1. (Unicamp 2017) O romance Memórias
póstumas de Brás Cubas é considerado um divisor de águas tanto na obra de
Machado de Assis quanto na literatura brasileira do século XIX. Indique a
alternativa em que todas as características mencionadas podem ser adequadamente
atribuídas ao romance em questão.
a) Rejeição dos valores
românticos, narrativa linear e fluente de um defunto autor, visão pessimista em
relação aos problemas sociais.
b) Distanciamento do
determinismo científico, cultivo do humor e digressões sobre banalidades, visão
reformadora das mazelas sociais.
c) Abandono das idealizações
românticas, uso de técnicas pouco usuais de narrativa, sugestão implícita de
contradições sociais.
d) Crítica do realismo
literário, narração iniciada com a morte do narrador-personagem, tematização de
conflitos sociais.
2. (Unicamp 2017) Sabe-se que Coração,
cabeça e estômago é uma obra atípica na produção ficcional de Camilo
Castelo Branco. Em relação a essa obra, assinale a alternativa em que todas as
características listadas são corretas.
a) Inclusão da edição do livro
como parte do jogo narrativo; sátira da poesia e das motivações espirituais;
caracterização do herói como alguém incapaz de amar.
b) Paródia da vida romântica e
natural; espiritualização das necessidades do corpo; transformação do herói ao
longo da narrativa.
c) Descrição da formação do
indivíduo; caricatura dos valores e sentimentos românticos; impossibilidade de
adaptação do herói à vida social.
d) Caricatura das questões
relacionadas ao espírito e à posição social; elogio irônico das motivações
fisiológicas; ridicularização do herói.
3. (Enem (Libras) 2017) Pertencente ao Romantismo, a obra de Victor Meirelles caracteriza-se como uma
a) descrição dramática da
guerra.
b) inclinação ao retrato
nacionalista.
c) estilização das revoltas
populares.
d) construção da identidade
brasileira.
e) representação das obras
francesas.
À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento.
(...)
É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas.
Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar-se.
Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. (...)
José de Alencar, Til.
(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.
Considerada no contexto histórico a que se refere Til, a desenvoltura com que os escravos, no excerto, se entregam à dança é representativa do fato de que
a) a escravidão, no Brasil, tal como
ocorreu na América do Norte e no Caribe, foi branda.
b) se permitia a eles, em ocasiões
especiais e sob vigilância, que festejassem a seu modo.
c) teve início nas fazendas de café o
sincretismo das culturas negra e branca, que viria a caracterizar a cultura
brasileira.
d) o narrador entendia que o samba de
terreiro era, em realidade, um ritual umbandista disfarçado.
e) foi a generalização, entre eles, do
alcoolismo, que tornou antieconômica a exploração da mão de obra escrava nos
cafezais paulistas.
5. (Uneb 2014)
I. Chegou no verão, em janeiro, quando soube que Geraldo cancelara o contrato de locação da casa, nos Barris. Primeiro, e logo que se deu a Geraldo como uma escrava, foi o Jardim da Piedade com a casa tão perto da igreja que acordava com o sino batendo forte todas as manhãs. O Campo Grande, a seguir, lugar de grandes árvores e muitos pássaros. Depois, o prédio magro de três andares na ruazinha da ladeira, no Rio Vermelho, onde permaneceria os últimos quinze anos ao lado do mar e de Geraldo. E dali, após vender os móveis para apurar um pouco mais de dinheiro, dali saiu enxotada para o Bângala.
FILHO, Adonias. O Largo da Palma. Novelas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. p. 29.
II. No momento de ajoelhar aos pés do celebrante, e de pronunciar o voto perpétuo que a ligava ao destino do homem por ela escolhido, Aurélia, com o decoro que revestia seus menores gestos e movimentos, curvara a fronte, envolvendo-se pudicamente nas sombras diáfanas dos cândidos véus de noiva.
Malgrado seu, porém, o contentamento que lhe enchia o coração e estava a borbotar nos olhos cintilantes e nos lábios aljofrados de sorrisos, erigia-lhe aquela fronte gentil, cingida nesse instante por uma auréola de júbilo.
