1. (Pucrj
2016) Sobre a conquista espanhola da América nos séculos XV e XVI,
assinale a afirmativa CORRETA.
a) Da conquista participaram
soldados, clérigos, cronistas, marinheiros, artesãos e aventureiros, motivados
pelo desejo de encontrar riquezas como o ouro e a prata e também de expandir a
fé católica expulsando os muçulmanos da América.
b) O ano de 1492 foi crucial não
só pela chegada de Colombo à América, como também pela conclusão da unidade da
monarquia espanhola levada adiante pelos reis católicos com a conquista de
Granada, último reduto muçulmano na península.
c) Hernán Cortés conquistou
facilmente o império Asteca, na região do alto Peru, à época governado por
Montezuma, com quem se aliou para derrotar outros povos indígenas que
resistiram à dominação espanhola.
d) Desde o início da conquista, os
indígenas contaram com a proteção da Igreja católica que os reconhecia como
seres humanos que possuíam alma e, portanto, não deveriam ser subjugados.
e) O Império Inca, no México, foi
conquistado por Francisco Pizarro, que enfrentou uma longa resistência dos
exércitos indígenas, militarmente superiores e profundos conhecedores do
território em que viviam.
2. (Upf
2016) Luís Vaz de Camões, um dos maiores nomes do Renascimento Cultural
português, imortalizou, em sua principal obra, a viagem de Vasco da Gama às
Índias.
“Já no largo Oceano
navegavam,
As inquietas ondas
apartando;
Os ventos brandamente
respiravam,
Das naus as velas
côncavas inchando;
Da branca escuma os
mares se mostravam
Cobertos, onde as
proas vão cortando
As marítimas águas
consagradas,
Que do gado de Próteo
são cortadas.”
(CAMÕES. Os
Lusíadas. Verso 19)
Assinale a alternativa que apresenta corretamente elementos relativos
à participação de Portugal na expansão marítima europeia nos séculos XV e XVI.
a) O total apoio da Igreja
Católica, desde a aclamação do primeiro rei português, visando à expansão
econômica e religiosa que a expansão marítima iria concretizar.
b) Para o grupo mercantil, a
expansão marítima era comercial e aumentava os negócios, superando a crise do
século XV; para o Estado, trazia maiores rendas; para a nobreza, trazia cargos
e pensões; e, para a Igreja Católica, representava maior cristianização dos
"povos bárbaros".
c) O pioneirismo português se
deveu mais ao atraso dos seus rivais, envolvidos em disputas dinásticas, do que
a fatores próprios do processo histórico, econômico, político e social de
Portugal.
d) A expansão marítima, embora
contasse com o apoio entusiasmado do grupo mercantil, recebeu o combate dos
proprietários agrícolas, para quem os dispêndios com o comércio eram
perdulários.
e) A burguesia, ao liderar a
arraia-miúda na Revolução de Avis, conseguiu manter a independência de
Portugal, centralizou o poder e impôs ao Estado o seu interesse específico na
expansão.
3. (Puccamp
2016) Para responder à questão a seguir, considere o texto abaixo.
(...) os mitos e o
imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da mentalidade
coletiva europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar que,
conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico
passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.
(VILARDAGA, José
Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descobertas
portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
O imaginário que povoou as crenças
dos viajantes no contexto da expansão marítima europeia pressupunha a
a) presença de perigos mortais
advindos de forças sobrenaturais no então denominado Mar Sangrento ou Vermelho
em função do número de tragédias que ocorriam durante sua travessia.
b) certeza de que o chamado Mar
Oceano se conectava ao Pacífico, por meio de uma passagem que posteriormente
seria nomeada como Estreito de Gibraltar.
c) existência de monstros
marinhos, ondas gigantescas e outros tipos de ameaça no chamado Mar Tenebroso,
como era conhecido o Atlântico.
d) dúvida em relação à
possibilidade de circunavegação da terra, pois a primeira volta completa ao
mundo só ocorreu no final do século XVI, quando Colombo prosseguiu em sua busca
de uma rota para as Índias.
e) necessidade de que em toda
expedição houvesse um padre e um grande crucifixo, artifícios que impediriam
qualquer ameaça durante a travessia, inclusive epidemias como o escorbuto,
causadas pela falta de higiene.
