1. (Enem PPL 2015) O reconhecimento da união
homoafetiva levou o debate à esfera pública, dividindo opiniões. Apesar da grande
repercussão gerada pela mídia, a população ainda não se faz suficientemente
esclarecida, confundindo o conceito de união estável com casamento. Apesar de
ter sido legitimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o reconhecimento da
união homoafetiva é fruto do protagonismo dos movimentos sociais como um todo.
ARÊDES, N.; SOUZA, I.; FERREIRA, E. Disponível em:
http://reporterpontocom.wordpress.com.
Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).
As decisões em favor das
minorias, tomadas pelo Poder Judiciário, foram possíveis pela organização
desses grupos. Ainda que não sejam assimiladas por toda a população, essas mudanças
a) contribuem para a
manutenção da ordem social.
b) reconhecem a legitimidade
desses pleitos.
c) dependem da iniciativa do
Poder Legislativo Federal.
d) resultam na celebração de
um consenso político.
e) excedem o princípio da
isonomia jurídica.
2.
(Enem 2015) Ninguém nasce mulher;
torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma
que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que
elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o
feminino.
BEAUVOIR, S. O
segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
Na década de 1960, a proposição de Simone de
Beauvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca
o(a)
a) ação do Poder Judiciário
para criminalizar a violência sexual.
b) pressão do Poder
Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho.
c) organização de protestos públicos
para garantir a igualdade de gênero.
d) oposição de grupos
religiosos para impedir os casamentos homoafetivos.
e) estabelecimento de
políticas governamentais para promover ações afirmativas.
ROSS, A. “Na máquina do tempo”. Época, ed. 766,
28 jan. 2013.
A dimensão
política da transformação sugerida no texto teve como condição necessária a
a) ampliação
da noção de cidadania.
b) reformulação
de concepções religiosas.
c) manutenção
de ideologias conservadoras.
d) implantação
de cotas nas listas partidárias.
e) alteração
da composição étnica da população.
4.
(Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Com
vestidos de noivas e ternos, três casais gays [...] se apresentaram nesta
quarta-feira no cartório de registro civil de Montevidéu para uma simulação de
casamento, no lançamento de uma campanha em favor do casamento homossexual.
(Folha de São Paulo, 19 maio 2010,
Caderno Mundo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp>. Acesso
em: 19 maio 2010.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
os novos movimentos sociais, considere as afirmativas a seguir.
I. Desde a segunda metade do século XX, o Ocidente
vivencia a explosão de variados movimentos sociais cujo eixo são as políticas
identitárias.
II. Movimentos sociais são expressão de
demandas do cotidiano que se transformam em reivindicações coletivas para a
ampliação dos direitos de cidadania.
III. O que diferencia o movimento gay em relação ao
antigo movimento operário é a negação da instância política enquanto elemento
mediador da ação reivindicativa.
IV. Dentre as condições para a existência de
movimentos sociais está o respeito aos valores morais tradicionais, como a
aceitação da união heterossexual e a negação da homossexual.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e
II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e
IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III
e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I,
II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II,
III e IV são corretas.
5.
(Uel 2008) Leia o texto a seguir:
Uma
notável virada na história do casamento teve início na década final do século
XX, com a institucionalização oficial do casamento homossexual, ou “parceria”.
[...] O reconhecimento da homossexualidade como forma legítima de sexualidade
foi parte da revolução sexual do ocidente. Ela está agora descriminalizada onde
era ainda um delito, e em 1973 foi retirada da lista de desordens mentais da
Associação Psiquiátrica Americana.
Em 1975, a Comissão de Serviços Civis dos EUA retirou sua interdição à contratação de homossexuais.
Logo, a discriminação dos homossexuais é que passou a ser considerada um delito. A igualdade em relação à “orientação sexual” esteve nas normas para a nomeação de prefeitos na Holanda na década de 1980, por exemplo. Grande avanço internacional foi sua inclusão na Constituição Sul-Africana pós-apartheid [em 1996].
[...] Entretanto, o que é interessante nesse nosso contexto particular são as reivindicações de gays e lésbicas pelo direito ao casamento e a aceitação parcial de suas exigências. O maior progresso aconteceu no norte da Europa [...]. [...] as parcerias de mesmo sexo foram inicialmente institucionalizadas na Escandinávia como tantas outras coisas da moderna mudança da família.
Desde 1970, as autoridades suecas reconheciam alguns direitos gerais de coabitação dos parceiros do mesmo sexo, reconhecimento sistematizado em 1987 no Ato dos Coabitantes Homossexuais. A primeira legislação nacional sobre parcerias registradas entre casais do mesmo sexo foi aprovada na Dinamarca, em 1989, e serviu de modelo para outros países escandinavos.
