1. (Unicamp 2016) Morro da Babilônia
À noite, do morro
descem vozes que criam o terror
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua
Geral).
Quando houve revolução, os soldados
espalharam no morro,
o quartel pegou fogo, eles não voltaram.
Alguns, chumbados, morreram.
O morro ficou mais encantado.
Mas as vozes do morro
não são propriamente lúgubres.
Há mesmo um cavaquinho bem afinado
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.
(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento
do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.19.)
No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond
de Andrade,
a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de
modo indireto, metonimicamente, pela referência ao Morro da Babilônia.
b) o sentimento do mundo é representado pela
percepção particular sobre a cidade do Rio de Janeiro, aludida pela metáfora do
Morro da Babilônia.
c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia
assemelha-se ao que é dado a uma pessoa, o que caracteriza a figura de estilo
denominada paronomásia.
d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no
percurso figurativo do poema, um oxímoro: a relação entre terror e gentileza no
espaço urbano.
2. (IFBA 2016) Analise a imagem a seguir e
identifique a figura de linguagem em evidência no título da manchete.
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Metonímia.
e) Pleonasmo.
3. (Uerj
2016)

O personagem presente no último quadrinho é um ácaro, um ser
microscópico. Suas falas têm relação direta com seu tamanho. No contexto, é possível
compreender a imagem do personagem como uma metonímia.
Essa metonímia representa algo que se define como:
a) invisível
b) expressivo
c) inexistente
d) contraditório
4. (IFPE 2016) Responda
à questão com base na tirinha abaixo.
O humor da tirinha foi conferido, sobretudo, pela não compreensão por
parte da personagem Chico Bento da figura de linguagem utilizada por seu
interlocutor. A essa referida figura de linguagem dá-se o nome de
a) anáfora.
b) metonímia.
c) perífrase.
d) hipérbole.
e) aliteração.
5. (Ufsm 2015) Ele
elevou à décima potência a disseminação do conhecimento. Ele nos permite viajar
sem sair do lugar, mas, além disso, pode guardar informações por séculos.
Romanos 2escreviam em tábuas, 1egípcios, em
papiros, 3e os maias e astecas tinham uma espécie de livro
feito com casca de árvore. Mas o papel, desenvolvido no século 2 pelos
chineses, e a prensa de Gutenberg, do século 15, foram as criações mais
importantes para o surgimento do livro da forma como o temos hoje. A primeira
impressão ocorreu em 1442. Depois que o uso da prensa se consolidou,
comerciantes lançaram uma variedade de títulos, muitos deles originários de
manuscritos antigos. Mas o boom ocorreu mesmo no século 19. A
Revolução Industrial trouxe inovações tecnológicas para o papel, tornando-o
mais barato e acessível às editoras. Sem esses calhamaços de folhas,
provavelmente boa parte da história da humanidade teria se perdido.
Fonte: SUPERINTERESSANTE. As 101
maiores invenções da humanidade. Ed. Especial. 2013, p. 60. (Adaptado).
Com relação ao emprego de recursos de coesão e de pontuação no texto,
considere as afirmativas a seguir.
I. O livro é referido, ao longo do texto, duas
vezes pelo pronome “Ele” e duas vezes pelo pronome “o”.
II. A vírgula que sucede “egípcios” (ref. 1) foi usada para indicar a elipse
da palavra “escreviam” (ref. 2), evitando sua repetição.
III. A vírgula que antecede “e os maias e astecas”
(ref. 3) poderia ser eliminada, sem
prejuízo à norma-padrão.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
6. (Fuvest 2013)
São Paulo gigante, torrão adorado/ Estou abraçado
com meu violão/ Feito de pinheiro da mata selvagem/ Que enfeita a paisagem lá
do meu sertão
Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante.
Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco,
o termo “sertão” deve ser compreendido como
a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do
sertão existente na região Nordeste do país.
b) contraposição ao litoral, na concepção dada
pelos caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos pinheiros.
c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste
brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII.
d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à
aridez do concreto e das construções.
e) generalização do ambiente rural,
independentemente das características de sua vegetação.
7. (Uerj 2014)
A
namorada
Havia um muro alto entre nossas
casas.
1Difícil de mandar recado para
ela.