4. (Ifsul
2015) Gutenberg inventou a imprensa de tipos móveis em 1438. A tecnologia já
era conhecida na China, mas os tipos móveis chineses não suportavam o uso por
longo tempo e mal retinham a tinta de impressão. Gutenberg aperfeiçoou os
blocos de impressão e desenvolveu novos modelos feitos de metal.
(Baseado em texto da
revista Aventuras na História Grandes Guerras – A
Era Medieval, novembro de 2005, p. 53).
Ao inventar a imprensa de tipos móveis, uma
revolução cultural foi possibilitada por Gutenberg. Com ela, a cultura pôde se
difundir de forma inovadora numa Europa encantada com as transformações que
ocorriam no campo político, econômico e cultural. Sobre essas transformações, é
correto afirmar que
a) a burguesia estava tomando o
poder político através do ideário iluminista e de diversas revoluções, entre as
quais se destaca a francesa e usando o Estado, então burguês, para apoiar o
início do processo de industrialização europeia.
b) o espírito contestador e
individualista passou a marcar a mentalidade europeia, estimulado pela
incerteza de uma sociedade que via as grandes navegações colocarem abaixo
verdades construídas e, em muitos casos, impostas pela Igreja Católica.
c) a imprensa de Gutenberg, ao
imprimir a Bíblia de Lutero, impulsionou um processo de renovação da Igreja
Católica que, no Concílio de Trento, tratou de confirmar as transformações
religiosas propostas pelos protestantes e estimular a cultura laica que ganhava
adeptos mesmo entre os membros do clero europeu.
d) os reis absolutistas da época,
preocupados com o teor crítico de pensadores como Thomas Hobbes e Maquiavel,
trataram de reformular a sua forma de governo, mantendo o autoritarismo, mas
disfarçando-o com medidas iluministas no que ficou conhecido como despotismo
esclarecido.
5. (Col. Naval 2014) A União
Ibérica foi um importante estímulo à expansão territorial portuguesa sobre o
território que legalmente pertencia à Espanha, segundo o Tratado de
Tordesilhas. Com isso, aconteceram vários conflitos entre os dois países e
foram necessários alguns tratados de limites para que as novas fronteiras se
definissem. Sobre os tratados de limites que definiram o território brasileiro,
pode-se afirmar que:
a) o Tratado de Lisboa foi assinado
entre Portugal e Espanha e restabeleceu os limites territoriais existentes à
época do Tratado de Tordesilhas.
b) o Tratado de Madri, assinado entre
Portugal e Espanha, usando o princípio da restauração, restabeleceu as
fronteiras existentes antes da União ibérica.
c) com o Tratado do Santo Ildefonso,
Portugal recebeu o domínio dos Sete Povos das Missões, o que provocou a chamada
Guerra Guaranítica.
d) o Tratado de Methuen, assinado entre
Portugal e Inglaterra, definiu as fronteiras ao norte do Brasil, e a Guiana
ficou sob domínio inglês.
e) o Tratado de Badajoz foi o último a
ser assinado e praticamente definiu os limites territoriais brasileiros. A
única alteração, desde aquela época, foi a anexação do Acre.