Na Holanda, a lei sobre parcerias registradas está em efeito desde 1998, na França desde 1999, abrangendo também relações pessoais solidárias que não apenas homossexuais. [...] No Brasil, um projeto de lei do Partido dos Trabalhadores, então na oposição, foi apresentado antes das eleições de 2002, mas não foi ainda votado. O casamento não está desaparecendo. Está mudando.
(THERBORN, G. Sexo
e poder: a família no mundo, 1900-2000. São Paulo: Contexto, 2006.
p.329-331.)
Os direitos dos homossexuais relatados no texto
constituem-se em demandas expostas pelos
a) “clássicos” movimentos
operários organizados em vários países desde o século XIX, voltados para os
problemas de classes sociais, direitos trabalhistas, participação política e
sindical, fortemente impulsionados pelos líderes sindicais.
b) “tradicionais” movimentos
religiosos da América Latina e outros países no século XX, voltados pela
humanização das relações sociais, direitos humanos, inclusão social e política,
fortemente impulsionados pelos líderes eclesiásticos.
c) “recentes” movimentos
sociais surgidos em vários continentes na década de 2000, voltados para a
manutenção dos direitos civis, fortalecimento do casamento como instituição
familiar sólida e eficaz na preservação da estrutura social patriarcal.
d) “modernos” movimentos
sociais surgidos em todo o mundo na década de 1930, voltados para a
consolidação dos laços de solidariedade, união e civilidade, fortemente
impulsionados pelos líderes do sindicalismo corporativo.
e) “novos” movimentos sociais
surgidos em vários países a partir dos anos de 1960, voltados para os problemas
identitários de grupos, gênero, etnias e políticas do corpo, fortemente
impulsionados pelas ativistas feministas.
6. “Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tao contrário à lei da natureza, que “era indigno de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA L. História da vida privada no Brasil. V. 1. São Paulo: Companhia das Letras. 1997 (adaptado).
O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por motivação homofóbica no País.
Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/utimas_noticias.php?codnoticia=3871. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).
A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro e, muitas vezes, expressa-se sob a forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenações públicas, perseguições e assassinatos de homossexuais no país estão associadas
a) à baixa representatividade polítíca de grupos organizados que defendem os direitos de cidadania dos homossexuais.
b) à falência da democracia no país, que torna impeditiva a divulgação de estatísticas relacionadas à violência contra homossexuais.
c) à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homossexuais, além de impedi-los de exercer seus direitos políticos.
d) a um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formas recorrentes de tabus e intolerância.
e) a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos de correntes filosófico-científicas.
7. (PITÁGORAS) Uma das demandas de movimentos contemporâneos por igualdade de direitos é a superação de preconceitos inscritos em expressões de fala do nosso cotidiano. Assinale, dentre as frases a seguir, aquela que NÃO expressa a naturalização de preconceitos ou subordinação de pessoas de acordo com sua cor/raça, gênero ou classe.
a) "Mulher no volante, perigo constante".
b) "O homem veio do macaco".
c) "Bom dia para todos e para todas".
d) "A mulher foi feita a partir da costela do homem".
e) "Aquele lugar só é frequentado por gente 'feia'".
8. (PITÁGORAS) Leia o trecho a seguir.
Em 1949, a francesa Simone de Beauvoir faria publicar o seu livro O segundo sexo. Em passagem célebre, a autora aponta que não são características naturais que conformam as nossas identidades de gênero na sociedade. “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”.
Vale a pena refletirmos acerca dos elementos que nos diferenciam enquanto homens e mulheres. Segundo esta autora, os diferenciais de gênero tem muito mais amparo na cultura do que na natureza. É a nossa formação social, tanto em casa quanto na escola e na rua, que nos ensina a nos diferenciarmos enquanto mulheres ou homens. Aprendemos quais roupas devemos vestir, quais cores gostar, quais atividades nos são mais próprias. Enfim, é a sociedade e não a natureza que estabelece as diferenças de gênero.
O senso comum, no entanto, fornece-nos uma explicação distinta para as diferenças entre homens e mulheres. É muito habitual que as pessoas utilizem de raciocínios de ordem biológica ou natural para formular os diferenciais de gênero.
Assinale a alternativa onde se pode RECONHECER um raciocínio de ordem cultural, tal qual vimos expresso na frase de Simone de Beauvoir.
a) As mulheres são o sexo-frágil e por isso precisam ser protegidas pelos homens. Homens são mais fortes física e emocionalmente.
b) Cuidar dos filhos é tarefa primordial das mulheres. Elas ficam grávidas, os homens não. Apenas eles devem trabalhar fora de casa.
c) Os homens, mais fortes e decididos que são, devem ser os chefes da casa. As mulheres devem ser suas apoiadoras.
d) Ao incentivarmos meninos pequenos a brincarem de carrinho e de luta, e meninas a brincarem de boneca e de cozinha, estamos formando suas personalidades para a vida adulta.
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