1. (Uefs 2018) O “coração”
econômico da época, Veneza, tem cada vez mais dificuldades em assegurar a
competitividade de seus produtos. Em 1504, os navios venezianos já quase não
encontram pimenta em Alexandria. As especiarias desta proveniência se revelam
muito mais caras do que as que são encaminhadas da Índia portuguesa: a pimenta
embarcada pelos portugueses em Calicute é quarenta vezes menos onerosa do que a
que transita por Alexandria.
(Jacques
Attali. 1492, 1991. Adaptado.)
O início da colonização efetiva do Brasil por Portugal, historicamente condicionado pelos fatos referidos pelo excerto,
a) teve início assim
que os navegadores chegaram às novas terras.
b) projetou a hegemonia
portuguesa no comércio atlântico.
c) enriqueceu a
Metrópole com a descoberta de metais preciosos.
d) atardou-se devido
aos lucros auferidos com o comércio oriental.
e) foi financiado pelos
lucros gerados pelo comércio de especiarias.
2. (Upe-ssa 1 2017) Na bacia do Rio São Francisco, nas paleolagoas conhecidas hoje como tanques, foram achados ossos de animais extintos da fauna pleistocênica, que conviveram com o homem em diversas áreas da região, como Salgueiro e Alagoinha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes assinalaram, também, a presença de megafauna, como o mastodonte e a preguiça-gigante, como é o caso da Lagoa Uri de Cima em Salgueiro.
MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da
Pré-História do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número
10 – Ano 2013, p. 14, adaptado.
O trecho acima propõe uma leitura da História do Brasil, que se caracteriza pela
a) presença essencial
dos europeus no continente americano.
b) inexistência de
exemplares da megafauna em território brasileiro.
c) carência de estudos
paleoantropológicos e sítios arqueológicos no Nordeste.
d) antiguidade da
presença humana no país, anterior à chegada dos portugueses.
e) existência de
répteis de porte avantajado, popularmente conhecidos como dinossauros.
3.
(Ifsul 2016) De
1500 a 1530, os portugueses não desenvolveram um grande projeto de colonização
para a sua colônia na América (Brasil). Nesse período, ocorreram as expedições
de reconhecimentos e as expedições guarda-costas.
A
economia, nesse período,
a) deteve-se ao cultivo
de café na região do Vale do rio Paraíba.
b) limitou-se ao
cultivo de cana-de-açúcar no nordeste com o trabalho escravo.
c) dedicou-se à
extração de metais preciosos, sobretudo prata, nas Gerais.
d) baseou-se na extração do pau-brasil através do escambo com os nativos.
4. (Espcex (Aman) 2015)
“Os primeiros trinta anos da História do Brasil são conhecidos como período
Pré-Colonial. Nesse período, a coroa portuguesa iniciou a dominação das terras
brasileiras, sem, no entanto, traçar um plano de ocupação efetiva. […] A
atenção da burguesia metropolitana e do governo português estavam voltados para
o comércio com o Oriente, que desde a viagem de Vasco da Gama, no final do
século XV, havia sido monopolizado pelo Estado português. […] O desinteresse
português em relação ao Brasil estava em conformidade com os interesses
mercantilistas da época, como observou o navegante Américo Vespúcio, após a
exploração do litoral brasileiro, pode-se dizer que não encontramos nada de
proveito”.
Berutti, 2004.
Sobre o período
retratado no texto, pode-se afirmar que o(a)
a) desinteresse português pelo Brasil
nos primeiros anos de colonização, deu-se em decorrência dos tratados
comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela exploração de
terras situadas a oeste de Greenwich.
b) maior distância marítima era a maior
desvantagem brasileira em relação ao comércio com as Índias.
c) desinteresse português pode ser
melhor explicado pela resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o
desembarque e o reconhecimento das novas terras.
d) abertura de um novo mercado na
América do Sul, ampliava as possibilidades de lucro da burguesia metropolitana
portuguesa.
e) relativo descaso português pelo
Brasil, nos primeiros trinta anos de História, explica-se pela aparente
inexistência de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles que
patrocinavam as expedições.
5. (Pucsp 2014) "Descoberto o Novo Mundo e instaurado o processo de colonização, começou a se desenrolar o embate entre o Bem e o Mal."
Laura de Mello e
Souza. Inferno Atlântico. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 22-23.
