1. (Uema 2015) Para Thomas Hobbes, os
seres humanos são livres em seu estado natural, competindo e lutando entre si,
por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua
através de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse
filósofo, a criação de uma sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos
vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua
liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só
dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano.
Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã
ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João
Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural,
1997.
A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção
dos sistemas políticos contemporâneos que consolidou a (o)
a) Monarquia
Paritária.
b) Despotismo
Soberano.
c) Monarquia
Republicana.
d) Monarquia
Absolutista.
e) Despotismo
Esclarecido.
2.
(Unesp 2014) A
China é a segunda maior economia do mundo. Quer garantir a hegemonia no seu
quintal, como fizeram os Estados Unidos no Caribe depois da guerra civil. As
Filipinas temem por um atol de rochas desabitado que disputam com a China. O
Japão está de plantão por umas ilhotas de pedra e vento, que a China diz que
lhe pertencem. Mesmo o Vietnã desconfia mais da China do que dos Estados
Unidos. As autoridades de Hanói gostam de lembrar que o gigante americano
invadiu o México uma vez. O gigante chinês invadiu o Vietnã dezessete.
(André Petry. O
Século do Pacífico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.)
A persistência histórica dos conflitos
geopolíticos descritos na reportagem pode ser filosoficamente compreendida pela
teoria
a) iluminista, que preconiza a
possibilidade de um estado de emancipação racional da humanidade.
b) maquiavélica, que postula o
encontro da virtude com a fortuna como princípios básicos da geopolítica.
c) política de Rousseau, para
quem a submissão à vontade geral é condição para experiências de liberdade.
d) teológica de Santo
Agostinho, que considera que o processo de iluminação divina afasta os homens
do pecado.
e) política de Hobbes, que
conceitua a competição e a desconfiança como condições básicas da natureza
humana.
3. (Ufpa 2013) “Desta guerra de todos os homens contra todos os homens também isto é consequência: que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, poderiam existir num homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos e paixões.”
HOBBES, Leviatã, São Paulo:
Abril cultural, 1979, p. 77.
Quanto às justificativas de Hobbes sobre a justiça e a injustiça como
não pertencentes às faculdades do corpo e do espírito, considere as
afirmativas:
I. Justiça e injustiça são qualidades
que pertencem aos homens em sociedade, e não na solidão.
II. No estado de natureza, o
homem é como um animal: age por instinto, muito embora tenha a noção do que é
justo e injusto.
III. Só podemos falar em justiça
e injustiça quando é instituído o poder do Estado.
IV. O juiz responsável por
aplicar a lei não decide em conformidade com o poder soberano; ele favorece os
mais fortes.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV
4.
(Ufsj 2013) Thomas Hobbes afirma que
“Lei Civil”, para todo súdito, é
a) “construída por aquelas
regras que o Estado lhe impõe, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal
suficiente de sua vontade, para usar como critério de distinção entre o bem e o
mal”.
b) “a lei que o deixa livre
para caminhar para qualquer direção, pois há um conjunto de leis naturais que
estabelece os limites para uma vida em sociedade”.
c) “reguladora e protetora dos
direitos humanos, e faz intervenção na ordem social para legitimar as relações
externas da vida do homem em sociedade”.
d) “calcada na arbitrariedade
individual, em que as pessoas buscam entrar num Estado Civil, em consonância
com o direito natural, no qual ele – o súdito – tem direito sobre a sua vida, a
sua liberdade e os seus bens”.
5. (Ufu 2013) Porque as leis de natureza (como a
justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o
que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder
capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais,
as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas
semelhantes.
HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap.
XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São
Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103.
Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que:
a) O seu poder
deve ser parcial. O soberano que nasce com o advento do contrato social deve
assiná-lo, para submeter-se aos compromissos ali firmados.
b) A condição
natural do homem é de guerra de todos contra todos. Resolver tal condição é
possível apenas com um poder estatal pleno.
c) Os homens são,
por natureza, desiguais. Por isso, a criação do Estado deve servir como
instrumento de realização da isonomia entre tais homens.
d) A guerra de
todos contra todos surge com o Estado repressor. O homem não deve se submeter
de bom grado à violência estatal.
