1.
(IFBA 2018) A
festa do dois de Julho vem, ao longo do tempo, notabilizando-se como um momento
importante da memória oficial da Bahia. Sobre ela podemos afirmar:
a) É
o dia em que os Índios atacaram os inimigos colonizadores e conseguiram ajudar
os baianos a expulsar os portugueses da Cidade de Salvador. Por isso estariam
representados, como símbolos da festa, o caboclo e a cabocla.
b) É
uma festa religiosa que tem no dia 2 de Julho o seu ritual mundano.
c) Um
ritual a serviço dos governantes eleitos, que mantêm as festas para testarem
sua popularidade.
d) É
uma festa que celebra, além da expulsão da presença portuguesa colonizadora,
vários aspectos da cultura religiosa e popular do povo baiano.
e) Celebra
a proclamação da República.
2.
(Uel 2018) Leia
o texto a seguir.
Eu vi coisas que
vocês não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi
raios-c brilharem na escuridão próximos ao Portão de Tannhäuser. Todos esses
momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.
(Disponível em: <https://pt.wikiquote.org/wiki/Blade_Runner>.
Acesso em: 11 jul. 2017.)
Esta é uma fala do
androide Roy que queria eliminar Decard, no filme Blade Runner, o Caçador de
Androides (1982), dirigido por Ridley Scott. No entanto, no combate, Roy o
salvou da morte. Essa reflexão apresenta a noção de uma existência construída
por múltiplas experiências as quais, que por serem as memórias de Roy, se
perderiam para sempre.
Com base nos
conhecimentos hoje predominantes sobre os fundamentos da história, atribua V (verdadeiro)
ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) A História privilegia, nos seus estudos,
as experiências coletivas dos grandes grupos humanos, excluindo a vida do
indivíduo comum.
( ) A historiografia desconsidera a memória
oral para registrar as formas culturais de compreensão do mundo.
( ) Nos museus e cemitérios, descansam os
personagens históricos cujas ideias não mais afetarão os vivos.
( ) Memória e história são noções
diferentes, mas se complementam e interagem quando depoimentos orais são
registrados em documentos.
( ) Um fato histórico gera uma diversidade
de documentos, e as interpretações sobre ele ressignificam o seu teor.
Assinale a
alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, F, F, V, F
b) V, F, V, F, V
c) V, V, F, V, F
d) F, F, F, V, V
e) F, V, V, F, V
3. (Udesc 2018) A História,
segundo o historiador Marc Bloch, pode ser definida como a ciência do homem no
tempo. Quando estudada em instituições escolares, ela é, comumente, dividida
em: Idade Antiga, Idade Medieval, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
Sobre este modelo de organização do
tempo histórico em períodos ou idades, analise as proposições.
I. O modelo
acima foi instituído na Grécia durante o século IV a.C. por Aristóteles que, na
época, assumia as funções de tutor de Alexandre da Macedônia.
II. A
adoção deste modelo demonstra o forte vínculo existente entre os programas
escolares de história e a tradição europeia, na medida em que as idades são
organizadas a partir de processos ocorridos majoritariamente no Continente
Europeu.
III. O
modelo citado foi desenvolvido e institucionalizado em 1837, pelo Instituto
Histórico Geográfico Brasileiro, e refere-se, exclusivamente, aos processos
ocorridos a partir do Descobrimento do Brasil, em 1500.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
b) Somente a afirmativa III é verdadeira.
c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) Somente a afirmativa II é verdadeira.
4. (Udesc 2018) É prática
comum nos programas escolares a delimitação de datas que marcam o início e,
muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso da História do Brasil, o
ano de 1500 recebe bastante atenção.
A respeito do ano de 1500 como início
oficial da História do Brasil, analise as proposições.
I. A
definição de datas como marcos históricos tem implicações políticas, uma vez
que elege certos eventos como fundamentais. No caso da História do Brasil, a
ênfase no ano de 1500 ressalta a importância atribuída à chegada dos europeus
para a constituição da história brasileira.
II. Ao
definir o ano de 1500 como marco inicial para a História do Brasil, corre-se o
risco de desconsiderar a importância da história, as características e os
costumes dos vários grupos indígenas que já habitavam o território, que seria
posteriormente conhecido como Brasil.