No altivo realce da cabeça e no enlevo das feições cuja formosura se toucava de lumes esplêndidos, estava-se debuxando a soberba expressão do triunfo, que exalta a mulher quando consegue a realidade de um desejo férvido e longamente ansiado.
ALENCAR, José de. Senhora: perfil de mulher. 2. ed. São Paulo: FTD, 1993. p. 73.
O texto II faz parte do romance Senhora, de José de Alencar, obra representativa do Romantismo no Brasil.
Comparando-o com o texto I, inserido na narrativa O Largo da Palma, sobre as figuras femininas em foco está correto o que se afirma na alternativa
a) Os perfis de Aurélia e Eliane
atendem ao gosto estético romântico.
b) Aurélia e Eliane são enfocadas como
estereótipos da mulher presa a convenções sociais.
c) Aurélia e Eliane são personagens —
cada uma em sua época — representativas de um ideal de mulher a ser
atingido.
d) Os textos, embora se enquadrem em
épocas literárias distintas, apresentam o ser feminino como vítima de um
destino previamente traçado.
e) Aurélia é apresentada sob uma
perspectiva de idealização; já Eliane é mostrada como uma mulher carente, que
se frustra nas relações amorosas.
6. (Espm 2014) O amor cortês foi um gênero praticado desde os trovadores medievais europeus. Nele a devoção masculina por uma figura feminina inacessível foi uma atitude constante. A opção cujos versos confirmam o exposto é:
a) Eras na vida a pomba predileta
(...) Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, - a inspiração, - a pátria,
O porvir de teu pai!
(Fagundes Varela)
b) Carnais, sejam carnais tantos
desejos,
Carnais sejam carnais tantos anseios,
Palpitações e frêmitos e enleios
Das harpas da emoção tantos arpejos...
(Cruz e
Sousa)
c) Quando em meu peito rebentar-se a
fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.
(Álvares de
Azevedo)
d) Em teu louvor, Senhora, estes meus
versos
E a minha Alma aos teus pés para cantar-te,
E os meus olhos mortais, em dor imersos,
Para seguir-lhe o vulto em toda a parte.
(Alphonsus de
Guimaraens)
e) Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
(Manuel
Bandeira)
7. (Uepa 2014) A literatura, ao longo dos anos, tem sido veículo de comunicação entre o sujeito e o mundo. A poesia de Castro Alves intitulada Condoreira é uma forte representante do poder comunicativo exercido pela palavra através da literatura. Com base nesta afirmação, marque a alternativa em que os versos demonstrem este caráter condoreiro da comunicação do poeta fundamentado no uso da hipérbole.
a) Oh, Eu quero viver, beber perfumes
Na
flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver
minh’alma adejar pelo infinito,
Qual
branca vela n’amplidão dos mares,
b) Tu és, ó filha de Israel formosa...
Tu
és, ó linda, sedutora Hebreia...
Pálida
rosa da infeliz Judéia
Sem
ter orvalho, que do céu deriva.
c) (...)
Ó
mar, por que não apagas
co'a
esponja de tuas vagas
de
teu manto este borrão?...
Astros!
Noites!Tempestades!
Rolai
das imensidades,
Varrei
os mares, tufão!
d) Canta, criança, és a ave da
inocência.
Tu
choras porque um ramo de baunilha
Não
pudeste colher,
Ou
pela flor gentil da granadilha*?
*o
mesmo que maracujá
e) Se a natureza apaixonada acorda
Ao
quente afago do celeste amante,
Diz!...
Quando em fogo o teu olhar transborda,
Não
vês minh'alma reviver ovante?
8. (Pucrs 2014) #vemprarua foi expressão celebrada nas redes sociais em 2013. Não foram apenas os vinte centavos na redução das tarifas do transporte público, mas sim uma série de descontentamentos com o Brasil e com os políticos que o governam que levaram multidões a fechar avenidas e a gritar palavras de ordem. Nesta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que retratam os políticos, a insatisfação do povo com a política e também as suas manifestações contra o sistema.