6. (Uepa 2014) As crenças de
navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas na
teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em
lugar ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que incorporaram
o Novo Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos europeus. As
pistas desta mentalidade estão em obras filosóficas e literárias da Antiguidade
Greco-Romana e de autores humanistas, além de novelas de cavalaria. O conteúdo
destas obras fazia parte do patrimônio intelectual europeu de fins da Idade
Média e forneceu o quadro mental a partir do qual foram escritas as obras de
viajantes europeus que vieram à América no século XVI. A busca do paraíso
terrestre, quando da expansão marítima europeia voltada para a descoberta de
novas rotas de comércio com o Oriente, significou:
a) a ruptura entre a mentalidade
medieval e aquela do Renascimento.
b) a permanência de elementos da
mentalidade medieval no período inicial do Renascimento.
c) a confirmação dos relatos bíblicos,
que podiam ser constatados com as navegações.
d) a correspondência entre as crenças
europeias e os mitos indígenas do Novo Mundo.
e) o uso da justificativa religiosa
para o financiamento das navegações pelas Coroas Ibéricas.
7. (Uepa 2014) A assim chamada
"Diáspora Africana", em direção a vários pontos do continente
americano, ocorreu a partir do século XV, com o estabelecimento de entrepostos
comerciais europeus, inicialmente ao longo da costa ocidental africana. As
trocas comerciais ocorriam, nestes entrepostos, entre europeus, chefes tribais
e representantes de reinos do interior do continente. Entre os “produtos”
comercializados, como ouro, tecidos, armas de fogo, dentre outros, estavam
homens e mulheres escravizados em guerras tribais ou em conquistas militares de
reinos africanos. A motivação econômica europeia pelo comércio de seres humanos
reduzidos à escravidão se baseava principalmente no(a):
a) dinamização econômica das colônias
americanas, condição básica para o desenvolvimento industrial das metrópoles.
b) abastecimento de mão de obra aos
proprietários de grandes propriedades rurais monocultoras nas colônias
americanas.
c) necessidade de produzir a acumulação
primitiva de capital que alimentasse a engrenagem econômica mercantilista.
d) crença da supremacia racial europeia
frente aos povos de outros continentes, que poderiam ser reduzidos à mera
condição de mão de obra.
e) inserção da população escravizada,
trazida para o Novo Mundo, no mercado consumidor colonial, abastecido pelos
manufaturados metropolitanos.
8. (Unesp 2014) Ó mar salgado, quanto
do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães
choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando
Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.)
Entre outros aspectos da expansão
marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona
a) o sucesso da empreitada, que
transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos.
b) o reconhecimento do papel
determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos
familiares dos navegadores.
c) a crença religiosa como principal
motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos
portugueses.
d) a percepção das perdas e dos ganhos
individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas
comportavam.
e) a dificuldade dos navegadores de
reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América
com as Índias.
9. (Uea 2014) Tendo saído do Quito em
1541, Francisco de Orellana e seus companheiros foram avisados de que, águas
abaixo, no grande rio, se achavam amazonas. Foi aparentemente depois de
atravessar a foz do Madeira, que deram em cheio com a “boa terra e senhorio das
amazonas”, assim chamada pelo cronista da viagem, o dominicano Frei Gaspar de
Carvajal. Essa bondade da terra não impediu que uma tremenda refrega saudasse
ali aos homens de Orellana. A fúria com que se viram acometidos, explica-a o
frade, de algumas mulheres a pelejar diante de todos os índios, como se foram
seus capitães. Ao descrever aquelas mulheres, diz o dominicano que eram
membrudas, de grande estatura e brancas; andavam nuas com as vergonhas tapadas.
(HOLANDA, Sérgio
Buarque de. Visão do Paraíso, 1977. Adaptado.)
A expedição comandada por Francisco de
Orellana alcançou a foz do rio Amazonas. Na descrição da viagem feita pelo
frade Gaspar de Carvajal percebe-se
a) uma conquista das tribos da floresta
pelos guerreiros espanhóis, que evitavam, a qualquer custo, o uso de armas de
fogo.
b) uma rejeição dos mitos das
sociedades indígenas do Novo Mundo, considerados, pelos conquistadores, meras
superstições.
c) uma propagação de imagens
extraordinárias da floresta, fato que ampliava a expectativa europeia de
encontrar riquezas fabulosas na região.
d) uma visão negativa do grande rio e
da floresta, considerados locais sombrios e temerários, de que os europeus
deviam se afastar.
e) uma aceitação, pelos sacerdotes
cristãos, do paganismo que caracterizava a religiosidade nas sociedades
indígenas da grande floresta.