III. A
definição do ano de 1500, como marco para o início oficial da História do
Brasil, foi resultado de uma série de demandas populares que reivindicavam a
possibilidade de opinar a respeito da oficialização da História Nacional.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
e) Somente a afirmativa II é verdadeira.
5. (Uece 2017) História, como área do
conhecimento, possui, hoje, especificidades que a definem, dentre as quais
encontra-se a característica de
a) ater-se apenas a documentos
escritos, não aceitando como fonte outros tipos de informação tais como
informações originadas na oralidade ou produzidas pela mídia.
b) não se ater apenas aos
fatos realizados por governantes e poderosos, tomando os eventos cotidianos e
as práticas sociais como importantes temas históricos.
c) entender o tempo histórico
e o tempo cronológico como iguais, uma vez que ambos são caracterizados por ter
medidas constantes e exatas de tempo.
d) reconhecer apenas grandes
eventos documentados oficialmente como um fato histórico.
Nossa história colonial não se confunde com a
continuidade do nosso território colonial.
ALENCASTRO, L.F. O
trato dos viventes; formação do Brasil no Atlântico sul. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000. p. 9.
Considerando a história brasileira, assinale a
alternativa correta.
a) A realidade territorial do
Brasil foi definida exclusivamente em tratados diplomáticos, estabelecidos
durante os conflitos entre Portugal e Espanha.
b) A compreensão da história brasileira
exige o entendimento das relações sociais e econômicas, mantidas pelos colonos
com a África e com a Europa.
c) A história da formação do
Brasil é independente da relação comercial entre as diversas regiões do
território brasileiro.
d) A ocupação da zona litorânea e
a do interior do Brasil foram simultâneas.
e) O território do Brasil colonial
é desimportante para o estudo da história brasileira.
7. (Pucsp
2016) “As fugidias confissões que os inquisidores tentavam arrancar dos
acusados proporcionam ao pesquisador atual as informações que ele busca – claro
que com um objetivo totalmente diferente. Mas, enquanto lia os processos
inquisitoriais, muitas vezes tive a impressão de estar postado atrás dos juízes
para espiar seus passos, esperando, exatamente como eles, que os supostos
culpados se decidissem a falar das suas crenças.”
Carlo Ginzburg. O
fio e os rastros. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 283-284.
Adaptado.
O texto aponta semelhanças entre a expectativa do
inquisidor, que colhia os depoimentos daqueles que eram julgados pelo Santo
Ofício, e a expectativa do pesquisador, que, séculos depois, analisa os
processos inquisitoriais. O “objetivo totalmente diferente” de
cada um deles pode ser assim caracterizado:
a) enquanto o inquisidor desejava
salvar a alma do acusado, por meio da expiação de seus pecados, o pesquisador
consegue descobrir, no depoimento, a verdade completa e absoluta sobre o
período.
b) enquanto o inquisidor ampliava
os limites da fé cristã, ao perdoar os erros do acusado, o pesquisador consegue
identificar a fé superior do membro da Igreja e os pecados cometidos pelos
réus.
c) enquanto o inquisidor pretendia
obter, do acusado, uma confissão ou o reconhecimento de culpa, o pesquisador
deseja encontrar, no processo, indícios que o ajudem a compreender aquela
experiência histórica.
d) enquanto o inquisidor assumia
uma atitude de tolerância e respeito perante o acusado, o pesquisador penetra
indevidamente na intimidade dessas duas pessoas.
8. (Upe-ssa
1 2016) A Europa é uma criação feita diante do outro. Suas fronteiras são
culturais e se opõem em três ao que não é Europa: a Ásia, os Árabes, que
assediam a Europa, primeira frente antieuropeia; o ‘leste’ sempre indefinido; e
finalmente o Oceano”.
FEBVRE, Lucien. A
Europa – gênese de uma civilização. Bauru: Edusc, 2004, p. 118-121.