Não havia e-mail.
2O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa
pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da
casa dela.
Se a namorada respondesse pela
mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete
enganchava nos galhos da
goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Manoel de Barros
Poesia completa. São Paulo: Leya,
2010.
O pai era uma onça. (ref. 2)Nesse verso, a palavra
onça está empregada em um sentido que se define como:
a) enfático
b) antitético
c) metafórico
d) metonímico
8. (Uerj 2014)
O tempo em
que o mundo tinha a nossa idade
5Nesse entretempo, ele nos chamava para escutarmos
seus imprevistos improvisos. 1As estórias dele faziam o nosso lugarzinho
crescer até ficar maior que o mundo. Nenhuma narração tinha fim, o sono lhe
apagava a boca antes do desfecho. 9Éramos nós que recolhíamos seu corpo
dorminhoso. 6Não lhe deitávamos dentro da casa: ele sempre recusara cama feita.
10Seu conceito era que a morte nos apanha deitados sobre a moleza de uma
esteira. Leito dele era o puro chão, lugar onde a chuva também gosta de deitar.
Nós simplesmente lhe encostávamos na parede da casa. Ali ficava até de manhã.
Lhe encontrávamos coberto de formigas. Parece que os insectos gostavam do suor
docicado do velho Taímo. 7Ele nem sentia o corrupio do formigueiro em sua pele.
− Chiças: transpiro mais que palmeira!
Proferia tontices enquanto ia acordando. 8Nós lhe
sacudíamos os infatigáveis bichos. Taímo nos sacudia a nós, incomodado por lhe
dedicarmos cuidados.
2Meu pai sofria de sonhos, saía pela noite de olhos
transabertos. Como dormia fora, nem dávamos conta. Minha mãe, manhã seguinte, é
que nos convocava:
− Venham: papá teve um sonho!
3E nos juntávamos, todos completos, para escutar as
verdades que lhe tinham sido reveladas. Taímo recebia notícia do futuro por via
dos antepassados. Dizia tantas previsões que nem havia tempo de provar nenhuma.
Eu me perguntava sobre a verdade daquelas visões do velho, estorinhador como
ele era.
− Nem duvidem, avisava mamã, suspeitando-nos.
E assim seguia nossa criancice, tempos afora.
4Nesses anos ainda tudo tinha sentido: a razão deste mundo estava num outro
mundo inexplicável. 11Os mais velhos faziam a ponte entre esses dois mundos.
(...)
Mia Couto. Terra sonâmbula.
São Paulo, Cia das Letras, 2007.
Um elemento importante na organização do texto é o
uso de algumas personificações. Uma dessas personificações encontra-se em:
a) Éramos nós que recolhíamos seu corpo dorminhoso.
(ref. 9)
b) Seu conceito era que a morte nos apanha deitados
sobre a moleza de uma esteira. (ref. 10)
c) Nós lhe sacudíamos os infatigáveis bichos. (ref.
8)
d) Os mais velhos faziam a ponte entre esses dois
mundos. (ref. 11)
9. (Uerj 2014)
A invasão
dos blablablás
O planeta é dividido entre as pessoas que falam no
cinema − e as que não falam. É uma divisão recente. Por décadas, os falantes
foram minoria. E uma minoria reprimida. Quando alguém abria a boca na sala
escura, recebia logo um shhhhhhhhhhhhh. E voltava ao estado silencioso de onde
nunca deveria ter saído. Todo pai ou mãe que honrava seu lugar de educador
ensinava a seus filhos que o cinema era um lugar de reverência. Sentados na
poltrona, as luzes se apagavam, uma música solene saía das caixas de som, as
cortinas se abriam e um novo mundo começava. Sem sair do lugar, vivíamos outras
vidas, viajávamos por lugares desconhecidos, chorávamos, ríamos, nos
apaixonávamos. Sentados ao lado de desconhecidos, passávamos por todos os
estados de alma de uma vida inteira sem trocar uma palavra. Comungávamos em
silêncio do mesmo encantamento. (...)
Percebi na sexta-feira que não ia ao cinema havia
três meses. Não por falta de tempo, porque trabalhar muito não é uma novidade
para mim. Mas porque fui expulsa do cinema. Devagar, aos poucos, mas expulsa.