Para responder à questão, leia os versos abaixo e o comentário sobre o poema do qual a estrofe foi extraída, preenchendo as lacunas com o nome do autor e o título das obras.
[...] Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! [...]
“Se observarmos os poemas mais conhecidos de _________, como _________ ou _________, vislumbraremos o quanto é possível cada um desses famosos textos serem cadernos de gravuras, em que uma imagem completa outra, na lógica irrefutável do sonho. [...] Tanto em um como no outro, a visão é a de quem contempla do alto, com asas do futuro, desde os filhos da África, livres, em sua terra, até as cenas da tragédia no mar que os torna escravos sob o açoite.”
(Adaptado de Carlos Nejar, História de Literatura Brasileira).
A alternativa que completa corretamente as lacunas do comentário é:
a) Castro Alves – ‘Vozes d’África’ – ‘O
navio negreiro’
b) Gonçalves Dias – ‘Canção do exílio’
– ‘O canto do Piaga’
c) Álvares de Azevedo – ‘Vozes d’
África’ – ‘No mar’
d) Gonçalves Dias – ‘O navio negreiro’
– ‘O canto do guerreiro’
e) Castro Alves – ‘Canção do exílio’ –
‘Saudação a Palmares’
9. (Uepa 2014) A poesia social de Castro Alves, por meio da denúncia da situação dos escravos, muitas vezes comunica a ânsia de liberdade. Marque a alternativa em que os versos demonstrem este tom denunciante de sua linguagem literária.
a) Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos –alimária* do universo,
Eu- pasto universal...
*animal quadrúpede
b) Como as plantas que arrasta a
correnteza,
A
valsa nos levou nos giros seus...
E
amamos juntos...
E
depois na sala “Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala...
c) Amigo! O campo é o ninho do poeta...
Deus
fala, quando a turba está quieta,
Às
campinas em flor.
—
Noivo — Ele espera que os convivas saiam...
d) Era o tempo em que as ágeis
andorinhas
Consultam-se
na beira dos telhados,
E
inquietas conversam, perscrutando
Os
pardos horizontes carregados...
e) É tarde! É muito tarde! O templo é
negro...
O
fogo-santo já no altar não arde.
Vestal!
não venhas tropeçar nas piras...
É
tarde! É muito tarde!
10. (Ufrgs 2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
O projeto literário de __________ consistia em “radiografar” o Brasil em sua totalidade. Assim, narrou o passado indígena, em __________, a sociedade burguesa fluminense do século XIX, em __________, e o mundo rural em __________.
a) José de Alencar – A Moreninha – Til
– Iracema
b) Joaquim Manuel de Macedo – Iracema –
Senhora – A Moreninha
c) Joaquim Manuel de Macedo – Iracema –
A Moreninha – Til
d) José de Alencar – Til – A Moreninha
– Senhora
e) José de Alencar – Iracema – Senhora
– Til
11. (Uepa 2014) Assinale a alternativa em que as frases retiradas do conto O Rebelde comunicam uma visão negativa da Cabanagem.
a) Desde então as minhas relações com o
velho do outro mundo sofreram uma modificação considerável. Comecei por minha
vez a ter-lhe medo.
b) – Paxiúba – respondeu o mulato,
contendo-se a custo – quando a gente chega à idade que tenho, não teme
insultos, nem ameaças, tratando-se de cumprir um dever. Ser brasileiro não é
ser assassino, caboclo!
c) Os cabanos demoraram-se ainda
algumas horas no sítio. Depois de terem carregado as canoas de cacau, fumo,
aguardente e tudo quanto puderam haver às mãos, despediramse calorosamente de
Paulo da Rocha.
d) Paulo da Rocha dissertou longamente
sobre as causas da cabanagem, a miséria originária das populações inferiores, a
escravidão dos índios, a crueldade dos brancos, os inqualificáveis abusos com
que esmagam o pobre tapuio, a longa paciência deste.
e) Franqueza, franqueza, não
confiávamos muito no velho do outro mundo, apesar do que tinha feito por
nós.