(Adaptado)
O trecho acima representa certa historiografia
europeia, que se caracteriza pelo
a) Multiculturalismo – valoriza as
contribuições das diversas populações na criação da civilização europeia.
b) Orientalismo – entende o
Oriente como uma criação pacífica e igualitária do Ocidente.
c) Eurocentrismo – entende a
Europa como centro da civilização, ameaçada pela barbárie e obrigada a expandir
os limites da Humanidade.
d) Humanismo – percebe uma mesma
essência em todas as manifestações do gênio humano, disfarçada por elementos
culturais diversos.
e) Materialismo Histórico –
privilegia os elementos econômicos sobre os culturais e políticos.
9. (Udesc
2015) “A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do
passado. Mas talvez não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se
nada se sabe do presente.”
Marc Bloch. Apologia
da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001,
p. 65.
Assinale a alternativa que contém a definição de
história mais coerente com a citação do historiador Marc Bloch.
a) A História é a ciência que
resgata o passado para explicar o presente e fazer previsões sobre o futuro.
b) A História é uma ciência que
visa promover o entretenimento dos expectadores do presente e um conhecimento
inútil sobre o passado.
c) A História é, tal como a
literatura, uma narrativa sobre o passado determinada pela imaginação do historiador.
d) A História é a ciência que se
refugia no passado para não compreender as questões do presente.
e) A História é uma ciência que
formula questões sobre o passado a partir de inquietações e experiências
vividas no presente.
10. (Upe 2014) A cultura material estudada pelo arqueólogo insere-se, sempre, em um contexto histórico muito preciso e, portanto, o conhecimento da história constitui aspecto inelutável da pesquisa arqueológica. Assim, só se pode compreender a cerâmica grega se conhecermos a história da sociedade grega, as diferenças entre as cidades antigas, as transformações por que passaram.
(FUNARI, Pedro Paulo. Arqueologia.
São Paulo: Contexto, 2003. p. 85.)
Com base nas afirmações acima, assinale a alternativa CORRETA.
a) A Arqueologia, diferentemente da
História, concentra seus estudos na análise da cultura material, negligenciando
fontes escritas e orais.
b) A relação interdisciplinar entre a
Arqueologia e a História é apresentada no texto como um fator essencial na análise
da cultura material.
c) Os estudos arqueológicos pouco
retratam as sociedades pré-históricas tendo em vista a ausência de fontes não
materiais sobre esses povos.
d) A arqueologia não contribuiu para o
estudo de regiões africanas como o Sudão e o Egito, tendo em vista a
exclusividade da análise das tradições orais no estudo dessas sociedades.
e) História e Arqueologia só constroem
uma relação interdisciplinar nos estudos sobre a pré-história e a antiguidade,
em que a análise da cultura material é o cerne das pesquisas.
11. (Upe 2014) Existe em todo historiador, em toda pessoa apaixonada pelo arquivo uma espécie de culto narcísico do arquivo, uma captação especular da narração histórica pelo arquivo, e é preciso se violentar para não ceder a ele. Se tudo está arquivado, se tudo é vigiado, anotado, julgado, a história como criação não é mais possível: é então substituída pelo arquivo transformado em saber absoluto, espelho de si. Mas se nada está arquivado, se tudo está apagado ou destruído, a história tende para a fantasia ou o delírio, para a soberania delirante do eu, ou seja, para um arquivo reinventado que funciona como dogma.
(ROUDINESCO,
Elisabeth. A análise e o arquivo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2006, p. 09.)
Refletindo sobre o historiador e sua relação com os arquivos, o texto nos mostra que
a) todo conhecimento histórico se encerra
dentro dos arquivos, e o historiador é um mero reprodutor de documentos
oficiais.
b) só por meio do arquivo, no século
XXI, ele pode retratar o passado tal qual foi.
c) essa relação é ambivalente, e, ao
mesmo tempo em que ele necessita do arquivo para legitimar sua narrativa, deve
ter o cuidado de não transformá-lo num saber absoluto.
d) no seu trabalho, é melhor a ausência
de arquivo que o excesso.
e) todo conhecimento histórico é
produzido sem necessidade dos arquivos.
12. (Uema 2016) Um líder jihadista egípcio convocou a população muçulmana para destruir a Esfinge e as Pirâmides de Gizé, informa o site árabe Al Arabiya. Murgan Salem al-Gohary, que afirma ter ligações com o Talibã, pediu que os egípcios repetissem o que foi feito no Afeganistão, quando estátuas de Buda foram removidas após a chegada dos fundamentalistas ao poder. “A destruição da memória, da História, do passado é algo terrível para uma sociedade”.