10. (Pucrj 2010)
“Para o progresso do
armamento marítimo e da navegação, que sob a boa providência e proteção divina
interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste reino [...],
nenhuma mercadoria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou
territórios pertencentes à Sua Majestade, ou em possessão de Sua Majestade, na
Ásia, América e África, noutros navios senão nos que [...] pertencem a súditos
ingleses [...] e que são comandados por um capitão inglês e tripulados por uma
equipagem com três quartos de ingleses [...], nenhum estrangeiro [...] poderá
exercer o ofício de mercador ou corretor num dos lugares supracitados, sob pena
de confisco de todos os seus bens e mercadorias [...]”.
Segundo Ato de
Navegação de 1660. In: Pierre Deyon. O mercantilismo. São Paulo: Perspectiva,
1973, p. 94-95.
Por meio do Ato de Navegação de 1660, o
governo inglês:
a) estabelecia que todas as mercadorias
comercializadas por qualquer país europeu fossem transportadas por navios
ingleses.
b) monopolizava seu próprio comércio e
impulsionava a indústria naval inglesa, aumentando ainda mais a presença da
Inglaterra nos mares do mundo.
c) enfrentava a poderosa França
retirando-lhe a posição privilegiada de intermediária comercial em nível
mundial.
d) desenvolvia a sua marinha,
incentivava a indústria, expandia o Império, abrindo novos mercados
internacionais ao seu excedente agrícola.
e) protegia os produtos ingleses,
matérias-primas e manufaturados, que deveriam ter sua saída dificultada, de
modo a gerar acúmulo de metais preciosos no Reino inglês.
11. (Uemg 2010) Observe o mapa, a
seguir:

Esse mapa-múndi, produzido em 1512 pelo
veneziano Jerônimo Marini, é a primeira carta onde aparece o nome Brasil para
designar as terras até então conhecidas como Vera Cruz, Santa Cruz, ou
Papagaios. Desenhado em pergaminho, é um dos poucos mapas manuscritos do início
do século XVI, hoje existentes.
Considerando o mapa apresentado e o
contexto político, econômico e cultural em que foi produzido, assinale, a
seguir, a alternativa CORRETA:
a) O mapa apresenta uma visão de mundo
veneziana orientada pelo sul, com possíveis influências árabes, valorizando a
Ásia que atraía os europeus em função de suas especiarias.
b) O mapa foi produzido a pedido dos portugueses,
pois estes tinham pouco conhecimento do mar, diferentemente dos venezianos, que
já haviam iniciado seu processo de expansão.
c) O mapa tem a África como centro, já
que, nesta época, os europeus passaram a conhecer melhor civilizações
africanas, como a egípcia, a ashanti e a zulu, e passaram a valorizar mais o
continente.
d) A representação geográfica em
questão é um famoso erro histórico, no qual Marini, como grande renascentista,
quis inverter o mapa, buscando demonstrar a relatividade da ciência.

A partir da análise e comparação desses
mapas e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar
que:
a) A cartografia europeia, por razões
religiosas, não assimilou o conhecimento dos povos indígenas acerca dos
continentes recém-descobertos.
b) A concepção de um mundo fechado, em
oposição à ideia de um cosmos aberto, dominou a cartografia europeia até o
século XVII.
c) As navegações alteraram o
conhecimento do mundo, à época, jogando por terra os mitos antigos sobre a
inabitabilidade das zonas tórridas.
d) Os descobrimentos, em fins do século
XV, resultaram da expansão do conhecimento do mundo alcançado pelos geógrafos
do Renascimento.
13. (Fgv 2009) Leia atentamente o poema
O Infante, do poeta português Fernando Pessoa.
