Mas, quando começou a globalização. Não existe consenso quanto à origem
deste fenômeno. Para muitos pensadores, a origem desse processo se encontra na expansão
marítima europeia a partir do século XV, também chamada de Grandes Navegações,
a qual seria motivada principalmente pela crise do feudalismo e pelo surgimento
do capitalismo, cujos interesses obrigaram alguns povos europeus a
intensificarem a atividade comercial com outras regiões do globo fora da
Europa.
Outros pensadores afirmam que somente a partir da consolidação do
capitalismo como sistema socioeconômico, com seus avanços técnicos na produção
e circulação das mercadorias é que as condições para a mundialização da
economia teriam se efetivado. Para estes, a globalização iniciou no século XIX,
e não no século XV. E para você, quando iniciou a globalização? Qual é a sua opinião?
O fato é que foi com o capitalismo que se estabeleceram as bases para o
processo de mundialização da economia. Esse processo se intensificou a partir
do fim da Segunda Guerra Mundial, principalmente com o surgimento das empresas
multinacionais, cujas matrizes estavam em países desenvolvidos e as filiais
espalhavam-se por outros lugares do planeta. A partir da década de 70, esse fenômeno
acelerou-se com a introdução das novas tecnologias da informação e da produção.
As novas tecnologias contribuíram para a rapidez da produção e da
circulação de mercadorias por todo o mundo, característica atual da globalização.
No entanto, isso não seria plenamente possível se não fosse pela ação dos países
desenvolvidos que, através da ideologia neoliberal, propagam a abertura da
economia como solução para o desenvolvimento econômico dos países pobres e, com
ela, a melhoria do bem-estar social das populações de todo o mundo. Mas será
que isso é verdade?
As políticas neoliberais adotadas em vários países do Sul, sob a orientação
ou imposição do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BIRD), não se traduziram em bem-estar social de suas populações,
pelo contrário, aumentou-se o desemprego, houve perdas salariais e problemas
sociais de toda ordem.
Embora a abertura da economia, no caso do Brasil, tenha proporcionado
uma modernização tecnológica em alguns setores da economia, tornando-os parte
do mercado internacional, isso não se traduziu em melhoria para a população,
pois os índices de desemprego continuam altos, e a situação social também não
foi alterada.
A modernização tecnológica não é o único fator da concorrência global,
as empresas que não se modernizarem para enfrentar a concorrência mundial poderão
ter sérios prejuízos ou ir falência.
A competição entre os trabalhadores torna-se mais acirrada, exigindo
maior qualificação e atualização constante para se manter no mercado de
trabalho. O desemprego é um dos principais problemas da economia globalizada,
atingindo milhares de trabalhadores em todo o mundo e não apenas nos países
pobres ou do sul.
Não só as empresas buscaram novas estratégias para viverem e vencerem no
mundo globalizado, mas os países e seus governos também tiveram que buscá-las.
Observa-se que há¡ um esforço em ampliar ainda mais o processo de
globalização através de acordos internacionais que buscam eliminar tarifas
sobre importação e exportação e outros entraves econômicos para a livre circulação
de mercadorias e capitais por todo o mundo; aliado a isto, verifica-se uma tendência
de regionalização do espaço geográfico mundial. Essa regionalização se dá¡ através
da formação de blocos econômicos, o que se constitui numa estratégia dos
Estados Nacionais para enfrentar a dinâmica de uma economia mundializada.
Atualmente existem blocos econômicos organizados e alguns em formação,
destacando, em termos de poder econômico e político, três grandes mercados
regionais: União Europeia, Nafta (North American Free Trade Agreement) e a
Bacia do Pacífico.
A nova ordem internacional que se configura na existência dos grandes
blocos de poder emerge após o fim da Guerra Fria, em 1989; entretanto o embrião
da União Europeia é bem anterior.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945, o equilíbrio
multipolar que existia entre os países europeus (França, Inglaterra, Áustria-Hungria
e Itália) cedeu lugar a uma nova configuração geopolítica mundial baseada no
confronto bipolar entre Estados Unidos da América (EUA) e a União das Republicas
Socialistas Soviéticas (URSS).
A ordem que emerge do pós-guerra é a de um mundo dividido em dois blocos
rivais: o bloco capitalista, formado pelos Estados Unidos e pelos países que se
submeteram a sua liderança, tornando-se assim área de influência americana e o
bloco dos países socialistas, liderado pela URSS e sob sua influência. O
conflito político e econômico entre os dois blocos deu origem a Guerra Fria.
A Europa Ocidental, neste contexto, tornou-se área de influência dos EUA
e um dos territórios onde mais se tencionava o conflito Leste-Oeste, entre
socialismo e capitalismo. Recebeu dos EUA vultosos recursos (Plano Marshal)
para sua reconstrução e recuperação econômica, com o objetivo de evitar uma conversão
ao socialismo estatizante como solução para os problemas econômicos e sociais
do pós-guerra.
Foi no contexto de Guerra Fria que surgiu a ideia da formação de um
bloco econômico europeu a partir da criação da Comunidade do Carvão e do Aço (CECA),
tratado assinado em 1951, que tinha como objetivo principal evitar futuras
rivalidades entre França e Alemanha.
A ideia de uma exploração conjunta dos minérios situados em territórios
da Alemanha e da França poderia evitar novos confrontos bélicos entre as duas potências.
Deste acordo inicial, envolvendo França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo
e Países Baixos, surgiram outros tratados, como o Tratado de Roma, em 1957, que
deu origem à Comunidade Econômica Europeia. Muitos outros tratados e acordos
foram concebidos e adotados até o tratado de Maastricht, em 1992, que criou a
figura jurídica da União Europeia.
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