12. (Acafe 2014) Considerando o contexto histórico descrito no texto a seguir, assinale a alternativa correta quanto à produção literária no Brasil.
“Na Europa, a segunda Revolução Industrial promovera modificações profundas. Inovações tecnológicas desenvolveram a produção em massa de bens diversos. As cidades cresceram muito (em detrimento do campo), e formou-se um proletariado que logo começou a organizar-se politicamente. E, dentro desse contexto, as artes mudaram: a belle époque assiste a uma sucessão de movimentos artísticos revolucionários.”
(LAFETÁ, 1982, p. 99)
a) Na literatura rompeu-se com a
tradição clássica, imposta pelo período árcade, e apresentaram- se novas
concepções literárias, dentre as quais podem ser apontadas: a observação das
condições do estado de alma, das emoções, da liberdade, desabafos sentimentais,
valorização do índio, a manifestação do poder de Deus através da natureza
acolhedora ao homem, a temática voltada para o amor, para a saudade, o
subjetivismo.
b) Os escritores brasileiros abordaram
a realidade social do país, destacando a vida nos cortiços, o preconceito, a
diferenciação social, entre outros temas. O homem é encarado como produto
biológico passando a agir de acordo com seus instintos, chegando a ser
comparado com os animais (zoomorfização).
c) O romance focou o regionalismo,
principalmente o nordestino, onde problemas como a seca, a migração, os
problemas do trabalhador rural, a miséria, a ignorância foram ressaltados. Além
do regionalismo, destacaram-se também outras temáticas; surgiu o romance urbano
e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista.
d) As características comuns às obras
literárias brasileiras desse período são: a ruptura com a linguagem pomposa
parnasiana; a exposição da realidade social brasileira; o regionalismo; a
marginalidade exposta nas personagens e associação aos fatos políticos,
econômicos e sociais.
13. (Insper 2014) Utilize os textos abaixo para responder à(s) questão(ões).
Texto 1
Canção do tamoio
(...) Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do imigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranquilo nos gestos,
Impávido, audaz.
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão. (...)
(Gonçalves Dias)
Texto 2
Berimbau
Quem é homem de bem não trai
O amor que lhe quer seu bem.
Quem diz muito que vai não vai
E, assim como não vai, não vem.
Quem de dentro de si não sai
Vai morrer sem amar ninguém,
O dinheiro de quem não dá
É o trabalho de quem não tem,
Capoeira que é bom não cai
E, se um dia ele cai, cai bem!
(Vinicius de Moraes e Baden Powell)
No fragmento poético de Gonçalves Dias, um pai explica ao filho como se comporta um guerreiro no momento da morte. Esse conselho demonstra que os românticos viam os índios
a) como retrato de uma sociedade em
crise, pois eles estavam sendo dizimados pelos colonizadores europeus, que
tinham grande poder militar.
b) de modo cruel, uma vez que, em lugar
de criticar as constantes lutas entre tribos rivais, eles preferiam falar dos
aspectos positivos da violência.
c) de modo idealizado, com valores
próximos aos das Cruzadas europeias, quando era nobre morrer por uma causa
considerada justa.
d) como símbolos de um país que surgia,
sem nenhuma influência dos valores europeus e celebrando apenas os costumes dos
povos nativos da América.
e) com base no mito do “bom selvagem”,
mostrando que eles nunca entravam em conflitos entre si.