Jacques Le Goff, Revista Veja.
A destruição de patrimônios
históricos da Humanidade, como as estátuas de Buda no Afeganistão, e a ameaça à
Esfinge de Gizé e às Pirâmides não se restringem aos conflitos
político-religiosos que assolam o Oriente Médio há séculos, mas fazem parte de
um processo maior de reconfiguração da Memória e da História da sociedade.
O processo acima descrito
está diretamente relacionado ao (à)
a) uso da Memória e da
História como campo de disputa e de construção de identidades coletivas.
b) tentativa de uso da Memória
e da História como estratégias para reforçar identidades coletivas passadas.
c) destruição dos bens
culturais construídos ao longo da dominação imperialista sobre a região do Oriente
Médio.
d) ataque aos Patrimônios
Culturais como forma de destruição de símbolos ocidentais que representam o
domínio estrangeiro.
e) projeto de diluição das
fronteiras culturais por meio da tentativa de imposição de uma única memória
coletiva aos demais povos do Oriente Médio.
13. (Ufg 2012) Analise a imagem e leia
os artigos da Lei n. 4897 a seguir.
As sucessivas representações sobre
Tiradentes exemplificam o fenômeno de apropriação do passado, tal como se
observa na pintura, elaborada no início da República, e na lei, promulgada
durante o regime militar. Essas apropriações, em suas épocas, objetivavam
a) referendar o caráter religioso da
Inconfidência.
b) unir a sociedade contra os ideais
estrangeiros.
c) justificar a ação inconfidente contra
o governo.
d) enfatizar o sacrifício individual em
prol da nação.
e) destacar o caráter violento da
história nacional.
14. (Unicamp 2011) A história de todas
as sociedades tem sido a história das lutas de classe. Classe oprimida pelo
despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania política no Estado
moderno, no qual uma exploração aberta e direta substituiu a exploração velada
por ilusões religiosas.
A estrutura econômica da sociedade
condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou
filosóficas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao
contrário, são as relações de produção que ele contrai que determinam a sua
consciência.
(Adaptado de K. Marx
e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: AlfaÔmega, s./d., vol 1, p. 21-23,
301-302.0)
As proposições dos enunciados acima
podem ser associadas ao pensamento conhecido como
a) materialismo histórico, que
compreende as sociedades humanas a partir de ideias universais independentes da
realidade histórica e social.
b) materialismo histórico, que concebe
a história a partir da luta de classes e da determinação das formas ideológicas
pelas relações de produção.
c) socialismo utópico, que propõe a
destruição do capitalismo por meio de uma revolução e a implantação de uma
ditadura do proletariado.
d) socialismo utópico, que defende a
reforma do capitalismo, com o fim da exploração econômica e a abolição do
Estado por meio da ação direta.
15. (Ufu 2011) [...] devia ser um ponto
capital para o historiador reflexivo mostrar como no desenvolvimento sucessivo
do Brasil se acham estabelecidas as condições para o aperfeiçoamento de três
raças humanas [...].
MARTIUS, Carl F. Ph.
von. “Como se deve escrever a História do Brasil”. In: _____. O estado de
direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo:
EDUSP, 1982. p. 89.
Considerando o texto, escrito por von
Martius e publicado em 1845 pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) O autor demonstra que o branco
português não obteve participação tão significativa na formação histórica do
Brasil quanto o africano ou o indígena.
b) O autor procura, em uma perspectiva
evolutiva da humanidade, demonstrar que a história do Brasil é o resultado do
cruzamento gradativo entre brancos, indígenas e africanos.
c) O aperfeiçoamento das três raças no
Brasil é resultado de um conjunto de políticas de branqueamento populacional,
ao mesmo tempo em que se extinguem as populações africanas e indígenas.
d) O branco teria que aprender a
cultura e a língua do indígena para sobreviver no Brasil, assim como deveria
aprender a cultura do trabalho com o africano para desenvolver-se
economicamente.