Na percepção de muitos colonizadores portugueses do Brasil, uma das armas mais importantes utilizadas nesse “embate entre o Bem e o Mal” era a
a) retomada de
padrões religiosos da Antiguidade.
b) defesa do
princípio do livre arbítrio.
c) aceitação da
diversidade de crenças.
d) busca da
racionalidade e do espírito científico.
e) catequização das
populações nativas.
6. (Uern 2013) Acerca dos povos “pré-colombianos” e dos habitantes do Brasil anteriores à colonização, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Todos, sem exceção, já haviam
estabelecido uma organização política e social extremamente estratificada,
estamental e hierarquizada, baseada nos laços de parentesco.
( ) Haviam sociedades agrícolas,
sedentarizadas e algumas nômades, que não dominavam a domesticação de animais,
o cultivo sistemático e viviam, portanto, da caça e da coleta.
( ) Em algumas regiões específicas, a
agricultura se desenvolveu mais intensamente e o acúmulo de experiências
culturais resultou numa maior condição de desenvolvimento entre essas populações.
( ) No Brasil, o período inicial do processo de colonização coincide, historicamente, com o período de sedentarização dos nativos e sua introdução ao mundo da agricultura e da pecuária, anteriormente inexistentes.
A sequência está
correta em
a) V – F – V –
F
b) V – F – F –
V
c) V – F – V –
V
d) F – V – V – F
7. (IFSP 2013)
Publicado em Veneza, em 1556, o mapa abaixo é um dos primeiros a mostrar o
Brasil individualmente. Raro, ele faz parte de uma obra italiana, Atlas dele
navigazione e Viaggi (Atlas de navegação e Viagens), de Giovanni Battista
Ramusio.
Trata-se de uma pintura da época sobre o Brasil, a qual revela pouca preocupação geográfica, mas que nos mostra:
a) uma terra de riquezas: a exuberância
das matas, a fartura de peixes nos mares e a existência de povoadores fortes,
sadios e trabalhadores.
b) indígenas extraindo troncos de pau-brasil
que, depois, eram empilhados nas feitorias. Chegando os portugueses, os nativos
eram recompensados através de um escambo com produtos europeus.
c) o início da colonização do Brasil:
os indígenas estão derrubando as árvores para formar os campos onde seria feito
o plantio da cana-de-açúcar e a construção dos engenhos.
d) o medo dos nativos brasileiros com a
chegada das naus portuguesas: eles estão abatendo árvores para construção de
fortificações e defesa da ameaça europeia.
e) homens nus, selvagens, que conviviam pacificamente com animais de grande porte, o que causava grande espanto e medo aos colonizadores.
8. (Unesp 2013) [Os
tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas faltam-lhe três letras das
do ABC, que são F, L, R grande ou dobrado, coisa muito para se notar; porque,
se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma coisa que adoram; nem os nascidos
entre os cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em Deus Nosso
Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça bem. E se
não têm L na sua pronunciação, é porque não têm lei alguma que guardar, nem
preceitos para se governarem; e cada um faz lei a seu modo, e ao som da sua
vontade; sem haver entre eles leis com que se governem, nem têm leis uns com os
outros. E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é porque não têm rei que
os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o filho, nem o
filho ao pai, e cada um vive ao som da sua vontade [...].
(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em 1587, 1987.)
O texto destaca três
elementos que o autor considera inexistentes entre os tupinambás, no final do
século XVI. Esses três elementos podem ser associados, respectivamente,
a) à diversidade religiosa, ao poder
judiciário e às relações familiares.
b) à fé religiosa, à ordenação jurídica
e à hierarquia política.
c) ao catolicismo, ao sistema de
governo e ao respeito pelos diferentes.
d) à estrutura política, à anarquia
social e ao desrespeito familiar.
e) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e à aceitação dos estrangeiros.
9. (Enem 2ª aplicação
2010) Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram
pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor
caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como
em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles
seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.
CAMINHA, P. V. Carta.
RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997 (adaptado).
O texto é parte da
famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da
identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se
estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a
a) preocupação em garantir a
integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da
terra.
b) postura etnocêntrica do europeu
diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
c) orientação da política da Coroa
Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a
nova terra.
d) oposição de interesses entre
portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos
recursos para a defesa recursos para a defesa da posse da nova terra.
e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.