Deus quer, o homem sonha, a obra
nasce.
Deus quis que a terra fosse toda
uma,
Que o mar unisse, já não
separasse,
Sagrou-te e foste desvendando a
espuma.
E a orla branca foi, de ilha em
continente,
Clareou, correndo, até ao fim do
mundo,
E viu-se a terra inteira, de
repente,
Surgir, redonda, do azul
profundo.
Quem te sagrou, criou-te
português,
Do mar por nós em ti nos deu
sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se
desfez.
Senhor, falta cumprir-se
Portugal!
O poema permite pensar sobre dois relevantes
acontecimentos históricos, que são, respectivamente:
a) O protagonismo marítimo lusitano nos
séculos XV e XVI e a redução do seu império colonial no século XIX.
b) A descoberta do Brasil em 1500 e a
perda de territórios no Nordeste e na África com a invasão holandesa no século
XVII.
c) A formação do Condado Portucalense,
em 1142 e a União Ibérica (1580-1640), período de extinção do império
português.
d) A elaboração da ideia do Quinto
Império Bíblico, relacionado ao destino de Portugal e, depois, o fortalecimento
dos partidos socialistas que tomaram o poder em 1910.
e) A invasão de Portugal por tropas
napoleônicas em 1808, comandadas pelo general Junot, e a vinda da família real
portuguesa para a América, no mesmo ano.
14. (Uel 2009) Com base nos textos e
nos conhecimentos sobre o tema da Expansão Marítima dos séculos XV e XVI, é
correto afirmar que as navegações:
Mais vale estar na charneca com uma
velha carroça do que no mar num navio novo.
(Provérbio holandês.
In: SEBILLOT, P. Legendes, croyances et supertitions de la mer. Paris: 1886, p.
73.)
Ó mar salgado, quanto
do teu sal
São lágrimas de
Portugal?
Por te cruzarmos,
quantas mães choraram,
quantos filhos em vão
rezaram!
Quantas noivas
ficaram por casar para que
fosses nosso, ó
mar!
(PESSOA, F. Obra
poética. Rio de Janeiro: Aguillar, 1969, p. 82.)
a) Constituíram uma realização sem
precedentes na história da humanidade, uma vez que foram muitos os obstáculos a
serem superados nesse processo, tais como a ameaça que representava o
desconhecido e o fracasso de grande parte das expedições, que desapareceram no
mar.
b) Propiciaram o fim do monopólio que
espanhóis e italianos mantinham sobre o comércio das especiarias do oriente
através do domínio do mar Mediterrâneo, uma vez que foram os franceses e os
portugueses, a despeito das tentativas holandesas, que realizaram o périplo
africano e encontraram o caminho para as Índias.
c) Resultaram na hegemonia
franco-britânica sobre os mares, o que, a longo prazo, permitiu a realização da
acumulação originária de capital e, através desta, o financiamento do processo
de implantação da indústria naval, o que prolongou esta hegemonia até o final
da Primeira Guerra Mundial.
d) Propiciaram o domínio da Holanda
sobre os mares, fazendo com que a colonização das novas terras descobertas
dependesse da marinha mercante daquele país para a manutenção das ligações
comerciais entre os demais países europeus e suas colônias no restante do
mundo.
e) Representaram o triunfo da ciência e
da tecnologia resultantes das concepções cartesianas e, consequentemente, a
destruição de lendas e mitos sobre o Novo Mundo, uma vez que as expedições
revelaram os limites do mundo e propiciaram rapidamente formas seguras de
transposição oceânica.
15. (Uel 2008) Analise o mapa a
seguir

Este mapa indica a fase da expansão
europeia referente
a) à colonização do Brasil e ao
comércio triangular.
b) aos domínios coloniais ibéricos e
suas possessões além-mar.
c) à expansão lusa denominada
"Carreira das Índias".
d) ao comércio triangular do Atlântico
Norte.
e) ao auge do comércio desencadeado
pelo tráfico negreiro.