16. (Ufsm 2011) Leia os textos:
Texto
I
"A intensa radiação solar na
região equatorial é responsável direta pelas altas taxas de evaporação da água
de sua superfície, levando à formação de massas de ar quente e úmido que
condicionam os altos índices pluviométricos observados. Assim, elevadas temperaturas,
intensa radiação solar e muita chuva caracterizam o clima das regiões tropicais
e nos fazem entender as luxuriantes formações florestais e as riquezas dos
recifes de corais típicos dessas latitudes. Esses fatores reunidos explicam,
ainda, a elevada produtividade associada aos referidos
ecossistemas."
UZUNIAN & BIRNER.
Biologia. São Paulo: Harbra, 2007. p.820.
Texto
II
"É seguramente fácil encontrar
casos de correlação íntima entre um fato geográfico e um fato social. A
contiguidade* de duas regiões, planície e montanha, onde a ordem dos trabalhos
não é a mesma e onde as colheitas amadurecem em datas diferentes, torna
disponíveis os trabalhadores que alugarão periodicamente seus braços. A
presença de uma grande cidade faz nascer à sua porta cultivos especiais,
associados a hábitos igualmente especiais, como o dos horticultores. A
ocorrência bem localizada de um produto de primeira necessidade pode engendrar
consequências sociais e políticas."
VIDAL DE LA BLANCHE,
Paul. As condições geográficas dos fatos sociais.
http://www4.fct.unesp.br/raul/saude_ambiental/condicoes_geograficas_faros_sociais.pdf
*contiguidade = proximidade,
vizinhança.
O desenvolvimento das ciências neste
século XXI oferece uma variedade de explicações sobre os processos que envolvem
as relações entre os seres humanos e os ecossistemas.
A História, ciência social, na medida
em que estabelece o diálogo e o debate com os demais campos do conhecimento
científico, pode confrontar explicações e buscar novas e mais abrangentes
formas de entender o conjunto dos processos que envolveram as ações humanas ao
longo do tempo e nos diversos espaços.
Como se pode perceber, através das
informações da Biologia e da Geografia nos textos apresentados, essa abertura é
possível e necessária, porque a História é uma ciência cada vez mais
a) pragmática.
b) experimental.
c) teórica.
d) interdisciplinar.
e) factual.
17. (Upe 2011) A História é uma área do
conhecimento, que sofreu várias inovações metodológicas no século XX. Essas
inovações provocaram mudanças que estão ligadas à eclosão da Escola dos
Annales. Nessa perspectiva, é correto afirmar que
a) a Escola dos Annales reafirmou os
postulados positivistas, reforçando uma história política como a única
perspectiva de análise da sociedade.
b) a produção cultural humana assim
como as mentalidades, o imaginário, o cotidiano e a cultura popular foram
vistos como novos interesses de estudo dos historiadores.
c) a análise econômica desaparece da
pauta de temáticas estudadas pela História após o advento dos Annales.
d) a única preocupação dos
historiadores influenciados pelo pensamento dos Annales se refere à cultura.
e) não existem ainda hoje ecos do
pensamento dos Annales nos estudos sobre a história do Brasil.
18. (Enem 2010) Substitui-se então uma
história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a
bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a
Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa
república que já se viu na América Latina, a do Paraguai.
CHIAVENATTO, J. J.
Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979
(adaptado).
O imperialismo inglês, "destruindo
o Paraguai, mantém o status o na América Meridional, impedindo a ascensão do
seu único Estado economicamente livre".
Essa teoria conspiratória vai contra a
realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem
alguma repercussão.
(DORATIOTO. F.
Maldita guerra: nova historia da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das
Letras, 2002 (adaptado).
Uma leitura dessas narrativas
divergentes demonstra que ambas estão refletindo sobre
a) a carência de fontes para a pesquisa
sobre os reais motivos dessa Guerra.
b) o caráter positivista das diferentes
versões sobre essa Guerra.
c) o resultado das intervenções
britânicas nos cenários de batalha.
d) a dificuldade de elaborar
explicações convincentes sobre os motivos dessa Guerra.
e) o nível de crueldade das ações do
exército brasileiro e argentino durante o conflito.
19. (Ufc 2010) “A maneira como os
indivíduos manifestam sua vida reflete exatamente o que são. O que eles são
coincide, pois, com sua produção, isto é, tanto com o que eles produzem quanto
com a maneira como produzem. O que os indivíduos são depende, portanto, das
condições materiais da sua produção.”