10. (Ufpa 2008) "Em toda a semana [os homens] se ocupam em fazer roças para seus mantimentos (que antes não faziam senão as mulheres)".
("Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil (1538-1553)". Editadas por Serafim Leite. São Paulo: Comissão do IV Centenário, 1954, v. I, p. 179).
Neste texto
descreve-se uma mudança na divisão social do trabalho indígena (trabalho
masculino e feminino), que ocorreu no Brasil colonial com a chegada dos padres
jesuítas. Contudo, antes desta mudança, cabia aos homens e às mulheres
tupinambás:
a) os homens derrubavam a floresta,
caçavam e pescavam, e as mulheres trabalhavam no plantio.
b) os homens trabalhavam no plantio,
caçavam, pescavam, e as mulheres derrubavam a floresta.
c) os homens trabalhavam na obtenção de
alimentos, e as mulheres na criação dos filhos.
d) os homens derrubavam a floresta, e
as mulheres obtinham os alimentos.
e) os homens trabalhavam na obtenção de alimentos, e as mulheres na organização das cerimônias religiosas.
11. (Pucsp 2008) Leia
as duas estrofes a seguir:
"Pindorama,
Pindorama
É o Brasil antes de
Cabral
Pindorama,
Pindorama
É tão longe de
Portugal
Fica além, muito
além
Do encontro do mar
com o céu
Fica além, muito
além
Dos domínios de Dom Manuel.
Vera Cruz, Vera
Cruz
Quem achou foi
Portugal
Vera Cruz, Vera
Cruz
Atrás do Monte
Pascoal
Bem ali Cabral
viu
Dia vinte e dois de
abril
Não só viu,
descobriu
Toda terra do
Brasil."
Pindorama, de Sandra Peres e Luiz Tatit, in "Palavra Cantada", Canções Curiosas, 1998.
Entre as várias
referências da letra da canção à chegada dos portugueses à América, pode-se
mencionar
a) a preocupação com os perigos da
viagem, a distância excessiva e a datação exata do momento da descoberta.
b) o caráter documental do texto, que
reproduz o tom, a intenção informativa e a estrutura dos relatos de
viajantes.
c) a dúvida quanto à expressão mais
adequada para designar a chegada dos portugueses, daí a variação de
verbos.
d) o pequeno conhecimento das novas
terras pelos conquistadores, indicando sua crença de terem chegado às
Índias.
e) a diferença entre os termos que nomeavam as terras, sugerindo uma diferença entre a visão do índio e a do português.
12. (Enem 2011) Em
geral, os nossos tupinambás ficaram admirados ao ver os franceses e os outros
dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabotã, isto é,
pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por que
vindes vós outros, mairs e pêros (franceses e portugueses), buscar lenha de tão
longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?”
LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: Difel, 1974.
O viajante francês
Jean de Léry (1534-1611) reproduz um diálogo travado, em 1557, com um ancião
tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a
indígena no sentido
a) do destino dado ao produto do
trabalho nos seus sistemas culturais.
b) da preocupação com a preservação dos
recursos ambientais.
c) do interesse de ambas em uma
exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.
d) da curiosidade, reverência e
abertura cultural recíprocas.
e) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno.
13. (Fatec 2007) Se
levarmos em conta que os colonizadores portugueses mantiveram um contato maior
com as nações tupi, podemos dizer que as sociedades indígenas brasileiras
viviam num regime de comunidade primitiva, no qual
a) não existia propriedade privada,
pois os únicos bens individuais eram os instrumentos de caça, pesca e trabalho,
como o arco, a flecha e o machado de pedra.
b) cabia aos homens, além da caça e da
pesca, toda a atividade agrícola do plantio a da colheita.
c) cada família tinha a sua
propriedade, apesar de todos trabalharem para o sustento da comunidade.
d) a economia era planificada, e todo o
excedente era trocado com as tribos vizinhas.
e) tanto a propriedade privada quanto a
agricultura de subsistência e a divisão de trabalho obedeciam a critérios
naturais, ou seja, de acordo com o sexo e a idade.

Extração do pau-brasil pelos índios. Detalhe ornamental de mapa do Atlas de Johannes van Keulen, 1683. (In: Elza Nadai e Joana Neves. "História do Brasil". São Paulo: Saraiva, 1996. p. 39).