16. (Ufpi 2008) Sobre a expansão
marítima europeia nos séculos XV e XVI, podemos afirmar que:
a) Teve, na Batalha de Poitiers, marco
inicial da reconquista da Península Ibérica pelos europeus, o ponto de
partida.
b) Teve, na procura por mercados
consumidores para os produtos manufatura
dos europeus, a principal motivação inicial.
dos europeus, a principal motivação inicial.
c) Foi iniciada por navegantes de
origem holandesa, que desde o século XIII, trafegavam pelo Mar Mediterrâneo e
por rotas atlânticas nas costas africanas.
d) A constituição dos Estados de tipo
moderno, aliada às necessidades de procura por metais preciosos, e de rotas
alternativas para o intercâmbio comercial entre o Oriente e o Ocidente, foram
fatores centrais para desencadear a expansão marítima.
e) Teve, no acelerado crescimento
demográfico dos séculos XIII, XIV e XV um fator motivador, pois a procura por
novos territórios, para diminuir as pressões por terras cultiváveis na Europa,
era urgente.
17. (Fuvest 2008) "Os cosmógrafos
e navegadores de Portugal e Espanha procuram situar estas costas e ilhas da
maneira mais conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais para
o Oriente, de forma a parecer que pertencem ao Imperador (Carlos V); os
portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o Ocidente, pois deste modo
entrariam em sua jurisdição."
Carta de Robert Thorne, comerciante
inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.
O texto remete diretamente
a) à competição entre os países
europeus retardatários na corrida pelos descobrimentos.
b) aos esforços dos cartógrafos para
mapear com precisão as novas descobertas.
c) ao duplo papel da marinha da
Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e corsária.
d) às disputas entre países europeus,
decorrentes do Tratado de Tordesilhas.
e) à aliança das duas Coroas ibéricas
na exploração marítima.
18. (Ufg 2008) Leia o texto.
Colombo fala dos
homens que vê unicamente porque estes, afinal, também fazem parte da paisagem.
Suas menções aos habitantes das ilhas aparecem sempre no meio de anotações
sobre a Natureza, em algum lugar entre os pássaros e as árvores.
(TODOROV, Tzvetan. "A conquista da
América: a questão do outro". São Paulo: Martins Fontes, 1993. p.
33.)
A passagem acima ressalta que a atitude
de Colombo decorre de seu olhar em relação ao outro. Essa posição, expressa nas
crônicas da Conquista, pode ser traduzida pela
a) interpretação positiva do outro,
associando-a à preservação da Natureza.
b) identificação com o outro,
possibilitando uma atitude de reconhecimento e inclusão.
c) universalização dos valores
ocidentais, hierarquizando as formas de relação com o outro.
d) compreensão do universo de
significações do outro, permitindo suas manifestações religiosas.
e) desnaturalização da cultura do
outro, valorizando seu código linguístico.
19. (Ufpr 2008) Observe a imagem do
mapa de Waldseemüller e leia o texto a seguir.
" Este mapa é de
fundamental significação na história da cartografia. Sintetizou a revolução dos
vinte anos precedentes na geografia e ampliou a imagem contemporânea do mundo,
proporcionando uma visão essencialmente nova do mesmo. [....] Seu histórico é
conhecido indubitavelmente a partir do tratado geográfico 'Cosmographiae
Introductio' que acompanhou sua publicação em 1507. [...] Este mapa tem uma
importância histórica única. Nele o Novo Mundo recebe o nome de América pela
primeira vez. Colombo aparentemente nunca abandonou sua convicção de que as
ilhas das Índias Ocidentais que descobriu eram próximas à costa leste da Ásia.
Vespúcio, entretanto, descobriu a verdade, ou seja, que era um novo mundo.
Waldseemüller aceitou esta visão e propôs - para honrar Vespúcio - conceder seu
nome à nova terra."
(WHITIFIELD, Peter.