MARX, Karl e ENGELS,
Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 13.
Com base nessa citação do livro A
ideologia alemã, que trata da teoria marxista para a interpretação da
sociedade, é correto afirmar que:
a) o capitalismo teve origem no modo de
produção socialista, a partir de uma revolução burguesa.
b) o capitalismo teve origem em ideias
religiosas, a partir do Renascimento, e no crescimento da burguesia.
c) a produção de ideias na vida social,
no decorrer da história, está separada da produção da vida material.
d) a perspectiva de análise marxista
examina a sociedade levando em consideração as relações sociais estabelecias no
modo de produção.
e) o pensamento marxista surgiu no
início da revolução francesa, com a defesa da igualdade e da fraternidade entre
todos os seres humanos.
20. (Ufg 2010) As pinturas rupestres
são evidências materiais do desenvolvimento intelectual dos seres humanos.
Embora tradicionalmente estudadas pela Arqueologia, elas ajudaram a redefinir a
concepção de que a História se inicia com a escrita, pois
a) funcionam como códices velados de
uma comunidade à espera de decifração.
b) expressam uma concepção de tempo
marcada pela cronologia.
c) indicam o predomínio da técnica
sobre as forças da natureza.
d) atestam as relações entre registros
gráficos e mitos de origem.
e) registram a supremacia do indivíduo
sobre os membros de seu grupo.
21. (Unesp 2010) A Ilíada, de Homero,
data do século VIII a.C. e narra o último ano da Guerra de Troia, que teria
oposto gregos e troianos alguns séculos antes. Não se sabe, no entanto, se esta
guerra de fato ocorreu ou mesmo se Homero existiu. Diante disso, o procedimento
usual dos estudiosos tem sido:
a) desconsiderar os relatos atribuídos
a Homero, pois não temos certeza de sua procedência, nem se eles nos contam a
verdade sobre o passado grego.
b) identificar na obra, apesar das
dúvidas, características da sociedade grega antiga, como a valorização das
guerras e a crença na interferência dos deuses na vida dos homens.
c) desconfiar de Homero, pois ele era
grego e assumiu a defesa de seu povo, abrindo mão da completa neutralidade que
todo relato histórico deve ter.
d) acreditar que a Guerra de Troia
realmente aconteceu, pois Homero não poderia ter imaginado tantos detalhes e
personagens tão complexos como os que aparecem no poema.
e) descartar o uso da obra como fonte
histórica, pois, mesmo que a guerra tenha ocorrido, a Ilíada é um relato
literário e não foi escrita com rigor e precisão científica.
22. (Ufg 2010) Leia o texto a seguir.
Origens do regime feudal,
diz-se. Onde buscá-las? Alguns responderam em “Roma”. Outros “na Germânia”. As
razões dessas miragens são evidentes […]. Das duas partes, sobretudo, eram
empregadas palavras – tais como “benefício” (beneficium) para os latinos,
“feudo” para os germanos – das quais essas gerações persistiram em se servir,
ainda que lhes conferindo, sem se dar conta, um conteúdo quase inteiramente
novo. Pois, para o grande desespero dos historiadores, os homens não têm o
hábito, a cada vez que mudam o costume, de mudar de vocabulário.
BLOCH, Marc. Apologia
da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar. p. 58.
(Adaptado).
Neste fragmento, Marc Bloch discute de
que forma os historiadores lidam com a questão das origens, indicando que a
a) origem dos fenômenos históricos deve
ser buscada no encadeamento dos acontecimentos, o que confere à História um
sentido de continuidade.
b) origem é o ponto de partida da
mudança que demarca a ruptura com as formas históricas precedentes.
c) ideia de origem desconsidera a
cronologia, ferramenta metodológica que concede sentido à explicação histórica.
d) busca da origem dos fenômenos
históricos encobre a relação entre as forças de conservação e de mudança que
compõem a vida social.
e) origem dos fenômenos históricos pode
ser encontrada na permanência dos costumes e do uso do vocabulário.
23. (Enem 2010)
Quem construiu a
Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de
pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída.
Quem a reconstruiu tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os
construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite
em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do
triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram
os césares?
BRECHT, B. Perguntas
de um trabalhador que lê.