Pertenço, desde sempre, às fileiras dos silenciosos. Anos atrás, nem imaginava
que pudesse haver outro comportamento além do silêncio absoluto no cinema.
Assim como não imagino alguém cochichando em qualquer lugar onde entramos com o
compromisso de escutar.
Não é uma questão de estilo, de gosto. Pertence ao
campo do respeito, da ética. Cinema é a experiência da escuta de uma vida
outra, que fala à nossa, mas nós não falamos uns com os outros. 1No cinema, só
quem fala são os atores do filme. Nós calamos para que eles possam falar. Nossa
vida cala para que outra fale.
2Isso era cinema. Agora mudou. É estarrecedor, mas
os blablablás venceram. Tomaram conta das salas de cinema. E, sem nenhuma
repressão, vão expulsando a todos que entram no cinema para assistir ao filme
sem importunar ninguém.
(...)
Eliane Brum. revistaepoca.globo.com,
10/08/2009
No cinema, só quem fala são os atores do filme. Nós
calamos para que eles possam falar. Nossa vida cala para que outra fale. (ref.
1)
O trecho acima usa uma figura de linguagem chamada
de:
a) metáfora
b) hipérbole
c) eufemismo
d) metonímia
10. (Insper 2013)
POÇAS D’ÁGUA
As poças d´água são um
mundo mágico
Um céu quebrado no chão
Onde em vez de tristes estrelas
Brilham os letreiros de gás Néon.
(Mario Quintana, Preparativos de
viagem, São Paulo, Globo, 1994.)
Levando-se em conta o texto como um todo, é correto
afirmar que a metáfora presente no primeiro verso se justifica porque as poças
a) estimulam a imaginação.
b) permitem ver as estrelas.
c) são iluminadas pelo Néon.
d) se opõem à tristeza das estrelas.
e) revelam a realidade como espelhos.
11. (Espcex (Aman) 2013) Leia a estrofe que
segue e assinale a alternativa correta, quanto às suas características.
“Visões,
salmos e cânticos serenos
Surdinas de
órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências
de volúpicos venenos
Sutis e
suaves, mórbidos, radiantes...”
a) valorização da forma como expressão do belo e a
busca pela palavra mais rara – Parnasianismo.
b) linguagem rebuscada, jogos de palavras e jogos
de imagens, característica do cultismo – corrente do Barroco.
c) incidência de sons consonantais (aliterações)
explorando o caráter melódico da linguagem – Simbolismo.
d) pessimismo da segunda geração romântica, marcada
por vocábulos que aludem a uma existência mais depressiva – Romantismo.
e) lírica amorosa marcada pela sensualidade
explícita que substitui as virgens inacessíveis por mulheres reais, lascivas e
sedutoras – Naturalismo.
12. (Uepb 2013) Da imagem, que foi capa da Revista
Veja em 20 de agosto de 2008, pode-se compreender:

a) O registro do modelo de ensino representado pelo uso ultrapassado da
tecnologia do giz.
b) Uma constatação de que os alunos não precisam
escrever à mão.
c) Um apelo de aluno para que melhore o ensino.
d) Uma crítica irônica em relação à situação do
ensino na escola brasileira.
e) Uma afirmação de que a relação entre ler e
escrever não é explorada na escola.
13. (Ufrn 2013) Em diversas passagens das
Crônicas de origem, Luís da Câmara Cascudo serve-se de procedimentos de
linguagem que tornam seus textos esteticamente notáveis. Entre esses
procedimentos, a metáfora é um dos mais frequentes, como se constata na
passagem:
a) “Andava como se levasse o andor do Nosso Senhor dos Passos”. (p. 99)
b) “Natal parecia um cemitério”. (p. 102)
c) “Na treva o clarão dos vagos lampeões sangrava”.
(p. 102)
d) “O doutor Alarico ficava manso só em falar
nisso”. (p. 99)
14. (Insper 2013) O "gilete" dos tablets

Num mundo capitalista como este em que vivemos,
onde as empresas concorrem para posicionar suas marcas e fixar logotipos e
slogans na cabeça dos consumidores, a síndrome do "Gillette" pode ser
decisiva para a perpetuação de um produto. É isso que preocupa a concorrência
do iPad, tablet da Apple.