6. (Ufsj
2012) “A honra do soberano deve ser maior do que a
de qualquer um, ou a de todos os seus súditos”.
Assinale a alternativa que apresenta a fundamentação para essa ideia
preconizada por Thomas Hobbes.
a) “A condição de súdito é
muito miserável, mas sujeita a uma superação, pois se encontra sujeita aos
apetites e paixões irregulares daquele ou daqueles que detêm em suas mãos poder
tão ilimitado”.
b) “É na soberania que está a
fonte da honra”.
c) “O Homem nunca pode deixar
de ter uma ou outra inconveniência e a maior que é possível cair sobre o povo
em geral é de pouca monta se comparada ao poder do soberano, que deve ser revitalizado
de tempos em tempos”.
d) “Todos os homens são
dotados de grandes lentes de aumento; todo pagamento parece um imenso fardo, o
que gera lamentos e sofrimentos. Honra maior consiste em o soberano ter piedade
e compreensão para com tais falhas humanas e doar poderes aos infelizes”.
7.
(Ufu 2012) [...] a condição dos homens
fora da sociedade civil (condição esta que podemos adequadamente chamar de
estado de natureza) nada mais é do que uma simples guerra de todos contra todos
na qual todos os homens têm igual direito a todas as coisas; [...].
HOBBES, Thomas.
Do
Cidadão. Campinas: Martins Fontes, 1992.
De acordo com o trecho acima e com o
pensamento de Hobbes, assinale a alternativa correta.
a) Segundo Hobbes, o estado de
natureza se confunde com o estado de guerra, pois ambos são uma condição
original da existência humana.
b) Para Hobbes, o direito dos
homens a todas as coisas está desvinculado da guerra de todos contra todos.
c) Segundo Hobbes, é
necessário que a condição humana seja analisada sempre como se os homens
vivessem em sociedade.
d) Segundo Hobbes, não há
vínculo entre o estado de natureza e a sociedade civil.
8. (Ufsj
2012) “Algumas criaturas
vivas, como as
abelhas e as formigas, que vivem socialmente umas com as outras [...] tendem para o benefício comum”.
Para Thomas Hobbes, essa tendência não ocorre
entre os homens porque
a) esses
insetos, dentro
da sua irracionalidade natural, dão lições de conduta aos seres humanos;
seja na tarefa diária, seja na politização paradoxal do modelo comunista difundido por Joseph Stalin e Karl Marx.
b) as
abelhas e as formigas têm a peculiaridade de construir suas sociedades dentro de uma unidade dinâmica e circular, que poderia ser bem definida
como um contrato social se elas fossem
humanas. Os seres humanos não atingiram tal estágio ainda.
c) estes estão constantemente envolvidos numa
competição pela honra e pela dignidade e se julgam uns mais sábios que outros para exercer o poder público, reformam e inovam, o que muitas vezes leva o país à desordem e
à guerra civil.
d) o
motivo maior que guia a vida de tais criaturas é a engrenagem da soberania da vontade de
criar, da vontade de poder, retomada
por Nietzsche e pelo existencialismo.
9. (Ufsj
2011) Sobre a ideia de soberania concebida por Hobbes, é CORRETO afirmar que a soberania:
a) “se
dá por meio do sufrágio universal, seja na república ou
na monarquia”.
b) “é
a manifestação da virtù como condição indispensável no governo
do príncipe”.
c) “reside em um homem ou em uma assembleia de mais de um”.
d) “é
a realização
plena da paz perpétua entre as nações”.
10.
(Uel 2011) Leia o texto a
seguir.
Justiça
e Estado apresentam-se como elementos indissociáveis na filosofia política
hobbesiana. Ao romper com a concepção de justiça defendida pela tradição
aristotélico-escolástica. Hobbes propõe uma nova moralidade relacionada ao
poder político e sua constituição jurídica. O Estado surge pelo pacto para
possibilitar a justiça e, na conformidade com a lei, se sustenta por meio dela.