"The image of the world: 20 centuries of World Maps". San Francisco:
Pomegranate Artbooks & British Library, 1994, p. 48-49.)
Com base no mapa, no texto e nos
conhecimentos sobre a epopeia dos descobrimentos na Época Moderna, é correto
afirmar:
a) O mapa de Waldseemüller foi
elaborado para reforçar a concepção bastante difundida durante a Idade Média de
que a Terra era plana, contribuindo assim para afirmar a tese da
impossibilidade de atingir o Oriente navegando para o Ocidente.
b) O uso da expressão "descoberta
da América", para designar o ocorrido em 1492, revela uma construção
"a posteriori" da historiografia, que assim estabelece uma
representação simbólica da presença europeia no continente pela primeira vez na
Era Moderna.
c) Afirmar que Vespúcio foi o
responsável pela "descoberta do Novo Mundo" significa evidenciar um
traço da mentalidade greco-romana da Antiguidade, que prescrevia a
experimentação científica como método para obter o conhecimento da verdade das
coisas.
d) A verificação empírica da verdade
dos "descobrimentos" possibilitou, ao longo do século XVI, uma nova
epistemologia para as ciências humanas, que passou a fundar-se no testemunho
direto dos acontecimentos como critério para o estabelecimento dos fatos.
e) Pelo relato sobre os
"descobrimentos", explicitado no texto, fica evidente que havia, no
período da publicação do mapa de Waldseemüller, uma nítida separação entre a
perspectiva de análise geográfico-cartográfica e a abordagem histórica dos
eventos da expansão marítima.
20. (Uff 2012) Considerando o processo
de expansão da Europa moderna a partir dos séculos XV e XVI, pode-se afirmar
que Portugal e Espanha tiveram um papel predominante. Esse papel, entretanto,
dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses
a) políticos, inerentes à continuidade
dos interesses feudais em Portugal; intelectuais, associados ao desenvolvimento
da imprensa, do hermetismo e da Astrologia no mundo ibérico; econômicos,
vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença de Colombo
é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha.
b) políticos, vinculados ao processo de
fragmentação política das monarquias absolutas ibéricas; sociais, associados ao
desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza; coloniais,
decorrentes da política da Igreja católica que via os habitantes do Novo Mundo
como o homem primitivo criado por Deus; e econômicos, presos aos interesses
mouros na Espanha.
c) políticos, vinculados às práticas
racistas que envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos no Oriente;
científicos, que viam na expansão a negação das teorias heliocêntricas;
econômicos, ligados ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa
através de alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação
ampliada da Inquisição.
d) políticos, associados ao modelo
republicano desenvolvido no Renascimento italiano; religiosos, decorrentes da
vitória católica nos processos da Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao
movimento geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais, inerentes à
vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico.
e) políticos, vinculados ao
fortalecimento da centralização dos estados ibéricos; econômicos, provenientes
do avanço das atividades comerciais; religiosos, relacionados com a importância
do Papado na Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços
científicos da Renascença e que viram na expansão a realidade de suas teorias
sobre Geografia e Astronomia.
21. (Fuvest 2012)
Deve-se notar que a
ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo
algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes – como tampouco o
haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela
burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos
de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na
sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em
mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do
ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do
Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas
africanas…
Luiz Felipe Thomaz,
“D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2º Semestre de
2009, p.16-17. Adaptado.
Com base na afirmação do autor, pode-se
dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um
empreendimento
a) puramente religioso, bem diferente
das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes
empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana.
b) ao mesmo tempo religioso e
comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da
cristandade servia à expansão econômica e vice-versa.
c) por meio do qual os desejos por
expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos
mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis.
d) militar, assim como as cruzadas dos
séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como
complemento apenas ocasional.
e) que visava, exclusivamente, lucrar
com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades
políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé
cristã.