Assim como a marca de lâminas de barbear tornou-se
sinônimo de toda a categoria de barbeadores, eclipsando o nome das marcas que
ofereciam produtos similares, o mesmo pode estar acontecendo com o tablet
lançado por Steve Jobs. O maior temor do mercado é que as pessoas passem a se
referir aos tablets como "iPad" em geral, dizendo "iPad da
Samsumg" ou "iPad da Motorola", e assim por diante.
(http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-edgard/o-gilete-dos-tablets-260395-1.asp)
No campo da estilística, a figura de linguagem
abordada na matéria acima recebe o nome de
a) metáfora, por haver uma comparação subentendida entre a marca e o
produto.
b) hipérbole, por haver exagero dos consumidores na
associação do produto com a marca.
c) catacrese, por haver um empréstimo linguístico
na referência à marca do produto famoso.
d) metonímia, por haver substituição do produto
pela marca, numa relação de semelhança.
e) perífrase, por haver a designação de um objeto
através de seus atributos ou de um fato que o celebrizou.
15. (Enem 2012)

O efeito de sentido da charge é provocado pela
combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da
ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede
social” para transmitir a ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao
termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de
lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao
mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de
computadores com a rede caseira de descanso da família.
16. (Uftm 2011) Leia os quadrinhos.

O elemento-surpresa da história é explorado por
meio de
a) sequência de verbos no futuro do presente,
formando uma gradação.
b) ambiguidades, decorrentes do emprego de pronomes
demonstrativos.
c) frases cujos sujeitos não podem ser recuperados
pelo contexto.
d) elipses dos complementos verbais e emprego de
termos de sentido vago.
e) reiteração de palavras de sentido negativo, para
reforçar a recusa do pedido.
17. (Insper 2011)

No rush, carro está tão veloz quanto galinha
Velocidade média no pico da tarde em SP passou de 18 km/h para 15 km/h em um
ano, segundo relatório da CET concluído em fevereiro.
No pico
da manhã, velocidade também caiu; principal explicação é a expansão da frota -
em 2009, SP ganhou mais de 335 mil veículos.
(Folha de São Paulo, 05/03/2010)
A respeito do título “No rush, carro está tão veloz
quanto galinha”, é correto afirmar que ele
a) cria, por meio da polissemia da palavra “rush”,
o pressuposto de que a lentidão do tráfego paulistano é algo premeditado.
b) apresenta uma variante coloquial de linguagem,
incompatível com a seriedade exigida por esse gênero textual.
c) recorre ao grau superlativo analítico com o
intuito de produzir um efeito de realce a um grave problema da capital
paulista.
d) emprega o grau comparativo de igualdade como
recurso irônico, já que, em geral, o adjetivo “veloz” não se aplica a
“galinha”.
e) utiliza a comparação para criticar o aumento da
frota paulistana, principal agente poluidor da cidade.
18. (IFSP 2011)
O desgaste
das palavras
Sou um tonto. Dia destes recebi um recado na secretária eletrônica pedindo
retorno urgente. Liguei.
Era um corretor de imóveis querendo me vender um
lançamento.
− Qual era a urgência? − perguntei, irritado.
− Bem... Estamos selecionando alguns clientes e...
Conversa mole. As pessoas usam a palavra “urgente” em mensagens de todo tipo.
Ainda sou daqueles que se assustam de leve com um e-mail “urgente” para, logo
depois, descobrir que se trata de um assunto muito corriqueiro. A palavra está
perdendo a força. Daqui a pouco não vai significar mais nada.
A mesma coisa acontece com o verbo “revelar”. Abro uma revista e vejo: atriz
“revela” que vai pintar o cabelo de loiro. Isso é revelação que se preze?
Resultado: quando se quer realmente revelar algo se usa “denuncia” ou
“confessa”.
E vip? A sigla surgiu como abreviação de “very important people”. Os vips
tinham acesso preferencial a festas e eventos de todo tipo. Obviamente, todo
mundo quis ser tratado como vip. Alguns shows e camarotes carnavalescos ficam
lotados por manadas de vips. Para diferenciar “vips” entre si, nos lugares mais
disputados surgiram chiqueirinhos para os “supervips” ou “vips dos vips”. Em
resumo: “vip” não significa absolutamente coisa nenhuma − somente que a pessoa
é rápida para descolar um convite com pulseirinha.