A devastação das
florestas brasileiras não é uma prática recente. No contexto da história do
Brasil colonial, essa devastação decorreu da exploração do pau-brasil, como
mostra a ilustração, que era uma atividade
a) praticada pelos povos indígenas para
comércio interno, antes mesmo da chegada dos europeus.
b) desprezada pelos colonizadores
portugueses, razão pelo qual os franceses a praticavam utilizando o trabalho
dos índios.
c) considerada monopólio da Coroa
portuguesa e gerou muitos conflitos entre índios, portugueses e
franceses.
d) realizada entre índios e ingleses
porque os franceses estavam interessados exclusivamente na busca do ouro e
prata.
e) desenvolvida pelos holandeses que utilizavam o trabalho do índio e os remuneravam com baixos salários.
15. (Unicamp 2011) Em
carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre
os indígenas e os portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava
com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles fitou o colar do
Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o
colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas
contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e
para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto nós
tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que
levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não
havíamos de dar-lhe!”
(Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.)
Esse trecho da carta
de Caminha nos permite concluir que o contato entre as culturas indígena e
europeia foi
a) favorecido pelo interesse que ambas
as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os indígenas se
integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao
comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores.
b) guiado pelo interesse dos
descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da extração de
riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos
indígenas, que seria quase dizimada junto com essa população.
c) facilitado pela docilidade dos
indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova terra,
viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos
nativos, o que levaria à destruição da sua cultura.
d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à integração cultural das populações nativas.
16. (Ufv 2010) Sobre
o período Pré-colonial, é CORRETO afirmar:
a) Um grupo de mercadores portugueses,
representados por Fernão de Loronha, arrendou o direito de exploração do
território, no início do século XVI.
b) A extração de pau-brasil era
destinada à exportação dessa madeira para a construção de fortes e edifícios
administrativos portugueses nas possessões ultramarinas do Oriente, como Goa e
Nagasaki.
c) A administração do Governador-Geral
Duarte da Costa permitiu a utilização da mão de obra indígena na instauração de
feitorias que, mais tarde, possibilitariam a implementação dos engenhos de
açúcar.
d) A produção de cana-de-açúcar em
Pernambuco e São Vicente, assim como de algodão, no Maranhão, permitiu a
expansão da presença portuguesa para além dos limites impostos pelo Tratado de
Tordesilhas.
17. (Enem 2010) Os
vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde as Missões e o rio da
Prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no
sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande
do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas
terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua
presença discretamente nos cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de
preferência, as regiões de floresta tropical e subtropical.
PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editor, 2005.
Os povos indígenas
citados possuíam tradições culturais específicas que os distinguiam de outras
sociedades indígenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições
tupi-guarani, destacava-se
a) a organização em
aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito pelos
indivíduos mais velhos da tribo.
b) a ritualização da
guerra entre as tribos e o caráter semissedentário de sua organização
social.
c) a conquista de terras
mediante operações militares, o que permitiu seu domínio sobre vasto
território.
d) o caráter pastoril de
sua economia, que prescindia da agricultura para investir na criação de
animais.
e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indígenas.
18. (Enem
2ª aplicação 2010)
Chegança
Sou
Pataxó,
Sou
Xavante e Carriri,
Ianomâmi,
sou Tupi
Guarani,
sou Carajá.
Sou
Pancaruru,
Carijó,
Tupinajé,
Sou
Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô,
Tupinambá
Eu
atraquei num porto muito seguro,
Céu azul,
paz e ar puro...
Botei as
pernas pro ar.
Logo
sonhei que estava no paraíso,
Onde nem
era preciso dormir para sonhar.
Mas de
repente me acordei com a surpresa:
Uma
esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da
grande-nau
Um branco
de barba escura,
Vestindo uma
armadura me apontou pra me pegar.
E
assustado dei um pulo da rede,
Pressenti
a fome, a sede,
Eu
pensei: “vão me acabar”.
Aí, senti
no coração,
Levantei-me
de Borduna já na mão.
O
Brasil vai começar.
NÓBREGA,
A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.
A letra
da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira,
as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma
crítica à ideia presente no chamado mito
a) da democracia racial,
originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no
período anterior ao início da colonização brasileira.
b) da cordialidade
brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente
aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
c) do brasileiro
receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as
regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da
colonização.
d) da natural
miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre
colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
tem gabarito errado
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