteza.
12. b) Águas são muitas e infindas.
13. d) Na segunda estrofe, o eu lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada.
14. c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.
15. c) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
16. a) confuso, provavelmente pelo amor que tem por uma senhora.
Tá certo??????????
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