14. (Unifesp 2014) Os versos de Casimiro de Abreu que se aproximam da ideia de saudade, tal como descrita por Massaud Moisés, encontram- se em:
a) Se eu soubesse que no mundo /
Existia um coração, / Que só por mim palpitasse / De amor em terna expansão; /
Do peito calara as mágoas, / Bem feliz eu era então!
b) Oh! não me chames coração de gelo! /
Bem vês: traí-me no fatal segredo. / Se de ti fujo é que te adoro e muito, / És
bela – eu moço; tens amor, eu – medo!...
c) Naqueles tempos ditosos / Ia colher
as pitangas, / Trepava a tirar as mangas, / Brincava à beira do mar; / Rezava
às Ave-Marias, / Achava o céu sempre lindo, / Adormecia sorrindo / E despertava
a cantar!
d) Minh’alma é triste como a flor que
morre / Pendida à beira do riacho ingrato; / Nem beijos dá-lhe a viração que
corre, / Nem doce canto o sabiá do mato!
e) Tu, ontem, / Na dança / Que cansa, /
Voavas / Co’as faces/ Em rosas / Formosas / De vivo, / Lascivo / Carmim; / Na
valsa / Tão falsa, / Corrias, / Fugias, / Ardente, / Contente,/ Tranquila, /
Serena, / Sem pena / De mim!
15. (Uepa 2014)
Dos Gamelas1 um chefe destemido,
Cioso d’alcançar renome e glória,
Vencendo a fama, que os sertões enchia,
Saiu primeiro a campo, armado e forte
Guedelha2 e ronco dos sertões imensos,
Guerreiros mil e mil vinham trás ele,
Cobrindo os montes e juncando as matas,
Com pejado carcaz3 de ervadas setas
Tingidas d’urucu, segundo a usança
Bárbara e fera, desgarrados gritos
Davam no meio das canções de guerra.
Chegou, e fez saber que era chegado
O rei das selvas a propor combate
Dos Timbiras ao chefe. –– “A nós só caiba,
(Disse ele) a honra e a glória; entre nós ambos
Decida-se a questão do esforço e brios.
Estes, que vês, impávidos guerreiros
São meus, que me obedecem; se me vences,
São teus; se és o vencido, os teus me sigam:
Aceita ou foge, que a vitória é minha.”
1 - tribo indígena;
2 - chefe de tribo;
3 - objeto para carregar as setas.
DIAS, Gonçalves. Os Timbiras: poema americano. Salvador: Progresso, 1956.
A cena de luta entre dois guerreiros, narrada logo no início de Os Timbiras, também revela uma situação comunicativa. A conversa entre dois guerreiros revela:
a) a idealização de personagens frágeis
e evasivas diante do tédio.
b) o nacionalismo condoreiro que foi a
grande marca do engajamento romântico.
c) o nacionalismo a partir da
retratação fiel do passado histórico brasileiro.
d) a reprodução de temas e heróis
inspirados no comportamento dos cavaleiros medievais.
e) o sarcasmo autodestrutivo que caracterizou
o gosto romântico pelo tema da morte.
16. (Unifesp 2005)
Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu) 
Comparando-se a ideia de "saudades", apresentada nos versos de Casimiro, com a da propaganda, é correto afirmar que elas são
a) equivalentes, pois ambas tratam da
questão do afastamento e da impossibilidade do contato físico.
b) contrárias, pois a primeira traduz
um sentimento de tristeza profunda; já a segunda, uma tristeza superável.
c) diferentes, pois os versos tratam de
um sentimento mais geral, envolvendo fases da vida; e a propaganda, de um
sentimento mais específico, envolvendo as pessoas.
d) semelhantes, pois remetem à
possibilidade de vencer barreiras para suprir os sentimentos.
e) paradoxais, pois envolvem alegria e
tristeza para expressar o que se sente por algo que está distante.
17. (Ufc 2000) Avalie as informações constantes do quadro a seguir.
Marque a alternativa que avalia corretamente tais afirmações.
a) A afirmação 1 acerta quanto à
classificação da obra e erra quanto à escola literária.
b) A afirmação 2 erra quanto à escola a
que pertence a obra e acerta nos dados do autor.
c) A afirmação 3 acerta quanto à
classificação da obra e quanto aos dados do autor.
d) A afirmação 1 erra quanto à
classificação da obra e acerta quanto aos dados do autor.
e) A afirmação 4 acerta quanto à
classificação do romance e quanto à escola literária.
Verifique no final da postagem!
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