Os anúncios imobiliários são pródigos em detonar palavras. “Exclusivo” é um
exemplo. Quase todos falam em “condomínio exclusivo”, “espaço exclusivo” (e não
havia de ser, se o proprietário está pagando?). De tão comum, “exclusivo”
deixou de ser “exclusivo”. Veio o “diferenciado”. Ou “único”. Mas como um
apartamento pode ser “diferenciado” ou “único” se está em um prédio com mais
cinquenta iguais?
A palavra “amigo” é incrível. Implica uma relação especial, mas a maioria fala
em “amigos” referindo-se a conhecidos distantes. O mesmo ocorre com “abraço”.
Terminar a mensagem com um “abraço” era suficiente, pois era uma forma de
oferecer nosso carinho à pessoa. Foi tão banalizado que agora se usa “grande
abraço”, “forte abraço”, mas agora é pouco, pois já surgiu o “beijo no
coração”. A seguir, o que virá?
Por que deixar que as palavras se desgastem? Se o que têm de mais belo é
justamente sua história e o sentimento que contêm? Enfim, tudo o que lhes dá
realmente significado.
(Walcyr Carrasco, Veja SP,
13.08.2008. Adaptado)
Considere a tirinha.
Considerando a tirinha e o texto “O desgaste das
palavras”, pode-se concluir que, em ambos os textos, está presente a função da
linguagem denominada
a) fática, pois vários termos, embora desprovidos de significado,
permitem o início do processo comunicativo.
b) metalinguística, pois se reflete sobre o valor
das palavras, isto é, sobre o uso da língua e sua função social.
c) apelativa, pois está ausente a intenção de
atingir o receptor com o intuito de modificar o seu comportamento.
d) emotiva, pois o eu lírico pode expressar
livremente as emoções com as quais está em conflito.
e) poética, pois o importante é passar as
informações de forma clara e objetiva, desprezando-se a preocupação com a
elaboração da linguagem.
19. (Enem 2008)
A EMA
O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no
anoitecer, na segunda quinzena de junho, indica o início do inverno para os
índios do sul do Brasil e o começo da estação seca para os do norte. É limitada
pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do Sul, ou Cut'uxu. Segundo o
mito guarani, o Cut'uxu segura a cabeça da ave para garantir a vida na Terra,
porque, se ela se soltar, beberá toda a água do nosso planeta. Os
tupis-guaranis utilizam o Cut'uxu para se orientar e determinar a duração das
noites e as estações do ano.
Uma das figuras a seguir é uma representação dos
corpos celestes que constituem a constelação da Ema, na percepção indígena.
A outra figura mostra, em campo de visão ampliado,
como povos de culturas não-indígenas percebem o espaço estelar em que a Ema é
vista.
Assinale a opção correta a respeito da linguagem
empregada no texto "A Ema".
a) A palavra Cut'uxu é um regionalismo utilizado pelas populações
próximas às aldeias indígenas.
b) O autor se expressa em linguagem formal em todos
os períodos do texto.
c) A ausência da palavra Ema no início do período
"É limitada (...)" caracteriza registro oral.
d) A palavra Cut'uxu está destacada em itálico
porque integra o vocabulário da linguagem informal.
e) No texto, predomina a linguagem coloquial porque
ele consta de um almanaque.
20. (Ufpr 2008)

Tendo em vista a charge de Fausto, considere as
seguintes afirmativas:
1. O efeito de humor é obtido, dentre outras coisas, pela recuperação do
sentido literal da frase do último quadrinho.
2. A expressão "trem-bala" constitui uma
metáfora: veloz como uma bala. Fausto associa, à já metaforizada expressão, um
novo sentido.
3. O mico retratado no último quadrinho simboliza a
vergonha do povo brasileiro diante dos infortúnios.
4. O desenho do Congresso Nacional no último quadro
permite associar as figuras humanas retratadas nesse quadro com os políticos
brasileiros, que se revoltam com os escândalos divulgados nos últimos meses.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são
verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1 e 2 são
verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 3 e 4 são
verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são
verdadeiras.
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