No Leviatã (caps. XIV-XV), a justiça hobbesiana fundamenta-se, em última
instância, na lei natural concernente à autoconservação, da qual deriva a
segunda lei que impõe a cada um a renúncia de seu direito a todas as coisas,
para garantir a paz e a defesa de si mesmo. Desta, por sua vez, implica a
terceira lei natural: que os homens cumpram os pactos que celebrarem. Segundo
Hobbes, “onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há
injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais”.
(HOBBES,
T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B.
N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997. Coleção Os Pensadores, cap. XIII.)
Com base no texto e nos
conhecimentos sobre o pensamento de Hobbes, é correto afirmar:
a) A humanidade é capaz, sem
que haja um poder coercitivo que a mantenha submissa, de consentir na
observância da justiça e das outras leis de natureza a partir do pacto
constitutivo do Estado.
b) A justiça tem sua origem na
celebração de pactos de confiança mútua, pelos quais os cidadãos, ao
renunciarem sua liberdade em prol de todos, removem o medo de quando se
encontravam na condição natural de guerra.
c) A justiça é definida como
observância das leis naturais e, portanto, a injustiça consiste na submissão ao
poder coercitivo que obriga igualmente os homens ao cumprimento dos seus
pactos.
d) As noções de justiça e de
injustiça, como as de bem e de mal, têm lugar a partir do momento em que os
homens vivem sob um poder soberano capaz de evitar uma condição de guerra
generalizada de todos.
e) A justiça torna-se vital
para a manutenção do Estado na medida em que as leis que a efetivam sejam
criadas, por direito natural, pelos súditos com o objetivo de assegurar
solidariamente a paz e a segurança de todos.
11.
(Unioeste 2011) “A natureza fez os homens
tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito que, embora por vezes
se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo
do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a
diferença entre um e outro não é suficientemente considerável para que qualquer
um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também
aspirar, tal como ele. (...) Desta igualdade quanto à capacidade deriva a
igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins. Portanto, se dois
homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo (...) esforçam-se por se destruir
ou subjugar um ao outro. (...) Com isto se torna manifesto que, durante o tempo
em que os homens vivem sem um poder comum capaz de manter a todos em respeito,
eles se encontram naquela condição a que se chama de guerra; e uma guerra que é
de todos os homens contra todos os homens”.
Hobbes.
Com base no texto citado, seguem as
seguintes afirmativas:
I. Os homens, por natureza, são absolutamente
iguais, tanto no exercício de suas capacidades físicas, quanto no exercício de
suas faculdades espirituais.
II. Sendo os homens, por natureza, “tão
iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito” é razoável que cada um
ataque o outro, quer seja para destruí-lo, quer seja para proteger-se de um
possível ataque.
III. Na inexistência de um “poder comum” que
“mantenha a todos em respeito”, a atitude mais racional é a de manter a paz e a
concórdia na “esperança” de que todos e cada um atinjam seus fins.
IV. A condição dos homens que vivem sem um poder
comum é de guerra generalizada, de todos contra todos.
V. O homem, por natureza, vive em sociedade
e nela desenvolve suas potencialidades, mantendo relações sociais harmônicas e
pacíficas.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II e III estão
corretas.
c) Apenas I e V estão
corretas.
d) Apenas II e IV estão
corretas.
e) Todas as afirmativas estão
corretas.
12. (Ufu 2011) Os filósofos contratualistas elaboraram
suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder do Estado a partir de
alguns conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado de natureza, o
estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc.
Com base em seus
conhecimentos e no texto abaixo, assinale a alternativa correta, segundo
Hobbes.
[...]
a condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que podemos
adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais é do que uma simples
guerra de todos contra todos na qual todos os homens têm igual direito a todas
as coisas; [...] e que todos os homens, tão cedo chegam a compreender essa
odiosa condição, desejam [...] libertar-se de tal miséria.
HOBBES, Thomas,
Do Cidadão, Ed. Martins Fontes, 1992.
a) O estado de natureza não se
confunde com o estado de guerra, pois este é apenas circunstancial ao passo que
o estado de natureza é uma condição da existência humana.
b) A condição de miséria a que
se refere o texto é o estado de natureza ou, tal como se pode compreender, o
estado de guerra.
c) O direito dos homens a
todas as coisas não tem como consequência necessária a guerra de todos contra
todos.
Obrigada!
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