22. (Upe 2012) O processo da Expansão
Ultramarina acabou por redefinir o mapa mundial nos séculos XV-XVI. Com a
descoberta da América e a possibilidade de um melhor conhecimento da África e
Ásia, por parte dos europeus, ocorreram várias mudanças na mentalidade
europeia. Sobre essa realidade, é correto afirmar que
a) várias narrativas sobre as terras
distantes e exóticas e seus habitantes foram publicadas na Europa, como os
escritos de Hans Staden.
b) os espanhóis, logo de início,
caracterizaram as descobertas de Colombo, como a chegada a um novo continente
até então desconhecido.
c) os portugueses optaram por colonizar
a África central, evitando fixarem-se na América.
d) a França e a Inglaterra colheram os
lucros pela antecipação às nações ibéricas no processo das descobertas
ultramarinas.
e) a Espanha acabou por ocupar boa
parte do território africano, dominando assim o tráfico negreiro até fins do
século XVIII.
23. (Unicamp simulado 2011) Segundo o
historiador indiano K.M. Panikkar, a viagem pioneira dos portugueses à Índia inaugurou
aquilo que ele denominou como a época de Vasco da Gama da história asiática.
Esse período pode ser definido como uma era de poder marítimo, de autoridade
baseada no controle dos mares, poder detido apenas pelas nações
europeias.
(Adaptado de C.R.
Boxer, O império marítimo português, 1415-1835. Lisboa: Ed. 70, 1972, p.
55.)
Os domínios estabelecidos pelos
portugueses na Índia e na América
a) se diferenciavam, pois na Índia a
presença dos portugueses visava o comércio, e para este fim eles estabeleciam
feitorias, enquanto na América o território se tornaria uma possessão de
Portugal, por meio de um empreendimento colonial destinado a produzir
mercadorias para exportação.
b) se diferenciavam, pois a colonização
dos portugueses na Índia buscava promover o comércio de especiarias e de
escravos, enquanto na América estabeleceu-se uma colônia de exploração, que
visava apenas a extração de riquezas naturais que serviriam às manufaturas
europeias.
c) tinham semelhanças e diferenças
entre si, porque em ambas se estabeleceu um sistema colonial baseado na
monocultura, no latifúndio e na escravidão, mas na América este sistema era
voltado para a produção de açúcar, enquanto na Índia produziam-se
especiarias.
d) tinham semelhanças e diferenças
entre si, porque ambas sofreram exploração econômica, mas na Índia uma
civilização mais desenvolvida apresentou resistência à dominação, levando à sua
destruição, ao contrário do Brasil, onde a colonização foi mais pacífica, por
meio da civilização dos índios.
24. (Unicamp 2011) Referindo-se à
expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa
escreveu, em 1922, no poema “Padrão”:
“E ao imenso e
possível oceano
Ensinam estas Quinas,
que aqui vês,
Que o mar com fim
será grego ou romano:
O mar sem fim é
português.”
(Fernando Pessoa,
Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.)
Nestes versos identificamos uma comparação
entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara
a) o sistema de colonização da Idade
Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade Clássica: a navegação
oceânica tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para suas
colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.
b) o alcance da expansão marítima
portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização da Antiguidade
Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o
domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.
c) a localização geográfica das
possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as cidades-estado gregas
e depois o Império Romano se limitaram a expandir seus domínios pela Europa, ao
passo que Portugal fundou colônias na costa do norte da África.
d) a duração dos impérios antigos e
modernos: enquanto o domínio de gregos e romanos sobre os mares teve um fim com
as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente, Portugal figurou como a
maior potência marítima até a independência de suas colônias.
Completíssimo!
ResponderExcluirmuito chato...
ResponderExcluirexelente!! Parabéns, otimas questões!
ResponderExcluirotimo,parabens!!!
ResponderExcluirGostei demais me ajudou bastante na prova
ResponderExcluirtop
ResponderExcluirNossa , nem consegui ler a preguiça bateu ~~
ResponderExcluirótimo treino!
ResponderExcluirobrigado!