Disponível em:
http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.
Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro
de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos
e acontecimentos históricos.
A crítica refere-se ao fato de que
a) os agentes históricos de uma
determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou
grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
b) a História deveria se preocupar em
memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se
desenvolveram ao longo do tempo.
c) grandes monumentos históricos foram
construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes
das sociedades que os construíram.
d) os trabalhadores consideram que a
História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas
e distantes no tempo.
e) as civilizações citadas no texto,
embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas
históricas.
24. (Enem simulado 2009) A
Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) desenvolveu o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”,
que tem como objetivo preservar a memória do povo afrodescendente no sul do
País. A ancestralidade negra é abordada em suas diversas dimensões:
arqueológica, arquitetônica, paisagística e imaterial. Em regiões como a do
Sertão de Valongo, na cidade de Porto Belo, a fixação dos primeiros habitantes
ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão no Brasil. O Iphan
identificou nessa região um total de 19 referências culturais, como os
conhecimentos tradicionais de ervas de chá, o plantio agroecológico de bananas
e os cultos adventistas de adoração.
Disponível
em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=14256&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia>.
Acesso em: 1 jun. 2009. (com adaptações).
O texto acima permite analisar a
relação entre cultura e memória, demonstrando que
a) as referências culturais da
população afrodescendente estiveram ausentes no sul do País, cuja composição
étnica se restringe aos brancos.
b) a preservação dos saberes das
comunidades afrodescendentes constitui importante elemento na construção da
identidade e da diversidade cultural do País.
c) a sobrevivência da cultura negra
está baseada no isolamento das comunidades tradicionais, com proibição de
alterações em seus costumes.
d) os contatos com a sociedade nacional
têm impedido a conservação da memória e dos costumes dos quilombolas em regiões
como a do Sertão de Valongo.
e) a permanência de referenciais
culturais que expressam a ancestralidade negra compromete o desenvolvimento
econômico da região.
25. (Ufpa 2013) “Os judeus tinham que
usar uma estrela amarela, [...] tinham que entregar as bicicletas, [...] não
podiam andar de bonde, [...] ficavam proibidos de dirigir automóveis.[...] só
podiam fazer compras das três às cinco horas e só em casas que tivessem placa
dizendo ‘casa israelita’. Os judeus deviam recolher-se às suas casas às oito da
noite [...]. Ficavam proibidos de ir a teatros, cinemas e outros lugares de
diversão.”
FRANK, Anne. Diário
de uma jovem. São Paulo: Editora Mérito S. A., 1958, p. 14, 3ª edição.
Esse trecho, que foi retirado do diário
de uma adolescente judia prisioneira num campo de concentração, na Alemanha,
onde morreu em 1945, revela
a) poucas e distorcidas informações
para se compreender o que foi a 2ª Guerra Mundial.
b) detalhes das perseguições sofridas
pelos judeus na Alemanha, durante a 1ª Guerra Mundial.
c) ideias falsas, pois os alemães não
podiam abrir mão do dinheiro que os judeus gastavam em locais como cinemas e
teatros.
d) aspectos importantes para nossa
compreensão acerca das perseguições sofridas pelos judeus, desde a 2ª Guerra
Mundial até os ano de 1960, com o fim do apartheid.
e) a importância desse diário como
documento histórico que registrou, para a posteridade, a perseguição sofrida
pelos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
26. (Upe 2013) A diversidade dos
testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou escreve,
tudo o que fabrica, tudo o que toca pode e deve informar sobre ele.
BLOCH, Marc. Apologia
da História ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2001, p. 79. (Adaptado).
Sobre as fontes históricas, com base no
texto acima, assinale a alternativa CORRETA.
a) O pensamento marxista aboliu a
utilização de fontes escritas nas pesquisas históricas.
b) A afirmação do texto sintetiza a
nova perspectiva historiográfica sobre as fontes históricas.
c) Os utensílios produzidos pelo homem
se enquadram como registros arqueológicos e não como fontes para o historiador.
d) Marc Bloch, no texto, defende a
primazia das fontes escritas.
e) A escola positivista foi a primeira a fazer uso da chamada história oral.
e) A escola positivista foi a primeira a fazer uso da chamada história oral.
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